sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Boas Festas - E lutemos Com Alegria!


Kelly Osbourne e Ozzy Osbourne - Changes

Amigos(as)!


"...Todavia, o exército de libertação foi um exército puro onde nem as mais comuns tentações do homem tiveram cabimento; e não há aparato repressivo, não há serviço de inteligência que controle o indivíduo frente à tentação. Era o seu autocontrole que agia. Era sua rígida consciência do dever e da Disciplina". (Comandante Ernesto "CHE" Guevara)


Escrever sobre a vida dos outros é fácil. Como autor, descrever o sentido da existência, escrevendo sobre minha própria vida é tarefa muito difícil. Construir-se exige sacrifícios. A gente, às vezes, se depara em uma encruzilhada, vive paradoxalmente, falta sensibilidade para nos condicionarmos a esta construção. Quando não refletimos antes de agir, ferindo alguém, cometemos uma desumanidade contra nós mesmos e contra os outros também. A busca pelo aprimoramento deve ser incessante e não determinada. Há que enfrentarmos os monstros da formação e, assim, possibilitar a clareza no conhecer-se a si mesmo e adquirir consciência do nosso próprio Ser. O homem criou regras, leis de convivência e a liberdade, que é a necessidade da humanidade. Porém, os homens têm se preocupado com interesses mesquinhos que cerceiam a liberdade, alimentando a injustiça, privilegiando poucos.

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Homenagem especial ao Comandante Che Guevara, em família.


Dar sentido à vida é não esperar que da estratosfera caia, como por encanto, a solução dos problemas mais íntimos de cada um, ou mesmo dos problemas da fome e da miséria no planeta, da arrogância e da vaidade... Dar sentido à vida é, sim, lutar para libertar o ser humano das amarras que o impede de educar-se entre si, mediatizado pelo mundo. Assim, conquistamos a integridade inabalável, a virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes nem revolta, numa atitude madura e consciente da ética e da moral, necessárias diante de todas situações da vida, mesmo as mais ínfimas.

Cometi erros inacreditáveis pois não fui criterioso e consistente. Essa conduta indisciplinada mostrou-me o quão débil e imaturo fui diante das pessoas e das minhas próprias convicções. Não se vive de teorias, mas sim de prática. Não posso mais descuidar-me; não posso cometer sequer o menor deslize pois desumanizo a minha vida e da minha amada, dos meus filhos e de meus companheiros. Fraquejar na vida é deixá-la perecer nas mãos do inimigo diante de meus atos insensíveis.

Há tempo e espaço para mudar!


Abraço fraterno, Boas Festas e Feliz Ano Novo;
Runildo Pinto
"O Dever de todo o revolucionário é fazer a Revolução!"
"Patria ou Morte! Até a Vitória! Venceremos!"

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Estratégia imperial dos EUA segue em expansão, diz Fiori


CLAUDIA ANTUNES

editora de mundo da Folha de S. Paulo

Apesar do fracasso no Iraque e da perda de credibilidade, os EUA seguem em frente com uma "estratégia imperial" que é anterior à eleição de George W. Bush. Ela é reiterada nos programas de todos os candidatos à sucessão americana, diz o cientista político José Luís Fiori. Nesta entrevista, feita por e-mail, o professor da UFRJ fala dos temas do seu novo livro, "Poder Global" (editora Boitempo), quarto de uma série sobre o sistema mundial moderno.

*

FOLHA - O sr. refutou em vários artigos a idéia do fim da hegemonia americana tal como exposta pelos sociólogos Giovanni Arrighi e Immanuel Wallerstein. Mas o senhor também afirma que o mundo tem ou caminha para ter novos pólos de poder. No fundo, não haveria mais coincidências do que divergências entre a sua análise e a deles?

JOSÉ LUÍS FIORI - Minha divergência com Arrighi e Wallerstein não é conjuntural, é teórica, não está na caracterização que os dois fazem da conjuntura imediata, está na teoria em que os dois sustentam suas projeções de longo prazo: a hipótese de que o "sistema mundial moderno" requer a existência de "potências hegemônicas" sucessivas para manter a ordem política e o bom funcionamento da economia internacional.

Dentro desta teoria, o "líder" aparece na história como uma espécie de resposta funcional ao problema da ingovernabilidade de um sistema que é anárquico porque é formado por Estados nacionais soberanos. Em geral, essa teoria destaca as contribuições positivas do hegemon para a "governança global" do sistema.

Por isso, ela não consegue dar conta do movimento contínuo de competição e expansão dos Estados e economias nacionais que já conquistaram a condição de "grandes potências" e fazem parte do "núcleo central" de todo o sistema, mas seguem competindo entre si, mesmo nos períodos que aparentam uma alta "tranqüilidade sistêmica".

Foi exatamente a crítica dessa teoria que me levou ao conceito de poder global do livro.

FOLHA - E o que ele significa?

FIORI - Quando digo poder global, não estou me referindo a uma entidade ou a uma instância mundial particular. A expressão encobre um modo de analisar o funcionamento e as tendências de longo prazo do sistema mundial que se formou a partir da expansão de alguns Estados europeus no século 16.

Essa análise privilegia o movimento e as contradições que movem esse sistema, impedindo sua estabilização e qualquer tipo de governança global estável ou de paz perpétua. Ele se parece com um universo em expansão contínua, movido pela luta das grandes potências pelo poder global e que por isso estão sempre criando, ao mesmo tempo, ordem e desordem, paz e guerra. O que ordena e estabiliza esse sistema, por mais doloroso que seja reconhecê-lo, não são os hegemons, mas a existência de "eixos conflitivos crônicos" e a possibilidade permanente de guerra. O sistema não acumula poder e riqueza sem a competição das nações e não se estabiliza sem as guerras.

FOLHA - Mas o sr. não admite nem a existência de uma crise da hegemonia americana --que estaria dada pelo ultraesforço militar no Iraque, os déficits crescentes, a bolha imobiliária, a perda de credibilidade?

FIORI - O que estou tentando dizer é que não se consegue saber o que significa exatamente crise da hegemonia americana. Qualquer dificuldade politica, bolha econômica ou mesmo guerra, enfrentada ou perdida pelos EUA? Se for assim, afirmar que existe uma crise da hegemonia é apenas uma frase fácil, sem significado ou conseqüência precisa.

Mas se o caso é anunciar o fim da hegemonia americana, estou totalmente em desacordo. Acho que a estratégia imperial americana segue em curso expansivo, apesar de suas dificuldades. Depois do governo Clinton, com a eleição de George W. Bush e com os atentados de 2001, a política externa adotou uma nova retórica, mais belicista, e assumiu de forma explícita um projeto imperial.

Mas a estratégia imperial do Estado americano já vinha de antes, e se manteve a mesma, desde o fim da Guerra Fria. Essa estratégia acumulou vitórias, mas também vem enfrentando problemas para seguir se expandindo.

FOLHA - E quais o senhor identifica como problemas principais?

FIORI - De um ponto de vista vertical, está cada vez mais difícil para os EUA manter a ordem e impor suas posições dentro dos territórios "periféricos", que nasceram da desmontagem do sistema colonial europeu. Do ponto de vista horizontal, foi a estratégia expansiva dos EUA que incentivou em grande medida a transformação asiática que hoje lhe escapa ao controle.

Os norte-americanos já não têm mais como frear a expansão econômica da China, nem podem mais seguir em frente com sua estratégia global sem contar, pelo menos, com uma parceira chinesa. Mas além disso, a vitória americana na Guerra Fria também trouxe de volta a Alemanha e a Rússia para dentro do jogo do poder europeu e internacional. E hoje, estes dois países estão reconstruindo suas "zonas de influencia" na Europa e na Ásia Central, limitando as ambições americanas nestas regiões.

FOLHA - Mas também não há um certo fatalismo na sua previsão de retorno à velha disputa entre potências, como no final do século 19/início do 20?

FIORI - Pode ser, mas o que realmente está acontecendo não é propriamente um retorno à velha disputa entre as grandes potências, que é uma frase de efeito e uma forma de explicar o reaparecimento nos noticiários das disputas entre EUA e Rússia, China e Japão, Alemanha e França etc. A disputa entre as grandes potências nunca terminou, apenas arrefeceu como costuma acontecer depois de uma grande guerra ou vitória contundente como no caso da Guerra Fria.

FOLHA - Como esse quadro internacional se reflete nas próximas eleições nos EUA?

FIORI - Essas pressões externas estão aumentando as divisões dentro dos EUA e é provável que, depois do fracasso do Iraque, ocorra um realinhamento de forças dentro do establishment norte-americano, como ocorreu depois da derrota no Vietnã. São momentos em que se formam novas coalizões de poder e podem se definir novas estratégias internacionais. Mas estes processos de realinhamento são lentos, e não é provável que o atual coincida com as próximas eleições presidenciais norte-americanas. Os programas dos principais candidatos democratas e republicanos mostram que a velha estratégia imperial se mantém de pé.

Todos os candidatos se propõem a reconstruir a liderança mundial dos Estados Unidos e todos defendem a necessidade de uma diplomacia multilateralista. Mas, ao mesmo tempo, todos propõem aumentar os gastos militares, expandir os contingentes e multiplicar os investimentos em pesquisa e inovações tecnológicas para uso em guerras assimétricas. E o mais interessante: quase todos os candidatos propõem a criação de brigadas ou agências civis encarregadas de reconstruir e administrar os territórios e os governos incorporados ou atingidos pelo poder americano ao redor do mundo.

FOLHA - O sr. também diz que a China, na medida em que se torne uma superpotência, vai inevitavelmente se inclinar pelo expansionismo militar. Por que essa virada?

FIORI - É verdade que até o momento a China tem se mantido fiel ao seu modelo original de expansão imperial, que foi diplomática e mercantil, diferente da expansão bélica e depois capitalista dos europeus. E acho que o mais provável é que a China se restrinja nos próximos anos à luta pela hegemonia no sudeste asiático, sem provocar nem aceitar nenhum tipo de confronto fora de sua zona de influência.

Mas se a China seguir o caminho passado de todas as grandes potências que existiram dentro do sistema mundial moderno, o mais provável é que, em algum momento, tenha que combinar sua expansão econômica com uma expansão político-militar global. Mas não está excluída a possibilidade de que se repita o que já ocorreu, no século 17, com a fusão dos interesses econômicos anglo-holandeses, e no século 20, com a fusão dos interesses anglo-americanos.

FOLHA - A relação entre China e EUA hoje pode ser caracterizada como complementar, tal como a de americanos e europeus ocidentais no pós-Segunda Guerra?

FIORI - A relação econômica atual entre EUA e China é absolutamente complementar, do ponto de vista comercial e financeiro. Como ocorre muitas vezes com Estados ou potências com vocação global, a competição envolve a preparação permanente para a guerra, sem que desapareça o efeito dinamizador da complementariedade, mesmo na corrida tecnológico-militar.

Mas esta complementariedade atual entre China e EUA não é igual à que existiu entre os EUA e os europeus ocidentais. Naquele tempo houve essa relação entre uma potência vitoriosa e pouco atingida pelos efeitos destrutivos da guerras e seus aliados que tinham sido quase completamente destruídos e que os EUA necessitavam que estivessem de pé.

Por outro lado, também existiu a relação dos EUA com os seus derrotados da véspera: Alemanha, Japão e Itália. Esses países foram transformados em protetorados militares e, ao mesmo tempo, no caso da Alemanha e do Japão, em dínamos do crescimento regional da Europa e da Ásia, respectivamente, espécie de convidados do desenvolvimento global da economia americana, que transnacionaliza sua estrutura produtiva durante esse período, duas ou três décadas antes da sua globalização financeira.

FOLHA - O sr. tem apontado a falência das interpretações dos anos 90 que previam o fim ou a desimportância dos Estados. Hoje, em parte por causa do que é chamado de nacionalismo de recursos, eles retomaram seu protagonismo. Mas isso também coincide com uma crise dos sistemas políticos e principalmente dos partidos. Quais as causas e as possíveis conseqüências desse paradoxo?

FIORI - Acho que a crença no fim dos Estados teve uma força particular na América Latina e nos países que nasceram da antiga URSS, onde foram aplicadas de forma mais rigorosa e extensa as políticas neoliberais. Fora daí ninguém nunca tomou muito a sério essas previsões. Mesmo no caso dos países latino-americanos e da Europa do Leste que já começaram a se recuperar da devastação neoliberal dos anos 90, o Estado já retomou seu papel no comando estratégico de suas economias. Aos poucos vai sendo engavetada a ilusão do fim das fronteiras.

Já em relação à chamada crise dos sistemas e partidos políticos, não é também a primeira vez que se fala disso. Na década de 60 se falou muito do fim das ideologias e do fim dos partidos ideológicos, que teriam sido substituídos por organizações que foram chamadas na época de partidos "catch all", que não representavam mais nenhum setor social específico. Nos anos 70 falou-se muito da crise do sistema político democráticos, mesmo na velha Europa.

Hoje mesmo só se fala dessa crise de partidos em alguns países, e sempre em comparação com um modelo ideal que nunca existiu em lugar nenhum. Por todo lado, os partidos conservadores seguem cumprindo o seu papel de sempre. Os partidos de esquerda é que talvez estejam passando por uma crise de identidade e por um período de mudança. A vida política nem sempre é heróica. Às vezes os conflitos perdem intensidade e a agenda de debates fica repetitiva e modorrenta. É quando fica mais visível a dimensão bruta da luta pelo poder, sem ingredientes ideológicos.

FOLHA - Mas a falência dos partidos tradicionais também traz riscos de autoritarismo. Em que medida um projeto como o de Chávez, por exemplo, que é tremendamente vertical, pode sobreviver sem a presença do próprio Chávez?

FIORI - A América Latina é um bom exemplo do que eu dizia sobre a suposta crise dos partidos, porque fala-se disso exatamente nos países onde ocorreram vitórias de forças progressistas e onde as forças políticas tradicionais sofreram revezes.

São em geral países que viveram longo períodos ditatoriais sob controle de forças políticas conservadoras que se alternavam no poder, desqualificando o processo de alternância democrática. Mas nesses países tem havido agora eleições e plebiscitos repetidos. São sistemas em processo de reestruturação, que levará algum tempo.

Nesses momentos de mudanças profundas talvez caiba retomar a velha tese do sociólogo alemão Max Weber sobre o papel do carisma ou das lideranças carismáticas como quase único caminho possível para reformar estruturas e instituições políticas tradicionais, patriarcais ou patrimoniais, esclerosadas mas com enorme capacidade de preservação.

Hoje é possível identificar na América Latina vários casos de lideranças carismáticas, cuja força política transcende suas organizações partidárias. Em todos esses casos, como dizia o próprio Weber, a sucessão será um problema difícil porque o carisma é intransferível.

FOLHA - Que exemplos históricos o senhor tem em mente?

FIORI - Quando falo da força das lideranças carismáticas, e do seu papel transformador na história, graças à capacidade de mobilização dos povos e de mudança dos hábitos e instituições consolidadas, para ficar fora da América Latina e acima do Equador penso nos nomes de [Charles] De Gaulle, [Winston] Churchill e [Franklin] Roosevelt.

FOLHA - Aqui na região, Morales e talvez o Lula também seriam líderes carismáticos?

FIORI - Creio que o Morales e o Lula são também personagens carismáticos, que transcendem em muito suas organizações partidárias de apoio. Mas acho que é impossível chegar a um acordo preciso sobre esse assunto e por isso acho que a provocação intelectual está na idéia de Weber e não nos exemplos ou casos que cabem mais ou menos dentro do conceito.

FOLHA - O russo Vladimir Putin seria outro caso atual?

FIORI - O caso da Rússia é completamente diferente do da Venezuela. Putin já foi eleito como parte de um movimento de recomposição do poder da burocracia de Estado russo destruído pela decomposição da URSS e pelo efeito das políticas do período Yeltsin.

Putin não é um líder carismático. É um servidor do Estado e um funcionário do seu núcleo duro ligado à segurança, uma espécie de última linha de resistência de qualquer Estado que ocupa uma posição de grande potência.

A sucessão de Putin não será uma questão simples, sobretudo dentro da burocracia de Estado russa, mas o projeto em curso de reconstituição do poder da Rússia transcende o atual presidente e acho que seguirá em frente.

FOLHA - Sua análise sobre a situação da América Latina é otimista, ao diagnosticar que a região está vivendo "talvez uma ruptura revolucionária". Há diferença entre a chamada onda vermelha de hoje e o velho antiimperialismo? Por que os EUA não poderiam retomar o protagonismo de décadas na região?

FIORI - Acho que existem pelo menos duas diferenças fundamentais entre esta virada progressista contemporânea e os tempos do que você chama de velho antiimperialismo. A primeira é que hoje já não existe mais a mesma identidade entre competição geopolítica e bipolarização ideológica que marcou a segunda metade do século 20. E a segunda é que a liderança progressista da América Latina atual não atende mais pelo mesmo nome e não defende nem está implementando o mesmo projeto de de governo.

Hoje a América Latina é um campo muito mais aberto do que no passado para a inovação social e política, sem dogmatismos e sem fórmulas acabadas. Os EUA mantêm seu poder e podem sempre reafirmar seu protagonismo no continente. Mas a novidade talvez esteja do outro lado do balcão, dos novos governantes que têm mostrado vontade de mudar o tipo de relação secular que mantêm com os EUA e que vêm contando com o apoio de suas sociedades.

Nesse quadro, o grau de liberdade de ação dos EUA fica muito menor do que no passado, quando contava com o apoio quase incondicional das elites empresariais e dos governos do continente.

FOLHA - Como o sr. vê a aliança estratégica proposta pelos EUA ao Brasil em torno do álcool?

FIORI - A aliança proposta pelo governo Bush já foi feita e refeita várias vezes na nossa história, com ou sem álcool, e com o mesmo resultado. O Brasil foi durante todo quase o século 20 o sócio menor da coordenação hegemônica dos EUA na América do Sul. Agora o álcool entra como Pilatos no Credo, porque o que está sendo proposto é mais uma vez uma sociedade com o Brasil no controle de alguns governos regionais.

Mas a verdade é que quase todos os governos atuais da América do Sul estão propondo uma rediscussão da própria forma de exercício da hegemonia hemisférica dos EUA. O resultado dessas negociações não será imediato, mas não há dúvida de que dependerá muitíssimo da forma em que o Brasil se comportar nessas negociações, sustentando com firmeza sua reivindicação de uma nova posição dentro do contexto americano e mundial.

Em relação à idéia dos biocombustíveis em si, é preciso ter claro que são necessárias muitas décadas para mudar uma matriz energética. Ao que eu saiba, isso nunca se fez por meio alianças estratégicas entre apenas dois países, por mais importantes que eles possam ser. Além disso, trata-se de uma proposta feita por um governo americano em fase terminal e sem capacidade de iniciativa.

FOLHA - Analistas como o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero têm expressado o temor de que os EUA repassem o custo do ajuste de sua economia a outros países, como fizeram com o Japão (câmbio) e com a América Latina (juros) no final dos anos 70 e início dos 80. O senhor vê movimentos nesse sentido?

FIORI - Acho que não se trata de um temor em relação ao futuro, mas de um dado da história capitalista. Foi assim com o Reino Unido e segue sendo assim com os EUA: a vantagem de ser uma grande potência que ocupa uma posição de centralidade econômica global, graças ao controle que detém do sistema monetário e financeiro internacional. No caso americano, essa capacidade aumentou muito depois do fim do Sistema de Bretton Woods, com o novo sistema monetário internacional dólar-flexível, que se consolidou nas décadas de 80 e 90. Um novo sistema em que a moeda dominante segue sendo a norte-americana, e sua única base de sustentação ou referência é o próprio poder dos EUA.

FOLHA - Mas muitos analistas têm apontado uma descentralização do poder mundial, pelo menos do ponto de vista econômico, que estaria dada pelo fato de que o estouro da bolha imobiliária nos EUA não contaminou os emergentes, principalmente a China. Esse poder de transferências das crises americanas para terceiros não estaria menor agora?

FIORI - É verdade que as principais economias emergentes dispõem hoje de reservas significativas e portanto tem uma capacidade muito maior do que nos anos 90 para reagir ao impacto imediato de crises financeiras localizadas. Mas o caso do estouro da bolha imobiliária não chega a ser um bom exemplo porque o BC americano decidiu proteger os mercados e manter o ritmo imediato da atividade econômica. Mas ninguém sabe calcular exatamente o que teria ocorrido se os EUA tivessem tomado uma decisão contrária, nem mesmo qual será o efeito de médio prazo da decisão que o FED tomou. Qual o impacto, por exemplo, da desvalorização do dólar sobre as exportações das de todas as economias atreladas ao euro?

Na verdade, hoje só é possível especular sobre as conseqüências de uma desaceleração da economia americana ou de uma retomada acelerada das exportações dos EUA, com diminuição do seu déficit comercial. Mas em qualquer caso sempre haverá transferência de custos para outros países.

FOLHA - A União Européia costuma estar ausente da maioria das projeções geopolíticas, e continua a ser vista como apêndice dos EUA. Os europeus vivem definitivamente numa eurolândia, descolados do mundo sob a proteção americana?

FIORI - É mesmo muito difícil que a UE possa ter uma voz ativa no jogo de poder internacional enquanto siga sob a proteção atômica e convencional da Otan, sob comando norte-americano, e com uma moeda semi-estatal, como é o caso do euro.

Sem armas e sem moeda, você será sempre um poder menor no jogo das grandes potências. Mas acho que, além disso, a Europa está enfrentando um novo problema que foi criado pela pela reunificação da Alemanha e pelo retorno da Rússia ao sistema de poder europeu.

FOLHA - O sr. já havia mencionado a nova dinâmica da relação entre Alemanha e Rússia. Como ela pode ameaçar a unidade européia?

FIORI - É bom a gente lembrar que o projeto de unificação da Europa só pôde ser levado à frente graças ao desfecho da 2 º Guerra Mundial e só conseguiu manter sua identidade e unidade durante quatro décadas graças à Guerra Fria. Num primeiro momento, logo depois da 2ª Guerra, França, Grã-Bretanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda se uniram para criar a União Ocidental de defesa coletiva, dirigida contra a Alemanha.

Só depois de 1950 é que esses países abdicaram de sua posição revanchista e transferiram para os EUA e a Otan a função de domesticação da Alemanha. Por isso, em 1955 os alemães foram admitidos na Otan e transformados imediatamente num protetorado militar dos EUA. Graças a essa divisão de funções, a Alemanha Federal pôde assinar o Tratado de Roma e ser incorporada ao projeto de construção da Comunidade Econômica Européia.

A Guerra Fria conseguiu manter coesa a União Européia sob a égide militar da Otan e dos EUA. Mais recentemente, Vladimir Putin disse numa entrevista que "o maior desastre geopolítico do século 20 foi a desintegração da União Soviética", e é muito provável que ele tenha razão.

Mas faltou a ele dizer que este "vitória aliada" foi responsável também pelo ressurgimento da Rússia e da Alemanha. O certo é que a unificação alemã representou uma transformação qualitativa no processo de unificação da Europa. Não apenas porque a Alemanha se transformou na maior potência demográfica e econômica da União, mas também porque passou a operar uma política externa mais autônoma.

Depois da sua expansão econômico-financeira na direção da Europa Central e da Rússia, durante a década de 1990, a Alemanha reapareceu ainda mais forte, como um centro de poder com possibilidade real de hegemonizar a economia do continente europeu.

Ao mesmo tempo, na década de 90, os EUA colaboraram decisivamente para depenar a URSS de 15 Estados e apressaram a extensão da Otan e das suas bases militares na direção da Europa do Leste, ocupando posições na Ásia Central e cercando a Rússia.

Não é de estranhar que a Rússia tenha acabado reagindo a esse cerco e hoje apareça cada vez mais agressiva, justamente na sua fronteira geopolítica com a Alemanha, com quem mantém relações econômicas cada vez mais estreitas. Acho que essa tensão geopolítica e essa aproximação econômica entre alemães e russos está pesando decisivamente na divisão cada vez mais profunda entre os europeus, um motivo fundamental da ausência da Europa no jogo de poder internacional.

Nesse sentido, aliás, a Europa não está paralisada, ela está retomando suas raízes.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Programa "Fantástico" - Rede Globo/ Músicos Cubanos

Brasilia, 17 de diciembre de 2007

Sr. Luiz Nascimento
Director
Programa Fantástico
Red O Globo

En el programa Fantástico del domingo 16 de diciembre de 2007, se propaló una entrevista a tres músicos cubanos que decidieron residir en Brasil y solicitaron acogerse a la figura del asilo político, práctica a la que algunos apátridas recurren con el objetivo de lograr la residencia en el extranjero. Y, para la cual no clasifican, pues dichos ciudadanos en ningún momento han sido víctima de persecución política alguna, y su viaje a Brasil, al Estado de Pernambuco, se realizó a través del Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos.

Llama la atención la forma visceralmente irrespetuosa, difamatoria, parcializada y burdamente manipulada que el Programa Fantástico hizo alusión a la realidad cubana, sumándose de esta forma a la campaña mediática anticubana dirigida por el gobierno norteamericano con la finalidad de dañar la imagen de Cuba y sembrar una matriz de opinión negativa de la revolución cubana. Con el programa de ayer, Fantástico ha decidido, al parecer, sumarse de forma servil a la política de agresión mediática de la actual administración norteamericana y de la mafia cubana-norteamericana de Miami contra el pueblo cubano.

En tal sentido llama la atención que el programa Fantástico no haga la más mínima mención a que:

El criminal bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos contra Cuba, el cual dura ya casi medio siglo y para ilustrar algunos de los daños ocasionados por esta guerra económica impuesta de forma unilateral por los Estados Unidos contra Cuba, y sobre la cual el programa Fantástico tampoco dijo una palabra, la Embajada de Cuba se permite recordar que:

1. Según cálculos conservadores, el bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos contra Cuba ha provocado a Cuba pérdidas por más de 89 mil millones de dólares. Eso significa, al valor actual del dólar, no menos de 222 mil millones de dólares. Cualquiera puede comprender el nivel de desarrollo económico y social que Cuba habría alcanzado si no hubiera estado sometida a esta guerra económica implacable y obsesiva.

2. El bloqueo es hoy el principal obstáculo al desarrollo y el bienestar de los cubanos y una violación flagrante, masiva y sistemática de los derechos del pueblo cubano.

3. El bloqueo pretende rendir por hambre y enfermedades al pueblo cubano. La esencia del bloqueo norteamericano contra Cuba se explicó en una reunión encabezada por el presidente Dwight Eisenhower en 1960:

“…no existe una oposición política efectiva en Cuba; por tanto, el único medio previsible que tenemos hoy para enajenar el apoyo interno a la Revolución, es a través del desencanto y el desaliento, basados en la insatisfacción y las dificultades económicas. Debe utilizarse prontamente cualquier medio concebible para debilitar la vida económica de Cuba. Negarle dinero y suministros a Cuba, para disminuir los salarios reales y monetarios, a fin de causar hambre, desesperación y el derrocamiento del gobierno.”

Cuarenta y siete años después, así lo ha repetido el presidente George W. Bush:

“… insto a nuestro Congreso a que dé muestras de su apoyo y solidaridad a favor de un cambio fundamental en Cuba al mantener nuestro embargo…”

4. Siete de cada diez cubanos sólo han conocido la amenaza perenne de agresión contra Cuba Patria y las penurias económicas causadas por la persecución implacable del bloqueo.

5. Los Estados Unidos han ignorado, con arrogancia y ceguera política, las dieciséis resoluciones adoptadas por la Asamblea General, por el voto de casi la totalidad de sus Estados miembros, pidiendo el levantamiento del bloqueo contra Cuba. Sin embargo, durante el último año han adoptado nuevas medidas, que endurecen todavía más las sanciones y la persecución extraterritorial de las relaciones de Cuba con otros países.

6. El bloqueo no se había aplicado nunca con tal ensañamiento como en el último año.

El 14 de agosto del 2006, el Gobierno de Estados Unidos llegó al extremo de multar a la Alianza de Iglesias Bautistas, alegando que algunos de sus feligreses “hicieron turismo” durante una visita con fines religiosos a Cuba.

En diciembre del 2006, el Gobierno de Estados Unidos prohibió a las compañías norteamericanas proveer servicios de Internet a Cuba. Por lo tanto, si desde Cuba se intenta acceder a los servicios del Google Earth, como hacen millones de usuarios cada día en todo el mundo, se recibe como respuesta que: “Este producto no se encuentra disponible en su país”.

7. Los niños cubanos han sido especialmente lacerados por el bloqueo que el presidente Bush ha prometido reforzar.

Los niños cubanos no pueden recibir el anestésico inhalatorio Sevorane, de la compañía norteamericana Abbott, que es el mejor para la anestesia general pediátrica. Cuba tiene que usar sustitutos de menor calidad. El presidente Bush lo explicará seguramente diciendo que esos niños cubanos son “víctimas colaterales” de su guerra contra Cuba.

Los niños cubanos aquejados de arritmias no pueden recibir marcapasos que la empresa norteamericana Saint-Jude vendía a Cuba. Fue muy fuerte la presión de la Oficina de Control de Activos Extranjeros, y Saint-Jude se vio obligada a romper con Cuba.

8. El bloqueo persigue los intercambios y las relaciones humanas entre los pueblos de Cuba y Estados Unidos. Impide, además, las relaciones normales entre las familias cubanas a uno y otro lado del estrecho de la Florida. Multas de hasta un millón de dólares para las empresas y 250 mil dólares para los individuos y penas de cárcel de hasta 10 años para los infractores es el precio que tiene que arriesgar un norteamericano por venir de turista a Cuba o un cubano residente en Estados Unidos si quiere visitar a un familiar enfermo en Cuba.

9. La aplicación extraterritorial de las leyes norteamericanas, en menosprecio de los legítimos intereses de terceros países de invertir y desarrollar relaciones económicas y comerciales normales con Cuba, es otra de las afectaciones del criminal bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos contra Cuba. Sólo en el período comprendido entre mayo del 2006 y mayo del 2007, al menos 30 países –incluido Brasil– se vieron afectados por las disposiciones extraterritoriales de la política norteamericana de bloqueo contra Cuba.

Antes estas omisiones, se considera oportuno recordar al programa Fantástico algunos ejemplos:

- El 28 de julio del 2006 le fueron aplicadas al Banco “Netherlands Caribbean Bank”, de Antillas Holandesas, las regulaciones del bloqueo, incluidos el congelamiento de cuentas en Estados Unidos y la prohibición de cualquier transacción de ciudadanos y entidades norteamericanas con dicho Banco.

- El 4 de mayo del 2007, la empresa británica PSL Energy Services fue multada con 164 mil dólares por exportar a Cuba equipos y servicios para la industria del petróleo.

- Tampoco los compresores marca Sabroe pudieron ser exportados a Cuba, después que la compañía danesa que los produce fue adquirida por una empresa norteamericana.

- La multinacional norteamericana General Electric adquirió a la compañía finlandesa Datex-Ohmeda. Sólo hasta ese día Cuba pudo seguir comprando los excelentes equipos de anestesia y monitorización multipropósito, fabricados en Finlandia, y que Cuba adquiría tradicionalmente.

- Cuando el Instituto de Nutrición e Higiene de los Alimentos de Cuba trató de comprar a la compañía japonesa Shimadzu un espectrofotómetro infrarrojo, encontró que ello estaba prohibido por el bloqueo, pues ese equipo tiene más de 10% de componentes norteamericanos.

- La compañía alemana Basf AG no pudo vender un producto herbicida a Cuba, ni desde Alemania ni desde sus sucursales en América Latina, porque el ingrediente activo es de origen norteamericano.

- Desde que, a fines del año 2006, la compañía de cruceros española Pullmantur fue adquirida por la norteamericana “Royal Caribbean”, el crucero Holiday Dream, propiedad de la primera, tuvo que suspender sus operaciones en Cuba.

- En diciembre del 2006, la gerencia del Hotel Scandic de Noruega, que había sido comprado en marzo del 2006 por la cadena hotelera norteamericana Hilton, canceló las reservaciones que una delegación cubana había hecho para alojarse durante una feria internacional de turismo. Ello provocó un gran escándalo y un generalizado rechazo de la opinión pública noruega. Pero lo más increíble fue que la vocera del Grupo Hilton en Londres anunció públicamente, que dicha cadena prohibiría la estancia de cubanos en todos sus hoteles alrededor del mundo, pues de lo contrario estarían sujetos a multas o podrían ir a prisión según las leyes del bloqueo.

10. El episodio más notorio ocurrido este año respecto al bloqueo de Estados Unidos contra Cuba fue, sin dudas, la guerra sin cuartel librada por el Departamento del Tesoro norteamericano contra las relaciones de Cuba con instituciones financieras y bancarias de otros países.

Ello fue posible especialmente después que el Gobierno de Estados Unidos y sus servicios especiales accedieron a la información confidencial de la Sociedad para las Telecomunicaciones Financieras Interbancarias Mundiales (SWIFT), institución a través de la cual se realiza prácticamente la totalidad de los pagos e intercambios de mensajes que se producen entre las instituciones financieras de todo el mundo.

En el último año, más de una veintena de bancos de diversos países han sido groseramente amenazados a fin de interrumpir cualquier tipo de relación o transacción con Cuba.

El programa Fantástico tampoco hizo referencia a que en el contexto de la guerra económica contra la Revolución Cubana la política migratoria de los Estados Unidos ha constituido uno de los más importantes instrumentos de la hostilidad estadounidense hacia Cuba, con el objetivo de desestabilizar la sociedad cubana, desacreditar su modelo político, drenar a Cuba de su capital humano y sentar las bases para la creación de movimientos contrarrevolucionarios encargados de realizar acciones terroristas y agresivas contra el pueblo cubano. Sobre este aspecto el programa Fantástico no hizo ninguna mención, por lo que se considera oportuno recordar que:

1. Con anterioridad al triunfo de la Revolución los ciudadanos cubanos que deseaban viajar o emigrar a los Estados Unidos recibían igual tratamiento que un ciudadano de cualquier otro país y debían realizar legalmente la tramitación correspondiente.

2. Sin embargo, a partir del 1ro. de enero de 1959 Estados Unidos aplicó una política migratoria diferente para Cuba, dirigida, en un primer momento, a ofrecer protección y asilo a los asesinos, esbirros, torturadores, malversadores y ladrones de la tiranía encabezada por Fulgencio Batista – sin acceder jamás a las solicitudes de extradición oficialmente presentadas contra los más connotados criminales – y, posteriormente, a estimular la emigración ilegal de ciudadanos cubanos hacia ese país, dando prioridad a los profesionales y personal calificado.

3. De manera escalonada, Washington fue suspendiendo los vuelos regulares y las vías de salida legal desde Cuba, al tiempo que se otorgaba automáticamente el estatus de refugiado a todo ciudadano cubano que arribara a territorio estadounidense, al extremo de que se crearon condiciones financieras especiales para apoyar a los emigrantes cubanos. Baste mencionar que entre 1959 y 1962 emigran hacia los Estados Unidos 274 000 cubanos, de los cuales los primeros 70 000 ingresan en territorio estadounidense sin que mediara trámite migratorio alguno.

3. La máxima expresión de la política migratoria criminal, inmoral y discriminatoria de los Estados Unidos contra Cuba es la Ley de Ajuste Cubano, engendro legislativo adoptado en 1966, con el deliberado propósito de incentivar las salidas ilegales de ciudadanos cubanos hacia ese país. Única de este tipo en el mundo, que ofrece a los cubanos que llegan a los Estados Unidos por vías ilegales privilegios que no reciben ciudadanos de ninguna otra nacionalidad ni país.

4. La incongruente y arbitraria política migratoria aplicada por los Estados Unidos contra Cuba ha provocado, desde 1965, tres grandes oleadas migratorias: Camarioca, 1965; Mariel, en 1980, y la denominada “crisis de los balseros”, en 1994. Como resultado de las dos últimas crisis migratorias mencionadas se produjeron varias rondas de conversaciones entre Cuba y los Estados Unidos, que concluyeron con la firma, en 1984, del Acuerdo de Normalización de las Relaciones Migratorias entre ambos países y, más tarde, del Acuerdo Migratorio del 9 de septiembre de 1994 y la Declaración Conjunta del 2 de mayo de 1995.

Sin embargo, los reiterados incumplimientos de estos Acuerdos por la parte estadounidense, junto a su actitud irresponsable de continuar alentando la emigración ilegal y admitir en territorio norteamericano, en virtud de la Ley de Ajuste, a los cubanos que se trasladan allí como polizones, secuestradores de naves aéreas o marítimas, o simplemente como “balseros”, impiden que la emigración entre ambos países tenga lugar de forma segura, legal y ordenada.

La marcha del cumplimiento de los Acuerdos Migratorios ha sido revisada en 13 rondas de conversaciones, efectuadas desde el 1ro. de septiembre de 1994 hasta el presente. En estas reuniones Cuba ha llamado la atención sobre las irregularidades en el cumplimiento de los Acuerdos que persisten por parte de Estados Unidos y que contradicen y violan la letra y espíritu de estos documentos.

5. La empecinada aplicación de la Ley de Ajuste Cubano constituye la base del problema migratorio existente entre los dos países: el fenómeno cada vez más creciente de la emigración ilegal y el tráfico o contrabando de personas con destino a los Estados Unidos.

6. Cuba, por su parte, ha cumplido estrictamente con los Acuerdos suscritos y ha tomado medidas ejemplarizantes contra los traficantes de personas, sin recibir colaboración alguna del Gobierno de Estados Unidos.

7. Estados Unidos no podrá establecer disciplina en sus propias costas mientras exista la Ley de Ajuste Cubano y, mucho menos, mientras continúe financiando, incentivando y perfeccionando los métodos de transmisión radial que incesantemente alientan las salidas ilegales, como parte de la guerra política y psicológica contra Cuba.

8. Sobre las autoridades de Estados Unidos recae enteramente la responsabilidad de que a lo largo de tres décadas hayan perecido y corran todavía el peligro de perecer, seres humanos, incluyendo niños, que son incitados a cometer tales aventuras como consecuencia de una política inmoral, anacrónica y carente absolutamente de ética y sentido humano.

9. Cuba continuará identificando y denunciando públicamente a esta insensata Ley como “la ley asesina”, continuará alertando sobre los graves riesgos y peligros que provoca y no dejará de denunciar a los responsables de su aplicación.

El programa Fantástico también guardó silencio acerca de que como resultado de la política agresiva de las administraciones norteamericanas contra Cuba, las familias cubanas llevan luto por la pérdida de sus seres queridos, como resultado de los actos de terrorismo que se realizan desde territorio norteamericano por connotados terroristas de origen cubanos, entre ellos los integrantes de la mal llamada organización Hermanos al Rescate, y del más connotado terrorista de la región Luis Posada Carriles. El programa Fantástico no dice una palabra sobre las familias cubanas que perdieron hijos, padres y hermanos, ni los justos reclamamos formulados al gobierno de Estados Unidos para que el terrorista internacional Luis Posada Carriles, hoy libre en la ciudad de Miami y protegido por el gobierno del presidente George Bush, sea juzgado por terrorista y puesto en prisión, o que sea extraditado a Venezuela, según ha reclamado el gobierno de ese hermano país, por ser responsable entre otros crímenes de la voladura de un avión de CUBANA DE AVIACION en pleno vuelo.

El programa Fantástico no dijo una sola palabra de los cinco cubanos luchadores antiterrorista: Gerardo Hernández Nordelo, Ramón Labañino Salazar, Fernando González Llort, Antonio Guerrero Rodríguez y René González Sehwerert, quienes son presos políticos en cárceles norteamericanas, sometidos a injustas y severísimas condenas, sometidos a celdas de castigo por períodos prolongados y a otros tratos crueles, inhumanos y degradantes por más de nueve años. El programa Fantástico tampoco hizo referencia a los reclamamos del pueblo cubano para que sean puestos en libertad. Asimismo, el programa Fantástico no hizo la más mínima mención a la campaña internacional que se libra en todo el mundo por su liberación, ni a la justa exigencia del pueblo cubano para que Adriana Pérez O’Connor, esposa de Gerardo Hernández Nordelo, y Olga Salanueva Arango, esposa de René González Sehwerert, puedan visitar a sus esposos, a los que no han podido ver desde 1998, lo cual ha suscitado el reclamo internacional de respeto a sus derechos y el emplazamiento al Presidente y al gobierno de Estados Unidos a permitirles a estas dos mujeres, hijas del pueblo cubano, poder visitar, en las prisiones donde hoy cumplen severas condenas, a sus esposos.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que Cuba fue el primer país latinoamericano que erradicó el analfabetismo y que estableció un carácter universal y democrático a la Educación, que permite que el acceso a una Educación de calidad a toda su población sin distingo de raza, religión y posición económica y política; y que Cuba exhibe hoy los mejores índices de educación de América Latina.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que Cuba garantiza una atención médica gratuita y de calidad a toda la población cubana, lo que se convirtió desde los primeros momentos del triunfo de la Revolución en uno de sus paradigmas sociales fundamentales, lo que se corresponde con la esencia humanista y de justicia social que caracteriza al proceso revolucionario cubano.

Hoy Cuba cuenta con 381 áreas de salud con cobertura completa con el programa del médico de la familia, los que superan la cifra de 28,000 médicos, distribuidos en todo el país, lo que ha permitido que Cuba exhiba los mejores índices de salud de América Latina, y haya superado la situación existentes antes de la revolución cubana, – antes del 1 de enero de 1959 –, donde la atención médica y hospitalaria se caracterizaba por el predominio de servicios de carácter privado y mutualista. Esta modalidad en los servicios de salud impedía el acceso a las personas de más bajos ingresos, las que contaban como única opción con las Casas de Socorro, que atendían principalmente los casos de urgencia. Las instalaciones y el personal médico radicaban fundamentalmente en la capital del país, donde se concentraba el 65% de los médicos y el 62% de las camas hospitalarias existentes. En las zonas rurales, prácticamente no existía atención médica y se contaba con un solo hospital rural. Quizás está sea la situación que la contrarrevolución cubana, la actual administración norteamericana y sus testaferros de la prensa de derecha internacional y latinoamericana aspiran que retorne Cuba.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que Cuba tiene a más de 37 000 colaboradores cubanos de la salud trabajando en 79 países, de los cuales más de 18 000 son médicos. Ni tampoco, el Programa Fantástico hizo referencia a que próximamente Cuba llegará a un millón de pacientes operados gratuitamente a través de la Operación Milagro. Un millón de pacientes de 32 países han recuperado la visión en los últimos años como resultado de la Operación Milagro impulsada por Cuba, operados por galenos, enfermeras y técnicos cubanos, en Cuba o en otros países.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que en Cuba estudian hoy, becados por el gobierno cubano, en sus universidades, casi 30 000 estudiantes de 121 países, hijos de familias pobres, muchas veces de áreas rurales de sus países. De esos casi 30 000 estudiantes, 23 000 se preparan en Cuba como médicos.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que Cuba a través del método de alfabetización “Yo sí puedo”, diseñado por profesores cubanos y aplicado con la participación de miles de asesores pedagógicos cubanos, ha alfabetizado ya más de 2 700 000 analfabetos en 22 países; y estudian hoy, se alfabetizan y aprenden a leer y a escribir en las lenguas de sus países, no solo en español, sino en otros idiomas, otros 600 000 analfabetos.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que Cuba a pesar de ser un país de escasos recursos y sometido por más de cuatro décadas a un cruel y genocida bloqueo económico, comercial y financiero por parte del gobierno de los Estados Unidos, ha formado a más de 30 000 estudiantes africanos; y cerca de 2 mil jóvenes de 44 países de África estudian hoy en sus universidades. De ellos, más de 700 cursan estudios de medicina.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que hasta África han llegado también decenas de miles de médicos, maestros, ingenieros y constructores cubanos. Más de 2 400 colaboradores cubanos se encuentran hoy prestando sus servicios desinteresadamente en países africanos: De ellos, cerca de 2 mil médicos, enfermeras y técnicos de la salud cubanos trabajan en el combate contra el SIDA, la tuberculosis, la malaria y otros males que siguen azotando al continente.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que como resultado del Programa Integral de Salud los médicos cubanos han salvado la vida a más de 730 000 africanos y actualmente se lleva a cabo en varios países de África, un programa de alfabetización para ayudar a paliar la critica situación de analfabetismo que padece ese continente.

Igualmente, el programa Fantástico ocultó que cuando fue necesario, sangre cubana también se derramó en África. De allí Cuba sólo trajo de vuelta los restos de sus combatientes. Cuba no fue en busca de oro, diamantes o petróleo. Los cubanos fueron a luchar por la libertad, contra el colonialismo y contra el apartheid. Más de 350 000 combatientes voluntarios cubanos, hombres y mujeres, fueron a derrotar a las tropas del apartheid, haciendo posible la desaparición, en pleno siglo XX, de una forma brutal de discriminación y exclusión de los hombres por el color de su piel, donde cayeron más de 2 000 hijos del pueblo cubano combatiendo allí e hicieron posible la preservación de la integridad territorial de Angola, el surgimiento de Namibia como un país independiente, la liberación de Nelson Mandela y el desmontaje del cruel sistema del apartheid, que pudo ser mantenido por el apoyo vergonzoso de muchos de los que hoy tratan de olvidar ese pasado en que fueron cómplices del régimen del apartheid, al que ayudaron a armar, al que ayudaron a violar las resoluciones de Naciones Unidas, en primer lugar, el gobierno de Estados Unidos.

Finalmente, la Sección de Prensa de la Embajada de Cuba en Brasil, desea expresar de forma clara, contundente y firme que ni las manipulaciones que el gobierno de Estados Unidos ha montado, con la participación a veces de algunos pocos mercenarios, a quienes pagan y dirigen contra Cuba, ni las amenazas, ni su dinero abundante para pagar traiciones y deslealtades, ni sus campañas mediáticas, ni su poderío sobre los medios de comunicación internacionales, ni sus presiones ni agresiones harán desistir al pueblo cubano de su rumbo de defensa de su libertad y justicia social para su pueblo y para otros pueblos del tercer mundo.

Cuba, Sr. Luiz Nascimento, no se rendirá. Lucha y luchará con la convicción de defender hoy los derechos alcanzados por el pueblo cubano a partir de la revolución cubana del 1 de enero de 1959, que próximamente entrará en su 50 aniversario, y no renunciará tampoco a defender también los derechos de todos los pueblos del tercer mundo.

Sección de Prensa de la Embajada de Cuba en Brasil


terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Para fazer a globalização funcionar


O historiador Eric Hobsbawm e o economista Joseph Stiglitz sugerem mudanças de rumo na política

Antonio Gonçalves Filho

Saudada com euforia há duas décadas, a globalização passou a ser vista como invenção diabólica no fim da década de 1990 com um protesto em Seattle, quando operários americanos se viram ameaçados pela concorrência dos chineses. As duas faces da globalização - a de promotora de um modelo de economia de mercado e a de disseminadora da pobreza - são analisadas nas entrevistas do historiador Eric Hobsbawm e do economista Joseph E. Stiglitz concedidas ao Estado, ambas respondendo às mesmas questões propostas pela reportagem.


Dizem que a dinâmica do capitalismo globalizado está fora do controle dos governos e que os impérios acabaram. Qual o seu prognóstico para o futuro da globalização?


ERIC HOBSBAWM: Nações-estado, mesmo as maiores, são incapazes de controlar por mais tempo o que está acontecendo com a economia mundial, mas podem, contudo, determinar a forma e a natureza da globalização. Ela vai ter de conviver com as nações-estado, cenários das decisões políticas, porque a política tem resistido à globalização, continuando a confrontá-la. As pressões políticas, creio, irão refrear o processo de globalização na próxima década, embora seja pouco provável um revival do protecionismo verificado no período entre-guerras. A globalização vai continuar. Espero que os governos que hoje exercem liderança mundial sejam forçados a abandonar sua aposta no descontrole do mercado livre. Os EUA falharam em seus planos de impor uma política hegemônica sobre o globo após o 11 de Setembro e a guerra contra o Iraque mostrou os limites dessa que foi a mais extraordinária máquina de guerra de nossa época, o que nos dá segurança para dizer que a era dos impérios está definitivamente morta.


JOSEPH E. STIGLITZ: De fato, a turbulência que atingiu os mercados financeiros em 2007 parece mesmo mostrar que os problemas que tínhamos em meados do ano continuam a se avolumar e não há motivo algum para ser otimista, porque podemos enfrentar uma possível crise global. Contudo, não há motivos para suspeitar que a globalização não eleve os padrões de vida ou dificulte aos países pobres o acesso aos mercados externos. A globalização vai continuar e pode trazer uma grande contribuição para esses países. Não vai ser fácil fazê-la funcionar. Também é verdade que os Estados Unidos não conseguem viver de maneira autônoma e uma prova disso são os empréstimos cada vez maiores que o país toma e suas atitudes protecionistas.


A instabilidade da nova economia global parece evidente e as nações-estado são aparentemente incapazes de governar a si mesmas, correndo mesmo o risco de se desintegrar. Isso pode representar uma porta aberta para a desordem global? Elas serão obrigadas a se submeter à intervenção estrangeira?


HOBSBAWM: Muitas regiões do globo - a África, o Oriente Médio, parte do sudeste europeu e a ex-União Soviética - já estão vivendo a era da desordem global. A tendência à desintegração dos estados, principalmente após o colapso dos impérios do século 20, é reforçada por uma nova tendência: a da fragmentação das mais antigas unidades políticas estáveis do mundo rico, como Grã-Bretanha, Espanha, Bélgica, Itália e Canadá. Essa tendência à 'balcanização' e ao enfraquecimento do poder estatal certamente favorece a desordem global, mas sua causa principal tem sido a crença de Washington de que os EUA podem impor uma ordem mundial de mão única. O estabelecimento de um padrão mais razoável de política internacional, que reconheça os limites desse poder e a existência de um sistema pluralista, seria menos perigoso. Movimentos separatistas, de modo geral, recorrem à ajuda política de forças externas para conquistar autonomia ou independência, mas os estados que são incapazes de governar a si mesmos não se tornam necessariamente mais governáveis quando ocupados por exércitos estrangeiros.


STIGLITZ: Acho que os países industrializados têm condições de resolver os próprios problemas, mesmo que, aparentemente, mostrem-se incapazes de se governar. Naturalmente, os mais ricos têm como se proteger de modo mais adequado, enquanto os países em desenvolvimento não dispõem de recursos para se defender do fluxo do capital especulativo descontrolado, correndo, portanto, maiores riscos. A globalização expõe conflitos sociais e coloca em questão o papel do governo e dos mercados. É irônico que o secretário do Tesouro dos EUA exerça pressão sobre a Índia para que se abra para esse capital especulativo.


A miséria permanece um problema em economias emergentes. Particularmente no Brasil, os programas sociais destinados a aliviar a pobreza parecem inoperantes para atender às metas da globalização. Como a globalização pode ajudar países como Brasil e Índia?


HOBSBAWM: A globalização trouxe um rápido crescimento econômico e com ele uma diminuição significativa da pobreza mundial. Ao mesmo tempo, fez crescer a distância entre ricos e pobres. Isso parece evidente em países como a China, onde a globalização se torna visível pela rápida industrialização e geração de empregos. E, vale lembrar, o nome do crescimento econômico, para a maioria das pessoas , é emprego. A Índia, por exemplo, tem mais pobreza que a China porque seu crescimento econômico não se baseia na evolução da indústria de manufaturados. Ao mesmo tempo, a fase atual da globalização, que abre mercado e garante altos preços para produtos agrícolas, favorece países como o Brasil, mas, infelizmente, tem pouco efeito na promoção social dos pobres ou de pequenos agricultores. Os programas para minimizar os efeitos da pobreza têm pouco a ver com a globalização e mais com a correção de certas deficiências de cada país. Não estou capacitado para julgar o que está sendo feito no Brasil, mas o país continua como exemplo extremo de inadequação social e econômica.


STIGLITZ: Tudo depende de como a globalização é gerenciada - e ela ainda não é administrada de forma coerente com os princípios democráticos. Ela pode ajudar a dividir a riqueza e diminuir a pobreza, como na China, onde o rápido crescimento econômico, baseado nas exportações, conseguiu tirar mais de 300 milhões de chineses da pobreza. Há exemplos contrários de países no Leste Asiático e na América Latina que não evitaram o processo de expansão e contração, como a China, e só viram a pobreza e as crises se repetirem. Quando a globalização é mal orientada, o que se vê são pobres fazendeiros confrontando não outros fazendeiros, mas competindo com Washington - competição, aliás, difícil de vencer. Nos países em desenvolvimento, os governos tendem à corrupção e os pobres ficam mais vulneráveis quando a economia mundial freia.


O rápido crescimento da China provocou um tremendo impacto em quase todos os países, pequenos ou grandes, contribuindo para elevar o preço das mercadorias e, ao mesmo tempo, tornar economias dos pequenos mais vulneráveis. Qual a solução para essa dependência? Como essas pequenas economias vão encarar esse desafio?


HOBSBAWM: Considerando que o tamanho e a velocidade do crescimento da China salvaram a economia mundial dos efeitos de uma economia fraca e instável como a americana, ela deveria ser vista como benéfica para a economia de outros países, e não como um perigo. A dependência num único mercado exportador de produtos primários não é uma desvantagem, a menos que tal mercado entre em colapso. Aí, de fato, não haveria alternativa. Argentina e Uruguai, no começo do século 20, saíram-se muito bem ao se livrar da dependência do mercado britânico. Pequenas economias não são necessariamente mais vulneráveis que grandes economias - veja o caso da Islândia, Dinamarca, Noruega e Finlândia. Na verdade, pequenas economias podem até se adaptar mais facilmente à globalização que as grandes, concentrando-se em nichos particulares da economia mundial.


STIGLITZ: A China, com sua economia em expansão, é um exemplo positivo. A alta nos preços das mercadorias chinesas pode ter bons reflexos em países exportadores da América Latina, incluindo o Brasil. Por outro lado, traz desafios para países importadores. A China tem uma alta taxa de poupança, ao contrário dos EUA. É preciso entender a dinâmica da globalização. A liberalização do comércio pode ter sido favorável para a China, mas causou grande dificuldade para outros países que desejam competir com a economia chinesa. Os subsídios têm um papel relativo nessa história, como mostram os chineses. Países como os EUA têm de rever sua posição, porque a globalização econômica foi mais rápida que a política.

Países desenvolvidos manipulam as leis internacionais de comércio para se proteger, impondo altos custos a outros países e ameaçando-os ainda com a poluição e outras conseqüências negativas de suas atividades. Como fazer a globalização funcionar se os países desenvolvidos têm menos consciência ecológica que os não-desenvolvidos?


HOBSBAWM: Quais países são mais conscientes e quais os menos conscientes? E mesmo que eles sejam conscientes, isso determina um comportamento ecológico? O governo chinês, por exemplo, é mais consciente que o americano, embora os dois sejam igualmente grandes poluidores. O problema não reside em decisões de cunho nacional, mas na ausência de uma autoridade global capaz de impor medidas de controle para lidar com um problema que é global. Se ela existisse, haveria pontos a discutir sobre como suas decisões afetam países em desenvolvimento.


STIGLITZ: De fato, o crescimento da atividade econômica de países desenvolvidos, bem como de países em desenvolvimento, está provocando grande impacto ambiental. Considerando que a maior parte dos recursos ambientais não é global por natureza, não creio que seja possível lidar de forma imperativa com a poluição que transcende fronteiras. O aquecimento global é uma realidade, assim como é limitada nossa capacidade de gerir recursos naturais, mas sou otimista com relação à educação, à conscientização ambiental. Os países em desenvolvimento não têm como criar barreiras para os desenvolvidos, que são, naturalmente, os maiores poluidores por possuírem as maiores economias. Fazer a globalização econômica funcionar depende de como vamos gerir nossos recursos naturais.


A possibilidade de uma recessão mundial não está longe, considerando a mudança do sistema de reservas global motivada por uma economia instável. Há meios de eliminar a dependência de uma moeda única? Quais são as suas sugestões?


HOBSBAWM: Está além da minha competência fazer propostas sobre o sistema financeiro internacional, mas parece claro que o dólar não pode manter por mais tempo sua posição como padrão monetário internacional, considerando as quedas sucessivas da moeda americana. Não sabemos ainda quanto tempo demorará para ele ser substituído por outro parâmetro monetário internacionalmente aceito, tal como imaginou Keynes. É evidente que a maioria das pessoas e estados gostaria de se livrar de seus dólares, mas temem as conseqüências de um súbito colapso da moeda na economia mundial.


STIGLITZ: É como digo no nono capítulo de meu livro: o sistema financeiro mundial não funciona bem, em particular para os países em desenvolvimento. O custo do atual sistema global para eles é alto: torna a economia mais vulnerável, mais instável. As sucessivas quedas do dólar chocam o mundo financeiro e o sistema atual já se desgastou o suficiente. Muitos diretores de bancos centrais já estão saindo do dólar, seguindo o exemplo dos chineses. Isso enfraquece a moeda e nos faz concluir que ele não é o melhor meio de acumular reservas. Portanto, é preciso criar um novo sistema global de reservas e a solução está na velha proposta de Keynes, de criar numa nova forma de papel-moeda sem lastro que pode funcionar como reserva.


O terrorismo é uma ameaça real ao mundo. Como conciliar a idéia de globalização com antigas crenças?


HOBSBAWM: O terrorismo de pequenos grupos, que certamente deve ser combatido, não representa uma ameaça real ao mundo moderno. Os terroristas demonstraram sua habilidade em cometer massacres indiscriminados e chocantes, mas o terrorismo não é um fator político ou militar relevante e, mesmo em países onde é proeminente, representa apenas uma pequena célula de resistência à ocupação estrangeira. É ameaçador, sem dúvida, mas porque não o entendemos, não por representar perigo. Os efeitos do furacão Katrina nos EUA foram incomparavelmente maiores que o 11 de Setembro, em que morreram dramaticamente muitos inocentes. É essencial ter em mente os limites do terrorismo para que não fiquemos histéricos. Sobre antigas crenças e culturas ancestrais, há pouco de antigo no braço extremista islâmico que inspira uma organização como a Al-Qaeda. A fatwa que permite a matança indiscriminada de inocentes, incluindo aí muçulmanos, não havia sido aprovada pelo clero egípcio até o começo dos anos 1970. O barbarismo dos quais os terroristas modernos são representantes não está baseado na antiguidade ou na tradição, mas nas sociedades dos séculos 20 e 21.


STIGLITZ: Creio que, à medida que o mundo se torna mais globalizado, ele se torna também mais integrado. E, para fazer a globalização funcionar, reduzir o déficit democrático é essencial. Não vejo como antigas crenças possam impedir a convivência de uma cultura ancestral com outras civilizações. Na Europa, por exemplo, as diferenças culturais entre escandinavos e ingleses são enormes e nem por isso deixam de se integrar economicamente. Ficamos interdependentes na área econômica. O fundamentalismo econômico é, hoje, tão perigoso como o religioso.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Jean-Paul Sartre


13/03/2005

Ignacio Ramonet

Radio Chango

Por motivo do centenário do seu nascimento, acaba de se inaugurar na Biblioteca Nacional de Paris uma grande exposição consagrada a Jean-Paul Sartre (1905-1980), sem dúvida o filósofo mas influente da segunda metade do século XX. Para mim foi um autor capital. Li-o desde muito jovem. Devia ter uns treze ou catorze anos quando na livraria Colonnes de Tânger comprei Le Mur (O Muro); uma edição de bolso com capa ilustrada em cores esverdeadas onde uma enorme mão arranhava uma parede de cimento, e as unhas deixavam dramáticos sulcos… Este livro, como se sabe, reúne cinco relatos curtos. O primeiro deles – “O Muro”, que melhor deveria chamar-se “El Paredón” [“Muro de Fuzilamento”] – dá o título ao conjunto, e conta um episódio da guerra civil espanhola no qual três homens vão morrer fuzilados. Sartre escreveu­‑o em 1939. Era o seu segundo livro de ficção depois de A Náusea que tinha publicado no ano anterior.

Com estes dois livros, e depois durante a ocupação de França pelos nazis, com as suas populares obras de teatro (As Moscas e A porta fechada) fez-se célebre, antes inclusive de o seu ensaio filosófico principal, O ser e o nada, editado em 1943, fosse lido de verdade. Ao findar a guerra e até ao final dos anos 1970, Jean­‑Paul Sartre transformou­‑se no filósofo central do pensamento francês. A sua teoria do existencialismo invadiu tudo, até se converter numa moda parisiense com os seus chefes de fila, o próprio Sartre, claro, mas também Albert Camus ou Maurice Merleau­‑Ponty, as suas revistas como Les Temps Modernes, os seus cantores como Juliette Greco, os seus lugares míticos como o café Flore e o bairro Saint-Germain-des­‑Près, etc.

Para qualquer jovem inquieto dos anos 1950, em que começaram as grandes lutas anti­‑coloniais e a emancipação dos povos do terceiro mundo, Sartre era uma referência inevitável. «O ser humano esta feito de liberdade, dizia, a liberdade é o tecido da existência humana». Ele desenvolveu e afinou, depois de Gramsci, o conceito de “intelectual comprometido”. E levou­‑o à prática em todos os terrenos da batalha das ideias: jornalismo, conto, novela, teatro, ensaio, etc.

Lutou contra o anti-semitismo, denunciou os campos de concentração soviéticos, defendeu a independência da Argélia, solidarizou-se com os combatentes anti­‑franquistas em Espanha, ajudou a revolução cubana, militou pela causa feminista e contra o imperialismo dos Estados Unidos e a guerra de Vietname, defendeu os estudantes em Maio do 68, condenou a intervenção soviética na Checoslováquia, e recusou o prémio Nobel de literatura.

A primeira vez que o vi, no princípio dos anos 1970, ia ele caminhando com Simone de Beauvoir pelo boulevard Raspail, perto do café Dôme, em Montparnasse, numa manhã de primavera. Ela sustia­‑o por um braço, porque tinha sofrido um ataque e estava quase cego. Não podia ler nem escrever. Detiveram-se no quiosque da esquina onde eu estava a consultar a imprensa. Simone aproximou­‑se para comprar o diário Liberation que acabava de se fundar e no qual eu colaborava então. Estive um momento a olhar Sartre em carne e osso. Ainda que estivéssemos em Junho, ia muito arroupado, envolvido num enorme casacão forrado de falsa pele. Era um homem cabeçudo de diminuta estatura – devia medir muito pouco mais de um metro e meio –, de fealdade lendária, com umas espessas lentes defumadas que lhe devoravam grande parte do rosto e deixavam perceber o terrível estrabismo do seu olho direito, e uma dentição desbaratada, quase grotesca, muito marcada por decénios de fumaça de cigarros e de cachimbo.

Disse-lhe, com um sorriso de admiração e de ternura: «Bons dias, senhor Sartre». Movendo a cabeça da maneira insegura como fazem os cegos, tratou de localizar­‑me, disse-me com a sua bela voz de timbre metálico e viril (principal arma de sedução juntamente com a sua inteligência): « Bons dias, jovem!» E levando aos seus lábios o cigarro Gitane (sem filtro) que levava na sua mão direita, estendeu esta no vazio, um pouco a esmo, para que a tomasse e apertasse entre as minhas. Afastaram­‑se. Fiquei a meditar. Recordando aquele episódio de um poeta espanhol que, em Paris, tinha estreitado uma vez a mão de Verlaine a quem tanto admirava e que, para não apagar jamais essa recordação, decidiu nunca mais lavar as mãos…


Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira