sexta-feira, 15 de maio de 2009

Notas do subsolo, de Fiódor Dostoiévski


, por Gládis Ludwig

(autorizada pela autora)

publicado primeiro no blog: http://www.gostoegosto.blogspot.com/


Esta é uma novela escrita entre janeiro e maio de 1864, por Dostoiévski, e publicada originalmente na revista Epokha, de propriedade do autor e de seu irmão. A obra é composta de duas partes: a primeira com 11 e a segunda com 10 capítulos.

Na primeira parte, intitulada “O subsolo”, o autor se apresenta “sou um homem doente... um homem mau. Um homem desagradável”, expõe seus pensamentos e sua inserção no mundo moderno. Na segunda parte, intitulada “A propósito da neve úmida”, temos as memórias propriamente ditas de um sujeito esquisito, rancoroso, angustiado, pessimista, obsessivo, perverso, inadequado ao mundo que o rodeia e que sente uma espécie de prazer mórbido em ser como é. A narrativa é em primeira pessoa. É um narrador filósofo, um “anti-herói”. Uma personagem cuja existência cotidiana está mergulhada numa completa metafísica paradoxal. As ações da personagem na segunda parte do texto têm a função de referendar as teses da primeira.

“O homem do subsolo” leva-nos a desconfiar de todas as certezas. Expõe um inconformismo do desejo. Aliás, todas as produções literárias de Dostoiévski não buscam saciar o ímpeto de felicidade e beleza, não apresentam respostas simplificadoras. Pelo contrário, questionam profundamente os lugares comuns, fazem-nos trilhar labirintos e vãos existenciais até chegarmos ao fundo do poço e lá percebermos que a natureza humana é feita de paradoxos.

A única certeza que o homem do subsolo nos dá é sua profunda aversão pelo racionalismo e pela mentalidade positivista do século em que vive: “(...) dois e dois não são mais a vida, meus senhores, mas o começo da morte. Pelo menos o homem sempre temeu de certo modo este dois e dois são quatro, e eu temo até agora”.
Essa personagem anuncia a complexidade e a ambiguidade do homem moderno, fundamentado na razão iluminista e suas contradições, que serão retratadas, posteriormente, na chamada obra madura de Dostoiévski: Crime e castigo, O Idiota, Os demônios e Irmãos Karamazov.

O homem do subsolo é o homem moderno, angustiado, solitário, que vive num mundo fragmentado, desordenado, que não permite nenhuma perspectiva. Sua perturbação mental, sua fraqueza, sua desilusão, seu desespero, suas psicoses devem-se a um mundo idiota e idiotizante. Um homem que até tenta, mas não consegue mais sair de si. Está alienado.

Por meio do homem do subsolo, Dostoiévski discute a liberdade individual, no mundo moderno, defendida pelo Romantismo, que maquia a realidade, vendendo promessas de sonhos e felicidade duradouros. Para o autor, não há saída para a humanidade enquanto ela se deixar levar por discursos românticos daqueles que detém o poder.
O encontro do homem do subsolo com Liza, uma prostituta terna e compreensiva, ocorre numa manhã de neve e gera um encanto que permanece por algum tempo. No entanto, o homem do subsolo não compreende em profundidade seus sentimentos. Não acredita no amor convencional, mas também não encontrou ainda um substituto para esse sentimento. Sente-se perdido e age de forma contraditória, como se sofresse de um grave distúrbio de personalidade. Antes de dialogar com ela, fala consigo mesmo por meio dela: “Subitamente vi ao meu lado dois olhos abertos que insistentemente me examinavam com curiosidade. Era um olhar frio, indiferente, sombrio, como de uma pessoa totalmente estranha; passava uma impressão pesada” (p. 103).

Fala sobre regeneração humana, para Liza, no prostíbulo, como se, com esse discurso, pudesse ter acesso ao mundo da “normalidade”. Liza funciona como um espelho que reflete a possibilidade de transformação, a partir da inserção do homem do subsolo na ordem social vigente, a qual sempre questionou e desconfiou. O esforço não era para “salvá-la”, mas para redimir-se por meio ela, o que o levou a uma exaustão física e emocional, pois retorna ao ponto de partida, ou seja, a conclusão de que não há salvação para o ser humano.

Nessa segunda parte da novela, o homem do subsolo extravasa sua irritação, sua amargura, sua fraqueza doentia, seu escárnio, no jantar com os ex-colegas e principalmente no relacionamento mórbido que inicia com Liza, uma alma indefesa. Os sentimentos de amor, amizade, ódio, compaixão, atração, repulsa, aparecem entrelaçados, e inseparáveis.

Ao mesmo tempo em que banca o conselheiro de Liza e parece querer ajudá-la, impõe-lhe humilhações. Uma delas foi quando, após ter tido uma relação sexual com ela, colocou o dinheiro na mesa. Nessa ocasião vinga-se de todas as humilhações que sofreu durante a vida. Outra foi quando ela o visitou, em sua casa, atendendo ao seu convite e surpreendentemente é espezinhada por ele.

Parece compadecer-se de Liza e da situação em que ela vive. No entanto, ao mesmo tempo em que se coloca ao seu lado, parecendo comungar com seus sentimentos, este homem do subterrâneo toma atitudes ofensivas, de menosprezo, de sarcasmo, de escárnio. Sua figura também provoca, muitas vezes, compaixão nos outros, mas odeia os que o aceitam por compaixão. Acredita não precisar desse sentimento.

Apesar da miséria material e do desprezo recebido pelos que o rodeiam, o homem do subsolo possui consciência, está em permanente reflexão e tem dificuldade em aceitar seu destino. Esse excesso de consciência é que o leva à loucura. Acredita que sua existência possa ser transformada repentinamente, mas não com uma prostituta. Sua consciência apesar de profunda ainda é romântica.
Dostoiévski coloca na boca do homem do subsolo um discurso de questionamento da felicidade burguesa, lançando dúvidas na crença da razão absoluta. O episódio do encontro do homem do subsolo com Liza é exemplar na ilustração dessa afirmativa, embora este personagem, aparentemente, não opere nesse preceito. Ele oscila sempre entre opostos: desejo e culpa, demência e razão, compaixão e escárnio. Entretanto, sua racionalidade é mais concreta do que a da média das pessoas que pautam suas vidas por princípios lógicos, mas criam regras sociais que servem para conter as demandas individuais, favorecendo assim a filiação “voluntária” do indivíduo ao corpo social homogeneizador que exclui todos aqueles que não se enquadram no modelo.
Para Dostoiévski, não há como fugir de certos desígnios impostos pelo desejo e pelo imponderável e, por mais que se tente negar ou mudar, o desejo e a emoção são inerentes ao ser humano. Por meio desses sentimentos é que o sublime e o grotesco irão se manifestar.

Livro: Notas do subsolo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Editora: L&PM
Ano: 2008
Número de páginas: 149

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para Ouvido de Fino Trato













Estão mentindo sobre os piratas




5/1/2009, Johann Hari: The Independent, UK


Quem imaginaria que em 2009, os governos do mundo declarariam uma nova Guerra aos Piratas? No instante em que você lê esse artigo, a Marinha Real Inglesa – e navios de mais 12 nações, dos EUA à China – navegam rumo aos mares da Somália, para capturar homens que ainda vemos como vilãos de pantomima, com papagaio no ombro. Mais algumas horas e estarão bombardeando navios e, em seguida, perseguirão os piratas em terra, na terra de um dos países mais miseráveis do planeta. Por trás dessa estranha história de fantasia, há um escândalo muito real e jamais contado. Os miseráveis que os governos 'ocidentais' estão rotulando como "uma das maiores ameaças de nosso tempo" têm uma história extraordinária a contar – e, se não têm toda a razão, têm pelo menos muita razão.


Os piratas jamais foram exatamente o que pensamos que fossem. Na "era de ouro dos piratas" – de 1650 a 1730 – o governo britânico criou, como recurso de propaganda, a imagem do pirata selvagem, sem propósito, o Barba Azul que ainda sobrevive. Muita gente sempre soube disso e muitos sempre suspeitaram da farsa: afinal, os piratas foram muitas vezes salvos das galés, nos braços de multidões que os defendiam e apoiavam. Por quê? O que os pobres sabiam, que nunca soubemos? O que viam, que nós não vemos? Em seu livro Villains Of All Nations, o historiador Marcus Rediker começa a revelar segredos muito interessantes.


Se você fosse mercador ou marinheiro empregado nos navios mercantes naqueles dias se vivesse nas docas do East End de Londres, se fosse jovem e vivesse faminto–, você fatalmente acabaria embarcado num inferno flutuante, de grandes velas. Teria de trabalhar sem descanso, sempre faminto e sem dormir. E, se se rebelasse, lá estavam o todo-poderoso comandante e seu chicote [ing. the Cat O' Nine Tails, lit. "o Gato de nove rabos"]. Se você insistisse, era a prancha e os tubarões. E ao final de meses ou anos dessa vida, seu salário quase sempre lhe era roubado.


Os piratas foram os primeiros que se rebelaram contra esse mundo. Amotinavam-se nos navios e acabaram por criar um modo diferente de trabalhar nos mares do mundo. Com os motins, conseguiam apropriar-se dos navios; depois, os piratas elegiam seus capitães e comandantes, e todas as decisões eram tomadas coletivamente; e aboliram a tortura. Os butins eram partilhados entre todos, solução que, nas palavras de Rediker, foi "um dos planos mais igualitários para distribuição de recursos que havia em todo o mundo, no século 18 ".


Acolhiam a bordo, como iguais, muitos escravos africanos foragidos. Os piratas mostraram "muito claramente– e muito subversivamente– que os navios não precisavam ser comandados com opressão e brutalidade, como fazia a Marinha Real Inglesa." Por isso eram vistos como heróis românticos, embora sempre fossem ladrões improdutivos.


As palavras de um pirata cuja voz perde-se no tempo, um jovem inglês chamado William Scott, volta a ecoar hoje, nessa pirataria new age que está em todas as televisões e jornais do planeta. Pouco antes de ser enforcado em Charleston, Carolina do Sul, Scott disse: "O que fiz, fiz para não morrer. Não encontrei outra saída, além da pirataria, para sobreviver".


O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do planeta.


Exatamente isso: lixo atômico. Nem bem o governo desfez-se (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contêineres e barris enormes. A população litorânea começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebês malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes.


Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém está jogando lixo atômico no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos." Parte do que se pode rastrear leva diretamente a hospitais e indústrias européias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de "descarregá-los" e cobra barato. Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse 'negócio', ele suspirou: "Nada. Não há nem descontaminaçã o, nem compensação, nem prevenção."


Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma de suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus estoques naturais de pescado pela superexploraçã o – e, agora, está superexplorando os mares da Somália. A cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome.


Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilômetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália."


Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalianos. São pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos, como meio de extrair deles alguma espécie de compensação.


Os somalianos chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação. [Matéria importante sobre isso, em http://wardheernews .com/Articles_ 09/April/ 13_armada_ not_solution_ muuse.html : "The Armada is not a solution".] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional".


Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gângsteres misturados nessa luta – por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente.


Por que os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram- se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo... imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.


A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas... quem é o ladrão?


http://www.independ ent.co.uk/ opinion/commenta tors/johann- hari/johann- hari-you- are-being- lied-to-about- pirates-1225817. html


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Trenzinho Caipira - Villa Lobos

AUGUSTO BOAL, LA MUERTE COMO ENSAYO



Por Fabiana Frayssinet



Rio de Janeiro, may (IPS) Del otro lado del telón, es muy probable que Augusto Boal ya esté experimentando alguna nueva técnica teatral. El dramaturgo brasileño, que definió tantas veces la vida como un espectáculo en sí mismo, no podría perderse la oportunidad de comprobar personalmente que la muerte también lo es. Talvez esta necrológica lo sea. Después de todo -segun sus palabras – “todo” y “todos somos teatro”.

A veces un palco luminoso, como cuando “concientes de ese espectáculo que es nuestra vida diaria”, decidimos “hacer visible”, lo que no es familiar, como dice Boal en su discurso en París, el 27 de marzo pasado, cuando fue nombrado “embajador mundial del teatro” por la UNESCO.

Otras “un mal teatro”, o apenas “un triste argumento”, como el que nos fue revelado “teatralmente”, en setiembre pasado “cuando uNa de las pocas cosas que considerábamos seguras, como nuestro dinero guardado en un banco respetable, o en manos de un honesto operador de la Bolsa, según nos informaron no existía, era virtual, fea ficción de algunos economistas que no eran ficción, ni eran seguros, ni eran respetables”.

“Aunque inconscientes,las relaciones humanas se estructuran em forma teatral: el uso del espacio,el lenguaje del cuerpo, la elección delas palabras y la modulación de las voces, el enfrentamiento de ideas y pasiones, todo lo que hacemos en el palco lo hacemosen nuestras propias vidas”, profundiza Boal, tambien director y ensayista.

Una y no la última de las escenas, de ese gran “teatro” ya se está preparando también para este sábado, cuando el Centro del Teatro del Oprimido de Río de Janeiro, realice un homenaje póstumo a su creador, fallecido la madrugada del sábado, como consecuencia de una leucemia, a los 78 años

.

Y lo harán de la manera que el maestro y candidato al Premio Nobel de la Paz 2008, les enseñó: TODOS subiendo al palco. Los famosos pero tambien los desconocidos. Los ilustres, pero tambien los ignorados. Los actores pero también los hombres comunes que no saben que son actores.

Pero Boal, conocido mundialmente como el creador del “Teatro del Oprimido”, diseñó a traves de ese supuesto estado de ficción permanente de la vida, la realidad que considera mas oculta. La que sale a escena, dándole lengua, boca, voz, cuerpo, rostro, gestos, al hombre que suele quedar relegado en la última fila, como un espectador pasivo. El sometido, el explotado, el marginado.

En las palabras de Joao Pedro Stédile, dirigente del Movimiento de los Trabajadores Rurales sin Tierra (MST), Boal utilizó el teatro “para debatir la realidad y concientizar a las personas sobre ella”.

Una “verdadera revolución brechtiana en la dramaturgia brasileña que rompió la “tradición burguesa y elitista del teatro”, define el dirigente campesino en diálogo con IPS.

Fué con el MST, entre muchas otras organizaciones sociales, que Boal también fue militante pólitico y un “auténtico revolucionario”, como recuerda Stédile. Llevando su “teatro del oprimido” a los mas recónditos campamentos campesinos “para concientizar a nuestras bases”. Así como lo hizo en los presidios, los manicomios, los sindicatos y hasta en foros políticos como el Congreso.

Una obsesión vital por mostrar que la única manera de cambiar el mundo sólo es posible “entrando en escena, en el palco y en la vida”, que le valió durante la dictadura militar de su país(1964 - 1985), la cárcel, la tortura y el exilio, en 1971.

La historia comenzó de niño en Penha, un barrio del suburbio carioca - como hijo de un panadero portugués - cuando ya representaba obras de teatro para su familia. Y definió su rumbo – en la decada de los cincuenta- cuando en Estados Unidos, comenzó a estudiar teatro en la Universidad de Columbia, cuando todavia ostentaba el curioso título de “ingeniero químico”.

Al volver a su país, Boal dirigió el “Teatro de Arena “de São Paulo, donde adaptó el método de Stanislavski a la realidad brasileña, así como también se puso ante sí un nuevo desafío. El de crear una dramaturgia nacional, en momentos en que sólo se valorizaban los autores extranjeros.

Helen Sarapeck, directora artística del Centro del Teatro del Oprimido, de Río de Janeiro, define a Boal como una persona “incansable”, con “una fuerza muy grande”, “siempre con una idea detrás de la otra”.

Un torbellino de ideas que primero desembocó en la creacion del Teatro del Oprimido -definido por muchos como um arte que es al mismo tiempo política y transformación social, y - sentido personalmente por Sarapeck - como “un teatro para rescatar lo que uno es y que todos sabemos hacer desde que nacemos pero que reprimimos”.

O en palabras del propio Boal, una forma de defender “que todos podemos hacer teatro”, que todos podemos ser personajes,de hecho, de nuestras propias vidas, según explicóa la revista brasileña Carta Capital, durante su última entrevista.

“¿Porqué tenemos que seguir la estética determinada por la clase dominante¿ se pregunta Boal. “El teatro del oprimido trae consigo la estética del oprimido. Osea, queremos que las personas retomen sus propias palabras, imágenes y sonidos”, dice en la citada entrevista.Palabras, imágenes y sonidos, que siempre hay que esforzarse por descubir.

Como en el “Teatro Invisible” - desarrollado durante su exilio en Argentina, en el que el elenco va a la calle a representar una escena de teatro, para que todo el mundo participe, pero no revela al público que se trata de teatro.

O como el “Teatro Forum”, que creó en Perú, a traves del cual el grupo presenta un problema y el espectador entra en escena y muestra alternativas para solucionarlo.

Después en Portugal, Boal comenzó a trabajar en otros países europeos como Francia, donde creó en París, en 1979, el Centro del Teatro del Oprimido. Una escuela que se multiplicó en unos 50 países. Y un país donde con su esposa, la psicoanalista argentina, Cecilia Boal, incursionó en un teatro mas de “internalización”, el “Método Boal de Teatro y Terapia”.

En su país, a donde volvió en 1986, con el fin de la dictadura, creó el mencionado Centro del Teatro del Oprimido, en Río de JaneiroCentro que este sábado - como uno de los herederos de su legado - a 7 días de su muerte - propone que a las 19.00 - hora Brasil – todos los lo que quisieron a Boal, hagan simultaneamente en todo el mundo, “un minuto celebración” ya sea con aplausos, gritos, cantos.

Será como anticipa Sarapeck, un momento de alegría y no de luto, “porque a Boal no le gustaba el silencio”

Un silencio que no quedó impreso tampoco en su prolífica obra como director, autor y ensayista, con textos como “El teatro del oprimido y otras políticas poéticas”, o “Ejercicios para actor y no actor con ganas de decir algo a través del teatro”.

“No solo los casamientos y funerales son espectáculos, sino también los rituales cotidianos que, por su familiaridad no nos llegan a la conciencia. No solo la pompa, sino también el desayuno y los buenos días, los amores tímidos y los grandes conflictos pasionales, una sesión del Senado, o una reunión diplomática. Todo es teatro”, dice Boal.

Tal vez su propia muerte sea apenas un ensayo más. Un palco donde a diferencia de otros, simplemente se apagan las luces.

Sitios de consulta:

Site internacional Teatro del Oprimido:

www.theatreoftheoppressed.org/en.

Site em portugués Centro do Teatro do Oprimido, Rio de Janeiro

www.ctorio.org.br


Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
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  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira