sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Entrevista com o Comandante Raul Reyes das FARC: Simón Trinidad será repatriado e libertado

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“Ao governo dos Estados Unidos resta-lhe aceitar o erro de apoiar com milhões de dólares e assessores militares o governo narco-paramilitar de Álvaro Uribe. As FARC continuam a sua batalha diária por uma Nova Colômbia de paz com justiça social, democrática e soberana”

ANNCOL* - 22.12.06

Anncol: Comandante, que significado tem para as FARC a Justiça norte-americana não ter podido condenar Simón Trinidad?

Comandante Raul Reyes: Significa que os governos de Bush e Uribe, empenhados em condenar Simón Trinidad e as FARC apresentaram, sem qualquer resultado absurdas montagens, calúnias e mentiras. Ignoraram deliberadamente que as acusações contra Simón são inconsistentes, falsas e injustas e que as FARC são uma organização do povo, dotada de uma concepção revolucionária, em luta pela segunda independência. Obteve-se uma grande vitória nos tribunais do império. Esta vitória é património do povo colombiano e dos que prestam a sua solidariedade às FARC, dos que se atrevem a sonhar em viver num mundo sem explorados nem explorados.

Anncol: E agora, como será?

Comandante Raul Reyes: Simón TrInidad será dentro de pouco tempo repatriado para a Colômbia e depois libertado. Ao governo dos Estados Unidos resta-lhe aceitar o erro de apoiar com milhões de dólares e assessores militares o governo narco-paramilitar de Álvaro Uribe. As FARC continuam a sua batalha diária por uma Nova Colômbia de paz com justiça social, democrática e soberana.

Anncol: As FARC capturaram três espias norte-americanos quando o avião que tripulavam foi derrubado por unidades do Bloco Sul, pode supor-se que também vão ser julgados por espionagem? Como seria esse julgamento?

Comandante Raul Reyes: As FARC incluíram os três agentes estadunidenses na lista de prisioneiros que serão libertados na troca com guerrilheiras e guerrilheiros, também prisioneiros de guerra, em poder do regime em que estão Simón e Sónia.

Anncol: Comandante Raul, o intercâmbio de prisioneiros de guerra está parado, congelam o assunto ou vão continuara insistir com o governo de Uribe Velez?

Comandante Raul Reyes: As FARC insistirão na troca de prisioneiros até que este governo ou o que lhe suceder entendam que enquanto existir conflito político, social e armado na Colômbia é necessário solucionar os problemas dele derivados com medidas transitórias. É injusto e desumano o governo condenar quem o serve a viver confinado na selva, por real ausência de vontade política de saídas dialogadas.

Anncol: Têm as FARC capacidade para manter por mais 4 ou 5 anos mais de 5 dezenas de detidos em seu poder?

Comandante Raul Reyes: As FARC desejam, antes de mais, a assinatura da troca que possibilite a libertação imediata dos prisioneiros de guerra de ambas as partes. Ma se o governo se recusa a viabilizar a libertação destas pessoas, não resta outro caminho que esperar pelo primado da sensatez sobre a arrogância e a soberba dos governantes.

Anncol: O que ainda falta para que o intercâmbio seja uma realidade?

Comandante Raul Reyes: O Intercâmbio de Prisioneiros é feito por um governo interessado na sua libertação. São precisas as garantias tantas vezes pedidas pelas FARC. É preciso um governo que pense na dor dos outros, consciente da gravidade do conflito que ele alimenta com a guerra e as iniquidades sociais, económicas e políticas, geradoras do confronto com a guerrilha e a população inerme.

* Anncol : Agência Nacional de Notícias da Colômbia

Tradução de José Paulo Gascão

Dois Sem Terra estão desaparecidos desde o confronto com fazendeiros e BM

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Pedro Osório RS




O primos Leonardo e Lázaro Burscheidt, lideranças do acampamento da área da Fazenda Palma ainda estão desaparecidos .

(Um dos agricultores desaparecidos aparece em foto sendo gravateado e levado por fazendeiros)

Dois agricultores Sem Terra permanecem desaparecidos após o confronto com fazendeiros e soldados da Brigada Militar na manhã desta quinta-feira(09) no salão paroquial de Pedro osório. Outros 15 colonos foram feridos e sete deles estão detidos na Delegacia de Policia do município.
O deputado Dionilso Marcon e a assessora parlamentar Patrícia Couto também sofreram agressões por parte dos brigadianos.

Marcon representaria a Assembléia Legislativa em uma audiência pública no salão paroquial, que serviria para discutir a questão dos acampamentos rurais na Região Sul do Estado com a ouvidoria do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, governos federal e estadual, deputados e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terras.

Duzentas famílias acampadas na Fazenda Palma se dirigiram ao local para participar da audiência e foram impedidas por um grupo de fazendeiros da região de entrar no local. Antes disso, foram revistadas e identificadas por soldados da Brigada Militar. Segundo testemunhas, um dos fazendeiros teria dito: “Retirem esses sem terra daqui, pois somos nós que pagamos vocês”. Neste momento, mais de 150 policiais militares invadiram o local e espancaram dezenas de trabalhadores rurais, juntamente com o deputado Dionilso Marcon e sua assessoria.

Segundo Marcon, os sem terra não estavam armados, uma vez que foram revistados e identificados pela BM. No confronto, 15 sofreram ferimentos e sete foram presos depois do atendimento médico no hospital da cidade. Quatro deles, inclusive, permanecem algemados desde às 9 horas da manhã, inclusive durante o atendimento médico. O parlamentar foi impedido de circular no hospital, onde tentava obter notícias sobre os feridos. Foi necessária a intervenção do presidente da Assembléia, deputado Frederico Antunes, para que o capitão Vitor, responsável pelo comando dos soldados que vigiavam o hospital, permitisse o acesso do deputado.

Marcon permanece nas imediações do salão paroquial, junto ao sem terra que querem notícias sobre os dois colegas desaparecidos. O deputado relata que viu um destes agricultores sendo detido pelos fazendeiros. Eles são os primos Leonardo e Lázaro Burscheidt, lideranças do acampamento da área da Fazenda Palma.

MST já havia denunciado truculência da BM

Nesta quarta-feira(08), integrantes do Movimento Sem Terra denunciam que a polícia abusou da violência durante o despejo realizado nesta terça-feira(07) na Fazenda da Palma, em Pedro Osório , ocupada por 200 colonos desde a última quinta-feira.

A reintegração de posse da fazenda foi dada pela Justiça da cidade na sexta-feira (03). Um dos coordenadores do acampamento, Marcelino Hanauer, contou que cerca de 400 policiais da cavalaria e do Batalhão de Choque desmontaram os banheiros, a escola e a horta que as famílias haviam feito na Fazenda da Palma.

Além disso, relata Marcelino, a polícia revistou os barracos do acampamento e até mesmo a casa de famílias já assentadas na área ao lado da fazenda, em busca de uma suposta arma de fogo. “Invadiram o acampamento e a gente conseguiu negociar que alguns acampados acompanhassem a revista dos barracos, com o único argumento de buscar arma de fogo. Revistaram inclusive as nossas escolas e não encontraram nada”, diz.

Esta é a terceira vez em que as famílias denunciam abuso da polícia em despejos realizados na fazenda. Os sem terra estão acampados, desde fevereiro, em uma área cedida pelo assentamento Novo Pedro Osório, que fica ao lado da fazenda.

Na vez em que as famílias ocuparam a fazenda em abril, a polícia também revistou os barracos e casas de assentados, em busca de uma suposta arma de fogo. Na época, os acampados também registraram ocorrência do espancamento de um integrante por policiais.Todos estes casos seriam denunciados pelo MST na audiência pública.


XV BRIGADA DE TRABALHO VOLUNTARIO DO ICAP em Cuba.

Maiores informações entre em contato clicando aqui:

Cidade de Havana

2007 - "Año 49 de la Revolución”


Estimado amigo:
Receba uma saudação fraterna do Instituto Cubano de Amizade com os Povos e a minha própria.

O Instituto acolhe a cada ano, coincidindo com o verão austral, a Brigada Sul-Americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade a Cuba, integrada por delegações da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

A Brigada tem como objetivos permitir uma maior compreensão da realidade cubana e a realização de jornadas de trabalho voluntário como aporte ao desenvolvimento agrícola e à esfera produtiva do país.

O programa inclui visitas a lugares de interesse histórico, econômico, cultural e social, tanto na capital como em províncias, a realização de conferências sobre a atualidade nacional, e encontros com organizações da sociedade cubana.

No ano de 2008 receberemos a XV Brigada Sul-Americana, cujo programa ocorrerá de 21 de janeiro a 03 de fevereiro de 2008 nas províncias de Havana, Cidade de Havana, Villa Clara, Sancti Spíritus e Cienfuegos, com visitas opcionais a Varadero e Viñales (províncias de Matanzas e Pinar del Río, respectivamente). Está sendo anexado o programa para maiores informações.

São 13 noites de estadia: 9 no Acampamento Internacional “Julio Antonio Mella” (CIJAM) do ICAP, localizado no município de Caimito a 45 Km da Cidade de Havana, e 4 noites nos hotéis “Hanabanilla” em Villa Clara, e “Zaza” e “Los Laureles” em Sancti Spíritus. A Brigada será dividida em dois grupos, um visitará Villa Clara e o outro Sancti Spíritus.

As jornadas de trabalho agrícola serão realizadas em áreas próximas ao CIJAM. Este acampamento, criado no ano de 1972, conta com condições adequadas para satisfazer a vida coletiva e as necessidades das pessoas que nos visitam de diferentes partes do mundo.

A crescente participação na brigada denota a motivação para se conhecer Cuba e a crescente solidariedade que desperta o nosso projeto social, sobre a base de dois pilares fundamentais: a condenação do bloqueio imposto pelos Estados Unidos e o respeito à nossa autodeterminação e independência.
Com a sua presença, o brigadista se compromete a cumprir o programa assinalado e a observar normas de conduta, disciplina e convivência social adequadas.
Ficaremos muito felizes em poder contar com a sua presença na XV Brigada Sul-Americana, de modo que o convidamos cordialmente a participar da mesma.

Fraternalmente,

José Estévez Hernández
Diretor
América Latina e Caribe
ICAP

Participe junto com o Chile, Uruguay, Argentina, Paraguay e Bolívia da
XV BRIGADA DE TRABALHO VOLUNTARIO DO ICAP em Cuba.

PROGRAMA

Maiores informações entre em contato clicando aqui:

ASSOCIAÇÃO CULTURAL JOSE MARTI/RS




ASSEMBLÉIA GERAL
Pauta: - ALTERAÇÃO DO ESTATUTO
LOGO APÓS:
- VIDEO P/DEBATE
- BATE-PAPO COM NOSSOS MENINOS ESTUDANTES EM CUBA.
Na 3ªfeira - 14.08.07 - 19 hs
SEDE ACJM/RS

Agenda Política em Alegrete RS

Sábado dia 11 de Agosto, Manifestação da Frente de Esquerda PSOL / PCB, apartir das 9:30 horas, na Praça Nova.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Bancos, os principais beneficiários da atual politica economica

8/8/2007


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Ganhos de 10 bancos crescem 44,5% em 2007. Não há outro setor da economia que cresce tanto


O lucro líquido dos dez bancos que apresentaram balanço do primeiro semestre até agora cresceu 44,5% e atingiu R$ 10,9 bilhões, segundo levantamento da Austin Rating. 'Dificilmente outro setor da economia apresentará um crescimento tão robusto como o apurado pelo setor bancário', afirma o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 8-08-2007.

Segundo ele, os números dos bancos são bons em quase todos os itens do balanço. Mas o fator que tem impulsionado o resultado é o crescimento da carteira de crédito. No período, as operações avançaram 30% comparado a igual período de 2006. 'Eles estão entrando em segmentos mais arriscados e com retorno melhor', afirma Rodrigues, destacando o avanço dos empréstimos para pessoa física e para pequenas e médias empresas.

Segundo editorial do jornal Folha de S. Paulo, 8-08-2007, "nunca na história deste país registraram-se cifras dessa magnitude".

"A atual divulgação de lucros bancários - escreve o editorial - não deixará o presidente da República falando sozinho. Os banqueiros, incluídos entre os setores que Luiz Inácio Lula da Silva chamou de ingratos por vaiá-lo, continuam acumulando motivos, medidos na casa dos bilhões, para aplaudir o governo petista.
Em meio ano de atividade, as duas maiores instituições bancárias privadas lucraram mais de R$ 8 bilhões -altas de, respectivamente, 28% e 36% sobre o primeiro semestre de 2006".

Para o jornal "o Brasil vai desmentindo a teoria de que, num ambiente de maior estabilidade e previsibilidade financeira, os bancos aceitam abrir mão de uma parcela de seus lucros unitários para ganhar mais com a escala. Pior para a teoria - e para os clientes".


8/8/2007


Itaú bate Bradesco e lucra R$ 4,016 bi


Na corrida pelos maiores lucros do semestre, o Itaú bateu o arqui-rival Bradesco por cerca de R$ 9 milhões, ao registrar ganho de R$ 4,016 bilhões. O resultado, 35,8% superior ao de igual período de 2006, é o mais elevado de um banco privado no País entre os meses de janeiro e junho nos últimos 20 anos, segundo a Economática. A reportagem é de Renée Pereira e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 8-08-2007.

Os números foram impulsionados especialmente pelo desempenho da carteira de crédito, além de ganhos extraordinários, como as vendas da participação na Serasa e do edifício do BankBoston em São Paulo.

O resultado só não foi maior porque o banco optou pelo conservadorismo e fez provisões adicionais para se precaver de um possível aumento da inadimplência dos clientes.

O diretor-executivo de Controladoria do Itaú, Silvio de Carvalho, disse que o resultado do banco deveu-se à situação estável da economia brasileira no primeiro semestre, com atividade em alta e inflação e juros em queda. Esses fatores deram um grande empurrão nas operações de crédito, que cresceram 40,2% e atingiram R$ 104,82 bilhões em relação a 30 de junho do ano passado. No portfólio para pessoa física, o destaque foi o financiamento de veículos, com avanço de 58,6%. Em 12 meses, o banco concedeu R$ 8,24 bilhões de empréstimos para a compra de automóveis.



8/8/2007


BRASIL: PARAISO DOS BANCOS

- se diferencia na recente turbulência do mercado financeiro internacional


A recente turbulência no mercado financeiro internacional, motivada por problemas no setor de crédito dos Estados Unidos, mostra que, apesar dos riscos e da elevada volatilidade, a economia mundial se encontra hoje mais forte do que há dez anos, quando aconteceu a crise asiática. Uma outra novidade interessante é que, hoje, os mercados emergentes estão mais robustos e resistentes a perturbações. A reportagem é de Cristiano Romero e publicada pelo jornal Valor, 8-08-2007.

Em sua análise mais recente, o Departamento de Mercados de Capitais e Monetários do Fundo Monetário Internacional (FMI), criado no início desta década justamente para acompanhar mais de perto os mercados financeiros internacionais, constatou que a turbulência confinou-se essencialmente ao setor de crédito. Os fluxos de capitais para os fundos mútuos de mercados emergentes, tradicionalmente considerados os ativos de maior risco, sofreram pouco impacto.

Embora ainda seja muito cedo para comemoração, o Brasil se mostrou, em meio ao nervosismo, mais forte do que se esperava. Isso está se refletindo no comportamento dos papéis brasileiros. "Em um primeiro momento (da forte onda de volatilidade), houve expressivo estreitamento entre o valor de face dos papéis brasileiros e o da média dos mercados emergentes. Ou seja, diminuiu, consideravelmente, a distância entre o EMBI-Brasil e o EMBI+, que é a média dos países emergentes. Em seguida, ocorreu uma 'diferenciação por qualidade', com o aumento, a favor do Brasil, da distância entre o risco dos títulos brasileiros e a média dos títulos emergentes", diz Marcel Pereira, economista-chefe da RC Consultores.

O "salto de qualidade" dos ativos brasileiros, observa o economista, também pode ser visto no mercado acionário. A Bovespa, conta Pereira, já superou, em 2007, a rentabilidade da Bolsa do México. "Portanto, o Brasil colhe, também no mercado de capitais, os frutos de seu ajuste macroeconômico. Nesse ambiente favorável, não há dúvida de que a perspectiva de aceleração da economia brasileira, com estabilidade de preços, diminui o risco relativo de se investir no país", assinala o economista da RC.

Patinho feio dos mercados nas últimas duas décadas, a América Latina registrou, com a liderança brasileira, o melhor desempenho em ações entre janeiro e junho. No período, segundo dados do FMI, a rentabilidade média das bolsas da região foi de 25,3%, face a 17,3% das bolsas asiáticas e a 16,1% do índice "MSCI Emerging Markets".

Embora os analistas estejam prevendo uma crise "passageira", os riscos de turbulência, de qualquer maneira, continuam postos. "O cenário básico é positivo, mas, agora, há mais riscos negativos do que antes", adverte o economista Murilo Portugal, vice-diretor do FMI. Um desses riscos é a inflação. Há cinco anos a economia mundial cresce sem parar, o que leva a crer que a capacidade de produção pode estar chegando ao limite. Os países emergentes, diz a última atualização do "World Economic Outlook", produzido pelo FMI, estão enfrentando pressões inflacionárias, especialmente em energia e alimentos.

Ontem, o Federal Reserve, o banco central americano, deixou claro, ao manter inalterada a taxa de juros, que está preocupado com o crescimento da maior economia do mundo. Face a uma expansão de 3,3% em 2006, o PIB dos EUA deve crescer apenas 2% em 2007, embora o FMI aposte numa recuperação em 2008 (2,8%). A dúvida é mensurar que impacto os problemas creditícios terão no comportamento de uma economia cujo consumo é fortemente alavancado por crédito fácil e barato.

As outras vulnerabilidades do mercado mundial, lembra Murilo Portugal, estão no mercado financeiro e não dizem respeito apenas à crise do crédito imobiliário nos EUA. O vice-diretor do FMI menciona as fusões e incorporações de empresas feitas mundo afora com recursos de empréstimos bancários. Outro problema é o "carry-trade", o dinheiro que investidores tomam em países de juros baixíssimos, como Japão, Austrália, Suíça e Nova Zelândia, para aplicar em mercados, como o brasileiro, que estão devolvendo alta rentabilidade tanto em renda fixa quando em variável.

O risco, nesse caso, não é o da arbitragem usual de taxa de juros feita pelos investidores, fato que responde por uma parte do dinheiro que inunda os mercados emergentes neste momento. O problema é quando se faz isso, diz Portugal, com dinheiro de empréstimo bancário. Outro risco, inerente ao "carry-trade", é a valorização das moedas em que os empréstimos foram tomados.


500 MIL EUROS, GAROTAS DE PROGRAMA E UMA EMPRESA ALEMÃ


Laerte Braga

O empresário alemão de origem turca Ahmet Öner, 34, diretor da empresa Arena Box Promotions, tramou a deserção dos lutadores Rigondeaux e Lara com um contrato de 500 mil euros por cinco anos, ao chegarem à Alemanha. Ele lhes adiantou um pouco para a viagem. Levou-os para Araruama, região dos lagos no Estado do Rio, deu-lhes farta quantidade de rum de boa qualidade e três garotas de programa contratadas numa agência no Rio.

Sem passaportes, Guillermo Rigondeaux, 26 anos, bicampeão mundial de amadores peso-galo, e Erislandy Lara, 24, campeão mundial meio-médio, foram detidos pela Polícia Federal, confessaram-se ludibriados, arrependidos e desejosos de voltar a Cuba. Ambos são casados e têm filhos em Havana.

O empresário que organizou a deserção declarou a jornais brasileiros que continuará a proceder dessa forma quando perceber que “faço um bom negócio”.

Um doidivano que ocupa uma cadeira no Senado brasileiro fez um desses discursos malucos de quem vê comunista debaixo da cama, década de 60, acusando a Polícia Federal de estar a serviço de Fidel Castro ao prender e encaminhar a deportação dos boxeadores cubanos.

Os dois pugilistas terão que cumprir a seguinte pena em Havana: treinar jovens boxeadores e limpar a academia de treinamento.

Na cabeça do empresário Ahmet Oner, alemão de origem turca (mistura complicada), Rigondeaux e Lara seriam duas “mercadorias” lucrativas no mundo do boxe ocidental. Os 500 mil euros por um contrato de cinco anos permitiriam um lucro pelo menos dez vezes maior que o investimento.

Os cubanos, certamente, como já aconteceu e acontece no mundo inteiro não só com boxeadores, passado o período de sucesso, vitórias e conquistas, é sempre efêmero, seriam jogados à própria sorte e como muitos cubanos que fogem de seu país terminariam seus dias depressivos pela nostalgia da terra natal e lavando pratos, ou mendigando pelas ruas de algumas cidades européias.

Se não viessem a ser presos por vagabundagem, algo bem comum em alguns países europeus, sobretudo Alemanha.

Nem Rigondeaux e nem Lara desfrutam de privilégios em país comunista como é o caso de Cuba. Funcionam no esquema marxista de “a cada um segundo as suas necessidades e de cada um segundo as suas possibilidades”. Tinham casa, carro, famílias, empregos, toda a assistência proporcionada indistintamente a todos os cidadãos cubanos em saúde, educação, lazer, enfim, uma sociedade constituída de valores que não o brilho do néon dos imensos letreiros da “coca cola”, da “mercedes”, ou da “volks”, repletos de mendigos dormindo em baixo.

O que o empresário alemão ofereceu aos cubanos é o que capitalismo tem a oferecer aos seres humanos: dinheiro, sexo e bebida. Na ilusão do sucesso (os quinze minutos de glória eterna frase de Andy Wahrol), permitindo-se lhe, a ele alemão, os grandes lucros, os grandes negócios, a exploração da “mercadoria” humana sem dó e sem piedade, na chamada lógica real do mundo irreal que destrói e tritura o ser humano e que todos somos induzidos a crer real e sem alternativa .

Um dos grandes nomes do pugilismo brasileiro, Luizão, num país como o nosso, onde o boxe ainda é incipiente, foi campeão brasileiro de pesos meio pesados na década de 50. Um empresário paulista de origem libanesa, arrumou uma luta com Dagomar Martinez aqui no Brasil para Luizão e o brasileiro virou campeão sul americano, promessa de campeão mundial.

E, espertamente, no contrato, havia uma revanche prevista para dentro de 90 dias, essa em Montevidéu (era praxe no boxe isso). Dagomar que “perdeu” a primeira num arranjo que proporcionou milhões de cruzeiros (era a nossa moeda) de lucro ao empresário, ganhou a segunda em sua terra.

Luizão terminou seus dias há poucos anos como mendigo, louco, nas ruas de São Paulo. Para ganhar uns trocados simulava estar lutando com adversários fantasmas e muitas vezes tinha crises de choro por conta das lembranças de um passado em que foi apenas mercadoria em mãos dos donos.

Foi um dos dois grandes dramas do boxe brasileiro. Outro foi Fernando Barreto, esse um grande pugilista, vítima de um soco na cabeça e que resultou num derrame cerebral. Barreto foi jogado às pressas, para dar lucro ao empresário, o mesmo, numa luta para a qual não estava preparado ainda. O empresário ganhou uma fortuna.

A propósito de Luizão, a guisa de curiosidade, no intervalo entre a primeira luta contra Martinez e a segunda, o empresário lotou o Maracanãzinho e trouxe Archie Moore, campeão mundial dos meio pesados e um dos maiores pugilistas de todos os tempos (virou ator de cinema depois) para enfrentar o brasileiro.

O ginásio lotado, Luizão partiu para cima e, lógico, empurrado pela torcida, achou que venceria. Não percebeu que era apenas uma jogada do empresário. Moore, que não fazia parte do esquema, no terceiro round, cruzou duas vezes, o bastante para Luizão ficar nocaute. Antes que o brasileiro caísse Moore forçou o clinche, segurou-o e aí Luizão entendeu que o negócio era boxear, pelear que não havia como vencer. Perdeu por pontos.

Na semana seguinte, no mesmo local, Moore nocateou o campeão português, Júlio Neves, no terceiro round. Neves havia espalhado cartazes pelo Rio inteiro convidando o público para o massacre de Archie Moore. Acabou proibido de voltar a Portugal, Salazar proibira o boxe.

Os cubanos evitaram dramas semelhantes e o senador doidivano que acha que a Polícia Federal está “a serviços de Fidel Castro”, devia tentar andar pelas ruas de qualquer cidade dos EUA sem passaporte, bêbado e cheio de garotas de programas ao lado. Ia ser bem pior que ser deportado para o Brasil.

A propósito, nunca é demais lembrar que quando João Paulo II desceu no Aeroporto de Havana, em sua visita a Cuba, foi recebido por Fidel Castro que disse o seguinte em seu discurso: “milhões de crianças dormirão nas ruas hoje em todo o mundo, ao relento, nenhuma delas é cubana, nenhuma delas em Cuba”.

IDEOLOGIA E ALIENAÇÃO


A variação das condições materiais de uma sociedade constitui a História dessa sociedade e Marx as designou como modos de produção. A História é a mudança, passagem ou transformação de um modo de produção para outro. Tal mudança não se realiza por acaso nem por vontade livre dos seres humanos, mas acontece de acordo com condições econômicas, sociais e culturais já estabelecidas, que podem ser alteradas de uma maneira também determinada, graças à práxis humana diante de tais condições dadas.

O fato de que a mudança de uma sociedade ou a mudança histórica se faça em condições determinadas, levou Marx a afirmar que: “Os homens fazem a História, mas o fazem em condições determinadas”, isto é, que não foram escolhidas por eles. Por isso também, ele disse: “Os homens fazem a História, mas não sabem que a fazem”.

Estamos, aqui, diante de uma situação coletiva muito parecida com a que encontramos no caso de nossa vida psíquica individual. Assim como julgamos que nossa consciência sabe tudo, pode tudo, faz o que pensa e quer, mas, na realidade, está determinada pelo inconsciente e ignora tal determinação, assim também, na existência social, os seres humanos julgam que sabem o que é a sociedade, dizendo que Deus ou a Natureza ou a Razão a criaram, instituíram a política e a história, e que os homens são seus instrumentos; ou, então, acreditam que fazem o que fazem e pensam o que pensam porque são indivíduos livres, autônomos e com poder para mudar o curso das coisas como e quando quiserem.

Por exemplo, quando alguém diz que uma pessoa é pobre porque quer, porque é preguiçosa, ou perdulária, ou ignorante, está imaginando que somos o que somos somente por nossa vontade, como se a organização e a estrutura da sociedade, da economia, da política não tivesse qualquer peso sobre nossas vidas. A mesma coisa acontece quando alguém diz ser pobre “pela vontade de Deus” e não por causas das condições concretas em que vive. Ou quando faz uma afirmação racista, segundo a qual “a Natureza fez alguns superiores e outros inferiores”.

A alienação social é o desconhecimento das condições histórico-sociais concretas em que vivemos, produzidas pela ação humana também sob o peso de outras condições históricas anteriores e determinadas. Há uma dupla alienação: por um lado, os homens não se reconhecem como agentes e autores da vida social com suas instituições, mas, por outro lado e ao mesmo tempo, julgam-se indivíduos plenamente livres, capazes de mudar suas vidas individuais como e quando quiserem, apesar das instituições sociais e das condições históricas. No primeiro caso, não percebem que instituem a sociedade: no segundo caso, ignoram que a sociedade instituída determina seus pensamentos e ações

As três formas da alienação social

Podemos falar em três grandes formas de alienação existentes nas sociedades modernas ou capitalistas:

1. A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência, podem mais do que a realidade que os condiciona. Nos dois casos, a sociedade é o outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com poder total ou nenhum poder sobre nós.

2. A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Em nossas sociedades modernas, a alienação econômica é dupla:

Em primeiro lugar, os trabalhadores, como classe social, vendem sua força de trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de ônibus ou de aviões, etc.). Vendendo sua força de trabalho no mercado da compra e venda de trabalho), os trabalhadores são mercadorias e, como toda mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não percebem que foram desumanizados e coisificados.

Em segundo lugar, os trabalhos produzem alimentos (pelo cultivo da terra e dos animais), objetos de consumo (pela indústria), instrumentos para a produção de outros trabalhos (máquinas), condições para a realização de outros trabalhos (transporte de matérias-primas, de produtos e de trabalhadores). A mercadoria-trabalhador produz mercadorias. Estas, ao deixarem as fazendas, as usinas, as fábricas, os escritórios e entrarem nas lojas, nas feiras, nos supermercados, nos shoppings centers parecem ali estar porque lá foram colocadas (não pensamos no trabalho humano que nelas está cristalizado e não pensamos no trabalho humano realizado para que chegassem até nós) e, como o trabalhador, elas também recebem um preço.

O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário.

Apesar disso, o trabalhador pode, cheio de orgulho, mostrar aos outros as coisas que ele fabrica, ou, se comerciário, que ele vende, aceitando não possuí-las, como se isso fosse muito justo e natural. As mercadorias deixam de ser percebidas como produtos do trabalho e passam a ser vistas como bens em si e por si mesmas (como a propaganda as mostra e oferece). Na primeira forma de alienação econômica, o trabalhador está separado de seu trabalho - este é alguma coisa que tem um preço; é um outro (alienus), que não o trabalhador.

Na segunda forma da alienação econômica, as mercadorias não permitem que o trabalhador se reconheça nelas. Estão separadas dele, são exteriores a ele e podem mais do que ele. As mercadorias são um igualmente um outro, que não o trabalhador.

3. A alienação intelectual, resultante da separação social entre trabalho material (que produz mercadorias) e trabalho intelectual (que produz idéias). A divisão social entre as duas modalidades de trabalho leva a crer que o trabalho material é uma tarefa que não exige conhecimentos, mas apenas habilidades manuais, enquanto o trabalho intelectual é responsável exclusivo pelos conhecimentos. Vivendo numa sociedade alienada, os intelectuais também se alienam. Sua alienação é tripla:

Primeiro, esquecem ou ignoram que suas idéias estão ligadas às opiniões e pontos de vista da classe a que pertencem, isto é, a classe dominante, e imaginam, ao contrário, que são idéias universais, válidas para todos, em todos os tempos e lugares.

Segundo, esquecem ou ignoram que as idéias são produzidas por eles para explicar a realidade e passam a crer que elas se encontram gravadas na própria realidade e que eles apenas as descobrem e descrevem sob a forma de teorias gerais.

Terceiro, esquecendo ou ignorando a origem social das idéias e seu próprio trabalho para criá-las, acreditam que as idéias existem em si e por si mesmas, criam a realidade e a controlam, dirigem e dominam. Pouco a pouco, passam a acreditar que as idéias se produzem umas as outras, são causas e efeitos umas das outras e que somos apenas receptáculos delas ou instrumentos delas. As idéias se tornam separadas de seus autores, externas a eles, transcendentes a eles: tornam-se um outro.

As três grandes formas da alienação (social, econômica e intelectual) são a causa do surgimento, da implantação e do fortalecimento da ideologia.

A ideologia

A alienação social se exprime numa “teoria” do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade. Por seu intermédio, são imaginadas explicações e justificativas para a realidade tal como é diretamente percebida e vivida.

Um exemplo desse senso comum aparece no caso da “explicação da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina ou por inferioridade natural. Esse senso comum social, na verdade, é o resultado de uma elaboração intelectual sobre a realidade, feita pelos pensadores ou intelectuais da sociedade - sacerdotes, filósofos. cientistas, professores, escritores, jornalistas, artistas -, que descrevem e explicam o mundo a partir do ponto de vista da classe a que pertencem e que é a classe dominante de sua sociedade. Essa elaboração intelectual incorporada pelo senso comum social é a ideologia. Por meio dela, o ponto de vista, as opiniões e as idéias de uma das classes sociais - a dominante e dirigente - tornam-se o ponto de vista e a opinião de todas as classes e de toda a sociedade.

A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos. Indivisão: apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da idéia de “humanidade”, ou da idéia de “nação’ e “pátria”, ou da idéia de “raça”, etc. Diferenças naturais: somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades, da inteligência, da força de vontade maior ou menor, etc.

A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as idéias.

Por exemplo, a ideologia afirma que somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato: as crianças de rua não têm direitos; os idosos não têm direitos; os direitos culturais das crianças nas escolas públicas é inferior aos das crianças que estão em escolas particulares, pois o ensino não é de mesma qualidade em ambas; os negros e índios são discriminados como inferiores; os homossexuais são perseguidos como pervertidos, etc.

A maioria, porém, acredita que o fato de ser eleitor, pagar as dívidas e contribuir com os impostos já nos faz cidadãos, sem considerar as condições concretas que fazem alguns serem mais cidadãos do que outros. A função da ideologia é impedir-nos de pensar nessas coisas.

Os procedimentos da ideologia

Como procede a ideologia para obter esse fantástico resultado? Em primeiro lugar, opera por inversão, isto é, coloca os efeitos no lugar das causas e transforma estas últimas em efeitos. Ela opera como o inconsciente: este fabrica imagens e sintomas; aquela fabrica idéias e falsas causalidades.

Por exemplo, o senso comum social afirma que a mulher é um ser frágil, sensitivo, intuitivo, feito para as doçuras do lar e da maternidade e que, por isso, foi destinada, por natureza, para a vida doméstica, o cuidado do marido e da família. Assim o “ser feminino” é colocado como causa da “função social feminina”.

Ora, historicamente, o que ocorreu foi exatamente o contrário: na divisão sexual-social do trabalho e na divisão dos poderes no interior da família, atribuiu-se à mulher um lugar levando-se em conta o lugar masculino: como este era o lugar do domínio, da autoridade e do poder, deu-se à mulher o lugar subordinado e auxiliar, a função complementar e, visto que o número de braços para o trabalho e para a guerra aumentava o poderio do chefe da família e chefe militar, a função reprodutora da mulher tornou-se imprescindível, trazendo como conseqüência sua designação prioritária para a maternidade.

Estabelecidas essas condições sociais, era preciso persuadir as mulheres de que seu lugar e sua função não provinham do modo de organização social, mas da Natureza, e eram excelentes e desejáveis. Para isso, montou-se a ideologia do “ser feminino” e da “função feminina” como naturais e não como históricos e sociais. Como se observa, uma vez implantada uma ideologia, passamos a tomar os efeitos pelas causas.

A segunda maneira de operar da ideologia é a produção do imaginário social, através da imaginação reprodutora. Recolhendo as imagens diretas e imediatas da experiência social (isto é, do modo como vivemos as relações sociais), a ideologia as reproduz, mas transformando-as num conjunto coerente, lógico e sistemático de idéias que funcionam em dois registros: como representações da realidade (sistema explicativo ou teórico) e como normas e regras de conduta e comportamento (sistema prescritivo de normas e valores). Representações, normas e valores formam um tecido de imagens que explicam toda a realidade e prescrevem para toda a sociedade o que ela deve e como deve pensar, falar, sentir e agir. A ideologia assegura, a todos, modos de entender a realidade e de se comportar nela ou diante dela, eliminando dúvidas, ansiedades, angústias, admirações, ocultando as contradições da vida social, bem como as contradições entre esta e as idéias que supostamente a explicam e controlam.

Enfim, uma terceira maneira de operação da ideologia é o silêncio. Um imaginário social se parece com uma frase onde nem tudo é dito, nem pode ser dito, porque, se tudo fosse dito, a frase perderia a coerência, tornar-se-ia incoerente e contraditória e ninguém acreditaria nela. A coerência e a unidade do imaginário social ou ideologia vêm, portanto, do que é silenciado (e, sob esse aspecto, a ideologia opera exatamente como o inconsciente descrito pela psicanálise).

Por exemplo, a ideologia afirma que o adultério é crime (tanto assim que homens que matam suas esposas e os amantes delas são considerados inocentes porque praticaram um ato em nome da honra), que a virgindade feminina é preciosa e que o homossexualismo é uma perversão e uma doença grave (tão grave que, para alguns, Deus resolveu punir os homossexuais enviando a peste, isto é, a Aids).

O que está sendo silenciado pela ideologia? Os motivos pelos quais, em nossa sociedade. o vínculo entre sexo e procriação é tão importante (coisa que não acontece em todas as sociedades, mas apenas em algumas, como a nossa). Nossa sociedade exige a procriação legítima e legal a que se realiza pelos laços do casamento, porque ela garante, para a classe dominante, a transmissão do capital aos herdeiros. Assim sendo, o adultério e a perda da virgindade são perigosos para o capital e para a transmissão legal da riqueza; por isso, o primeiro se torna crime e a segunda é valorizada como virtude suprema das mulheres jovens.

Em nossa sociedade, a reprodução da força de trabalho se faz pelo alimento do número de trabalhadores e, portanto, a procriação é considerada fundamental para o aumento do capital que precisa da mão-de-obra. Por esse motivo, toda sexualidade que não se realizar com finalidade reprodutiva será considerada anormal, perversa e doentia, donde a condenação do homossexualismo. A ideologia, porém, perderia sua força e coerência se dissesse essas coisas e por isso as silencia.

Ideologia e inconsciente

Dissemos que a ideologia se assemelha ao inconsciente freudiano. Há, pelo menos, três semelhanças principais entre eles:

1. o fato de que adotamos crenças, opiniões, idéias sem saber de onde vieram, sem pensar em suas causas e motivos, sem avaliar se são ou não coerentes e verdadeiras;

2. ideologia e inconsciente operam através do imaginário (as representações e regras saídas da experiência imediata) e do silêncio, realizando-se indiretamente perante a consciência. Falamos, agimos, pensamos, temos comportamentos e práticas que nos parecem perfeitamente naturais e racionais porque a sociedade os repete, os aceita, os incute em nós pela família, pela escola, pelos livros, pelos meios de comunicação, pelas relações de trabalho, pelas práticas políticas. Um véu de imagens estabelecidas interpõe-se entre nossa consciência e a realidade;

3. inconsciente e ideologia não são deliberações voluntárias. O inconsciente precisa de imagens, substitutos, sonhos, lapsos, atos falhos, sintomas, sublimação para manifestar-se e, ao mesmo tempo, esconder-se da consciência. A ideologia precisa das idéias-imagens, da inversão de causas e efeitos, do silêncio para manifestar os interesses da classe dominante e escondê-los como interesse de uma única classe social. A ideologia não é o resultado de uma vontade deliberada de uma classe social para enganar a sociedade, mas é o efeito necessário da existência social da exploração e dominação, é a interpretação imaginária da sociedade do ponto de vista de uma única classe social.

Erguendo o véu, tirando a máscara

Diante do poder do inconsciente e da ideologia poderíamos ser levados a “entregar os pontos”, dizendo: Para que tanto esforço na teoria do conhecimento, se, afinal, tudo é ilusão, véu e máscara? Para que compreender a atividade da consciência, se ela é a “pobre coitada”, espremida entre o id e o super-ego, esmagada entre a classe dominante e os ideólogos?

Todavia, uma pergunta também é possível:

Como, sendo a consciência tão frágil, o Inconsciente e a ideologia tão poderosos, Freud e Marx chegaram a conhecê-los, explicar seus modos de funcionamento e suas finalidades?

No caso de Freud, foram a prática médica e a busca de uma técnica terapêutica para os indivíduos que permitiram a descoberta do inconsciente e o trabalho teórico de onde nasceu a psicanálise. No caso de Marx, foi a decisão de compreender a realidade a partir da prática política de uma classe social (os trabalhadores) que permitiu a percepção dos mecanismos de dominação e exploração sociais, de onde surgiu a formulação teórica da ideologia.

A busca da cura dos sofrimentos psíquicos, em Freud, e a luta pela emancipação dos explorados, em Marx, criaram condições para uma tomada de consciência pela qual o sujeito do conhecimento pôde recomeçar a crítica das ilusões e dos preconceitos que iniciara desde a Grécia, mas, agora, como crítica de suas próprias ilusões e preconceitos.

Em lugar de invalidar a razão, a reflexão, o pensamento e a busca da verdade, as descobertas do inconsciente e da ideologia fizeram o sujeito do conhecirnerto conhecer as condições - psíquicas, sociais, históricas - nas quais o conhecimento e o pensamento se realizam.

Como disseram os filósofos existencialistas acerca dessas descobertas:

Encarnaram o sujeito num corpo vivido real e numa história coletiva real, situaram o sujeito. Desvendando os obstáculos psíquicos e histórico-sociais para o conhecimento, puseram em primeiro plano as relações entre pensar e agir, ou, como se costuma dizer entre a teoria e a prática.

Marilena Chauí, “Convite à filosofia” – Ed. Ática, p.172-5

RETORNA

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O GLOBO, A REVOLUÇÃO CUBANA E O PAN




(Ivan Pinheiro)


"Acrescentam tais notícias que, nas cidades do interior (na área de Sierra Maestra), registraram-se vários atos de sabotagem, inclusive um atentando contra uma escola rural."


O Globo, 1º de agosto de 1957 (página 9 do Segundo Caderno, 01/08/07)

(sobre atividades da guerrilha em Cuba, comandada por Fidel Castro)


"-Ele (Fidel) já se aposentou. Quem manda agora é seu irmão – disse o sapateiro Eduardo Diaz."


O Globo. 2 de agosto de 2007 (página 32 do Caderno Economia, 02/08/07)

(sobre especulações a respeito de divergências entre Fidel e Raul Castro)





As organizações Globo comemoram 50 anos de luta sem tréguas contra a Revolução Cubana. Que coerência! A campanha sistemática começou antes mesmo da entrada vitoriosa dos guerrilheiros em Havana, em 1º de janeiro de 1959!



São 50 anos de manipulação. Você consegue imaginar Fidel Castro, Chê Guevara e Camilo Cienfuegos cometendo atentado contra uma escola rural e, mais tarde, entrando gloriosamente em Havana, recebidos com festa por onde passavam? Você acredita que algum repórter entrevistou o "sapateiro Eduardo Diaz", em Cuba?



Durante este tempo, Fidel já esteve para ser "derrubado" e a economia cubana "faliu" dezenas de vezes. Logo após a queda do Muro de Berlim e da União Soviética, a contagem regressiva do fim do "regime cubano" era acionada o tempo todo. O grande debate era quantos dias duraria a "ditadura de Fidel"!



Na cobertura dos Jogos Pan-Americanos não podia ser diferente. Pelo contrário, teria que ser pior. A doença de Fidel aumentou o ódio do imperialismo, ao qual "O Globo" serve, pois desmoralizou uma mentira repetida durante décadas: sem ele, o socialismo acabaria. Lembram-se das imagens no Jornal Nacional quando do afastamento de Fidel? Os exilados cubanos em Miami fazendo festa e os "analistas" anunciando a derradeira contagem regressiva.



Foi ridícula a cobertura do Pan pela imprensa brasileira, em especial a da Rede Globo. Só o indomável Fausto Wolff teve a coragem de denunciá-la, em sua coluna no JB. Não era uma cobertura do Pan, como espetáculo esportivo. Era a cobertura das vitórias do Brasil no Pan! Uma competição indisfarçável com os cubanos pelo segundo lugar nas medalhas.



Quem visse a Globo durante o dia, assistia, em flashes ao vivo, no meio da programação, todas as vitórias do Brasil. À noite, quando se exibia o quadro de medalhas, muitos de nós devíamos nos perguntar como Cuba continuava na frente do Brasil, se durante o dia não ganhava nada. Só se via cubano ganhando medalha quando o confronto era contra o Brasil e nossas chances eram boas. E não ouvíamos o hino nacional cubano! No caso dos venezuelanos, como seus esportes principais não coincidem com os do Brasil, simplesmente não os vimos ganhar medalhas. Alguém aí se lembra do uniforme venezuelano? E, no entanto, a Venezuela ganhou 69 medalhas, chegando na frente da Argentina, pela primeira vez na história dos Pans.



A cobertura histérica e "patrioteira" da Globo, no indefectível estilo Galvão Bueno e com os gritinhos de "Brasil!", empurrou a torcida brasileira para um comportamento patético contra os "inimigos". Vaiavam-se atletas estrangeiros até nos momentos em que o esportista precisava concentração, desequilibrando o mais importante dos fatores numa competição: a igualdade de condições.



Mas nada se comparou à mais grosseira das manipulações da Globo no Pan: a "debandada" da equipe cubana no sábado à noite. Com duas equipes ao vivo, uma na Vila do Pan e outra no aeroporto do Galeão, a reportagem mostrava os atletas voltando para Cuba, enquanto o repórter informava ao distinto público que toda a delegação estava indo embora, por ordem do governo, porque no dia seguinte haveria uma "defecção em massa".



Ali, a Globo queria ir às forras pela ousadia dos cubanos de chegarem na frente do Brasil. Aproveitando-se de um erro da delegação cubana (não ter deixado alguns atletas do vôlei para receber as medalhas de bronze) e da defecção de três atletas (numa delegação de 520) que aceitaram ser comprados como mercadoria, na esperança de ficarem ricos no exterior, a emissora mentiu descaradamente e acabou pautando toda a imprensa no dia seguinte.



O desmentido saiu nas últimas páginas dos jornais de segunda-feira, em espaço reduzido. Mas o estrago estava feito. A verdade -- do conhecimento prévio da ODEPA, do COI e do governo brasileiro -- era outra. Como fizeram todas as delegações estrangeiras, inclusive a norte-americana, os atletas estrangeiros chegavam e saiam em função do cronograma dos jogos, na medida que algumas modalidades acabavam e outras iniciavam. O vôo da "debandada dos cubanos", no sábado à noite, era o penúltimo da volta gradual da delegação cubana, que dispunha de um único avião fretado, da Cubana de Aviación.



Mas a mentira teve perna curta. No domingo de manhã, a direção da Globo soube que o vôo de sábado não era o último e que haviam ficado quase 200 membros da delegação cubana, para a cerimônia de encerramento. Com todo o aparato técnico e equipes já instalados no Maracanã, a Globo resolveu suspender a transmissão, pois seria impossível esconder, ao vivo, a garbosa delegação cubana desfilando em meio às outras, cena que só pudemos assistir porque a Bandeirantes transmitiu. Aliás, só neste canal conseguimos ver os muitos maratonistas cubanos que participaram da competição no domingo de manhã: a Globo os escondeu!



Quanto às defecções, exploradas de forma sensacionalista, fizeram-me lembrar os milhares de atletas brasileiros que atuam no exterior -- como praticamente todos os jogadores de nossas seleções de futebol e de vôlei – e que são vendidos, alguns a peso de ouro, até à sua revelia, como mercadorias, por seus proprietários (empresas, clubes e empresários). Hoje mesmo, informa-nos a Globo, um jovem jogador gaúcho, aos 17 anos, ainda civilmente menor, foi vendido para a Itália por R$56 milhões! Lembro-me também, o que é mais triste, dos milhares de brasileiros que fogem daqui para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com risco de vida, para lavar pratos ou entregar pizzas.



Como brasileiro, estou orgulhoso dos nossos atletas que ganharam medalhas, principalmente os que tiveram que lutar muito para vencer, num país capitalista, mesmo em esportes em que não é preciso ser rico, como iatismo ou hipismo. Quem de nós não encheu os olhos de lágrimas ao ver a fita de chegada da maratona ser rompida por um brasileiro de origem humilde? A primeira coisa que me veio à mente foi a certeza de que o Brasil tem tudo para ser o primeiro lugar em medalhas, inclusive olímpicas, quando tivermos aqui uma sociedade justa, democrática, fraterna, sem a exploração do homem pelo homem, como em Cuba, em que brancos, negros e mulatos, homens e mulheres, são rigorosamente iguais, em direitos e deveres.



Mas, cá entre nós, como internacionalista, estou muito orgulhoso com o primeiro lugar de Cuba neste Pan Americano, na frente dos Estados Unidos. Primeiro lugar? Alguém pode perguntar: mas não foi segundo? Não. O meu grande amigo Simões já fez as contas, irretorquíveis, baseadas no critério mais justo: a proporção de medalhas por cada milhão de habitantes.



Cuba, primeiro lugar disparado, ganhou neste Pan 11,25 medalhas por um milhão de habitantes. O Canadá, 4,15; a Venezuela, 2,65. E mais uma vitória do Brasil: com 0,89, chegamos na frente dos norte-americanos, que ficaram na lanterna, com 0,79!

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira