sexta-feira, 7 de março de 2008

FILHO DE BETANCOURT PEDE EM PARIS QUE URIBE PARE DE BRINCAR COM A VIDA DOS PRISIONEIROS DE GUERRA






PALESTINIZAR A AMÉRICA DO SUL – FINAL

FILHO DE BETANCOURT PEDE EM PARIS QUE URIBE PARE DE BRINCAR COM A VIDA DOS PRISINEIROS DE GUERRA

Laerte Braga

A declaração final da reunião de emergência da OEA (Organização dos Estados Americanos) que condena a Colômbia por violar o território do Equador e registra as desculpas do presidente Álvaro Uribe, foi produto de um consenso entre os líderes dos países integrantes da organização e, ao contrário do que se possa imaginar isola Uribe do resto dos países da América do Sul.

A exceção do governo totalitário e corrupto do Peru, todos os demais países sul-americanos foram unânimes em condenar a Colômbia e deixar claro que esse tipo de ação mostra um país dirigido de fora (pelos Estados Unidos), com objetivos maiores que o combate às guerrilhas colombianas.

O presidente George Bush tem ciência que a base de Manta no Equador terá que ser evacuada até o final de outubro deste ano e lá estão os radares e instrumentos monitoraram a presença de Raúl Reyes em território do Equador. Rafael Corrêa, presidente do Equador, já comunicou oficialmente ao governo dos EUA que não vai renovar o contrato da base assinado por um dos seus antecessores.

Não estão conseguindo, os norte-americanos, bases militares para impor o cerco e controle para intervenções militares a partir de governos dóceis como o de Uribe e isso transtorna os planos alternativos para implantação da ALCA, hoje num viés bem mais amplo, para além do livre comércio.

O controle total dos países da América do Sul e a eliminação de governos adversários desses interesses como os de Chávez, Corrêa e Morales, além de criar condições para a eleição de José Serra no Brasil, em 2010.

Quem se der ao trabalho de exercer a tal “cidadania” que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) presidido por Marco Aurélio Mello e debruçar-se sobre as ações do governo paulista vai ter uma idéia clara do que acontecerá ao Brasil na hipótese da eleição do factótum de FHC.

Governo falando numa direção, mídia vendendo essa direção e governando noutra direção, bem ao estilo tucano. Não é, não deixa de ser, mas só recebe.

Álvaro Uribe imaginava sair fortalecido da operação terrorista que desencadeou por determinação de Bush em território equatoriano. O plano, parte de outro plano maior, o Plano Colômbia (150 milhões de dólares no orçamento do governo dos EUA para este ano), está se revelando um desastre que não podiam prever ou não podiam imaginar.

O que era para ser o enfraquecimento da guerrilha, ao contrário, despertou reação em toda a América Latina, em vários países da Europa e dão às FARCs a condição de pêndulo na tentativa de Uribe de alcançar um terceiro mandato no clima de patriotismo doentio e terrorista que criou em seu país, até pelo hábito de mandar assassinar adversários, prendê-los e ter a imprensa colombiana sob controle e valer-se de paramilitares (um grupo terrorista ligado ao tráfico internacional de drogas) para afastar “problemas”.

As declarações de Chávez sobre desejo de paz e negociações que ponham fim à guerra civil na Colômbia não são, ao contrário do que veicula a GLOBO, uma intervenção nos negócios internos da Colômbia. Chávez, como Lula, percebeu o alcance real do Plano Colômbia e ao procederem assim, cada qual segundo as características de seu governo, anulam a belicosidade deliberada de Uribe e Bush.

A fala do presidente Corrêa que, rapidamente, se encontrou com líderes sul americanos serviu para isolar Uribe e não houve resposta à declaração do equatoriano que chamou o colombiano de “canalha e traidor”.

A resolução da OEA foi aceita pela Colômbia como mal menor diante dos resultados negativos da ação terrorista.

O noticiário do jornal FOLHA DE SÃO PAULO de hoje dá conta do “desapontamento” dos EUA, da Colômbia e seus aliados com uma simples constatação: “Chávez AGORA diz que quer a paz”.

Todas as negociações de paz foram conduzidas por Cháves e todas esbarraram na inconseqüência terrorista de Uribe.

Há um detalhe revelador no filme liberado pelo governo do Equador das operações de resgate de guerrilheiros em seu território, logo após a ação colombiana. O ministro da Defesa daquele país diz, claramente, a uma guerrilheira ferida que “fique tranqüila, você está em segurança, num país amigo”.

E essa história dos computadores não emplacou como desejavam os terroristas norte-americanos e colombianos, com a colaboração dos serviços secretos de Israel. Parece aquela outra das armas de destruição em massa de Saddam Hussein e dos passaportes dos que pilotaram os aviões que explodiram contra as torres do World Trade Center. Não sobrou nada exceto os passaportes e em meio aquele fogaréu todo.

O grande temor de Uribe é que, enfraquecido diante da comunidade internacional, apoiado por um presidente desacreditado dentro de seu país (o candidato republicano pediu um apoio discreto de Bush para não atrapalhar diante dos baixos índices de popularidade do texano em seu país), sejam retomadas as conversações para a libertação de Ingrid Betancourt (a mãe da ex-senadora viajou para Caracas) e isso ocorra num momento em que se credencia como o grande patriota que libertou o país da ameaça de destruição.

Foi por essas e outras que o doutor Samuel Johnson, pensador e deputado no Parlamento britânico (quando a Grã Bretanha era uma nação independente e não colônia dos EUA) disse, em memorável discurso, que “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

Há uma clara e manifesta disposição das FARCs em libertar a ex-senadora. E há uma clara e manifesta disposição de Betancourt de candidatar-se à presidência da Colômbia. Quando foi feita prisioneira estava em campanha eleitoral.

E um claro interesse de Uribe e Bush para que isso não ocorra. Jogam com as notícias do delicado estado de saúde de Betancourt. A eventual morte dela serviria aos propósitos terroristas da dupla.

Teriam um pretexto para novo achaque patriótico contra os colombianos e o mundo e eliminado um obstáculo.

É um engano supor que as FARCs estejam derrotadas ou enfraquecidas. Sofreram um golpe, um duro golpe, mas permanecem inteiras e coesas no um terço do território da Colômbia que dominam.

E a despeito da GLOBO, entre nós, outras GLOBOS em outros países, é o primeiro momento que os “terroristas” querem negociar a paz e condições humanitárias que permitam a troca de prisioneiros de guerra e os “democratas” e defensores dos “direitos humanos” querem a guerra. O terror.

Uribe sai enfraquecido mais ainda pois, o mundo inteiro tomou conhecimento de suas ligações com o narcotráfico. O general Naranjo, comandante policial da Colômbia, homem de confiança de Uribe e dos EUA, tem um irmão que cumpre pena na Alemanha por tráfico de droga. As polícias européias sabem que Naranjo é traficante.

O que a unidade dos governos sul americanos neste arremedo de crise fabricado pela insensatez de um terrorista, dois aliás, produziu pode e deve ampliar as políticas de colaboração, pois já se sabe e agora publicamente, que os Estados Unidos querem a América do Sul como entreposto dócil e subserviente de seus interesses. Petróleo, gás, água, controle estratégico de toda essa parte do mundo, as riquezas minerais, as fontes de energia e a Amazônia.

O tiro saiu pela culatra e hoje, 6 de março, em vários países do mundo, mais de cem, centenas de milhares de pessoas marcham pedindo paz. Inclusive nos EUA, inclusive na Colômbia. Enquanto cresce o número de cidadãos de Israel indignados com o terrorismo praticado contra a população Palestina em Gaza principalmente.

Um detalhe de suma importância aos críticos da política do ministro Celso Amorim. Foi precisa sua declaração logo após o fato, foi brilhante sua intervenção no processo da crise e a decisão do governo brasileiro de receber o presidente do Equador em pleno conflito verbal e diplomático entre os países envolvidos foi um sinal que o Brasil tem consciência de suas responsabilidades e deveres para com os povos irmãos da América do Sul.

O jogo de Uribe e Bush agora vai ser simples, pelo menos no imediato: impedir de todas as formas, boicotar todas as negociações para que Ingrid Betancourt seja liberada, pelos menos até Uribe arrancar um novo mandato para o tráfico de drogas e o terrorismo colonizador da Casa Branca.

Lorenzo Delloye, filho da franco-colombiana Ingrid Betancourt, prisioneira das Forças rmadas Revolucionárias Colombianas (FARCs) há seis anos, disse hoje em Paris que o chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe, "está brincando com as vidas dos seqüestrados.

Os filhos de Betancourt e o seu ex-marido participaram da manifestação em Paris que repudiou a ação do governo de Álvaro Uribe contra o Equador. Fabrice Delloye, o ex-marido lamentou a morte de Raúl Reyes “o único interlocutor das FARCs no processo de libertação dos prisioneiros de guerra”. Ao seu lado estava a ministra de Educação Superior da França Valérie Pécresse. Todos pediram calma e retomada das negociações.

Em mais de cem países do mundo inclusive nos Estados Unidos e na Colômbia o dia 6 de março foi marcado por manifestações pela paz na Colômbia, pelas negociações e por protestos contra o governo narco terrorista de Álvaro Uribe.

Cuidado com o noticiário da GLOBO. Vai mostrar Lorenzo Delloye falando e a “tradução” será segundo os interesses do terrorismo colombiano de Uribe. Como fizeram quando da Clara Rojas foi libertada. Todas a redes européias mostram a ex-parlamentar falando uma coisa e a GLOBO mostrou outra. A íntegra da fala de Delloye está no site da BBC.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Toda a verdade sobre a morte do Cmte Raúl Reyes







As investigações que estão sendo realizadas por parte das autoridades equatorianas demonstram que nunca houve combate por parte do comando atacado das FARC. Excetuando três deles, que desempenhavam funções de vigilância, os 18 mortos estavam dormindo e não tiveram oportunidade de entrar em combate ou se render.

As investigações realizadas pelas autoridades equatorianas estão lançando alguma luz sobre o que realmente aconteceu na madrugada do passado dia 1º de março, quando as forças armadas colombianas eliminaram entre 20 e 22 guerrilheiros em território equatoriano, em uma emboscada em que foi morto o comandante Raúl Reyes, número 2 na estrutura de mando das FARC.


As imagens, os testemunhos dos colonos da zona, as declarações de três guerrilheiras que foram encontradas ainda com vida, os relatórios de balística e da inteligência militar equatoriana, estão demostrando o monte de mentiras declaradas pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, tanto ao presidente Rafael Correa, do Equador, como ao conjunto da comunidade internacional e dos meios de comunicação.


A versão colombiana
Segundo a versão colombiana, a frente 48 das FARC estava sendo perseguida com base em uma informação que indicava que o líder guerrilheiro Raúl Reyes estaria presente em um povoado denominado Granada, próximo aos limites fronteiriços com o Equador, mas ainda em território colombiano.

O ministro de Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, indicou que durante essa operação, as forças armadas colombianas foram atacadas a partir de um acampamento das FARC situado a 1.800 metros da fronteira, dentro de território equatoriano.

Então se diz que a força aérea colombiana procedeu a localizar e atacar o acampamento guerrilheiro, tendo sempre presente a ordem de não violar o espaço aéreo equatoriano; indicando que, depois, a força armada colombiana entrou para assegurar a zona e deixando a polícia colombiana encarregada do acampamento atacado, até a chegada do exército equatoriano.

A verdade dos fatos
As investigações que estão sendo realizadas por parte das autoridades equatorianas demonstram que nunca houve combate por parte do comando atacado das FARC. Excetuando três deles, que desempenhavam funções de vigilância, os 18 falecidos estavam dormindo com roupas interiores, ninguém do comando guerrilheiro teve ocasião de entrar em combate ou de se render. O armamento existente no acampamento estava empilhado, não tiveram ocasião sequer de chegar até seus fuzis e granadas, foram massacrados enquanto dormiam.

Os testemunhos dos colonos da zona, assim como os buracos encontrados sobre o piso de terra do acampamento, demonstram que foram lançadas quatro bombas desde aviões colombianos que voaram sobre território equatoriano. Segundo as investigações da inteligência militar, elas foram lançadas do sul do acampamento, o que quer dizer que os aviões haviam se adentrado mais de 10 quilômetros em território equatoriano quando procederam ao ataque.

Após o lançamento de bombas desde estes aviões, sobrevoaram vários helicópteros “Supertucanes”, pertencentes à força aérea colombiana. A partir deles prosseguiram atacando o acampamento das FARC em território equatoriano. Desses helicópteros desceram comandos especiais que deram o tiro de misericórdia nos guerrilheiros que estavam feridos no acampamento, segundo fica demonstrado pelas balas nos corpos de grande parte dos guerrilheiros, muitos deles amontoados em uma zona determinada do acampamento e assassinados pelas costas. Inclusive, as fotografias apresentadas pelo governo colombiano do cadáver do comandante Raúl Reyes, mostram como ele tem um disparo na parte esquerda de sua cara.

As informações provenientes da inteligência militar equatoriana, indicam que o espaço aéreo do Equador não foi violado apenas na madrugada do dia 1º de março, mas também na madrugada do dia 2, quando ocorre uma nova incursão de helicópteros com visores noturnos para retirar membros das forças armadas e da polícia colombiana que ainda estavam em território equatoriano.

A posição das árvores derrubadas durante o bombardeio, os múltiplos impactos de disparos nas árvores, além da posição dos cadáveres, demonstra que enquanto as FARC vigiavam o acampamento em sua posição norte, que era a que fazia fronteira com a Colômbia, a incursão aérea veio do sul, o que indica que a força aérea colombiana invadiu sem permissão, sem notificar e violando todo tipo de normativa internacional o espaço aéreo equatoriano. Os testemunhos dos moradores da zona, indicam que o ataque se prolongou desde aproximadamente a meia noite até as seis da manhã do dia 1º de março.

A precisão do ataque demonstra, também, a utilização de uma importante tecnologia militar, que também deixa aberta a possibilidade de participação dos Estados Unidos no massacre, pelo menos em tarefas de informação e localização do comando guerrilheiro.

Os testemunhos dos moradores falam da possibilidade de que os helicópteros colombianos tenham levado quatro cadáveres e não dois, os correspondentes a Raúl Reyes e Julián Conrado, como indicam as autoridades do país agressor. Por sua vez, o exército equatoriano não descarta a possibilidade de localizar mais algum cadáver na espessa zona selvática onde ocorreu a matança.

A reação do presidente Correa
Em um ato de soberania e dignidade, o governo da República do Equador retirou seu embaixador em Bogotá, expulsou o embaixador da Colômbia em Quito e mobilizou as tropas em direção à fronteira, ao mesmo tempo que solicitou reunião extraordinária da Assembléia Geral da OEA, da CAN e do MERCOSUL.

Rafael Correa chamou o presidente Uribe de mentiroso, denunciando que tinha sido notificado por ele, por volta das 8:30 horas, e que havia sido enganado por seu homólogo colombiano, que justificou a incursão em território equatoriano "pelo calor do combate".

Acusações da Colômbia
Que as FARC operam no Equador é uma denúncia que tem sido permanente a partir da chancelaria e da presidência da Colômbia, versão que foi agravada após a libertação, em 27 de fevereiro, de quatro ex-congressistas colombianos por parte das FARC. Um deles, Luis Eladio Pérez, declarou para Radio Caracol que no início do seu cativeiro esteve retido em território equatoriano, acrescentando que as FARC se abastecem com produtos provenientes do Equador, Brasil e Venezuela. “Eu dormi no Equador: com isso digo tudo. Usávamos botas de marca equatoriana, desodorantes e drogas brasileiras e sabonetes venezuelanos”, declara no dia seguinte à sua libertação Luís Eladio Pérez.

Por sua vez, o exército equatoriano, no transcurso do ano passado, descobriu vários acampamentos de provisões e descanso das FARC em território do Equador, sempre próximos à fronteira e em território muito difícil de controlar, devido à espessura e extensão desta zona da selva, que abrange ambos os países.

Antecedentes nas relações entre Equador e Colômbia
As relações entre o Equador e a Colômbia tinham se caracterizado, até agora, por um baixo nível de conflito, desde que assumiu a presidência do Equador o economista Rafael Correa Delgado, em 15 de janeiro do ano passado.

Esta realidade não foi sempre assim, com a ocorrência de situações muito tensas durante governos anteriores ao de Correa. Assim, no ano 2005 houve um conjunto de situações que questionaram a soberania do Equador. Em julho desse ano, durante o mandato de Alfredo Palacios, Parra Gil, então chanceler do Equador, após uma reunião com Carolina Barco, na época chanceler da Colômbia, questionou as fumigações das plantações de coca ordenadas desde Bogotá na linha fronteiriça comum. Apesar desse questionamento, e sem obter resposta positiva da Colômbia, o Equador votou a favor do colombiano Luís Moreno como presidente do BID, atendendo solicitação do governo colombiano e dos Estados Unidos. Luís Moreno havia sido embaixador da Colômbia em Washington e foi questionado por participar da gestação do Plano Colômbia.

Outro fato que evidenciou uma postura de ambigüidade na relação histórica do Equador com a Colômbia ocorre quando, no dia 31 de julho de 2005, um repórter equatoriano denuncia que “…o exército do Equador se uniu à operação contra as frentes 21, 13 e 48 das FARC, que estariam escoltando o guerrilheiro Raúl Reyes e que mantêm bloqueado o departamento de Putumayo”. Esta informação foi confirmada pelo Major General equatoriano Reinaldo Castellanos Trujillos.

Contudo, a violação mais grave realizada pelo anterior governo de Alfredo Palacios com respeito à histórica neutralidade do Equador diante do conflito armado no país irmão ocorreu quando, nesse mesmo ano, uma operação coordenada de inteligência das polícias do Equador e da Colômbia localizam e capturam em Quito supostos guerrilheiros das FARC que estavam internados em uma clínica. Essa coordenação existe e o fato mais significativo desta realidade acontece quando, durante a presidência de Lucio Gutiérrez, no ano 2004, uma operação conjunta entre forças de ordem colombianas, equatorianas e norte-americanas, permitiu a captura em Quito de Ricardo Palmero, mais conhecido como Simón Trinidad, agora processado e preso, com uma condenação de 60 anos, nos Estados Unidos, graças à extradição facilitada pelo governo de Uribe.

Crise regional
A pretensão de Álvaro Uribe de aplicar na luta contra o que define como “terrorismo” a mesma estratégia utilizada por Israel em seu combate contra o mundo árabe, pode ter repercussões imprevisíveis no continente latino-americano.

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, comandante Hugo Chávez, perante a possibilidade de que o governo da Colômbia faça incursões e viole a soberania da Venezuela, tal e como fez com o Equador, ordenou o fechamento definitivo de sua embaixada em Bogotá, além de reforçar a presença militar em toda a zona fronteiriça com a Colômbia. Para as próximas horas se espera a expulsão do embaixador colombiano em Caracas.

“Senhor ministro de Defesa, mobilize 10 batalhões em direção à fronteira com a Colômbia imediatamente. Batalhões de tanques. A aviação militar que se mobilize. Nós não queremos guerra, mas não vamos permitir ao império norte-americano, que é o amo, nem ao seu cachorro, o presidente Uribe e a oligarquia colombiana, que venham nos dividir, que venham nos debilitar, não vamos permitir”, ordenou o mandatário venezuelano.

Chávez ofereceu todo o respaldo necessário, em seu conflito diplomático com a Colômbia, ao Equador, indicando: “Ponho a Venezuela em alerta e vamos apoiar o Equador em qualquer circunstância”.

Por sua vez, o presidente Correa entrou em contato, durante o domingo 2 de março, com uma dezena de países com a finalidade de conseguir apoio e informá-los da gravidade dos fatos ocorridos na incursão e massacre colombiana em território do Equador.

A resposta do executivo colombiano não se fez esperar, e na própria noite do dia de março, o diretor da Polícia, general Óscar Naranjo, revelou documentos preliminares por meio dos quais se pretende demostrar que Raúl Reyes mantinha contatos com o Ministro Coordenador de Defesa Interna e Externa do Equador, Gustavo Larrea. Estes documentos supostamente foram encontrados em três computadores encontrados pelo exército colombiano no acampamento onde Reyes foi assassinado.

Os objetivos de Uribe
Apesar de que as FARC tornaram público um comunicado em que indicam que o assassinato de Raúl Reyes não vai afetar as negociações pelo acordo humanitário, a verdade é que os objetivos do presidente Uribe são claros: bloquear o processo de entrega de reféns de tal maneira que fique bloqueada a possibilidade de libertação, por parte das FARC, de Ingrid Betancourt.

Se bem a vontade do executivo colombiano de que Betancourt não retorne viva é uma realidade dificilmente questionável, a verdade é que as declarações dos quatro ex-congressistas libertados no passado dia 27 de fevereiro, nas quais indicaram o desejo da seqüestrada de apresentar-se nas eleições presidenciais da Colômbia com um programa de paz para esse país, deixaram Uribe muito nervoso.

Paralelamente a isto, a intervenção colombiana no Equador pretende claramente transformar o país vizinho em uma espécie de Camboja, com respeito ao conflito militar colombiano.

O fim do acordo subscrito por 10 anos entre os governos do Equador e dos Estados Unidos para a utilização por parte das forças armadas norte-americanas da base de Manta, que deve expirar no fim deste ano e sobre o qual o presidente Correa já se posicionou, expressando sua decisão de não renová-lo, também é um elemento a ser levado em consideração na escalada da crise diplomática na área andina.

A base de Manta é uma ferramenta fundamental dentro da estrutura e estratégia do Plano Colômbia e mesmo que o governo norte-americano não tenha feito declarações objetivas sobre sua saída da base no final de 2008, é evidente que faz parte de sua agenda de preocupações com respeito à nova política desenvolvida no Equador a partir da chegada ao poder da chamada “Revolução Cidadã”.

Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores

Entenda o que está por trás de Colômbia x Equador






Texto do
jornalista Cláudio Tognolli:



Entenda o que está por trás da invasão do Equador pelo exército colombiano, liderado pelos norte-americanos e o serviço secreto de Israel o Mossad, que matou mais de vinte pessoas entre elas o porta-voz das Farc que negociava a libertação de reféns.

1 - Não é a primeira vez que O governo colombiano entra em conflito com as Farc.

2 - Não é a primeira vez que UM governo colombiano entra em conflito com as Farc.

3 - Não é a primeira vez que as Farc entram em território do Equador, Brasil e Venezuela para se proteger e/ou abastecer, sem o conhecimento e o consentimento de seus respectivos governos.

4 - MAS É a primeira vez que o governo colombiano invade território estrangeiro para eliminar tropas das Farc.

5 - Por que agora? Qual a urgência? Por que justamente o líder das Farc mais favorável ao diálogo e aquele que dialogava com a França e com Chávez para a libertação dos reféns?

6 - Até agora, quem mentiu foi o governo colombiano. Disse que havia entrado no Equador em perseguição a uma coluna das Farc em fuga e reagido a tiros daquela. O que se viu no sítio foram sinais de execução de guerrilheiros que dormiam (todos estavam usando pijamas) e foram surpreendidos por tropas bem equipadas, inclusive por ataque aéreo, e treinadas para tal. ....

7 - A operação foi ato pensado e refletido e com retaguarda política de peso. Não havia justificativa para este extremo. As Farc de longe não têm poder para desafiar o governo. O governo não fazia operação para libertar reféns ou ganhar território. Era para eliminar liderança.

8 - Uribe vinha sendo seguidamente colocado contra a parede com as negociações entre Chávez, as Farc e o governo francês. Tinha que engolir o que não queria fazer. Encontrou um meio de acabar com isto em alto estilo. E os EUA? Mantêm Uribe sob proteção.

9 - Além de acabar com sua principal fonte de preocupação ultimamente, as conversações entre as Farc e Chávez, Uribe consegue unir o país em torno de si em momento de crise e retoma sua principal plataforma política, que é a solução militar contra as Farc.

10 - De quebra, pode eliminar também uma futura concorrente política, Ingrid betancourt, que poderia ser libertada e lhe fazer frente, com legitimidade para apresentar-se capaz de bancar um acordo político com as Farc, anulando a principal plataforma de campanha de Uribe.

11 - Os EUA têm na Colômbia de Uribe seu único porto seguro na América do Sul. Ver o aliado enfraquecido não é bom. Um acordo de paz com as Farc também não é bom. Retira dos EUA sua desculpa para permanecer na Colômbia...

12 - A crise política entre as nações é uma mão na roda para os EUA. Provoca instabilidade, torna Uribe ainda mais dependente dos americanos e é desculpa para reforçar sua presença no continente.

13 - O alvo principal dos americanos é a Venezuela. Os americanos não dão a mínima para a coca da Colômbia. Dependendo do desenrolar da crise, os americanos podem achar o que procuravam há muito para eliminar Chávez.

14 - Cabe ao governo brasileiro diagnosticar bem a situação e posicionar-se como mediador e tentar anular o passo americano. É uma grande oportunidade de exercer liderança. Nada de declarações apressadas. O momento é de conversa de bastidor...

Veja abaixo um trecho de texto de uma matéria da conceituada revista norte-americana Newsweek onde fala sobre um relatório da inteligência do Departamento de Defesa dos USA que diz que o Uribe, presidente da Colômbia, tinha e tem envolvimento com os narcotraficantes...continua...

As mídias do Brasil tentam fazer a gente aceitar que as Farc é que são ligadas aos traficantes da Colômbia. (quem for alienado que acredite)


"Da lista negra para uma lista

Uma vez julgado como mau garoto, Uribe é agora um aliado superior.

por Joseph Contreras e Steven Ambrus | Newsweek

Edição de 9 de agosto de 2004

Um relatório da inteligência do Departamento de Defesa, datado setembro 1991, que era secreto, mas foi liberado para o público, indica quem é quem no comércio da cocaína da Colômbia.

A lista inclui o mestre do cartel de Medellin, Pablo Escobar, e mais de outros 100 entre assassinos, traficantes e advogados contratados pelo tráfico. No documento na página 82 diz: "Alvaro Uribe Vélez -- um político e senador colombiano se dedicou à colaboração com o cartel de Medellin em níveis elevados do governo.

Uribe foi ligado a um negócio envolvido em atividades do narcotráfico nos Estados Unidos.…. Uribe trabalhou para o cartel de Medellin e é um amigo pessoal próximo de Pablo Escobar Gaviria. "Escobar morreu em uma invasão pela polícia em 1993 . Dois anos atrás nesta semana, Uribe se tornou presidente da Colômbia...

Washington o ama. (The list was obtained by the National Security Archive, an independent U.S. research group.) (…)"

Os USA estão pouco se lixando para o narcotráfico e para as Farc. O objetivo deles é matar o Chávez para botar as mãos no petróleo venezuelano. As reservas de petróleo dos USA só duram por mais 8 anos.

Os jornais O Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, revista Veja, TV Band, TV Globo, SBT rádio CBN, apóiam a invasão colombiana.

Quase todas essas mídias que citei acima trazem hoje como manchete o " suposto" e inverossímil envio para as Farc pelo Chávez de U$ 300 milhões de dólares, (INVENCIONICE) TUDO NÃO PASSA DE uma tentativa de desviar o foco dos leitores da questão principal que é a invasão de um país por outro o que é gravíssimo.

Tudo o que está escrito aqui, legitima tudo o que o Chávez vem fazendo para proteger a Venezuela, seu povo, se proteger e proteger a América do Sul dos USA...
http://www.newsweek.com/id/54793

Pergunto:
Se a Venezuela não tivesse petróleo será que os USA estariam de briga com o Chávez? NÃO.

Será que se o Afeganistão, Iraque e Irã não tivessem jazidas de petróleo e gás os USA, mesmo assim, teriam arrumado encrenca com esses países? NÃO.

A Arábia Saudita, que tem a maior jazida de petróleo fino do mundo e que é um dos aliados dos USA, e que é uma ditadura deveria também ser invadida pelos USA? Pela lógica acima = SIM.

Ultimamente os USA têm se relacionado como aliado ou inimigo de países que têm jazidas de petróleo e gás? Como aliado, lógico. Será coincidência?

Será que os interesses dos USA são os mesmos da Colômbia e da América do Sul?

Vejam abaixo, trecho do livro da biografia não autorizada do Uribe, feita pelo mesmo jornalista da Newsweek da matéria acima:

Uribe, o narcotraficante

O pai de Álvaro Uribe Velez, Alberto Uribe Sierra, foi narcotraficante detido com o objectivo de o extraditar para os Estados Unidos em 1982 mas, graças às manipulações de Álvaro Uribe filho, foi posto em liberdade, sendo depois, como o declara o mesmo Álvaro Uribe, morto pelas FARC-EP, assim o dizem, pelas suas acções narcoparamilitares.

O jornalista Joseph Contreras, no seu livro "O Senhor das Sombras", "Biografia de Álvaro Uribe", disse que é bem conhecido que o helicóptero que trasladou o cadáver de Alberto Uribe, pai do actual Presidente da oligarquia colombiana, da herdade familiar até Medellin era um aparelho que do Cartel de Medellin, de Pedro Escobar", especificamente.

Ao enterro do fazendeiro, segundo o jornalista Fábio Castillo, assistiu o então Presidente da Republica, Belisário Betancourt Cuartas e uma boa parte da nata da sociedade antioquenha, no meio de velados protestos dos que conheciam os vínculos de Uribe Sierra com a cocaína.

Algum tempo depois o helicóptero Huges 500 de matrícula colombiana HK2704X, propriedade da família de Álvaro Uribe, foi encontrado no maior laboratório de cocaína descoberto na Colômbia, chamado "Traquilandia". Ao ser interrogado sobre o assunto, Uribe, visivelmente acabrunhado, respondeu com a desculpa infantil, que tinham perdido o aparelhito e que se tinham esquecido de participar o desaparecimento.

O mais espantoso (e perigoso) para nós brasileiros é ver grande parte da mídia (GLOBO - SBT - BAND - ESTADÃO - VEJA - FOLHA) apoiarem essa invasão. Prova de que essas "organizações midiáticas" estão atreladas de forma "UNDERSECRET" ao Governo dos Estados Unidos.

Se quiser mais informação deste "narcotraficante e pelego do governo do Her Bush" leia a biografia não autorizada com 260 páginas, que é o resultado do trabalho de investigação de Joseph Contreras, correspondente da revista. Newsweek. Clicando

http://canal100.blogspot.com/2008/01/uribe-o-narcotraficante.html


quarta-feira, 5 de março de 2008

Evento: Ato- Reunião - conflito Colômbia X FARC-EP X Equador














Ato-Reunião:

Sobre ataque criminoso por parte da Colômbia contra as FARC-EP. Na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do RS, 3º andar, às 18:00 do dia 06/03.

Honra e Glória eterna ao comandante Raúl Reyes!


















  • O comandante Joaquín Gómez substitui Raúl Reyes no seu posto no Secretariado

    por FARC-EP




    1- Informamos o povo colombiano e a opinião pública internacional que morreu o comandante Raúl Reyes, revolucionário integral e exemplar, que deu toda a sua vida à causa dos explorados, da libertação nacional e da Pátria Grande com que sonhou Bolívar. Rendemos honra a ele a aos outros 15 guerrilheiros caídos ao seu lado.

    2- O comandante caiu cumprindo a missão de concretizar, através do Presidente Chávez, uma entrevista com o presidente Sarkozy, onde se avançasse na busca de soluções para a situação de Ingrid Betancour e para o objectivo do intercâmbio humanitário.

    3- A aleivosia do ataque, a perversidade e o cinismo mentiroso de Álvaro Uribe para deformar as circunstâncias da morte do comandante Raúl Reyes não só tensionaram perigosamente as relações deste governo com as repúblicas irmãs como golpearam com gravidade as possibilidades do intercâmbio Humanitário e anularam a saída política para o conflito com este regime paramilitarizado e pró-ianque.

    4- Aos presidentes Hugo Chávez, Nicolás Sarkozy, Rafael Correa, Daniel Ortega, Cristina Fernández, Evo Morales e a todos os governos amigos da paz, aos familiares dos prisioneiros e a essa imensa maioria que apoia o intercâmbio Humanitário alentamos a continuar a lutar pela evacuação de Florida e Pradera.

    5- A causa da paz cimentada na justiça social pela qual o comandante Raúl Reyes ofereceu a sua vida continua a ondear no mais alto das montanhas da Colômbia, na Plataforma Bolivariana, no Plano Estratégico das FARC e na vontade inquebrantável de luta dos guerrilheiros e do povo em todo o país. A Raúl recordaremos sempre com profundo carinho, destacando-se nele a firmeza revolucionária, sua perseverança, seu empenho e eficácia para dar a conhecer perante a comunidade internacional a realidade das FARC como exército Revolucionário e sua inteireza para dinamizar a estratégia bolivariana de unidade continental.

    6- Informamos que a partir desta data o comandante Joaquín Gómez ingressa como membro pleno do Secretariado do Estado Maior Central.

    Honra e Glória ao comandante Raúl Reyes.

    Pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo: Nem um passo atrás!

    Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

    Montanhas da Colômbia, 2 de Março de 2008

    O original encontra-se em http://www.resumenlatinoamericano.org , Nº 1001.

    Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ .

    05/Mar/08

    terça-feira, 4 de março de 2008

    A última entrevista do Comandante Raúl Reyes

    por Aníbal Garzón & Ingrid Storgen [*]




    O Comandante Raúl Reyes tombou no dia 1 de Março de 2008, juntamente com 17 guerilheiros das FARC-EP. Caíram vítimas do bombardeamento da Força Aérea Colombiana que destruiu o seu acampamento, ao Sul do Rio Putumayo. Esta ação confirma a criminalidade do governo fascista de Uribe, que tudo faz para sabotar saídas pacíficas para a situação colombiana. Ao recusar todas as gestões para a troca de prisioneiros de guerra e apostar tudo na solução militar o governo uribista põe em risco a vida dos prisioneiros e agrava a situação. O humanismo das FARC demonstrou-se no facto de – para libertarem prisioneiros e cumprirem a promessa feita ao Presidente Chávez – se terem arriscado a que os seus acampamentos fossem localizados através da espionagem electrónica das suas comunicações e dos satélites-sensores do imperialismo. Este risco foi excessivo, como agora se viu.
    A entrevista que se segue foi a última concedida pelo Cmte. Raúl Reyes, na ante-véspera da sua queda em combate. Resistir.info presta homenagem a esta grande figura histórica de dimensão internacional.

    Raul Reyes durante uma visita à Europa. Aníbal Garzón e Ingrid Storgen: Quando se pôs em andamento a famosa "Operação Emmanuel" acabou por ser preciso atrasá-la devido a operações militares estatais realizada próximo do lugar onde iam ser feitas as libertações. Que objectivo acreditam as FARC que poderia existir por trás da táctica militarista de Uribe ao realizar tais actividades em pleno lugar da operação (no Departamento de Meta) ponde em perigo a vida dos reféns?


    Raúl Reyes: Por trás da táctica militarista de Uribe de impedir a libertação destes prisioneiros, sãos e salvos, está a absoluta recusa deste governo à troca e às saídas concertadas. Em nada lhe importa por em grave risco a vida dos prisioneiros. Finalmente, são mais de cinco anos sem que este governo se tenha interessado em facilitar a libertação desta gente. A assinatura do acordo humanitário requer a evacuação (despeje) dos municípios de Pradera e Florida, garantia negada pelo presidente Uribe e sem a qual as FARC não aceitam entrevistas com funcionários do governo actual em nenhum lugar.

    A.G e I.S: Que mudança produziria nas FARC, e no contexto colombiano em geral, se se cumprisse a proposta de Chávez de conceder o status de actor beligente num conflito armado nacional e de repercussão internacional.

    R.R: O reconhecimento de beligerância proposto pelo Presidente Hugo Chávez exprime o conhecimento cabal do conflito interno colombiano. Cuja solução definitória requer saídas políticas e reconhecer a existência de dois exército enfrentados por interesses políticos, sociais e económicos muito diferentes. O exército oficial, apoiado no paramilitarismo de Estado, e do outro lado o exército formado pelas guerrilhas revolucionárias das FARC e do ELN. A troca, ou intercâmbio de prisioneiros, será feita entre o governo e as FARC. Um dos entraves interpostos pelo governo colombiano para firmar acordos com a insurgência revolucionária é negar a sua existência histórica na vida política da Colômbia. Obstina-se em fechar os olhos perante uma realidade que o presidente Chávez, sim, observa com critério bolivariano e com o seu empenho generoso de trazer a paz aos colombianos. Em lugar algum do mundo é possível conseguir a reconciliação e a paz entre os contendores sem reconhecer a existência do adversário político.

    A.G e I.S: Que opinião tem quanto ao movimento havido, a nível nacional e com internacionais, no passado 4 de Fevereiro de recusa às FARC. Que comparação se pode fazer a resposta a esse movimento anunciada para 6 de Março (Movimento Vítimas de Crimes de Estado)?

    R.R.: A marcha de 4 de Fevereiro último foi organizada, promovida e financiada pelo governo de Álvaro Uribe. Ela contou com a contribuição dos meios de comunicação, os paramilitares conclamaram a dela participar. Os funcionários e empregados oficiais estatais foram forçados a vincular-se à mesma. As embaixadas e os consulados receberam instruções do Ministério dos Negócios Estrangeiros para participar na marcha e solicitar aos seus amigos apoios em cada país. É a marcha do governo da para-política contra a troca ou intercâmbio de prisioneiros e contra a busca da paz. Com o propósito de gerar ambiente nacional e internacional para promover a segunda reeleição de Álvaro Uribe.

    A.G e I.S.: Foi divulgado que as FARC vão elaborar uma nova libertação de três ou quatro presos políticos[1]. Que objectivo se procura com isso, tanto a nível nacional como internacional? Acredita-se que haverá alguma resposta de Uribe?

    R.R.: A libertação dos ex-congressistas Luis Eladio Pérez, Gloria Polanco, Orlando Beltrán e Jorge Eduardo Gechen Turbay e anteriormente de Consuelo González e de Clara Rojas é o resultado da persistência humanitária e da sincera preocupação pela paz na Colômbia do Presidente Hugo Chávez e da Senadora Piedade Córdoba. Também é a mais contundente manifestação da vontade troca das FARC, a qual exige a evacuação militar de Pradera e Florida por 45 dias, com presença guerrilheira e comunidade internacional como garantes, para pactuar com o governo nesse espaço a libertação dos guerrilheiros e dos prisioneiros de guerra em poder das FARC.

    Internacionalismo

    A.G e I.S: Quanto a uma visão mais internacionalista, a queda da URSS afectou negativamente o comunismo internacional. Acreditam as FARC que a retirada de Fidel como presidente do governo cubano afectará o socialismo cubano e em consequência o auge dos movimentos sociais latino-americanos e os governos de esquerda?

    R.R.: A inesperada queda da URSS afectou negativamente boa parte dos Partidos Comunistas e sobretudo a construção socialista nos países da Europa teve um sério e longo retrocesso. O derrube do socialismo russo mostrou, sem lugar a equívocos, grandes falências ideológicas, políticas e estruturais desse modelo. Ao mesmo tempo que debilitou os partidos, também produziu no seu interior a depuração dos elementos farsantes e traidores que regressaram ao sistema capitalista sem vergonha alguma. Os Partidos e os seus militares de convicções sólidas mantiveram-se fieis ao acervo dos clássicos do Marxismo-Leninismo. Sem se deixarem confundir pela tormenta do capitalismo, que proclamava o fim socialismo, manteve-se Cuba, conduzida pelo seu Partido e o Comandante em Chefe dessa revolução triunfante. As FARC, representadas pelo Comandante Jacobo Arenas (falecido em Outubro de 1990) exprimiram com contundência a traição cozinhada na Rússia por Gorbachov após a enteléquia da perestroika e da glasnot. Dissemos naquela época, com a queda do muro de Berlim e do Socialismo, nem a fome, nem a pobreza, nem a miséria desapareceram entre os pobres, por isso a luta pela libertação dos povos e a construção socialista conserva plena vigência...

    Hoje, tal como nesses temos, confirmamos mais uma vez que a opção da humanidade é o socialismo.

    O Comandante Fidel Castro continua a iluminar, com luz própria e experimentada, a edificação do socialismo. O partido, seu povo e o novo chefe de Estado e de Governo de Cuba, avançam sem cessar pelo caminho traçado por Fidel e seus heróicos camaradas de luta.

    História e conflito com o ELN

    A.G e I.S: Há vários anos iniciaram-se diversos enfrentamentos entre o ELN e as FARC, em departamentos como Arauca, Nariño, Valle del Cauca e Cauca. Como sucedeu isso? Que repercussão teve quanto ao conflito contra o Estado uribista? E que solução vê as FARC?

    R.R.: Na realidade, nada justifica os enfrentamentos armados entre o ELN e as FARC, por se tratarem de duas organizações revolucionárias comprometidas com a criação das premissas da luta pela conquista do poder político a fim de dar início à construção da sociedade livre de exploradores e sem explorados. Explicar os factores históricos de confrontação entre as duas forças é sumamente complicado neste espaço e de modo algum considero prudente atribuir toda a responsabilidade a uma das partes. No meu entender existe alguma culpa de parte a parte. O mais importante por agora é parar a confrontação entre revolucionários, assumindo em ambos os lados o compromisso de localizar os elementos infiltrados que alimentam o cizânia, a desqualificação, a falta de respeito a combatentes e massas, além de propalar rumores para aumentar hostilidades ou criá-las onde não existem. Estamos em vias de efectuar uma entrevista entre as duas chefias, para por fim a esta situação e fortalecer a unidade de acção, tendo em vista consolidar a luta contra o imperialismo e a oligarquia, pela nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo.

    A.G e I.S: Em Setembro de 1987 criou-se a Coordenadora Guerrilheira Simón Bolívar, uma coligação entre diferentes grupos insurgentes (ELN, FARC, M-19, EPL, Frente Quintín Lame, MIR, PRT). Na actualidade, as FARC acreditam que seria positivo e possível realizar a re-criação da Coordenadora para unir o projecto revolucionário contra o governo de Uribe?

    R.R.: A unidade da esquerda revolucionária, onde estão as guerrihas do EPL, ELN e das FARC, é uma necessidade de ordem estratégica. O nome de Coodenadora Guerrilheira Simón Bolívar insere-se exactamente dentro da nossa covicção bolivariana. Entretanto, o mais importante é superar a forma fatal de solucionar as diferenças.

    A.G e I.S: As FARC fundaram-se como auto-defesas camponesas, mais tarde o seu objectivo foi a conquista do poder estatal para fazer a revolução socialista. Actualmente a táctica-estratégia parlamentar foi a mais utilizada na esquerda latino-americana desde a vitória de Hugo Chávez em 1999. Diante disto, as FARC continuam a defender a possibilidade de chegar ao poder mediante a luta armada-ataque ou só utilizam esta táctica como defesa da repressão, com possibilidade de futuras reformas de esquerda com um governo mais social-democrata?

    R.R.: As FARC são uma organização político-militar que aplica a combinação de todas as formas de luta revolucionária para a conquista do poder. Coerente com esta definição de princípio, não subestimam a via eleitoral mediante uma grande coligação de forças anti-imperialistas bolivarianas, progressistas, revolucionárias, que mediante um programa de governo garanta a superação da crise, comprometa-se com a troca de prisioneiros e as saídas políticas para o conflito interno dos colombianos. Esta ideia está explícita na nossa Plataforma Bolivariana e no Manifesto firmado pelo nosso Secretariado, para um novo governo que garanta a paz com democracia e justiça social.

    A.G e I.S: Nos anos 80, após as negociações de paz com Belisario Betancourt, fundou-se a União Patriótica como referente político da esquerda e a possibilidade de uma futura negociação de paz. Com a alta repressão e os milhares de assassinatos sofridos nas fileiras da UP, será que as FARC repensam a possibilidade de voltar a realizar a mesma estratégia como processo de paz?

    R.R.: O genocídio a cargo do terrorismo de Estado contra a União Patriótica e parte considerável do Partido Comunista Colombiano demonstrou perante o mundo a intolerância e a criminalidade da classe governante do meu país, que além disso empurra os revolucionários a engrossarem as fileiras guerrilheiras para salvarem as suas vidas e manterem a luta política com as armas na mão. A UP foi liquidada a tiros pelos inimigos das saídas políticas. Facto que obriga a privilegiar o trabalho clandestino, como o Partido Comunista Clandestino e o Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia, cuja militância para subsistir e crescer mantém-se na clandestinidade.

    Regionalismo revolucionário latino-americano

    A.G e I.S: Como vêm a situação da América Latina, a partir da onda de governos progressistas na região, juntamente com outros directamente revolucionários?

    R.R.: Observa-se na América Latina uma viragem positivo para a esquerda revolucionária com a liderança de governos anti-imperialistas, progressistas, independentes, bolivarianos, a caminho do socialismo, com o compromisso de cumprir o mandato do Libertador de proporcionar a maior soma de felicidade possível aos seus povos. A Colômbia não será a excepção. Como bolivarianos, em meio à confrontação com governo da ultra-direita fascista e paramilitar, vamos pelo mesmo caminho sem que ninguém nem nada o impeça.

    A.G e I.S: Qual é o papel que deve cumprir a solidariedade internacionalista como muro de contenção frente à terrível problemática que vivem os povos da América Latina, os colapsos financeiros e as guerras, em momentos nos quais o império agrava os planos de desestabilização e a conhecida estratégia da CIDA e do Estado de Israel como factores de extrema periculosidade?

    R.R.: O caminho está no fortalecimento da unidade anti-imperialista, progressista e da esquerda revolucionária com a finalidade de unir esforços, aprender com as experiências de cada lugar, para cerrar fileiras contra os sinistros planos dos impérios e das oligarquias crioulas, empenhadas em perpetuar-se no poder à custa da destruição das organizações e projectos políticos contrários às suas políticas de exploração, espoliação, enriquecimento ilícito, narcotráfico, corrupção, opressão, pobreza e miséria, vertidas sobre os povos do continente. Impõe-se incrementar o internacionalismo, como expressão de solidariedade de classe.

    Muito obrigado,
    Raúl Reyes

    Montanhas da Colômbia, 28 de Fevereiro de 2008

    [*] Colaboradores do sítio web Kaos en la Red .

    O original encontra-se em kaosenlared.net e em http://www.resumenlatinoamericano.org , nº 993


    Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .

    01/Mar/08

    segunda-feira, 3 de março de 2008

    Morte de Raúl Reyes não é boa notícia, diz ministro francês






    "Não é uma boa notícia que Reyes, o homem com o qual falávamos e tínhamos contatos tenha sido morto", afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner. Governos da França e da Venezuela vinham negociando libertação de Ingrid Betancourt.
    O assassinato de Raúl Reyes, um dos principais comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), “não é uma boa notícia”, disse hoje o ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner. “Não é uma boa notícia que Reyes, o homem com o qual falávamos e tínhamos contatos tenha sido morto”, lamentou Kouchner. Ele defendeu que os esforços agora devem ser redobrados para a libertação dos reféns da guerrilha, em especial de Ingrid Betancourt.

    Reyes foi morto no sábado por militares colombianos em território equatoriano, fato que gerou uma grave crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela. Os governos de Quito e Caracas ordenaram o envio de tropas para a fronteira colombiana e denunciaram a invasão do território equatoriano pelas forças armadas colombianas.

    Em Havana, Fidel Castro também criticou a atitude do governo colombiano e alertou que as “trombetas da guerra” estão sendo ouvidas com força na América do Sul, responsabilizando o governos da Colômbia e dos EUA pelo aumento da tensão na região. “Nada é novo! Estava previsto”, disse Fidel em editorial publicado no jornal “Granma”. O presidente do Equador, Rafael Correa, deveria estar em Havana, nesta segunda-feira, para falar na abertura do “Encontro sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento”. Foi obrigado a cancelar a viagem em função da crise com a Colômbia.

    Em Caracas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que o governo Álvaro Uribe representa uma séria ameaça à paz na região. “Forças militares norte-americanas e colombianas invadiram o Equador, assassinaram e levaram alguns cadáveres, violando não sei quantas leis internacionais e as próprias leis da Colômbia”, acusou Chávez.

    O vice-presidente do Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), também condenou a postura do presidente colombiano Álvaro Uribe, afirmando que ela compromete a integração da América do Sul. “Quem invade o território de outros países e viola a sua soberania não é confiável para nenhum de seus vizinhos”, disse Dr. Rosinha. Para o parlamentar brasileiro, “esse tipo de postura compromete a integração sul-americana”.

    ”Esse ataque promovido pelo governo da Colômbia acontece num momento em que as Farc davam demonstrações concretas de diálogo e negociação. Além disso, está prevista para daqui a poucas semanas a reunião de cúpula da União Sul-Americana de Nações”, acrescentou." A reunião da Unasul está prevista para este mês de março, na cidade colombiana de Cartagena das Índias. A ação do governo colombiano pode inviabilizar a reunião.

    O SHOW TEM QUE CONTINUAR – ALMOCE COM SEU ALGOZ



    Laerte Braga

    Está marcada para março em Cartagena, na Colômbia, a Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasur). O presidente da Venezuela Hugo Chávez declarou que não vai participar de um show montado pelo “subimperialista mafioso” Álvaro Uribe depois dos acontecimentos de sábado, quando as forças armadas colombianas invadiram território equatoriano e assassinaram o chanceler das FARCs Raúl Reyes. Reyes estava participando de negociações para a libertação de prisioneiros de guerra, inclusive um equatoriano e a ex-senadora Ingrid Betancourt.

    Monitorado por satélites militares dos EUA, que passaram a posição de Reyes e seus 17 companheiros, os militares colombianos criaram um estado de guerra envolvendo o Equador e a Venezuela, dentro dos objetivos norte-americanos de derrubar governos hostis a seus interesses (Chávez principalmente) e arrastam países como o Brasil ao centro do conflito. Miram num alvo e acertam ao mesmo tempo em vários outros.

    Um estudo das Nações Unidas feito na década de 70 no século passado, alerta para os riscos de confrontos militares futuros na América do Sul por uma série de razões, todas elas ligadas a interesses das grandes potências (à época Estados Unidos e União Soviética). Esses confrontos visariam desde o controle da Amazônia (a maior parte está em território brasileiro), à posse do petróleo venezuelano e das reservas subterrâneas de água doce no Sul do Brasil, o Aquífero Guarani, o quinto maior do mundo.

    Os cinquenta anos de guerra civil na Colômbia e o fim da União Soviética trouxeram para o centro do palco a absoluta hegemonia dos Estados Unidos numa região que consideram quintal, a América Latina.

    A eleição de presidentes de esquerda e centro esquerda em países como o Brasil, o Uruguai, o Chile, a Bolívia e o Equador e independentes como Cristina Kirchner na Argentina, além da presença de Cuba transformaram a Colômbia em centro de operações dos EUA para neutralizar a crescente independência dos países da Região em relação a matriz.

    Álvaro Uribe foi eleito presidente da Colômbia com apoio ostensivo do narcotráfico e de grupos paramilitares (ligados aos traficantes), reeleito e ao contrário do seu antecessor Pastraña que procurou negociar a paz com as duas forças guerrilheiras que operam no país (controlam mais de 51% do território da Colômbia), intensificou as operações militares, os assassinatos de adversários políticos e líderes sindicais de oposição na chamada esfera institucional, criando um clima de terror e violência e propiciando a lenta e constante ocupação do seu país por forças militares norte-americanas.

    O presidente Bush, principal líder terrorista em ação no mundo, transformou a Colômbia em um dos centros das chamadas “operações sujas” (caso do Paquistão na Ásia e de Israel no Oriente Médio).

    O ataque terrorista feito em território do Equador e que matou Reyes foi planejado e decidido em Washington como forma de criar um clima de tensão que justifique outras operações maiores, intensifique as ações contra o governo Chávez (a convicção dos EUA é que derrubando Chávez interrompem o ciclo de vitórias eleitorais das esquerdas nesta parte do mundo).

    As declarações de figuras do governo da Colômbia que alguns computadores que estariam em poder dos guerrilheiros foram apreendidos e “comprovam” ligações do governo do Equador com a guerrilha, especificamente as FARCs, reproduzem um procedimento típico dos norte-americanos em outras situações análogas, a mais recente delas as tais armas químicas e biológicas e o arsenal nuclear que Saddam Hussein nunca teve, até porque, quando teve armas químicas e biológicas elas foram fornecidas pelos EUA para atacar o regime iraniano numa guerra insensata e que matou centenas de milhares de pessoas.

    Há todo um teatro armado pelos governos dos Estados Unidos e da Colômbia e nessa medida a declaração do presidente do Brasil que é “hora da diplomacia” joga uma ducha de água fria nos ímpetos provocativos do presidente Uribe, fac totum de Bush e soa como “hora de esvaziar uma crise provocada de forma deliberada” e assim evitar o pior.

    O Brasil é a peça mais importante nesse jogo estúpido e inconsequente de Uribe e Bush. Lula percebeu o alcance da manobra terrorista dos dois governantes.

    A história dos computadores apreendidos comprova dois fatos irrespondíveis pelo governo narcotraficante da Colômbia. O primeiro deles que tropas colombianas em terra invadiram o território do Equador, logo após o bombardeio aéreo do local onde estavam Reyes e seus companheiros, para não deixar provas e evitar que os corpos fossem recuperados pelo governo equatoriano e não pudessem vir a ser apresentados como troféu em Bogotá. A segunda é que milagrosamente tudo foi destruído menos os computadores.

    Uribe e Bush apressaram as práticas para forçar conflitos imediatos e criar condições de terror para a derrubada de Chávez, sabendo que a morte de Reyes é um duro golpe para a guerrilha, mas não muda a correlação de forças e nem diminui o poder de fogo desse exército rebelde, mesmo que todo o complexo de mídia a serviço do terrorismo, caso da GLOBO no Brasil, tente informar e criar a sensação que é assim, como desejam Washington e Bogotá.

    As negociações para a paz e a disposição manifesta das FARCs e do ELN, as forças insurgentes na Colômbia, contrariam os interesses dos grupos terroristas que governam o País e fazem do narcotráfico e da violência o principal instrumento de ação e contrariam muito mais quando a libertação de prisioneiros de guerra vem pelas mãos do presidente da Venezuela Hugo Chávez.

    O que complica para os terroristas da Casa Branca e de Bogotá é que governos europeus, o da França principalmente, estão pressionados pela opinião pública de seus países para dar apoio às negociações e obter a libertação de prisoneiros de guerra. A GLOBO não mostra, mas há uma constante mobilização de setores da sociedade francesa, passeatas e campanhas, a favor das conversações desenvolvidas por Chávez para libertar Ingrid Betancourt.

    E hoje o alto comando (Secretariado) das FARCs já distribuiu nota oficial afirmando que a ação criminosa do governo central da Colômbia não vai afetar a disposição nem de paz e nem de luta e que a vontade de negociar a troca de prisioneiros vai continuar com ações unilaterais da guerrilha.

    A movimentação de tropas do Equador e da Venezuela para suas respectivas fronteiras com a Colômbia é medida natural e necessária para garantir a soberania e a integridade de seus territórios diante do desvario terrorista de Uribe. Mesmo porque, seguindo suas tradicionais políticas de potência imperial e imperialista, o governo dos EUA tenta comprar generais e oficiais venezuelanos como fez com generais de Saddam e do Paquistão e em vários outros lugares, aqui mesmo, à época das ditaduras militares, com Pinochet, os generais argentinos e brasileiros, intervindo de forma descarada nesses países e impondo regimes à feição de seus interesses.

    Se houver um mínimo de bom senso e lucidez em qualquer análise os fatos recentes no Brasil mostram que essa política de intervenção se torna cada vez mais agressiva. A ocupação da Amazônia por seitas religiosas montadas pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), cumplicidade com empresários e latifundiários brasileiros alojados em partidos políticos, no Congresso e no Judiciário (tucanos e DEMocratas principalmente). O roubo de informações sigilosas da PETROBRAS sobre as novas descobertas que tornam o Brasil um grande produtor mundial de petróleo, no nivel dos maiores produtores.

    Toda uma série de falsas crises produzidas no epicentro das bases terroristas no Brasil (FIESP/DASLU/GLOBO/FOLHA DE SÃO PAULO/VEJA/PSDB) visando desestabilizar e enfraquecer o governo Lula, enfim, o que eles próprios procuram desacreditar com o rótulo de “teoria da conspiração”, mas que, curiosamente, os próprios norte-americanos, através de Hollywood provaram existir.

    A história das intervenções norte-americanas em vários países do mundo, das guerras provocadas sob falsos pretextos para justificar ocupação e saque de países, como agora no Iraque, se repete sem variações maiores, sem a preocupação de disfarçar, apenas de massacrar.

    Não é diferente agora.

    O criminólogo e psicólogo Nils Bejerot ajudou a Polícia de Estocolmo a resolver um assalto na capital sueca e cunhou ali a expressão “síndrome de Estocolmo”, que justifica a atração diante de condições de fragilidade de vítimas diante de algozes.

    A expressão inicialmente se aplicava a pessoas sequestradas e ao longo dos anos foi ganhando um conceito mais amplo e adotada por psiquiatras, psicólogos em todo o mundo. Desenvolve-se tanto nas vítimas de sequestros, como em cenários de guerra, em sobreviventes de campos de concentração, pessoas submetidas a pressões familiares e externas (de trabalho – relação patrão/empregado), crianças submetidas a maus tratos, violência (nas suas várias formas) doméstica e familiar.

    É parte do processo terrorista de criar e infundir o medo, o pânico e é isso que a mídia faz entre nós, nos países latino-americanos de um modo geral, vamos ficar por aqui. Tanto no aspecto coletivo como no individual. Um país inteiro fica acuado com as falsas informações deturpando a realidade, como um ser, uma pessoa, se deixa acuar pelo medo inexplicável de situações assim.

    Você tanto pode ser prisioneiro desse medo em relação a um pandemônio internacional de barbárie como esse criado pelo governo terrorista da Colômbia, como pode ser rotulada com os piores epítetos possíveis e depois ir almoçar com seu algoz, seu carrasco, supondo que um simples gesto de carinho ou afeto modifiquem a situação, impliquem em sobreviver na triste realidade que lhe domina a partir do medo.

    É o que fazem, além de assassinar adversários que contrariam seus interesses. Tanto apresentam Raúl Reyes como “terrorista”, ou matam e massacram palestinos indefesos, como transformam você em robô no terror do medo criado e implantado entre o estalar do chicote e a suposta bondade em luzes natalinas e cristãs.

    Aí você começa a acreditar que Chávez é o demônio e o patrão ou chefe ao seu lado é o anjo. Não percebe que é apenas uma bola de jogo de sinuca aterrorizada no medo que não explica e nem justifica, só medo, de uma realidade que só existe porque é aceita.

    Não dá para disfarçar. Uribe e Bush são terroristas no sentido lato e absoluto da palavra. O cara ao seu lado é apenas o seu algoz que acha que você é um ser objeto que pode ser manipulado ao bel prazer dele e faz assim.

    A GLOBO e a grande mídia fazem isso e aplicam a fórmula ao que Bonner chamou de “Homer Simpson”.

    Há quem faça e quem deixe fazer.

    A hora é de luta. É de luta pela sobrevivência do mínimo de dignidade do ser e de nações inteiras ameçadas pela violência de um mundo irreal que transformam em real.

    Um desafio. Veja os links abaixo e perceba que para gente como Bush, Uribe, os governantes de Israel eu, você, nossos filhos, todos somos apenas as vítimas desse terrorismo glamourizado por redes de tevê como a GLOBO, jornais como a FOLHA e revistas que dão a fórmula para se ter a bunda das cariocas ou o corpo malhado e atraente dos grandes conquistadores.

    Vendem o modelo terrorista que nos transforma em objetos a serem encaçapados nas sedes suntuosas das arapucas onde o medo faz do ser um nada. Ou como no Japão – “robôs, do imaginário a realidade.”

    Muitos dos vídeos foram feitos por amadores que presenciaram os fatos e estão todos disponíveis no Youtube.

    É de fato quem faz e quem deixa.

    http://www.youtube.com/watch?v=u8qAbgPCfak&eurl=http://www.orkut.com/FavoriteVideos.aspx?uid=14353373109359112601

    http://www.youtube.com/watch?v=rNC9dDCY5Pw&eurl=http://www.orkut.com/FavoriteVideos.aspx?uid=14353373109359112601

    Imagine by George Bush

    http://video.google.com/videoplay?docid=-1269299404143213531

    Torture - Many months after Saddam Hussein's government was toppled and its torture chambers unlocked, Iraqis are again being routinely beaten, hung by their wrists and shocked with electrical wires. This is why Iraqis hate US!!!
    Esta sequencia de videos 9 os 5 abaixos) busquei no Orkut do amigo parceiro Euryale Galvão. Imperdiveis

    Por que Zurdo?

    O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


    Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
    E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
    Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

    Vos abraço com todo o fervor revolucionário

    Raoul José Pinto



    ZZ - ESTUDAR SEMPRE

    • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
    • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
    • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
    • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
    • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
    • As armas de ontem, por Max Marambio,
    • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
    • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
    • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
    • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
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    • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
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    • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
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    • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
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    • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
    • Um homem, um povo - Marta Harnecker

    zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

    • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
    • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
    • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
    • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
    • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
    • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
    • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
    • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
    • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
    • Antígona, de Sófocles
    • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
    • As três fontes - V. I. Lenin
    • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
    • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
    • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
    • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
    • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
    • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
    • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
    • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
    • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
    • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
    • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
    • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
    • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
    • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
    • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
    • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
    • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
    • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
    • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
    • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
    • Orestéia, de Ésquilo
    • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
    • Que Fazer? - Lênin
    • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
    • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
    • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
    • Revolução Russa - L. Trotsky
    • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
    • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
    • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

    ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

    • 1984 - George Orwell
    • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
    • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
    • A hora da estrela - Clarice Lispector
    • A Leste do Éden - John Steinbeck,
    • A Mãe, MÁXIMO GORKI
    • A Peste - Albert Camus
    • A Revolução do Bichos - George Orwell
    • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
    • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
    • Aleph - Jorge Luis Borges
    • As cartas do Pe. Antônio Veira
    • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
    • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
    • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
    • Contos - Jack London
    • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
    • Desonra, de John Maxwell Coetzee
    • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
    • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
    • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
    • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
    • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
    • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
    • Ficções - Jorge Luis Borges
    • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
    • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
    • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
    • O Alienista - Machado de Assis
    • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
    • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
    • O Estrangeiro - Albert Camus
    • O homem revoltado - Albert Camus
    • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
    • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
    • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
    • O mito de Sísifo, de Albert Camus
    • O Nome da Rosa - Umberto Eco
    • O Processo - Franz Kafka
    • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
    • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
    • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
    • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
    • Oliver Twist, de Charles Dickens
    • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
    • Os Miseravéis - Victor Hugo
    • Os Prêmios – Júlio Cortazar
    • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
    • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
    • São Bernardo - Graciliano Ramos
    • Vidas secas - Graciliano Ramos
    • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

    ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

    • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
    • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
    • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
    • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
    • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
    • O Diário do Che na Bolívia
    • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
    • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

    ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

    • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
    • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
    • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
    • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
    • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
    • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
    • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
    • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
    • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira