sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Pós - modernismo - arte/ecletismo

, por Cristina Brandão

Estamos retomando hoje a discussão que iniciamos sobre a Pós-Modernidade encaminhado o assunto para o tema "arte". Embora não tão freqüente, sabemos que opôs-modernismo tem feito visitas à música, à dança, ao teatro e ao cinema . Na música ele assume formas diversas. Podemos citar a experiência que o "revolucionário" e imprevisível John Cage faz com o silêncio ou Steve Reich para mãos batendo descompassadas. Soa nos temas minimalistas de Philip Glass( frases tocadas em uníssono, repetidas à exaustão com pequenas variações de timbres) e no som tecnopop de Laurie Anderson - a voz humana, os instrumentos e os gêneros populares ou eruditos( mais o rock) sendo processados pela parafernália eletrônica.E ainda temos para acrescentar, o rock punk e new wave, sempre com letras brandas, descontraídas ou então niilistas do tipo "A gente somos inútil "DO Ultraje.

A dança já põe no palco até mesmo o grotesco, a feiúra oferecidas por dançarinas gorduchas. Bailarinos podem passar meia hora passando bolas de borracha uns para os outros ou ainda na linha "minimalista"andando de um lado para outro exibindo gestos banais. ( "Transit"de Steve Paxton) A grande musa, no entanto, é Pina Bausch cuja coreografia passa do belo ao horroroso e redefiniram a dança.No teatro, o Living Theater , de Julian Beck ( a peça vira happening com a participação do público) e nas montagens dos italianos do grupo Gaia Scienza com peças sem texto ou enredo. Apenas corpos imitando fenômenos biológicos .

E no cinema? O pós-modernismo começou a ser sentido nos altos efeitos especiais e na nostalgia aclopada à ficção científica . Na maioria dos filmes, reina o ecletismo ( mistura de estilos) e o pastiche ( imitação barata do Indiana Jones é a volta ao gibi, ao seriado; Guerra nas Estrelas leva para o cosmos as batalhas medievais apoiando-se no computador e no laser.A nostalgia dos anos 20/30 é refilmada com base em documentários da época . Mesclado ao filme policial, o futuro espetacular da tecnologia pode ser apreciado no histórico "Blade Runner. Mais fores , podemos citar "Quem Puder"de Godard ( base no individualismo) e "Paris Texas", de Wim Wenders, passeando pelo "deserto"atual.

Estamos diante da antiarte pós-moderna? Sim. Das criações grandiosas de Picasso e Joyce às brincadeiras, sem regras estéticas, houve queda ou fim de padrões? A arte agora é pastiche e ecletismo porque perdeu a originalidade ("tudo já foi feito") Não sabe mais criar. Niilista, a desestetização é a máxima atual Mas há quem veja no pós-modernismo uma praga boa e saudável porque ele abala preconceitos, pões abaixo o muro entre arte-culta e arte de massa, rompe as barreiras entre os gêneros, traz de volta o passado( os modernos só queriam o novo) e democratiza a produção. A desordem, dizem, pode ser fértil e propõe a convivência de todos os estilos, de todas as épocas , sem hierarquias. O mercado é um cardápio variado e ,sem regras absolutas, cada um escolhe o prato que mais lhe agrada1

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A tese sem antítese ou a dialética caolha da arte pós-moderna

Clicar na imagem para ler

Muriel Paraboni *

murielp@terra.com.br

Às vezes dá mesmo pra duvidar que a banalização da obra de arte pela sua apropriação enquanto simples mercadoria de consumo desta pós-moderna indústria cultural é ponto passivo entre os envolvidos na coisa. E por envolvidos entendamos evidentemente os realizadores de arte, de um modo bem geral, artistas, produtores, críticos, diletantes. Se por um lado dá pra aceitar que alguns tantos por aí defendam categóricos a indústria cultural como tábua de salvação da produção artística – um assunto tão polêmico que merece uma discussão específica – por outro não cabe qualquer dúvida de que um sistema de produção fundamentado na indústria e no puro comércio abandona a noção de arte para recriar uma espécie transgênica de mercadoria cultural.

Essa mesma noção de indústria irrefutavelmente tem se responsabilizado pela banalização de um universo vasto de mercadorias utilitárias em nome da produção de riquezas e da geração de empregos. Tanto que já é óbvio dizer que um carro não vale só pelo tanto que anda, uma geladeira pelo tanto que gela, um par de tênis pelo tanto que preserva os pés do sujeito. Se um dia esses objetos tiveram um valor de utilidade no cotidiano das sociedades, hoje essa utilidade passou para um plano de bem menor relevância. Mas não é exatamente de geladeiras e de automóveis que se deseja tratar aqui. A relação a ser feita é exatamente a mesma só que na direção do objeto artístico: se em condições ideais e absolutamente autônomas o objeto emana esse seu profundo e universal sentido de despojamento, gratuidade e subjetividade, prestando-se dessa forma à contemplação livre e aberta dos seus signos todos, no âmbito da tal indústria cultural tudo isso se vê relegado a um segundo plano. Como mercadoria, e de acordo com a lógica dominante da indústria moderna, esse objeto artístico cumpre com um ciclo autofágico de existência, em que é produzido para ser consumido por um público determinado e delimitado, que dele espera rigorosamente só aquilo que lhe está sendo vendido, para em seguida morrer e desaparecer na sua superação pelo objeto que a indústria já oferece como novo, aquele que deve ser o seu “natural” substituto.

Como acontece na indústria das utilidades, a produção artística passa também a competir. Os objetos disputam público e prestígio. Os artistas disputam espaços e condecorações. Nem a arte e nem os artistas podem coexistir num ambiente desse tipo. As obras são preparadas racionalmente a partir de objetivos logísticos, tendo públicos e perfis muito bem definidos. A estrutura do modo industrial de se produzir arte delimita e distingue categorias, alvos, discursos, objetos, e as obras passam a ser realizadas de forma serial para então servirem ao gosto do consumidor, como se fossem marcas distintas de sabão em pó, como se fossem as mais novas linhas de desodorantes anti-alérgicos do mercado. Ora, se nessas condições ainda se insiste por chamar esses objetos de “artísticos”, é certo que existe alguma coisa torta nisso tudo. A própria literatura especializada jamais abriu mão, em qualquer momento, das propriedades essenciais da arte, a sua gratuidade, o seu despojamento e o seu grau de subjetividade, em que quanto maior é a subjetividade do objeto, tanto maior será a multiplicidade de sentidos passíveis de serem nela identificados. O próprio Walter Benjamin, formidável filósofo das artes e das ciências sociais e humanas que nos anos 30 reconfigurou a noção de obra de arte com base na sua reprodutibilidade técnica, ao mesmo tempo conceituando e de certa forma condenando o conceito de aura pela alegoria, pois mesmo ele, em aceitando a indústria reprodutiva da obra de arte como um advento positivo e multiplicador, não deixou de considerar nesta nova alegoria a necessidade subjetiva e gratuita da arte.

É precisamente nele, em Benjamin, que talvez se possa encontrar um pouco de luz nesse caminho obscuro das práticas artísticas da pós-modernidade. Como ele mesmo concluiu nas entrelinhas dos seus estudos, hoje mais atuais do que jamais se imaginou, se a indústria reprodutiva da obra de arte, cujo eixo nasce à raíz de uma conjuntura muito anterior, maior e mais complexa, pois se essa coisa toda é de fato inevitável nos nossos tempos, é imprescindível que o universo de envolvidos nessa prática – aqueles mesmos que foram citados a pouco – tenha consciência tanto da frugalização sofrida pelos objetos assim gerados quanto da própria reconfiguração que então sofre o conceito essencial de arte. Às vezes não dá mesmo pra saber se essa consciência é de fato ponto passivo. É certo que tem muita gente que não sabe disso ou que não concorda por alguma possível deficiência informacional. Não é raro escutarmos os veementes defensores da indústria cultural sem jamais identificar uma única consideração que respeite a estética a ser posta em prática em seus discursos ornados de pura flama. A frase mais comum é quase uma vulgaridade desabitada de qualquer apreciação lógica, tão pálida de sustentação que em determinados casos chega a parecer mesmo uma doutrina mística. “A quantidade faz a qualidade”, heis a justificativa, pura e simples. Na remota hipótese dessa afirmação ser fundamentada, concreta e ainda correta, como então se mediaria a qualidade da produção artística? Ou seja, como a sociedade poderá filtrar as obras relevantes para o seu patrimônio se aquilo que a indústria cultural dispõe é pouco mais do que um bizarro caldeirão de simulacros artísticos? Esse é o ponto-chave nas especulações de Benjamin.

Tomando emprestada a mesma noção que a pouco afirmou a banalização das mercadorias utilitárias pelo conceito pós-moderno de indústria, aqui vemos também a consolidada indústria jornalística sofrendo alarmantemente desse mesmo mal. E sem adentrar nas questões mais peculiares dessa indústria podemos rumar direto para as suas escassas páginas culturais, onde por suposição deveriam ser encontradas as apreciações críticas às obras de arte. Pelo menos isso talvez seja ponto passivo entre os envolvidos – aqueles – na produção artística: a crítica moderna é muito rara e quando ela existe se apresenta logo de forma terrivel e melancolicamente rasteira e portanto inútil. Não é à toa que se trata de uma categoria artística esmagada pela pressão de duas indústrias hoje altamente competitivas: de um lado, a jornalística, que ganha mais fazendo matérias policiais do que com descrições pormenorizadas de pinturas abstratas – segundo a sua própria e lamentável cosmovisão; e de outro a própria indústria cultural, que, uma vez fundamentada na competição, relega à crítica um papel que nunca foi o seu, ou seja, o de apenas qualificar e polarizar as obras.

Nas teorias de Benjamin, a crítica exerce um papel absolutamente vital no ciclo de existência da obra de arte. Para ele, a obra e o artista não existem sem a crítica. São dois membros interdependentes. A crítica não pode objetar sobre o nada e a arte não produz sentido amplo sem que haja quem o investigue, isso pra ficar só na superfície da questão. Se quisermos ir mais longe, basta observarmos cada obra de arte como um objeto único, celular, parte indivisível de um enorme mosaico, parte que traz sentido em si, que também dá sentido ao todo e que produz novos sentidos a partir do todo e de combinações de suas partes. É a famosa teoria da constelação de Benjamin, a qual ele aplica ao processo histórico mas que também é aplicável no entendimento da arte: cada obra pode ser vista como uma estrela luminosa no pano infinito da criação humana; a luz de cada estrela é o sentido de cada estrela em si, mas ela também ilumina o sentido das demais estrelas, de modo a termos infinitas combinações de sentido pela luz que delas emana.

A arte se desenvolve através desse processo, fundamentalmente dialético em todos os seus aspectos, em que a crítica exerce justamente o papel de mediadora das significações múltiplas produzidas pelos objetos. Esse é o processo que torna a criação artística positiva e afirmativa (tese), interpelativa e propositiva (antítese) e afinal conciliadora e compositiva (síntese), rumando assim sempre para a frente em consonância com o seu tempo e com a sua realidade. A crítica é, deste modo, um membro essencial do ciclo da produção artística, porque é nela que a arte se realiza, se concreta, se afirma enquanto objeto cultural. É efetivamente no reconhecimento dos potenciais e relevantes sentidos que os objetos produzem no âmbito das suas sociedades e culturas que a crítica consolida o seu posto vital na dialética da criação artística. É portanto através de uma permanente mediação da crítica, e de uma mediação séria e ainda o mais que possa profundamente embasada e analítica, que a sociedade refuta ou encontra o espaço para cada obra produzida e os realizadores vislumbram caminhos possíveis para a sua criação. Se pelas idéias de Benjamin a crítica é parte natural do processo artístico, no âmbito da indústria cultural ela ganha importância decisiva. Neste caso, se a quantidade faz mesmo a qualidade, então é preciso que alguém ajude a identificar com um certo rigor essa “qualidade” no meio de tanta bagunça. Desejar evoluir numa dialética caolha é uma contradição filosófica e uma impossibilidade prática.

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* Muriel Paraboni, 25, é jornalista e curta-metragista, especialista em produção cinematográfica e em teoria do teatro contemporâneo.


Descanse em paz, Bahia!



, por Duarte Pacheco Pereira

Incluo-me entre os baianos e brasileiros em geral que, conhecendo o papel antidemocrático e truculento desempenhado pelo político e empresário Antônio Carlos Magalhães na Bahia e no plano nacional, antes, durante e depois do golpe militar de 1964, não lamentam sua morte. Quanto mais rápido o país se desvencilhar de políticos como ele, mais fortalecidas ficarão as liberdades democráticas de seu povo, arduamente reconquistadas em 1984.
Nas várias vezes em que ocupou a prefeitura de Salvador e o governo da Bahia, nomeado ou eleito, Antônio Carlos Magalhães realizou uma administração paradigmática dos tempos do regime ditatorial tecnocrático-militar: favoreceu os interesses do capital nacional ou estrangeiro em detrimento dos interesses dos trabalhadores, sufocados por elevadas taxas de desemprego e subemprego e por deprimidos salários; estimulou a modernização de alguns setores da agricultura, mas também a concentração da propriedade territorial; ergueu obras vistosas nos centros urbanos, principalmente de Salvador, relegando as periferias ao abandono e os serviços públicos de saúde, educação e transporte coletivo à degradação; cortejou alguns setores de intelectuais e artistas, mas cerceou, quanto pôde, a participação popular crítica e independente na vida política; e, posando de generoso e benfeitor, não hesitou em cometer as arbitrariedades mais mesquinhas contra seus adversários. O denominado “carlismo” é uma criação típica da atmosfera rarefeita da época ditatorial, preservado, entre outros fatores, pelo apoio da Rede Globo. É um estilo de dominação oligárquica e um tipo de cultura política nefastos, que precisam ser erradicados completamente do solo baiano.
Pessoalmente, guardo a imagem do então deputado federal Antônio Carlos Magalhães celebrando a vitória dos golpistas em pronunciamento raivoso e vingativo na TV Itapoã na noite de 1º de abril de 1964, contra a cena de fundo da sede da UNE em chamas. Eu era, então, vice-presidente da UNE. Vindo de Feira de Santana, onde um grupo de democratas mais combativos tentou organizar uma resistência improvisada e malograda ao golpe, e já obrigado a meu primeiro período de vida e atuação clandestinas, assisti em Salvador a essa transmissão e a conservo na memória como uma representação simbólica do golpe que, entre outros resultados negativos, abriu caminho para a ascensão política e empresarial de Antônio Carlos Magalhães, até então uma figura de segundo plano na Bahia e no Brasil.

Duarte Pacheco Pereira é jornalista e escritor. Baiano de Santo Amaro da Purificação, formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, era vice-presidente de Assuntos Educacionais e Culturais da União Nacional dos Estudantes por ocasião do golpe militar de 1964. Foi militante e dirigente da organização política revolucionária Ação Popular de 1962 a 1973

PARANÓIA? Como quartéis e redações se articulam para derrubar Lula


Camaradas!

Devemos analisar este artigo, com visão crítica e sem paranóias, independente de apoiarmos o gov. Lula ou não. Lembrem-se o que senador Jorge Bornhausen disse: ".. a gente vai se ver livre desta raça, por, pelo menos, 30 (trinta) anos.." (episódio mensalão). Ele estava enganado (a curto prazo), o Lula continua prestigiado pelo "povão" (quanto a esquerda, "não sei"),
mas eles sempre vão estar certos de que a burguesia propriamente dita, administra melhor os seus interesses de classe. Mesmo sabendo que o Lula é um marionete que sustenta um estado afetivo, por esta classe, de se admirar. (Runildo Pinto)

Como quartéis e redações se articulam para derrubar Lula

, por Mauro Carrara

À beira da Marginal do Tietê, na redação do jornal O Estado de S. Paulo, no sábado, dia 21, um alto hierarca da redação pronunciou a frase, ao fim de uma reunião com os editores:

- O engraxate vai voltar para Garanhuns. E eu acho que não vai ser de avião...

Nessa e em outras redações, a ordem tem sido selecionar TUDO que seja desfavorável ao governo no episódio do acidente da TAM. O clima de pressão e constrangimento tem feito com que vários jornalistas chorem as pitangas no ambiente privado.

O Estadão, por exemplo, controla meticulosamente a inserção de novas matérias em seu site "ão", buscando construir uma imagem de terror e associá-la diretamente ao presidente da República.

Debaixo das informações sobre a tragédia, há uma "enquete" em que se pergunta ao leitor sobre o que "marca" o governo Lula.

É óbvio. Os condoídos, os desesperados e os oportunistas cedem à pulsão de encontrar um culpado e, sobre ele, soltar seus demônios.

A Rede Globo, capitaneando o golpe, deu para desconsiderar o laudo do respeitado Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Colocou na tela a imagem do excêntrico comandante Brosco, aquele que quase se acidentou com o MESMO avião na noite anterior, no mesmo aeroporto.

Brosco disse, conforme desejo de Ali Kamel, que a culpa é da "pista". Livrou a cara da empresa e cuspiu na opinião de outros dezenas de colegas que pousaram, sem problemas, na mesma pista.

Em 31 de Março passado, a Internet recebeu uma chuva de mensagens apócrifas sobre um golpe de estado, levado a efeito para devolver o poder àqueles que o detinham durante o período militar. Nesse dias, não por acaso, houve grandes atribulações nos aeroportos.

De lá para cá, recrudesceu a atitude de certos fardados e ex-fardados contra o governo legitimamente eleito. A estratégia tem sido a seguinte:

- Desabilitar, sempre que possível, os sistemas de controle de vôo, de forma a aprofundar o caos aéreo e fornecer munição à imprensa.

- Agir nas áreas estratégicas de informação e controle, provocando ruído nos sistemas de informação do governo. Nos sistemas de investigação, vazar o que for negativo ao governo.

- Atuar na doutrinação intensiva de jovens oficiais, de modo que o novo tenentismo sirva à causa golpista, vide site Ternuma.

Uma fonte me confessou na noite de sábado, dia 21:

- A chance de um problema deste acontecer (pane no Cindacta-4) é de uma em um bilhão, especialmente do modo que foi e no momento em que foi.

Enquanto todos esses fatos ocorrem, há imobilidade total do governo e das forças democráticas. No máximo, há um ou outro que expõe sua indignação no meio digital.

Chegou a hora de se criar uma resistência midiática efetiva, que comece pelo governo. Lula precisa sair da toca, ligar o vídeo e aprender com o falecido Leonel Brizola a encarar a Rede Globo.

As forças democráticas precisam agir, e rapidamente, para divulgar massivamente a informação não contaminada. É preciso haver defesa, enquanto ainda há o que se defender.

http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=656

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

As lutas de Vilma


REFLEXÕES DO PRESIDENTE FIDEL CASTRO


MORREU Vilma. Apesar de esperada, a notícia não deixou de me comover. Por puro respeito a seu delicado estado de saúde jamais mencionei seu nome em minhas reflexões.

O exemplo de Vilma hoje é mais do que nunca necessário. Dedicou toda sua vida a lutar em favor da mulher quando em Cuba a maioria delas era discriminada como ser humano mesmo como no resto do mundo, com honrosas exceções revolucionárias.

Nem sempre foi assim no decurso da evolução histórica de nossa espécie, que levou-a a desempenhar o papel social que lhe correspondia como oficina natural onde se forja a vida.

Em nosso país a mulher emergia de uma das mais horríveis formas de sociedade, a de uma neocolônia ianque sob a égide do imperialismo e seu sistema, no qual todo aquilo que o ser humano é capaz de criar foi convertido em mercadoria.

Desde o surgimento na história antiga daquilo que se chamou exploração do homem pelo homem, as mães, os meninos e as meninas dos necessitados suportaram a maior carga.

As mulheres cubanas trabalhavam nos serviços domésticos, ou em lojas de luxo e bares burgueses, onde, além disso, eram selecionadas por seu corpo e sua figura. As fábricas ofereciam-lhes os trabalhos mais simples, repetitivos e pior remunerados.

Na educação e na saúde, serviços que eram oferecidos em pequena escala, sua imprescindível cooperação era realizada por professoras e enfermeiras as quais apenas recebiam um nível de instrução médio. A nação, com 1256,2 quilômetros de extensão, só tinha um centro de ensino superior que se encontrava na capital, e mais para frente, algumas faculdades em centros universitários em mais duas províncias. Como norma só podiam estudar nelas jovens procedentes de famílias com melhores rendas. Em muitas atividades nem sequer era concebida a presença da mulher.

Fui testemunha durante quase meio século das lutas de Vilma. Não me esqueço dela participando das reuniões do Movimento 26 de Julio na Sierra Maestra. Foi enviada finalmente pela direção do movimento a uma importante missão na Segunda Frente Oriental. Vilma não se importava com o perigo.

Com o triunfo da Revolução, começa sua incessante batalha em favor das mulheres e das crianças cubanas, que fez com que fundasse e dirigisse a Federação das Mulheres Cubanas. Não houve tribuna nacional ou internacional na qual não participasse apesar do longo caminho que houvesse que percorrer, em defesa de sua pátria agredida e das nobres e justas idéias da Revolução.

Sua voz doce, firme e oportuna, sempre foi escutada com grande respeito nas reuniões do Partido, do Estado e das organizações de massas.

Hoje as mulheres cubanas constituem 66% da força técnica do país, e participam majoritariamente de quase todas as carreiras universitárias. Antes, a mulher apenas figurava nas atividades científicas, visto que não havia ciência nem cientistas, salvo exceções. Nesse campo também hoje são maioria.

Os deveres revolucionários e seu imenso trabalho jamais lhe impediram cumprir suas responsabilidades como companheira leal e mãe de numerosos filhos.

Morreu Vilma! Viva Vilma!

Fidel Castro Ruz
20 de junho de 2007

(Traduzido pela Equipe de Serviços de Tradutores e Intérpretes do Conselho de Estado — ESTI )

Reproduzido de http://www.granma.cu/portugues/2007/junio/vier22/26reflexiones.html

A Moral e a Atividade Revolucionária (Moral Bolche ou Moral Espontaneísta?)

clique na figura para ler.

Camaradas!

Estarei reproduzindo o documento abaixo, de acordo, com a subdivisão estabelecida na sua concepção. O momento que a esquerda vive de divisão, indefinição e desarticulação, faz-se necessário, em uma realidade tão complexa, retomar as questões da ética e da moral. Verifiquemos a experiência do Partido dos Trabalhadores-PT, sua difusa estrutura organizativa e de princípios e moral de seus militantes. Deu no que deu! Corrupção, abandono da ideologia etc...embarcaram na conduta pragmática da política burguesa profissional e de negócios.
Caso os camaradas queiram fazer alguma crítica, no final de cada artigo tem um link-comentários.

Boa leitura e um abraço fraterno a todos.

Runildo Pinto

, por Nahuel Moreno


Parte I


Apresentação

Neste caderno reproduzimos o documento "Moral Bolche ou Espontaneísta?", mais conhecido como "Documento de Moral". Moreno escreveu este material em 1969, quando voltou à Argentina depois de estar preso no Peru. Quando voltou, encontrou no partido argentino uma situação de relaxamento nas normas morais, com manifestações concretas que afetavam o desenvolvimento da organização e de seus militantes.

Preocupado, Moreno resolveu sistematizar os princípios marxistas relativos à moral, ou seja, às normas de comportamento individual. Se levamos em consideração que a Argentina tinha entrado, poucos meses antes, em uma situação pré-revolucionária e que o partido tinha que elaborar urgentemente sua política e sua atividade frente às novas circunstâncias, o fato de que Moreno assumisse mais uma tarefa além das muitas que tinha por fazer demonstra a importância que dava à formação partidária e à necessidade de que os quadros e militantes tivessem critérios claros nesse terreno.

O texto que publicamos pela primeira vez em português, começa com uma análise do problema moral em geral: que é a moral, como sistema de normas que respondem a um determinado tipo de sociedade e que mudam historicamente. Analisa os diversos tipos de moral que existem nesta etapa de decadência da sociedade capitalista: a moral burguesa, a moral lumpen e a moral espontaneísta, que expressa a rebeldia pequeno-burguesa contra a moral tradicional burguesa e se aproxima da moral lumpen.

Estas considerações mais gerais abrem o caminho para desenvolver o que é mais importante no documento: definir qual é nossa moral, a moral dos socialistas revolucionários. O marxismo não estabelece normas rígidas de comportamento pessoal, o partido respeita a vida pessoal. Mas tem, sim, um critério rígido, dado pelo objetivo pelo qual entramos no partido e militamos nele: construí-lo como ferramenta para fazer a revolução operária. "Nossa moral, diz Moreno, é uma moral para uma luta implacável para derrotar um inimigo não menos implacável, os exploradores e o imperialismo". Aqui recordamos as palavras de Lenine:

"A vitória sobre a burguesia é impossível sem uma guerra prolongada, tenaz, desesperada, a morte; uma guerra que requer serenidade, disciplina, firmeza, inflexibilidade e vontade única". Essas condições indispensáveis para a vitória devem ser o alicerce sobre o qual construímos nossas normas de conduta.

Moreno esclarece que:

"nossa moral não ignora, e não poderia ignorar porque é uma parte importante da realidade, as necessidades biológicas ou culturais, ou do desenvolvimento individual, nem a liberdade e o prazer, mas exige que estejam subordinados e sejam assimiladas em função de nossas normas morais, que têm seu objetivo central: a revolução e o partido".

Colocar o partido como eixo da conduta moral tem uma conseqüência muito concreta e humana: a relação com os companheiros de luta, os camaradas do partido:

"a vida, a moral, a consciência e o próprio corpo físico do camarada de partido valem muito mais que si mesmo". "Não há, nem pode haver, sacrifício que não possamos fazer em favor do camarada". "Apesar de que, na mais ampla maioria, os companheiros não se conhecem entre si, as obrigações morais continuam existindo e não são menos necessárias; são companheiros e basta".

No relacionamento entre camaradas deve existir um respeito e uma confiança mútuos, que surgem do fato de que temos em comum a tarefa mais importante de nossa vida e de que, sempre perseguidos pelo estado, os burocratas e os reformistas, só poderemos nos apoiar uns nos outros. A segurança e a própria vida de cada um esta nas mãos de seus companheiros. É por isso também que nas questões de moral partidária e revolucionária, somos implacáveis: porque não aceitamos pôr em risco a organização e cada um de seus militantes por causa do comportamento irresponsável de alguns deles.

Por isso, o partido não só tem uma moral, como tem também uma disciplina e sanciona os que a violam ou cometem atos de traição contra a classe ou o partido. As pressões de classe, dos aparatos contra-revolucionários e do reformismo (que expressam, todas elas, as pressões da sociedade capitalista dentro do partido) provocam desvios mais ou menos graves em nossas fileiras. Como dizia Lenine:

"O capitalismo morto apodrece, se decompõe entre nós, infectando o ar com seus vírus e envenenando nossa vida: o que é velho, podre e morto se agarra, com milhares de vínculos e ataduras, a tudo o que é novo, fresco e vivo".

Isto, que Lenine assinalava em relação ao estado operário soviético, onde os capitalistas já tinham sido expropriados, é mil vezes mais valido entre nós, que estamos submersos no sistema capitalista. Só podemos enfrentar esse perigo permanente com critérios morais firmes, colocando sempre as necessidades da classe, da revolução e da organização por cima de toda consideração pessoal. E, além desse controle que cada um deve exercer sobre si mesmo, tem que estar o controle coletivo da disciplina partidária, que a ferramenta que garante que possamos atuar como um só homem e evitar que o comportamento individual de alguém prejudique a tarefa comum.

Vivemos em uma época de combate, que exige de nós disposição para o esforço, para o sacrifício e para a renúncia a desejos e gostos pessoais. Devemos adotar como nossas as palavras com que o partido bolchevique recrutava militantes durante a guerra civil na Rússia:

"Venha ao partido que não lhe promete privilégios nem vantagens. Se alcançarmos a vitória, construiremos um mundo novo. Se formos derrotados, lutaremos até o último homem".

Não queremos nos estender mais, pois o texto de Moreno é suficientemente claro. Só falta esclarecer um fato histórico que demonstra a utilidade que a discussão deste documento teve para o partido argentino. No último capitulo, Moreno expressa sua preocupação de que as faltas morais que observou pudessem produzir (e apontava sintomas disso) um enfraquecimento da atitude dos militantes diante da repressão. Alguns anos depois que o "Documento de moral" foi distribuído e discutido em todo o partido, a Argentina entrou na noite da barbárie fascista. A firmeza de nossos companheiros foi exemplar. Nossos desaparecidos morreram sem abrir um nome ou um endereço; nossos presos, em sua imensa maioria, suportaram as torturas sem entregar um só dado e mantiveram na prisão uma conduta moral que lhes valeu o respeito dos próprios repressores e de nossos adversários políticos. O partido continuou militando em meio às maiores dificuldades, passou a prova e assim, pôde (depois da queda da ditadura) voltar atividade legal ainda com mais força que antes.

Trotsky disse:

"Combatemos em nome do maior bem da Humanidade, em nome de sua regeneração, para tira-la das sombras e da escravidão". Essa é uma tarefa grandiosa que justifica a dedicação de nossa vida e a adoção de um comportamento individual de acordo com as necessidades da luta. Neste terreno, os ensinamentos deixados por Moreno vão mais alem deste documento; estão contidos, principalmente, no exemplo de sua vida militante.

Francisco Morais

terça-feira, 31 de julho de 2007

Polícia intima Latuff por críticas ao PAN do Rio

Santa democracia!


Por Marcelo Salles - www.fazendomedia.com

Era só o que faltava. O artista gráfico Carlos Latuff foi intimado ontem pela delegada Valéria de Aragão Sádio, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial, "a fim de prestar esclarecimentos referente ao procedimento em epígrafe". Desconsiderando o atentado à gramática do texto assinado pela delegada (erro básico de concordância nominal), é preciso deixar claro aos amigos leitores que o Latuff está sendo intimado única e exclusivamente por usar sua habilidade para denunciar as violências cometidas pelo Estado em nome dos Jogos Pan-Americanos - com o acobertamento vergonhoso das corporações de mídia.

Como o próprio Latuff ironizou: "Veja, Marcelo, pra você ver como é bom viver numa democracia onde a liberdade de expressão é garantida, especialmente quando você resolve fazer uma charge do mascote do Pan segurando um fuzil ao lado do Caveirão". Pior, pelo que fiquei sabendo, a Patrícia Oliveira, da Rede Contra a Violência, chegou a ser detida pela polícia enquanto vendia as camisetas na rua.

Recapitulando: 542 famílias que vivem no entorno da Vila Pan-Americana foram ameaçadas de expulsão pela Prefeitura de César Maia, o custo dos Jogos Pan-Americanos aumentou em 14 vezes (dinheiro meu e seu indo embora), inúmeras denúncias de contratos superfaturados (um deles detectado pelo TCU), Complexo do Alemão sitiado pela Força Nacional de Segurança e pela PM, pessoas em situação de rua expulsas para sabe-se lá Deus onde. Diante de todo esse descalabro, a polícia ainda vai em cima de quem exerce seu direito de expressão garantido pela Constituição Federal. ( À direita, a faixa com a arte de Latuff. Imagem: O Dia)

E ainda com uma alegação tosca, de apropriação da imagem oficial do Pan. Fosse isto verdade, o chargista Aroeira também deveria ter sido intimado, já que ele usou o mesmo mascote em pelo menos três ilustrações publicadas no jornal "O Dia". Como Aroeira não foi intimado, fica caracterizada a perseguição política a Carlos Latuff.

Eu gostaria de saber se a delegada Valéria, da Delegacia contra Crimes Imateriais, poderia expedir um mandado de intimação contra as corporações de mídia que seguidamente agridem a cultura brasileira, nossos hábitos e costumes, nossa história, nossos valores, nossa gente. Ou isso é imaterial demais?

Abaixo, a intimiação do artista:


Leia + Latuff na NovaE:

A ESQUERDA E A SOLIDARIEDADE ÀS LUTAS NA AMÉRICA LATINA

clicar na foto para ler

(Ivan Pinheiro*)




Mesmo pessoas progressistas e bem informadas acham que quem é de esquerda é "esquerdista". Faz sentido, pois chamamos de "direitista" quem é de direita.
Mas no campo da esquerda, em função da grande diversidade de idéias e posições, há os "direitistas" e os "esquerdistas", conforme o nosso jargão. Vejamos, como exemplo, a posição de alguns setores da esquerda brasileira frente ao processo de lutas por que passam alguns países da América Latina.
Os "direitistas" são aqueles que nunca enxergam (ou não querem enxergar) qualquer raio de luz do socialismo no escuro túnel da hegemonia burguesa. Amortecem a luta de classe, iludem as massas. Acham que é possível reformar e humanizar o capitalismo.
A maioria desses setores não pode dar solidariedade conseqüente a Cuba, à Venezuela e à Bolívia, além de vagas declarações burocráticas. Estão atrelados ao governo brasileiro que, na arena internacional, se move pelo pragmatismo, à busca de mercados e investidores, e pela obsessão de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança do ONU.
Mas a vacilação na solidariedade internacionalista não é privilégio da esquerda governista. Tanto na base de sustentação como na oposição a Lula há personalidades de esquerda que, embora falem genericamente de "socialismo", não passam de reformistas. Fazem questão de se distinguirem dos comunistas, passando-se por uma "nova esquerda" ou "esquerda democrática". Em verdade, o ideário dessas personalidades não ultrapassa as bandeiras ("republicanas", para usar uma expressão da moda) da Revolução Francesa: igualdade, liberdade e fraternidade, hoje sintetizadas numa palavra mágica: cidadania. A principal divergência entre eles é a questão da ética.
Como a disputa eleitoral é seu principal campo de luta e o mandato o principal instrumento, não podem contrariar o que imaginam ser o sentimento do eleitor brasileiro e muito menos a grande mídia, para não perder votos e espaço. Não remam contra a maré! Se a Bolívia nacionaliza interesses da Petrobrás ou se a Venezuela não renova a concessão de uma emissora golpista, não podemos contar com a solidariedade deles.
Mas não podemos deixar de criticar também os "esquerdistas", tão bem definidos por Lênin, em "O esquerdismo: a doença infantil do comunismo".
Como o processo revolucionário, tanto na Venezuela como na Bolívia, ainda é de caráter popular-democrático e não socialista, alguns setores "esquerdistas" se colocam em oposição aos governos desses países, caracterizando-os, irresponsavelmente, de "burgueses". Imaginam o advento do caráter socialista de um processo revolucionário como um ato de vontade, um decreto unilateral de governo, sem entender que a luta de classe não é um processo linear, até porque a burguesia resiste com as poderosas armas econômicas, políticas, midiáticas e estatais de que dispõe, para manter o poder, que jamais entrega de graça.
Essas visões esquerdistas, que vicejam na pequena-burguesia radicalizada, não conseguem enxergar as diferenças entre o Brasil e esses países, como o grau de desenvolvimento do capitalismo. Enquanto no Brasil ele é complexo e desenvolvido (a oitava economia do mundo), na Venezuela e na Bolívia as grandes empresas são basicamente estatais ligadas à indústria petrolífera.
Não podemos conciliar com esses setores voluntaristas, esquemáticos e sectários, que confundem suas vontades com a realidade, acham-se os únicos revolucionários, têm uma fórmula mágica para a revolução mundial e só acreditam em processos em que a corrente a que pertencem seja hegemônica, aqui ou em outro país. São os mesmos que nunca deram solidariedade a Cuba e sempre fizeram coro com o imperialismo, na cantilena de que ali existe um regime "totalitário e burocrático". Enquanto existia a União Soviética, podíamos até entender a crítica que vinha dessa esquerda, embora já não concordássemos. Era a acusação de que Cuba era um "satélite". Mas e agora? Satélite de quem? É óbvio que o socialismo só sobrevive e avança em Cuba (enfrentando agressão e bloqueio e resistindo ao fim da União Soviética), pelo fato de ser defendido com garra pelo povo cubano e por se tratar de uma democracia popular.
Hoje, na questão internacional, os "direitistas" e "esquerdistas" acabam cumprindo o mesmo papel, apesar do discurso diferenciado. Por ação ou omissão, fazem o jogo da burguesia, que se ocupa de satanizar os processos revolucionários que ocorrem na Venezuela e na Bolívia e, em menor escala, no Equador e na Nicarágua. Toda a grande mídia brasileira manipula diariamente os acontecimentos nesses países, sem que muitas representações de esquerda façam o contraponto necessário!
O caso da RCTV é emblemático. Chavez esperou pacientemente, durante anos, até esgotar-se o prazo de concessão da emissora que foi o instrumento principal de um golpe de estado contra ele e que continuava manipulando escandalosamente os fatos. Agindo rigorosamente dentro da lei, o governo venezuelano não renovou a concessão, prática comum em vários países, inclusive nos EUA.
Diante da campanha orquestrada contra a Venezuela, os setores vacilantes da esquerda se calam e alguns "esquerdistas" se unem à banda de música da direita, dando solidariedade à RCTV! Há até uma corrente política que chega ao ponto de criticar a decisão do governo venezuelano, apropriando-se de citações de Trotsky a respeito da liberdade de imprensa, do início do século passado, quando não havia nem jornais de massa nem rádios, que dirá as grandes redes de televisão da burguesia que entram na casa de todos, disputando (e ganhando) as mentes e os corações das amplas massas!
Neste quadro, é grande a responsabilidade de todos os verdadeiros internacionalistas: está mais do que na hora de organizarmos um amplo movimento de solidariedade aos povos irmãos da América Latina. Com independência política, para podermos criticar o que nos parecer equivocado, e conjugando a solidariedade internacional com a luta para construir, em nosso próprio país, uma sociedade justa, fraterna, livre e soberana.
(*) - Ivan Pinheiro é Secretário-Geral do PCB

segunda-feira, 30 de julho de 2007

FLORESTAN FERNANDES: Cientista, político

(Folha de S. Paulo, 29/07/2007, Caderno Mais!, p. 7)



O sociólogo Florestan Fernandes, que faria 87 anos, é tema de entrevista com o filósofo Bento Prado Jr., que morreu em janeiro. Por FABRICIO MAZOCCO, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Florestan tornou-se essencialmente um sociólogo crítico de uma sociedade na qual ele entrou como membro das classes oprimidas." Essa é uma das definições feitas por um dos maiores filósofos contemporâneos do país, Bento Prado Jr. (1937-2007), sobre um dos sociólogos mais representativos do Brasil, Florestan Fernandes, que teria completado 87 anos no dia 22. Bento Prado, morto em 12 de janeiro passado, considerava-se um discípulo indireto de Florestan, como ele mesmo se autodenomina nesta entrevista concedida em novembro de 2005, para a Semana Florestan Fernandes, realizada no mesmo mês na Universidade Federal de São Carlos. Logo após ingressar como aluno de filosofia na USP, na segunda metade da década de 50, Prado teve os primeiros contatos com o professor de sociologia Florestan Fernandes (1920-95). Entretanto a influência veio com a amizade e o trabalho conjunto com Octavio Ianni (1926-2004) e Fernando Henrique Cardoso (1931), assistentes diretos de Fernandes. Em 1961, Prado tornou-se professor de filosofia na USP. Em 1969, por decreto presidencial, Prado, Fernandes e outros colegas da USP foram cassados. Leia a seguir a entrevista.


FOLHA - Que influências tiveram na sua vida as idéias e estudos de Florestan Fernandes?
PRADO JR. - Embora eu jamais tenha sido aluno do Florestan, participei durante muitos anos de um trabalho conjunto com seus discípulos e iniciei -ou aprofundei- minha leitura de Marx e de outros clássicos das ciências sociais guiado um pouco pelos assistentes do Florestan, de tal maneira que, indiretamente, posso dizer que, sem ter sido aluno, fui algo como um discípulo indireto.

FOLHA - O que Florestan representa para a sociedade brasileira?
PRADO JR. - Ele tem que ser pensado em dois níveis diferentes: como cientista social e como homem político. É óbvio que essas duas faces não são divergentes, porque sua obra científica desde muito cedo se encaminhou para uma visão crítica da sociedade brasileira. E, entre uma visão científico-crítica da sociedade brasileira e uma militância política de oposição e de crítica à organização social do Brasil, há uma perfeita continuidade. Entre o sociólogo -preocupado com os excluídos, com os preconceitos raciais e com todos os processos de exclusão- e o militante -defensor dos excluídos-, há uma perfeita continuidade. Essa continuidade está marcada pelo adjetivo "crítico", a crítica transformada em comportamento, em atividade política. Digamos que Florestan, depois de 1969, ficou bem mais crítico do que era antes, quando, por obrigação quase profissional, era obrigado a apresentar a seus alunos a totalidade das ciências sociais, todos os clássicos da sociologia. Por obrigação profissional, o Florestan professor era mais eclético que o Florestan militante.

FOLHA - Se pudesse resumi-lo em poucas palavras...
PRADO JR. - Diria que ele se tornou essencialmente um sociólogo crítico de uma sociedade na qual entrou como membro das classes oprimidas. Antes de ser sociólogo, foi um engraxate que teve que abandonar seus estudos para poder ajudar sua mãe a sobreviver e só voltou aos estudos lá pelos seus 16, 17, 18 anos. Então, como garçom de um bar em São Paulo, foi estimulado pelos seus clientes por causa de sua inteligência, por sua leitura e por sua cultura inteiramente adquirida autodidaticamente, fora dos muros escolares.

FOLHA - Como sociólogo, Florestan vai a campo para o desenvolvimento de seus estudos.
PRADO JR. - Florestan se tornou propriamente militante após a cassação, pós-69. Ele o fez oprimido pela história presente, mas sob o fundo de uma tradição já existente de um pensamento crítico. Na década de 30, são várias as obras fundadoras de uma teoria do Brasil; penso em Caio Prado Jr., na "História Econômica do Brasil"; em Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil"; em Gilberto Freyre. Quando Florestan começou a escrever, escreveu sob a orientação de professores franceses, tendo às suas costas o esboço de uma teoria do Brasil que já era crítica. Gilberto Freyre, cuja posição política sempre foi mais oscilante e jamais foi um crítico de esquerda da sociedade brasileira, é injusta e freqüentemente acusado de excessivamente conservador, o que acho que não é propriamente verdade. Mas, se não era excessivamente conservador, seguramente não era revolucionário, como tendiam a sê-lo Sérgio Buarque e Caio Prado. Sérgio Buarque sempre esteve próximo dos movimentos socialistas. Em todo caso, tratava-se de um engajamento teórico que jamais chegou a se converter em uma prática política formal, como é o caso do Florestan, que se tornou deputado. Entre uma atitude intelectual crítica e uma militância como representante da população no Parlamento, há uma diferença crucial. Tenho a impressão de que essa é a diferença fundamental do adjetivo "crítico" em Florestan e na boa tradição a que pertence.

FOLHA - Um ponto do Florestan "marxista" é que a classe operária deveria sempre ser bem-informada, e aí vem a defesa da educação.
PRADO JR. - É preciso nuançar um pouco as coisas. Nas décadas de 40 e de 50, Florestan era bem menos marxista do que o Florestan posterior. Nesses textos sobre indução sociológica, ele se aproximava muito mais da tradição do empirismo lógico. De uma certa maneira, a sua carreira é de radicalização, em que as posições não permanecem as mesmas. Nessa evolução da sociologia clássica e de uma interpretação filosófica da sociologia clássica, que às vezes era próxima do empirismo lógico, ele se aproximou cada vez mais de um estilo marxista, mas que não foi sempre o definidor de seu estilo. Quanto às teses globais a respeito da importância política do ensino, da escola, para a democracia, é claro que não posso estar em desacordo com as teses defendidas por Florestan.

FOLHA - Como o fato de ter sido cassado influenciou a formação de Florestan?
PRADO JR. - Pessoalmente, ele não deve ter deixado de viver essa experiência como uma grande dor. É claro que o exílio a que foi forçado lhe deu a oportunidade de um reconhecimento internacional maior do que tinha até então. Mas tenho a impressão de que a importância do seu departamento dentro da faculdade, da sua tarefa de formador de formadores era muito próxima do coração. De tal maneira que ele deve ter sofrido uma grave frustração de uma vocação de formador que lhe foi proibida e que passou depois a desempenhar de outra maneira, como homem político. Uma coisa é ser professor, outra é ser deputado. Os meios de que dispõem um e outro são muito diferentes. Mas se pode dizer que os alvos de um e de outro, em última instância, eram os mesmos, de tal maneira que, a despeito de sua frustração ao ser excluído injustamente da USP e de ter sofrido com essa exclusão, não deixou de continuar a sua atividade com os mesmos objetivos, fora da universidade.


A soma de todas as ofensas


Filme pode ser definido pela cena na qual discurso a favor da tolerância e contra imperialismo sai da boca de um nazista. Ou seja: quem não concorda com as políticas expansionistas dos EUA é seguidor de Hitler e pode ser exterminado com um cachorro!

A Soma de Todos os Medos é, de longe, um dos filmes mais repulsivos que tive o desprazer de assistir em minha vida. Difícil dizer o que é pior nessa fita que, além de panfletária e ofensiva, é incrivelmente enfadonha.

O lamentável Ben Afleck herda o papel que já foi de Alec Baldwin e Harrison Ford e encarna Jack Ryan, um burocrata da CIA que se encontra a toda hora envolvido em situações capazes de provocar o colapso do sistema capitalista (sinônimo da destruição do mundo, segundo os autores). Mas tal personagem é tão estúpido que fica impossível sequer cogitarmos levá-lo a sério, ainda mais depois de percebermos que todas as suas sacadas e conselhos geniais vêm sempre de suposições e adivinhações (algumas dignas de Nostradamus, de tão absurdas).

Esse personagem infame já foi visto no cinema antes em A Caçada ao Outubro Vermelho, Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato, todos baseados em livros do senhor Tom Clancy, que certamente escreve sob contrato com a CIA (Central de Inteligência Americana). Só mesmo sendo muito ingênuo ou mal intencionado para querer nos fazer acreditar que os agentes dessa organização estadunidense estão espalhados pelo mundo inteiro para "garantir a paz e a liberdade" em nosso planeta Terra, como afirma o diretor da agência interpretado por Morgan Freeman ao discutir o futuro da Chechênia com o presidente da Rússia.

Qualquer pessoa mais bem informada ou com um mínimo de bom senso sabe que os EUA são o pais que mais lucra com a guerra e o menos interessado em ver democracias florescendo - ainda mais em países do dito "terceiro mundo". Democracias verdadeiras (não de brinquedo como temos aqui) não são tão fáceis de serem controladas e manipuladas em favor do capital estrangeiro. E não eram clones de Jack Ryan que vinham ao Brasil (e tantos outros países) ensinar técnicas de tortura aos nossos militares na época da ditadura ou que atuaram diretamente na derrubada de governos eleitos pelo povo em favor de fascistas e criminosos financiados pelos EUA? Pois é, essa história você não vai ver nos enlatados de Roliúdi...

O mais grotesco de tudo, todavia, é ser obrigado a ver um discurso claramente a favor da tolerância entre as nações e contra o imperialismo dos EUA saindo da boca do vilão do filme (interpretado por um Alan Bates incrivelmente afetado e embonecado), que, pasmem, não passa de um nazista das antigas que quer destruir ambos Rússia e EUA para que sua ideologia possa reinar absoluta no mundo! Ou seja: na visão dos autores qualquer um que não concorde com as políticas expansionistas de Washington é obviamente um seguidor de Adolf Hitler e, portanto, pode ser exterminado com um cachorro sem dono (o que literalmente acontece no final).

As bravatas ufanistas a favor da suposta "terra da liberdade" são tantas que chegam até a tocar o hino dos EUA quase inteiramente em uma cena! Mas, para quem já está imune a esse tipo de propaganda pró-imperialista, é impossível não rir ao ver os governos estadunidense e russo comunicando-se por meio de um tipo de e-mail em um momento crucial, quando era muito mais fácil simplesmente dar um telefonema (sem dizer que o presidente da Rússia usa um intérprete em uma cena, em seguida sai falando inglês fluente, mas no final volta a não entender o idioma) ou ao observarmos o patético Ryan perambulando pelas ruas da cidade em chamas devido à explosão da bomba atômica sem ser afetado pela radiação e ainda usando telefone celular!

Triste é ver um diretor como Phill Alden Robinson que já foi capaz de realizar obras sensíveis como O Campo dos Sonhos e subversivas como Quebra de Sigilo a serviço de uma mensagem tão asquerosa. Tecnicamente o filme é até correto, mas foi claramente feito de forma burocrática e sonolenta, onde nem mesmo a trilha musical do genial Jerry Goldsmith tem chance de brilhar, até porque o filme é dramaticamente nulo e chato ao extremo.

No final das contas, é fácil concluir que filmes como A Soma de Todos os Medos contribuem ainda mais para promover justamente aquilo que dizem ser mais assustador: a intolerância, o preconceito e o radicalismo - e tudo isso disfarçado por uma suposta luta pela liberdade e pela paz. De acordo com peças publicitárias do Pentágono mascaradas de cinema como essa, alguém atacar os EUA é sempre um "ato de terrorismo", enquanto eles mandarem bombas por aí devem ser encarados como meros "atos de paz".

Depois de tudo isso os estadunidenses ainda vêm tentar passar por pobres vítimas quando terroristas atacam seu pais - e não são eles mesmos, via os produtos da sua indústria cultural, que ensinam com riqueza de detalhes não só como montar uma bomba atômica, mas também como levá-la para dentro de seu território? Absurdo? Depois dos atentados ao World Trade Center não parece. Afinal, quem semeia vento colhe tempestade...

André Lux é jornalista e crítico de cinema (http://tudo-em-cima.blogspot.com)


Falou Raul em ato pelo dia 26 de julho


• Reiterou a disposição cubana ao diálogo com os Estados Unidos • Cuba aceitará investimentos estrangeiros, capital, tecnologia y mercado, sem repetir erros passados • Tem que ser feito um esforço especial na produção de alimentos para poupar investimentos

COMO foi programado, as 7h 30 da manhã deste 26 de julho, começou o ato central pelo 54º aniversário do assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes.

Raúl Castro, segundo-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e de Ministros, presidiu a comemoração na praça da Revolução Major General Ignacio Agramonte, de Camagüey

No ato também também estiveram os comandantes da Revolução, membros do Bureau Político, o Comitê Central, primeiros-secretários do Partido nas províncias, ministros, oficiais das Forças Armadas Revolucionárias e do Ministério do Interior, familiares dos Cinco heróis, das vítimas da sabotagem de Barbados, integrantes de grupos solidários de visita em nosso país, entre eles, os caravanistas de Pastores pela Paz, brigada Venceremos e outros convidados.

Após uma breve atuação artístico-musical, falou Salvador Valdés, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba, que foi há 13 meses o dirigente do Partido em Camagüey.

Julio César García, primeiro-secretário do Partido na província de Camagüey, destacou o papel desempenhado pelo povo de Camagüey para alcançar a sede pelo aniversário de 26 de julho na emulação nacional anual.

A seguir, o general-de-exército Raúl Castro, falou.

DISPOSTOS A DIALOGAR COM OS ESTADOS UNIDOS O PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE CUBANO

Raúl Castro, asseverou que a nova administração norte-americana terá que decidir se mantém sua política hostil ou aceita discutir em pé de igualdade seu diferendo com Cuba.

Ao falar no ato pelo 54º aniversário dos assaltos aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, Raúl Castro lembrou que a finais do próximo ano serão as eleições gerais nos Estados Unidos, com o qual concluirá o mandato de George W. Bush.

Com isso, afirmou, terá concluído sua errática e perigosa administração, caracterizada por um pensamento retrógrado, que não deixa margem à análise racional.

Sustentou que a nova administração norte-americana que surgir, terá que decidir se mantém absurda, ilegal e fracassada política contra Cuba ou aceita o ramo de oliveira quando reafirmamos a disposição de discutir em pé de igualdade a prolongada divergência com os EUA.

O segundo-secretário do Partido Comunista de Cuba expressou seu convencimento de que os problemas deste mundo só têm solução pela via do diálogo.

Precisou que se as novas autoridades norte-americanas deixam de lado a prepotência e decidem conversar de um modo civilizado, bem-vindo seja, se não — afirmou — estamos dispostos a enfrentar sua política de hostilidade, inclusive durante outros 50 anos, se fosse necessário.

INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS

É estudado o incremento do investimento estrangeiro, sempre que consiga capital, tecnologia e mercado, sem repetir os erros pasados pela ignorância. Isso seria possível sobre bases jurídicas bem definidas que preservem o Estado e a propriedade socialista. (Mais informação nas próximas emissões)


Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira