sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CARTA ABERTA À GOVERNADORA DO ESTADO


Excelentíssima Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, senhora Yeda Rorato Cruzius;

Muito respeitosamente, os funcionários da PROCERGS (Cia. de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul) vêm a público se manifestar devido às impossibilidades encontradas até o momento para uma audiência com Vossa Excelência. Impossibilidades estas não de nossa parte, mas referentes às dificuldades de acesso e tratativas junto a suas assessorias para uma agenda, o que nos é compreensível.

Os técnicos da PROCERGS, que há 35 anos prestam relevantes serviços ao Estado e à população gaúcha, sentem-se na obrigação de alertar Vossa Excelência sobre os acontecimentos que estão merecendo divulgações diárias na imprensa, e que dizem respeito a suas administrações.

A PROCERGS está sendo ameaçada por suas gestões, seja por ilegalidade das ações administrativas impostas pelos gestores (ver, sobre isto, o parecer da CAGE e a análise do TCE), seja pela perda da segurança das informações dos gaúchos, com o repasse de seus serviços a terceiros da iniciativa privada.

Os trabalhadores da PROCERGS construíram em conjunto propostas que foram entregues no Palácio Piratini ao Chefe da Casa Civil, Sr. Luis Fernando Záchia, quando postulávamos lá uma audiência com Vossa Excelência. Nestas propostas destacamos projetos que ajudam a alavancar a economia de nosso Estado, como por exemplo, entre tantos, a "nota fiscal eletrônica", uma ferramenta 100% gaúcha, construída na PROCERGS e 100% eficiente no combate à sonegação de impostos, problema central de arrecadação do nosso Estado e da nação. Somos a única empresa no Brasil com capacidade técnica e estrutural para hoje processar este sistema para todo país, captando recursos para o nosso Estado – já estão disponíveis verbas em 21 estados para execução destes serviços de informática.

Há muitas outras soluções para um Estado moderno em informática e serviços públicos eletrônicos aos cidadãos gaúchos também presentes em nossa proposta.

Urge uma atenção muito especial a esta empresa, principalmente pela rotatividade em sua Presidência nestes últimos tempos, mas também pelos desafios que a PROCERGS tem a enfrentar e para os quais deve estar capacitada e bem instrumentada. Embora na PROCERGS tenhamos equipamentos de última geração em informática, os seus profissionais exercem papel fundamental e são essenciais à prestação dos serviços especializados.

Queremos concluir lançando uma nova proposta. Nós, funcionários da PROCERGS, trocamos todas as políticas e planejamentos que estão sendo realizados pelos gestores até agora indicados politicamente, sem consulta ou debate com os técnicos da casa, e que apontam para demissões, retirada e repasse de serviços da empresa para a iniciativa privada, redução do tamanho da empresa, corte de áreas de serviços e outras políticas que vão na contra-mão do crescimento da PROCERGS, por um compromisso de trabalho que resultará em crescimento da arrecadação do Estado e uma melhor prestação de serviços ao povo gaúcho. Disposição, conhecimento e capacidade não nos faltam. Nestes 35 anos vencemos inúmeros desafios propostos pelo Estado na área de informática, basta apenas olharmos na mesma direção: a do crescimento e da consolidação da PROCERGS como a maior empresa de informática pública de todo o país.

Precisamos de Direções comprometidas com a dignidade e a responsabilidade dos servidores concursados. Queremos transparência nas ações da Companhia, e que todas as irregularidades sejam apuradas e cobradas. Uma direção composta por trabalhadores da casa, que são técnicos experientes, garantiria uma administração com conhecedores do negócio e maior controle em relação à gestão. Isto significaria valorização do quadro funcional e economia nas despesas com pessoal da Companhia.

Se, ao contrário, a opção por indicação política continuar prevalecendo sobre a alternativa de uma gestão técnica, tememos que, no futuro, a empresa esteja envolvida em esquemas criados para favorecimento de grupos ou empresas do setor privado como recentemente vem sendo apurado pela Polícia Federal em outros órgãos do Estado. As ações e planejamentos da Direção da empresa continuam sendo realizados de forma pouco transparente, não permitindo o conhecimento público sobre estas ações. Nem mesmo junto aos técnicos da Companhia estas informações têm sido participadas.

Governadora, no período eleitoral ouvimos de Vossa Excelência a intenção de uma gestão inovadora, de "um novo jeito de governar", para usar as palavras da campanha. Pois é justamente coragem para inovar que estamos propondo para a PROCERGS, deixando a velha tradição de indicações políticas para trás. Ao que nos parece, a escolha é simples. Ou mantém-se funcionando o sistema de camaradagem entre políticos que levou a Direção da Companhia ao atual estado de falta de transparência e irregularidades administrativas; ou inova-se, adotando na PROCERGS uma gestão com a experiência técnica e capacitação que o seu corpo funcional possui. Há anos os trabalhadores da Companhia promovem soluções efetivas, eficazes e mais econômicas para o Estado, e constantemente merecem destaque com prêmios à inovação, à qualidade e à confiabilidade dos seus serviços em nível nacional e internacional na área de informática e prestação de serviços públicos.

Valorização dos trabalhadores da PROCERGS é valorização da empresa, é valorização do que é do Estado.

Comissão de Trabalhadores da PROCERGS e SINDPPD-RS

Roberta Flack, Donny Hathaway - The Closer I Get To You/ Música de qualidade resiste à ação do tempo, nrº 02.

Ozzy Osbourne-Dreamer- Música de qualidade resiste à ação do tempo, nrº 01.

Focus - Hocus Focus/ Música de qualidade resiste à ação do tempo, nrº 00.

Referendo venezuelano: Uma autópsia e os seus resultados


por James Petras











As reformas constitucionais da Venezuela que apoiavam o projecto socialista do Presidente Chavez foram derrotadas pela mais estreita das margens: 1,4% de 9 milhões de votos. O resultado contudo foi severamente comprometido pelo facto de 45% do eleitorado ter-se abstido, o que significa que apenas 28% do mesmo votou contra as mudanças progressistas propostas pelo Presidente Chavez. Apesar de a votação ter sido um golpe na tentativa da Venezuela de desembaraçar-se da dependência do petróleo e do controle capitalista sobre os estratégicos sectores financeiro e produtivo, ela não altera a maioria de 80% no parlamento nem enfraquece as prerrogativas do ramo executivo. No entanto, a vitória marginal da direita proporciona uma aparência de poder, influência e força nos seus esforços para descarrilar as reformas sócio-económicas do Presidente Chavez e remover o seu governo e/ou forçá-lo a reconciliar-se com a velha elite dos intermediários do poder.

Já começaram as deliberações internas e os debates no interior do movimento chavista e entre os diferentes grupos de oposição. Um facto que certamente será sujeito a debate é porque mais de 3 milhões de eleitores que deram os seus votos a Chavez na eleição de 2006 (onde ele ganhou 63% dos votos) não votou no referendo. A direita apenas aumentou os seus resultados em 300 mil votos, ainda que assumindo que estes votos foram de votantes decepcionados com Chavez e não de activistas de extrema direita da classe média o que deixa mais de 2,7 milhões de votantes por Chavez que se abstiveram.

Diagnóstico da derrota

Sempre que a questão de uma transformação socialista é colocada no topo de uma agenda governamental, tal como fez Chavez nestas mudanças constitucionais, todas as forças da reacção de extrema direita e os seus seguidores ('progressistas') da classe média unem forças e esquecem a sua rivalidade partidária habitual. Os apoiantes e organizadores populares de Chavez enfrentavam um vasto conjunto de adversários cada um dos quais com poderosas alavancas de poder. Eles incluíam: 1) numerosas agências do governo americano (CIA, AID, NED e os responsáveis políticos da embaixada), suas 'activos' subcontratados (ONGs, recrutamento de estudantes e programas de doutrinação, editores de jornais e conselheiros de mass media), as multinacionais estado-unidenses e a Câmara de Comércio (a pagar por anúncios anti-referendo, propaganda e acção de rua); 2) as principais associações de negócios venezuelanas: FEDECAMARAS, Câmaras de Comércio e grossistas/retalhistas que despejaram milhões de dólares na campanha, encorajaram a fuga de capitais e promoveram o açambarcamento, fazendo com a actividade de mercado negro provocasse escassez de produtos alimentares básicos em mercados populares; 3) mais de 90% dos media privados empenharam-se numa incessante e virulenta campanha de propaganda constituída pelas mais grosseiras mentiras – incluindo estórias de que o governo tomaria crianças das suas famílias e confiná-las-ia em escolas controladas pelo Estado (os mass media dos EUA repetiram as mais escandalosas e viciosas mentiras – sem quaisquer excepções); 4) A totalidade da hierarquia católica, desde os cardeais até os párocos locais utilizaram as suas belas plataforma e homilias para propagandear contra as reformas constitucionais – ainda mais importante: vários bispos transformaram as suas igrejas em centros organizadores para a extrema direita muito violenta, o que resultou, num caso, na morte de um trabalhador petrolífero pro-Chavez que ignorou as suas barricadas de rua. Os líderes deste quarteto da contra-reforma foram capazes de comprar e atrair pequenos sectores da ala 'liberal' da delegação de Chavez no Congresso e ainda um par de governadores e presidentes de municipalidades, bem como vários ex-esquerdistas (alguns dos quais estiveram comprometidos em guerrilhas 40 anos atrás), ex-maoistas do grupo 'Bandeira Vermelha' e vários líderes sindicais e seitas trotzquistas. Um número substancial de académicos social-democratas (Edgar Lander, Heinz Dietrich) encontraram desculpas reles para opor-se às reformas igualitárias, proporcionando um brilho intelectual à raivosa propaganda da elite acerca das tendências 'ditatoriais' ou 'bonapartistas' de Chavez.

Esta coligação disparatada encabeçada pela elite venezuelana e pelo governo dos EUA confiou basicamente em martelar a mesma mensagem geral: A emenda da reeleição, o poder de suspender temporariamente certas medidas constitucionais em tempos de emergência nacional (como o golpe militar e os lockouts de 2002 e 2003), a nomeação executiva de administradores regionais e a transição para o socialismo democrático eram parte de uma conspiração para impor o 'comunismo cubano'. Propagandistas da extrema-direita e liberais tornaram a reforma da reeleição ilimitada (uma prática parlamentar por todo o mundo) numa 'captura do poder' por um tirano 'autoritário/totalitário/faminto de poder" de acordo com todos os media privados venezuelanos e os seus congéneres americanos da CBC, NBC, ABC, NPR, New York e Los Angeles Times, Washington Post. A emenda concedendo os poderes de emergência ao Presidente foi des-contextualizada da realidade do golpe militar-civil apoiado pelos EUA e do lockout de 2002-2003, do recrutamento e infiltração de grande quantidade de esquadrões da morte paramilitares colombianos (2005), do sequestro de um cidadãos venezuelano-colombiano pela política secreta colombiana (2004) no centro de Caracas e de apelos abertos a um golpe militar pelo ex-ministro da Defesa Baduel.

Cada sector da coligação de contra-reforma conduzida pela extrema direita focou grupos diversos e sobrepostos com diferentes apelos. Os EUA focaram o recrutamento e treinamento de estudantes para combates de rua, canalizando centenas de milhares de dólares através da AID e da NED para treinamento em 'organização da sociedade civil' e 'resolução de conflitos' (um toque de humor negro?) no mesmo estilo das experiências jugoslava/ucraniana/georgiana. Os EUA também disseminaram fundos entre os seus clientes de sempre – a quase defunta confederação sindical 'social democrata' – a CTV, os mass media e outros aliados da elite. A FEDECAMARA focou o sector das pequenas e médias empresas, profissionais bem pagos e consumidores da classe média. Os estudantes da extrema direita foram os detonadores da violência de rua e confrontaram estudantes de esquerda dentro e fora dos campuses. Os mass media e a Igreja Católica empenharam-se em mercadejar o medo para a massa da sua audiência. Os académicos social-democratas pregaram o 'NÃO' ou abstenção aos seus colegas progressistas e estudantes de esquerda. Os trotsquistas dividiram sectores sindicais com a sua palração acerca "Chavez, o Bonapartista" e as suas inclinações 'capitalistas' e 'imperialistas', incitaram estudantes treinados pelos EUA e partilharam a plataforma 'NÃO' com os patrões do sindicato CTV financiado pela CIA. Tais foram as não santas alianças na corrida ao voto.

No período pós-eleitoral esta instável coligação exibiu diferenças internas. O centro direita liderado pelo governador de Zulia, Rosales, clama por um novo encontro e diálogo com os ministros chavistas 'moderados'. A direita dura incorporada no ex-general Baduel (querido de sectores da pseudo-esquerda) exige pressionar a sua vantagem mais ainda até a remoção do presidente eleito e do Congresso porque, afirma ele, "eles ainda têm o poder para legislar reformas"! Assim são os nossos democratas! As seitas esquerdistas voltarão a citar os textos de Lenin e Trotsky (a rolarem nas suas sepulturas), a organizar greves por aumentos de salários... no novo contexto de ascensão do poder da extrema direita para o qual eles contribuíram.

A campanha e a fraqueza estrutural dos reformadores da Constituição

A direita foi capaz de ganhar a sua delgada maioria devido aos sérios erros na campanha eleitoral chavista, bem como a profundas fraquezas estruturais.

Campanha do referendo: 1) A campanha do referendo sofreu vários viéses. O Presidente Chavez, o líder do movimento de reforma constitucional, esteve foram do país durante várias semanas nos últimos dois meses da campanha – no Chile, Bolívia, Colômbia, França, Arábia Saudita, Espanha e Irão) privando a campanha do seu mais dinâmico porta-voz. 2) O Presidente Chavez foi atraído para questões que não tinham relevância para a massa dos seus apoiantes e pode ter proporcionado munição à direita. Sua tentativa para mediar na troca de prisioneiros colombiana absorveu uma enorme quantidade de tempo inútil e não levou, como era de prever, a lugar algum, pois o Presidente Uribe da Colômbia dos esquadrões da morte abruptamente pôs fim à sua mediação com insultos e calúnias provocativas, levando a uma séria ruptura diplomática. Do mesmo modo, durante a Cimeira Ibero-Americana e posteriormente, Chavez entrou em trocas verbais com o coroa de lata da Espanha, distraindo-o de problemas internos como a inflação e o açambarcamento instigado pela elite de bens alimentares básicos.

Muitos activistas a favor de Chavez não conseguiram elaborar e explicar os efeitos positivos das reformas propostas, ou efectuar discussões porta a porta para contrariar a propaganda monstruosa ('roubar crianças das suas mães') propagada pelos padres de freguesia e pelos mass media. Eles demasiado facilmente assumiram que as mentiras eram auto-evidentes e que era necessários apenas denunciá-las. O pior de tudo é que vários líderes 'chavistas' deixaram de organizar qualquer apoio porque se opunham às emendas, as quais fortaleciam concelhos locais a expensas de presidentes de municipalidades e governadores.

A campanha falhou na intervenção e exigência de igual tempo e espaço em todos os media privados a fim de criar um campo de jogo nivelado. Foi posta demasiada ênfase em demonstrações de massa no centro da cidade e não nos programas de impacto a curto prazo nos arrabaldes pobres – resolvendo problemas imediatos, como o desaparecimento do leite das prateleiras das lojas, o que irritou os seus apoiantes naturais.

Fraquezas estruturais

Houve dois problemas básicos que influenciaram profundamente a abstenção eleitoral da massa dos apoiantes de Chavez: A prolongada escassez de alimentos básicos e de produtos domésticos, e a inflação excessiva (18%) e aparentemente não controlada durante o segundo semestre de 2007 a qual não foi nem melhorada nem compensada pelos aumentos salariais, especialmente entre os 40% de trabalhadores auto-empregados no sector informal.

Alimentos básicos como leite em pó, carne, açúcar, feijão e muitos outros ítens desapareceram das lojas privadas e mesmo das públicas. Os homens do agronegócio recusaram-se a produzir e os donos dos negócios a retalho recusaram-se a vender porque os controles estatais do preço (destinados a controlar a inflação) diminuíram os seus lucros exorbitantes. Recusando-se a "intervir" o governo comprou e importou centenas de milhões de dólares de alimentos – grande parte dos quais não chegaram aos consumidores, pelo menos aos preços fixados.

Em parte devido à diminuição dos lucros e em parte como um elemento chave na campanha anti-reforma, grossistas e retalhistas tanto açambarcaram como venderam uma parte substancial das importações a comerciantes do mercado negro, ou canalizaram-se para supermercados dos de alto rendimento.

A inflação foi um resultado da ascensão dos rendimentos de todas as classes e a resultante procura mais elevada por bens e serviços no contexto de uma queda maciça na produtividade, no investimento e na produção. A classe capitalista empenhou-se no desinvestimento, na fuga de capitais, nas importações de luxo e na especulação no mercado de títulos e imobiliário (parte da qual foi simplesmente enterrada pelo recente colapso da bolha imobiliária de Miami).

As meia medidas do governo com intervenção estatal e retórica radical foram bastante fortes para provocar a resistência do big business e mais fugas de capital, mas demasiado fracas para desenvolver alternativas de instituições produtivas e distributivas. Por outras palavras, as crises florescentes de inflação, escassez e fuga de capitais pôs em causa a prática bolivariana existente de uma economia mista, baseada num partenariado público-privado a financiar um vasto Estado Previdência. O Grande Capital actuou primeiro economicamente ao boicotar e romper o seu 'pacto social' implícito com o governo Chavez. Implícito ao pacto social havia um equilíbrio (trade off). Grande Lucros e altas taxas de investimento para aumentar o emprego e o consumo popular. Com o apoio poderoso e a intervenção dos seus parceiros americanos, o big business venezuelano moveu-se politicamente a fim de aproveitar-se do descontentamento popular para descarrilar as propostas reformas constitucionais. O próximo passo é reverter a força da reforma sócio-económica por uma combinação de pactos com ministros social democratas no Gabinete Chavez e ameaças de uma nova ofensiva, aprofundando a crise económica e actuando em favor de um golpe.

Políticas alternativas

O Governo Chavez tem absolutamente de mover-se no imediato a fim de rectificar alguns problemas internos básicos e locais, os quais conduziram ao descontentamento, à abstenção e ao questionamento da sua base de massa. Exemplo: moradores de arrabaldes pobres inundados por enchentes e deslizamentos de lamas ainda estão sem casas depois de dois anos de promessas não cumpridas e agências governamentais totalmente ineptas.

O governo, sob controle popular, deve intervir imediatamente e directamente na tomada de controle de todo o programa de distribuição alimentar, armazenagem, transporte e revendedores, com os concelhos de bairro, para assegurar que os alimentos importados cheguem às prateleiras e não aos grandes bolsos dos grossistas da contra-reforma, grandes proprietários de lojas a retalho e traficantes em pequena escala do mercado negro. Como o governo não conseguiu assegurar junto aos grandes fazendeiros e barões de gado para encaminhar a produção de alimentos, ele tem de garantir através de expropriações em grande escala, investimentos e cooperativas para superar o negócio da 'produção' e greves da oferta. Ficou demonstrado que o cumprimento voluntário NÃO FUNCIONA. O dogma da 'economia mista', que apela ao 'cálculo económico racional', não funciona quando estão em jogo elevadas apostas de interesses políticos.

Para financiar mudanças estruturais na produção e na distribuição, o governo é obrigado a controlar e tomar o comando dos bancos privados profundamente implicados na lavagem de dinheiro, facilitação da fuga de capitais e encorajamento de investimentos especulativos aos invés da produção de bens essenciais para o mercado interno.

As reformas constitucionais eram um passo rumo a um quadro legal para a reforma estrutural, pelo menos para mover-se para além de uma economia mista controlada pelo capitalismo. O excesso de 'legalismo' do Governo Chavez ao insistir num novo referendo subestimou a base legal existente para reformas estruturais disponível no governo a fim de tratar das prementes exigências dos dois terços da população que elegeram Chavez em 2006.

No período pós-referendo o debate interno dentro do movimento de Chavez está a aprofundar-se. A base de massa de trabalhadores pobres, sindicalistas e empregados públicos pede aumentos de pagamentos a fim de manter-se a passo com a inflação, e um ponto final nos aumentos de preços e escassez de bens de consumo. Eles abstiveram-se por falta de acção governamental efectiva – não devido à propaganda direita ou liberal. Eles não são direitistas ou socialistas mas podem tornar-se apoiantes dos socialistas se estes resolverem o triplo flagelo da escassez, inflação e poder de compra declinante.

A inflação é uma vingança especial para os mais pobres dos trabalhadores, sobretudo no sector informal, porque o seu rendimento não é nem indexado à inflação como no caso dos sindicalizados do sector formal nem podem eles elevá-lo facilmente através da negociação colectiva pois a maior parte deles não está ligada por qualquer contrato com compradores ou empregadores. Em consequência, na Venezuela (como alhures) o preços da inflação é o pior desastre para os pobre e a razão principal para o descontentamento. Regimes, mesmo de direita e neoliberais, que estabilizam preços ou reduzem agudamente a inflação habitualmente asseguram pelo menos apoio temporário das classes populares. No entanto, políticas anti-inflacionárias raramente têm desempenhado um papel em políticas de esquerda (muito ao seu pesar) e a Venezuela não é excepção.

Ao nível do gabinete, partido e liderança de movimentos sociais há muitas posições mas elas podem ser simplificadas em duas oposições polarizadas. Por um lado, a posição dominante pro-referendo que germinou nas finanças, economia e ministérios de planeamento procurava a cooperação com investidores privados estrangeiros e internos, banqueiros e gente do agronegócio, a fim de aumentar a produção, o investimento e os padrões de vida dos pobres. Eles confiavam em apelos à cooperação voluntária, garantias à propriedade, cortes fiscais, acesso ao câmbio estrangeiros em termos favoráveis e outros incentivos mais alguns controles na fuga de capitais e de preços, mas não sobre os lucros. O sector pro-socialista argumentava que esta política de partenariado não funcionava e que isto é a fonte do actual impasse político e de problemas sociais. Dentro deste sector alguns propõem um papel maior à propriedade e ao controle estatal, a fim de dirigir investimentos e aumentar a produção e romper o boicote e a camisa de força sobre a distribuição. Um outro grupo argumenta em favor de concelhos de trabalhadores auto-administrados a fim de organizar a economia e pressionar por um novo 'Estado revolucionário'. Um terceiro grupo argumenta em favor de um Estado misto com propriedade pública e auto-administrada, cooperativas rurais e propriedade privada de média e pequena escala num mercado altamente regulado.

O futuro predomínio do grupo da economia mista pode conduzir a acordos com a oposição 'liberal soft' – mas fracassará ao tratar da escassez e da inflação, o que só exacerbará a crise actual. O predomínio dos grupos mais radicais dependerá do fim da sua fragmentação e sectarismo e da sua capacidade para moldar um programa conjunto com o líder político mais popular do país, o Presidente Hugo Chavez.

O referendo e as suas consequências (ainda que importantes hoje) constituem meramente um episódio na luta entre o capitalismo autoritário centrado no império e o socialismo democrático centrado nos trabalhadores.

05/Dezembro/2007
This article may be reprinted as long as the content remains unaltered, and the source and author are cited.

O original encontra-se em http://www.tlaxcala.es/pp.asp?reference=4284&lg=en

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Bouree - Jethro Tull - Música de qualidade não precisa ser privilégio!

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A punhalada miserável de Uribe


por por Iván Márquez

entrevistado pela ABP

















Agência Bolivariana de Prensa (ABP), perante a notícia procedente de Bogotá sobre a interceptação e captura das provas de sobrevivência dos prisioneiros de guerra que seguiam com destino ao Presidente Hugo Chávez, entrevistou Iván Márquez, integrante do Secretariado das FARC, acerca do caso.


ABP – Iván, quais são as consequências imediatas da interceptação das provas de sobrevivência, e a captura dos emissários humanitários que as levavam, por parte das autoridades colombianas ontem [29/Novembro] em Bogotá?


IM – Esta é outra punhalada miserável de Uribe à esperança que todos havíamos tido na gestão humanitária pela troca. As provas tinham como destino o Presidente Chávez e o governo colombiano já sabia disso. Esse foi um dos compromissos surgidos em Miraflores como passo prévio à necessária entrevista Chávez-Marulanda no Yarí, com certeza ia encontrar fórmulas de solução definitiva para o drama humanitário dos prisioneiros em poder das partes contendoras. Uribe é um sabotador desalmado, capaz das piores perversidades, e certamente calculava que com essa acção revertia a zero as gestões do Presidente Chávez e da senador Córdoba. É esperto e cruel como o seu mentor Santander, por isso não tem objecção a deter e processar juridicamente as pessoas que estavam a cumprir tão importante e valiosa missão humanitária.


ABP – Como esta acção do Presidente Uribe afecta a entrega das provas de sobrevivência aos restantes prisioneiros?


IM – A insensatez de Bogotá obrigará a tomar medidas drásticas porque as FARC não podem correr e assumir gratuitamente o risco de que sejam detidos outros emissários. Lamentamos profundamente que a totalidade dos familiares não possa receber, como era nosso desejo, as provas de vida dos seus seres queridos neste natal. Isto nos confirma a certeza de que Uribe é um sabotador. Com um Uribe a actuar dessa maneira nunca haverá troca. Será necessário um novo governo que tenha humanidade para poder concretizar o ansiado intercâmbio, e não só, que permita encaminhar em direcção à paz com justiça social. Uribe aqui está a repetir o que fez com Simón Trinidad.


ABP – O Presidente Uribe estabeleceu como condição para falar de troca humanitária que as FARC não tenham nenhum protagonismo político na mesma. Que opinião merece essa estranha determinação?


IM – Como as FARC não iriam ser protagonistas de primeira ordem se são uma das partes contendoras? Não seremos interlocutores mundo perante ninguém, nem convidados de pedra num assunto cuja resolução é connosco. As FARC em consequência jamais aparecerão no processo de troca humanitária com uma mordaça como pretende o Presidente Uribe. Isso é entendido por todo o mundo. O que se passa é que Uribe não cessa de obstruir qualquer esforço nessa direcção interpondo paus na roda deste processo. Já o havia feito com as suas descabeladas exigências inamovíveis, como essa de pretender de forma delirante que uma das partes entregue os prisioneiros em seu poder enquanto a outra não recebe os seus. Isso não troca em parte alguma.


ABP – O governo de Bogotá sugeriu a possibilidade de substituir a mediação do Presidente Chávez por outra assumida pelo Presidente Sarkozy da França. O que opina a respeito?


IM – Se não é Chávez, então quem será? O que Uribe fez é um dano irreparável. O Presidente Chávez estava a consultar todos os passos com o governo da Colômbia e a informar oportunamente o Presidente Sarkozy, o qual, segundo transcendeu, estava disposto a acompanhar Chávez na sua entrevista com o comandante Marulanda no Yarí. Essa era a fórmula da esperança. Chávez estava em sintonia perfeita com as duas partes, mas o Palácio de Nariño pagou-o com uma patada quando estava a ponto de conseguir em poucos dias o que Uribe não pôde em mais de 5 anos com os seus arrebatamentos belicosos. O Presidente Sarkozy pode desempenhar um papel transcendental para que o processo da troca retome o curso inicial que, com Chávez, prometia os melhores resultados. Quem sabe ser poderá fazê-lo.
30/Novembro/2007
O original encontra-se em www.abpnoticias.com

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Pensamento crítico precisa ser reconstruído na América Latina

XXV Congresso da Associação Latino-americana de Sociologia
Pensamento crítico precisa ser reconstruído na América Latina
por Marco Aurélio Weissheimer*

14 de Setembro de 2005

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Atílio Borón

Uma conferência sobre a situação das ciências sociais na América Latina. Essa era a tarefa do sociólogo argentino Atílio Borón, do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), no início da noite de quarta-feira (24), no salão de atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Um tema que freqüentou outras atividades do XXV Congresso da Associação Latino-americana de Sociologia (Alas), na capital gaúcha. Mas a intervenção de Borón acabou traçando um panorama geral acerca da situação do pensamento crítico na América Latina. No ambiente acadêmico, há quem torça o nariz para a expressão “pensamento crítico”, associando-a a uma espécie de bugiganga ideológica da esquerda, sem grande utilidade científica. E a fala do sociólogo argentino acabou tratando, entre outras coisas, justamente de uma tensão existente dentro do próprio ambiente universitário sobre o papel e a responsabilidade de acadêmicos e intelectuais.

Estamos diante de uma situação extremamente crítica, uma situação que nos coloca diante de uma série de desafios, não só na América Latina”, diagnosticou Borón. Entre esses desafios ele destacou um, em especial: “precisamos repensar as ciências sociais praticamente partindo do zero”.

Esse diagnóstico está longe de ser uma unanimidade entre quem trabalha com a disciplina. Após a conferência de Borón, alguns sociólogos comentaram que estão ouvindo essa conversa há anos, demonstrando um certo desconforto com ela. Mas o desconforto parece fazer parte do problema apontado pelo sociólogo argentino. A academia, muitas vezes, é refratária a críticas deste tipo, que partem de um de seus integrantes. Para refletir, com mais profundidade, sobre a natureza desse desconforto, é preciso levar em consideração as razões apontadas por Borón para justificar a necessidade de repensar as ciências sociais partindo praticamente do zero.

Neoliberalismo e pós-modernismo

Ele identificou dois fatores centrais, que seriam responsáveis pelo declínio do pensamento crítico na América Latina: o neoliberalismo e o pós-modernismo. O neoliberalismo, observou, é uma corrente de pensamento de caráter filosófico e não apenas um programa econômico.

Se fosse apenas isso, seria mais fácil de derrotar. Assim como Marx disse que a economia política clássica era a ciência da sociedade, hoje podemos dizer que o neoliberalismo é a ciência para entender o atual estágio de acumulação do capitalismo. E isso tem influência também nas investigações das ciências sociais”, assinalou Borón. O segundo fator, o pós-modernismo, foi caracterizado como ele como sendo “o pensamento da derrota e da frustração”.Essa corrente de pensamento reflete o fracasso das tentativas de superação do capitalismo no período pós-guerra (a Segunda Guerra Mundial)”, apontou, identificando o fracasso da revolta popular de maio de 68 como um exemplo disso.

O impacto do neoliberalismo no tipo de investigação realizado pelas disciplinas das ciências sociais, segundo Borón, manifestou-se em diferentes frentes: a barbárie economicista, caracterizada pela exaltação dos fatores econômicos no estudo da sociedade; o individualismo metodológico, com o fim dos atores coletivos e das pesquisas feitas coletivamente; o formalismo e a matematização pseudo-científica, entre outras. “Já não há mais sociedade, que passou a ser considerada como uma somatória de indivíduos.

E essa mudança teve importantes repercussões teóricas e políticas”, apontou o sociólogo. Ele lembrou, a título de exemplo, uma famosa frase da ex-primeira-ministra inglesa, Margareth Tatcher, quando, na década de 80, ao ser perguntada sobre o impacto da repressão à greve dos mineiros na sociedade inglesa, respondeu que não havia tal coisa como sociedade, apenas o John, o Peter, a Mary, etc., ou seja, apenas indivíduos.

A cultura da resignação política

Entre as repercussões teóricas e políticas causadas pelo predomínio dessa corrente de pensamento, sociólogo destacou ainda a indiferença radical a questões relacionadas à estrutura da sociedade e aos seus aspectos históricos. O social, segundo ele, passou a ser considerado como um somatório de contingências. Além disso, verdade e falsidade passaram a ser questões terminológicas, submetidas a um intenso processo de relativização.

A partir do influxo dessas duas correntes de pensamento (neoliberalismo e pós-modernismo), acrescentou Borón, o primeiro impacto mais evidente foi a anulação do pensamento crítico que, gradualmente, foi sendo substituído pela cultura da resignação política. A teoria sobre o triunfo definitivo da capitalismo, explícita na obra de autores como Francis Fukuyama, passou a contaminar também, de modo implícito, outras formulações teóricas. Tudo isso em meio a uma ordem social marcada por uma injustiça poucas vezes vista.

Borón citou um dado da FAO, órgão da ONU para a agricultura, para justificar a afirmação. Segundo números da entidade, essa é uma ordem social tal que, a cada noite, cobra o preço de 100 mil vidas. Ou seja, reforçou o sociólogo, a cada ano desaparece um país do tamanho da Colômbia ou da Argentina.

Pior ainda. Dada a hegemonia ideológica do pensamento neoliberal, não há lugar para projetos políticos de emancipação social, considerados hoje como anacrônicos. Neste contexto, assinalou ainda, os investigadores da área das ciências sociais tornaram-se, em sua grande maioria, “sociômetras”, trabalhadores sociais. “Houve um abandono do modelo clássico de investigação, onde grupos de pesquisadores trabalhavam juntos, tinham uma formação simultânea, um modelo que produziu ótimos resultados nas décadas de 50 e 60. Tudo isso baseado numa estrutura de universidades e instituições públicas, o que foi varrido pelas políticas do Consenso de Washington”.

O pensamento via consultoria

Essa estrutura foi sendo substituída pelo modelo das consultorias. “Não existe mais espaço hoje para a investigação coletiva de longo prazo. O que é dominante agora é a investigação breve, pret-a-porter, realizada na base de diferentes estruturas institucionais, especialmente através de consultorias, muitas das quais, antigos centros de investigação de caráter público”, registrou ainda Borón. Segundo ele, essa transformação se deu mesmo dentro das universidades públicas que foram levadas a recorrer a fontes externas de financiamento para sustentar o trabalho de pesquisa.

Oficinas e agências ligadas a governos, que sempre lutaram contra a falta de recursos, também tiveram que se curvar a este cenário, passando a sobreviver com verbas de organismos internacionais como o Banco Mundial. Tudo isso com um preço, obviamente. Esses organismos acabaram definindo parte importante da agenda de investigações na América Latina.

Esse novo modelo de financiamento fez com que, por exemplo, temas como a distribuição de renda e a estrutura tributária na América Latina (uma das mais desiguais do mundo, onde 10% dos mais ricos pagam menos impostos do que os 10% mais pobres) deixassem de ter prioridades nas pesquisas. “Os organismos financiadores passaram a definir o que, como, quando e onde investigar”, resumiu Borón. Na América Latina, acrescentou, a maioria dos estudos sobre a pobreza usa modelos teóricos do Banco Mundial, que consideram que ela deve ser atacada de um modo focalizado, descartando abordagens universalistas sobre o problema.

O enfoque do Banco Mundial poderia ser bom para atacar o problema da pobreza na Dinamarca ou na Suíça, mas não na América Latina, onde a pobreza afeta mais da metade da população. Esse enfoque também exclui qualquer investigação sobre as causas da pobreza, o que limita muito o âmbito da investigação”, concluiu.

Marco Aurélio Weissheimer
Periodista brasileño. Jornalista brasileiro.
Os artigos deste autor

VENEZUELA: LISURA E CORRECÇÃO


publicado no http://resistir.info/

Ao contrário dos EUA, onde o sr. George W. Bush foi eleito através de eleições aldrabadas, o referendo venezuelano decorreu com absoluta correcção. O Presidente Hugo Chávez acatou o resultado das urnas, apesar de a margem ter sido sido mínima.

No entanto, é altamente improvável que a CIA cesse as suas operações de desestabilização contra a Venezuela. A conspiração, a partir da embaixada dos EUA, continua activa. A "Operation Pincer" é só um aspecto da mesma. Através de fundações ciáticas, milhões de dólares foram despejados para organizações oposicionistas (inclusive as que se pretendem "de esquerda"). O objectivo do imperialismo é realizar na Venezuela "revoluções" estilo "laranja" e "rosa", tal como fez na Ucrânia e na Georgia. A CIA chegou a organizar visitas de estudantes venezuelanos à Europa do Leste a fim de que aprendessem as receitas utilizadas naqueles países.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Derrota de Chávez em referendo é 'alerta', diz Gilberto Maringon

Escrito por Mateus Alves
04-Dez-2007

Para comentar a derrota do governo venezuelano no plebiscito sobre as reformas constitucionais propostas por Hugo Chávez, o Correio da Cidadania conversa com o jornalista e historiador Gilberto Maringoni.

De acordo com Maringoni, autor do livro “A Venezuela que se inventa”, o resultado das urnas na Venezuela é um alerta a Chávez para que haja uma reaproximação com setores moderados e um reparo nas insuficiências do processo de reformas iniciado com a chegada do presidente ao poder em 1999.

Correio da Cidadania: Qual você acredita ter sido o principal fator que levou Chávez à derrota no plebiscito sobre a reforma constitucional?

Gilberto Maringoni: Se olharmos os números, vemos que a oposição manteve a quantidade de votos conseguida nas eleições passadas. O que houve foi uma abstenção de quase metade do eleitorado; o surpreendente não foi a oposição ter ganho, mas sim o chavismo ter reduzido sua votação.

CC: Tamanha abstenção foi, então, a única causa da derrota? Por que tantos chavistas não compareceram às urnas?

GM: Segundo Chávez, essa foi a causa. O certo é que não foi a oposição quem ganhou, mas sim o governo quem perdeu. Claro que, ainda observando os números, houve uma vitória da oposição por uma pequena margem, mas não se pode ficar dizendo que “foi apenas por uma pequena margem” como maneira de amenizar a situação e resolver o problema.

Quando diz que a abstenção ganhou, Chávez passa um dado real, mas não diz qual é a causa disso. Ele não fala quais foram as razões que motivaram os seus apoiadores a não comparecer às urnas para aprovar a reforma constitucional, forçada por ele como se fosse uma espécie de plebiscito que o aprovasse.

Tais fatores são vários. Precisam ser procurados nas insuficiências de um processo que evoluiu bastante desde 1999, mas que ainda possui problemas. Como principais questões conjunturais, que aconteceram de um ano para cá, temos a certa “forçada de mão” que o governo e Chávez deram em alguns episódios.

O primeiro desses é a formação do PSUV, o Partido Socialista Unificado da Venezuela. É um partido criado de cima para baixo, que foi formado desta maneira pois não existem movimentos sociais autônomos na Venezuela. O partido tem 6 milhões de militantes, mas estes não compareceram às urnas – se o tivessem feito, as mudanças na Constituição teriam sido aprovadas. Há problemas na estruturação do partido e em sua participação no governo – Chávez diz que “quem está com ele está no PSUV”.

O governo Chávez tem uma característica de não ter sido resultado de movimentos de massa, mas sim de um cansaço popular com o projeto neoliberal das décadas de 80 e 90 e da crise vivida no país que não resultou em um crescimento da mobilização popular.

Isso fez com que não houvesse movimentos autônomos. O que existe são iniciativas políticas populares tomadas pelo governo.

O grau de fragmentação da sociedade venezuelana resultante dos 40 anos de democracia do Pacto do Ponto Fijo, estabelecido em 1961, e da crise estrutural enfrentada no país durante os anos 1980 e 1990 criou uma sociedade com um potencial de rebeldia muito grande, mas de escassa organização.

CC: Desde que foi levado ao poder, em 1999, Chávez não foi capaz de aglutinar os descontentes no país?

GM: Ele conseguiu aglutinar de certa forma, mas se vemos organizações como a UNT, central sindical do país, trata-se de uma organização sem vida autônoma, sem muita expressão.

Isso faz com que as mobilizações no país sejam apenas de apoio a Chávez, como observamos durante o golpe de 2001 e em suas vitórias nas eleições.

CC: Quais outros motivos contribuíram para a ausência de chavistas nas urnas?

GM: As brigas que Chávez comprou, algumas delas bem difíceis, também contribuíram. Criticar a Igreja Católica, às vésperas do referendo, foi muito danoso à sua imagem; todos sabem que a Igreja venezuelana é golpista, conservadora, mas chamar os bispos na TV de “vagabundos” provoca sentimentos no povo que são complicados. Ele começou a brigar com aqueles que, toda semana, estão no púlpito falando diretamente com seus fiéis.

A não-renovação da RCTV - que embora em mérito Chávez tenha sido corretíssimo ao não permitir a continuação das transmissões pela emissora - foi uma decisão tomada de maneira pouco pedagógica para a população. O presidente tinha a prerrogativa legal para não renovar a concessão, mas não foi feito um grande debate nacional sobre a democratização das comunicações, não foi criado um método para tornar tal fato uma questão de formação política, que informasse à população o que é um monopólio, a razão pela qual não deveria ser renovada a concessão da RCTV e qual a razão pela qual a rede não poderia participar de um golpe de Estado e continuar impune.

Não sei se a melhor maneira deveria ter sido levar o caso à Justiça ou à Assembléia nacional, onde Chávez também ganharia por ter quase a totalidade das cadeiras. Fazer isso por um decreto é incômodo – como explicar para a população que ela não terá mais a sua novela? Além disso, a emissora colocada no ar é de muito baixa qualidade, é uma emissora oficial no pior sentido da palavra.

Essas batalhas foram complicadas. No caso da discussão com o rei da Espanha, Chávez estava certo, então não foi um problema. Porém, a briga com o presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, veio em péssima hora; Chávez caiu em uma armadilha. De qualquer maneira, Uribe iria romper o diálogo com as FARCs, e o presidente venezuelano foi até condescendente demais ao levar a questão adiante. Uribe esperou para terminar o diálogo exatamente antes do referendo, procurando desgastar a imagem de Chávez.

Avaliações de colegas venezuelanos também dão conta de problemas internos do governo, de ineficiência de serviços públicos, questões administrativas. O fato é que essa derrota de Chávez não é o fim do mundo, mas sim um alerta. O presidente desfruta de uma popularidade igual a que tinha durante as últimas eleições, de algo em torno de 60%. O que aconteceu foi um desligamento dos setores moderados ou para o “não” ou para a abstenção.

Setores da intelectualidade que estavam com Chávez se abstiveram. Raúl Baduel, que faz parte de um setor chavista presente em várias situações nas quais o presidente precisou de apoio, resolveu puxar o freio de mão. É certo que havia divergências entre os dois, mas Baduel não é um opositor histórico, não é um golpista e não pode ser tratado como um traidor.

Há também um tratamento ruim dado pelo governo em relação ao movimento estudantil. O combate que se fez quando começaram as mobilizações foi falar que os estudantes eram “peões do império”; claro que havia manipulação, que haviam estudantes filiados a partidos de direita, mas à massa que estava nas ruas não pode ser dado o mesmo tratamento que é dado aos dirigentes, pois têm um descontentamento difuso.

Além disso, a reforma constitucional foi mal conduzida, faltou debate. A proposta original de Chávez continha 35 itens a ser modificados, e a Assembléia Nacional agregou, desnecessariamente, outros 34. A proposta transformou-se em uma árvore de natal, complicada, e Chávez e a oposição forçaram que a consulta para a aprovação da reforma fosse um plebiscito sobre o próprio presidente.

Tais problemas, no entanto, não podem colocar em dúvida os aspectos positivos conquistados pelo governo na Venezuela. A própria direita está espantada com a situação, pois Chávez tem ainda cinco anos de governo pela frente e um poder de aglutinação imenso, sendo capaz de retificar todos os seus problemas para que não perca apoios importantes.

CC: Quais seriam esses aspectos positivos?

GM: Chávez tem feito um governo que, até aqui, mudou a face da América Latina. No essencial, o rumo do governo está correto, ao democratizar a sociedade, ampliar os poderes das camadas populares e da população indígena, reduzir a jornada de trabalho, acabar com a autonomia do Banco Central, proibir o latifúndio, fortalecer o Estado em seu caráter público, ao realizar as “missões” que serviram e servem de assistência a uma grande parcela da população venezuelana que sofriam uma exclusão total.

O governo também colocou a questão social no centro da esfera de governo, algo que foi seguido por outros países na América Latina. Chávez mostrou também que é possível romper com o modelo neoliberal e distribuiu a riqueza do petróleo para a população, mesmo embora o Estado venezuelano ainda seja muito burocrático, muito corrompido, ineficiente.

A luta ideológica que faz também é de extrema ousadia. A Venezuela, um país pequeno, conseguir pautar as lutas na América Latina e servir de referência a outros países – não só Cuba, Bolívia e Equador mas também a Argentina e o Brasil, por exemplo – é algo de extrema importância.

CC: A riqueza proveniente do petróleo torna tal tarefa mais fácil, não?

GM: Claro, com o barril de petróleo a 100 dólares, até você e eu faríamos a mesma coisa. Mas o fato do petróleo estar valendo tanto se deu muito em função do próprio Chávez; é preciso lembrar que isso não aconteceu por mágica. Quando Hugo Chávez tomou posse, o custo do petróleo era de 9 dólares por barril, e a OPEP estava desarticulada. Em julho de 2000, o presidente convocou, em Caracas, uma reunião geral do cartel petrolífero, algo que não ocorria há mais de 30 anos; ali, a OPEP retomou a política de cotas, de restringir a produção para resguardar reservas e, assim, melhorar o preço de barganha.

Já no final de 2000, o petróleo estava a 22 dólares o barril. Houve, claro, um fator que estava além do controle de Chávez: o aumento brutal do consumo mundial, capitaneado pela China a partir de 2001.

CC: A questão da reeleição indefinida faz parte dos aspectos negativos da proposta de reforma constitucional?

GM: Isso não é um problema tão grande quanto a imprensa alardeia. É uma proposta dentro das regras democráticas, não é um golpe. A pauta da reeleição foi colocada na América Latina pela direita – Fernando Henrique Cardoso, que a critica, foi quem a iniciou no Brasil.

Há alguns regimes europeus atrasados, com reis, imperadores – muito mais atrasados que qualquer república de banana, pois mantém uma dinastia com dinheiro público à toa – onde primeiros-ministros ficam no poder enquanto têm apoio, como na Inglaterra. Chávez ficaria no poder enquanto tivesse apoio.

È importante dizer, também, que a Constituição brasileira, de 1988 para cá, sofreu mais de 50 mudanças votadas no Congresso – ou seja, reformas constitucionais qualificadas, feitas por governos neoliberais. Ninguém achou que isso era golpe, e foram feitas sem nenhuma consulta popular. As mudanças que Chávez tenta fazer foram levadas a um debate público, por meio de referendo. A direita precisa deixar de hipocrisia, pois ela nunca foi tão democrática quanto a Venezuela nos dias de hoje.

Como disse uma articulista da Folha de S. Paulo recentemente, Chávez, apesar da derrota nas urnas, ainda pode sair ganhando, pois o resultado da consulta prova que seu regime é democrático, que ele pode perder.

CC: As críticas da falta de democracia na Venezuela, então, são infundadas?

GM: O governo de Chávez é o melhor governo da América Latina, é extremamente avançado, e o presidente teve habilidade ao construir o seu governo.

Agora, trata-se de um governo muito pessoal. Se Chávez é assassinado, o processo venezuelano fica comprometido. Não se criou uma cultura chavista, mas sim uma cultura de agregados, de apoio popular difuso. Não existe um partido como um núcleo de elaboração política para o governo da Venezuela – aliás, a elaboração política e teórica do governo é muito pobre.

Hugo Chávez, porém, é um tático excepcional. Entre o que ele fez ao longo dos anos há coisas geniais. A maneira como dividiu a oposição na questão das telecomunicações ao fazer um acordo com Gustavo Cisneros é um ponto alto da tática política mundial histórica.

CC: Em face das estruturas políticas tradicionais que observamos em países em desenvolvimento, você acredita que lideranças carismáticas que flertam com o populismo são um dos caminhos possíveis para que se consigam mudanças?

GM: É errado dizer que Chávez flerta com o populismo; ele é, sim, um populista. Precisamos largar a teorização feita pela direita da ciência política e mesmo por pessoas de esquerda de que o populismo é um mal. O populismo não é uma escolha, é uma situação histórica dada.

Quando aqui no Brasil, durante os anos 30, época em que não havia uma cultura de instituições democráticas urbanas consolidadas e estávamos saindo da República Velha, do voto de bico de pena, o avanço que houve no país no campo econômico e a migração das pessoas do campo para a cidade não tinha nenhuma referência de convívio institucional. A referência era um líder carismático, Getúlio Vargas. Isso também aconteceu na Argentina e no México.

Na Venezuela, por conta da crise profunda vivida no final do século XX, as instituições existentes estavam virando fumaça. A única maneira existente de impedir que o país se auto-destruísse era a chegada ao poder de um líder carismático, populista. Não há nenhum problema nisso; existem, sim, componentes autoritários em um líder populista, mas naquela situação, não havia alternativa.

Como não há movimento popular estruturado, uma das funções do líder populista foi cumprir o papel de solidificar essas pontas. Chávez é uma etapa histórica na construção de instituições democráticas sólidas, que espero que seja transitória.

É preciso tirar da cabeça que o populismo é uma coisa negativa. Mesmo chavistas dizem que o presidente não é populista, mas é sim. E isso não é uma coisa ruim. Quem diz que o populismo é ruim é a direita, até mesmo pelas características de fortalecer o lado popular da sociedade de um governo do tipo.

Um problema do qual lideranças populistas padecem é a sua incapacidade em organizar a sociedade. Isso faz com que não tenham substituto à altura. Para se manter no poder, tais líderes não podem ter competidores; na Venezuela é assim, não há substituto à altura de Chávez.

CC: Quais os rumos que você acredita que o governo de Chávez deverá tomar a partir de agora? Há mesmo essa possibilidade de o presidente sair fortalecido pois o resultado nas urnas reitera a democracia existente em seu governo?

GM: Inicialmente, o governo sairá enfraquecido. A direita, não só na Venezuela como também na Bolívia e no Equador, tentará se reanimar. Se o governo venezuelano conseguir resolver os seus problemas, reaglutinar suas bases, se reaproximar dos setores moderados que momentaneamente – espero – se afastaram de Chávez, pode se fortalecer, sim.

Chávez não deverá moderar os objetivos estratégicos do processo na Venezuela, mas sim aprimorar sua flexibilidade tática para conseguir conviver com diferenças internas. O país cresce a 10% ao ano, e é muito difícil Chávez cair com estes índices. Agora, se isso acontecer, será algo muito preocupante.

CC: Quais as diferenças principais entre o governo da Bolívia e o governo venezuelano?

GM: O governo de Evo Morales teve sua origem no movimento social, Morales era dirigente sindical, houve mobilizações impressionantes no país entre 2001 e 2004. Na Bolívia, diferentemente da Venezuela, existe uma mobilização popular – por isso a direita, lá, tem um grande problema. Não é um governo sem apoio.

CC: E quais as suas opiniões sobre as mudanças possíveis no Equador de Rafael Correa?

GM: Lá, temos um caso novo. Até agora, Correa venceu uma grande batalha ao conseguir convocar a Constituinte. O Equador tem problemas gravíssimos: não tem moeda própria, é um país pobre, que viveu intensas ebulições nos últimos anos. Elegeram um governo popular, que caiu e foi substituído por um governo de direita; agora, levaram outro presidente popular ao poder.

Me parece, à distância, que a situação no país está tranqüila. Quando Rafael Correa for tocar em pontos nevrálgicos do sistema de dominação de classes, tudo pode se radicalizar; quando as propostas de reforma começarem a ser votadas, aí sim haverá enfrentamento.



terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dialética de uma derrota


Como explicar a derrota do Sim, e até que ponto foi somente uma derrota?

Chávez se defrontou com uma fenomenal coalizão política e social que aglutinava todas as forças da velha ordem carcomida até as suas entranhas, mas com os seus agentes históricos lutando uma batalha desesperada para salvá-la. A grande burguesia local; os fazendeiros; o capital financeiro; as direções sindicais corruptas; a velha partidocracia; a hierarquia da Igreja Católica; a embaixada norte-americana, todos obcecados em derrotar-lhe e, coroando todo esse ajuntamento, uma coalizão midiática nacional e internacional poucas vezes vista na história que reunia em seus ataques a Chávez os grandes expoentes da "imprensa livre" da Europa, EUA e América Latina.

O líder bolivariano atraiu contra si todos os excrementos sociais com os quais deve lutar qualquer governo digno da América Latina e os combateu em quase solidão e de mãos limpas. O que unificou os conservadores não foi a cláusula da "reeleição permanente", e sim algo muito mais grave: a reforma que outorgava status constitucional ao projeto socialista em autogestão, uma coisa totalmente inaceitável. Em que pese a tão descomunal disparidade, o resultado eleitoral foi praticamente um empate.

Para muitos venezuelanos a eleição não era importante, o que explica a abstenção de 44%. A grande maioria de quem não votou, teria sufragado o Sim, o qual revela a fragilidade do trabalho de construção hegemônica e de conscientização ideológica no seio das classes populares. A redistribuição de bens e serviços é imprescindível, mas não necessariamente cria consciência política emancipadora. Por outro lado, alguns governadores e prefeitos chavistas não se empenharam a fundo por uma reforma constitucional que democratizaria, em detrimento de suas atribuições, a organização política do Estado ao criar novas instituições do poder popular. Ademais, é preciso ter em conta também que após nove anos de gestão qualquer governo sofre um desgaste ou deixa de suscitar o entusiasmo coletivo de outrora. Junta-se a isso, igualmente, alguns erros cometidos na descontínua campanha eleitoral de um presidente que, por seu papel de protagonista no cenário mundial, não dispõe de muito tempo para outra tarefa.

De qualquer modo, apesar da derrota, Chávez se esquivou bem do perigo. Suas credenciais democráticas se fortaleceram notavelmente. A oposição chegou dizendo nos comícios que jamais aceitaria o triunfo do Sim. Em caso de ocorrer a vitória do Sim, denunciariam como fraude e poriam em marcha o "Plano B" da Operação Pinça. Os sublevados democratas confessavam previamente que só se comportariam como tal em caso de vitória, caso contrário, sua resposta seria a desordem. Chávez, em troca, lhes deu uma lição de republicanismo democrático ao aceitar com fidalguia o veredicto das urnas. Imaginemos se houvesse ocorrido por essa ínfima diferença o triunfo do Sim. Os porta-vozes da "democracia" teriam incendiado a Venezuela. Em que pese a derrota, a estatura moral de Chávez e sua fidelidade aos valores da democracia convertem em pigmeus os seus adversários oportunistas, que só respeitam o resultado das urnas quando estas lhes favorecem. E, de lambuja, deixa os senadores brasileiros numa posição insustentável já que, pretextando uma "débil vocação democrática de Chávez", querem frustrar o ingresso da Venezuela no Mercosul.

Artigo do sociólogo Atilio A. Boron, publicado hoje no jornal argentino Página/12.
Tradução de responsabilidade do blogueiro. - Cristóvão Feil/Sociólogo - Http://diariogauche.blogspot.com/

Cala a boca Galvão Bueno - A imprensa comeu bola e os cartolas continuam insaciáveis!

, por Runildo Pinto

Salve o Corinthians!


Independente das paixões futebolísticas, é bom lembrar e como é bom lembrar, o papel da imprensa paulista quando a picaretagem da MSI campeava no Parque São Jorge... esbravejavam... diziam que é assim que deve ser administrado um clube - clube-empresa, que traz grandes estrelas para o maior campeonato do mundo. O futebol brasileiro está fazendo jus a estas ações empreendedoras. Aqueles que ameaçavam a lógica da arrogância eram duramente criticados e rotulados de retrógrados. Até parece que os meios justificam os fins. Essa mídia canta conforme o tilintar das moedas, gerando cifrões; promove a picaretagem, promove pois o povão dá IBOPE. Agora, promove até mesmo o ônus da segundona, e continua promovendo. Empilha reportagens sobre a tristeza da nação corinthiana. A mídia é responsável por promover também a pobreza de espírito à torcida do Corinthians. É uma utopia na qual a vida fica resumida à tristeza ou a alegria no futebol.


Salve Corinthians!


Agora a massa corinthiana vai espernear exigindo que dirigentes iluminados e ricos venham recuperar o clube. Essa disposição passional, dependente e resultante da baixa auto-estima do povo extravasa nas arquibancadas a sua impotência pela falta de perspectiva e de sentido para a vida. Entregam-se à vontade súbita, ao hedonismo doente, amplamente estimulado pela mídia, razão pela qual o gol, triunfo de uma agremiação futebolística, pode realizar, levando o ser humano ao paraíso. Os comportamentos exacerbados de torcidas têm levado indivíduos da fidelidade ao ódio ou ao entusiasmo religioso. Há um certo niilismo à existência, na busca de uma felicidade tão fugaz e a uma adesão cega. O torcedor é um ser desprovido de autonomia, seu poder de participação e decisão é limitadíssimo. Suas ações, restritas da alegria à revolta, restando-lhe muito pouco além disso. Por isso é que que há tanta violência nos estádios. A vida foi substituída pela bola na rede. Em verdade, quem se diverte mesmo e ganha muito dinheiro com isso são a imprensa e os dirigentes dos clubes.


Salve o Corinthians!


A idiossincrasia da mídia faz as torcidas de massa de manobra. No final das contas, todos os problemas recaem sobre estas. Os dirigentes gozam sua impunidade. Recomeça aí todo o ciclo da imprensa: nova temporada , o assunto de contratações; o passado recente fica no esquecimento.O fenômeno, o fascínio dos milhões de dólares e euros enche os ânimos dos torcedores. O cenário é novamente o da vaidade e da arrogância da imprensa, dos dirigentes e dos poucos jogadores milionários. O povo, na sua humilde condição, delicia-se em discussões acaloradas sem fim e sem chegar a lugar algum.


Salve o Corinthians!

O clube mais brasileiro:
A nação corintiana é a caricatura do Brasil, brasileiro! Deus é brasileiro! Papai Noel também....Bush é brasileiríssimo! Lula é norte-americano......De bola nem se fala no BRasil!!!!


É bola na rede.

É bola na cueca.

É bola no planalto.

É bola da vez.

É bola na cabeça.

É bola namorada.

É bola na veia.

É bola para cima.

É bola para baixo.

É bola para o lado.

É bola que não acaba mais....

É bola sem encanto

É bola ideológica.

É bola alienada.

É bola ordinária

É bola dividida.

Hino do Corinthians

"Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente
Dentro dos nossos corações.

Salve o Corinthians
De tradição e glórias mil;
Tu és o orgulho
Dos esportistas do Brasil.

Teu passado é uma bandeira,
Teu presente, uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão.

Corinthians grande,
Sempre Altaneiro
És do Brasil
O clube mais brasileiro."


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Existem os que não se dobram!


, por Runildo Pinto

As demissões dos cartunistas Santiago, Moa e Kayser do Jornaleco do Comércio, demonstra o que a ditadura militar construiu está dando resultados. Tudo que a burguesia nacional queria era estancar os ânimos dos de baixo, da cultura de qualidade e da crítica, além de deter as reformas de base e asfaltar a estrada para a economia de mercado e definitivamente enterrar um projeto de nação, estabelecendo o conceito de democracia de classe que arraiga as necessidades do povo ao que tem de pior na concepção liberal, ou seja, plantar a ignorância no conteúdo das notícias a pretexto de entretenimento. Os mídias não vendem informações aos cidadãos, mas sim cidadãos a anunciantes, como bem avaliou Ignácio Ramonet. O verniz democrático virou o tapete onde a burguesia esconde toda a riqueza das informações, com um agravante, apresentando apenas aquelas que lhes interessam, ignorando tantas outras importantes.

É uma democracia hipócrita: o que não é de qualidade é o melhor, o que é de qualidade não serve. O mercado exige a música medíocre, com rimas miseráveis. A indústria cultural aposta tudo no conhecimento banal, repetindo receitas. A propósito, os profissionais, os quais que não se submetem à pilantragem para dar "vida" aos produtos, são efetivamente excluídos das redações.

Santiago, Moa e Kayser não são vítimas de sua conduta, por suas personalidades contestatórias. Qualquer esquerdista pode fazê-lo, e depois realizar o jogo oportunista da conciliação. Santiago, Moa e Kayser, são homens que não estão por ai para dançar conforme a música, estão na vida para serem atores do seu tempo, homens com vontade própria e senso crítico, que não deixam a inteligência ser subestimada pela quantidade de cifrões oferecidos as suas consciências. Não ficam cantando a alegria estéril, para passar o tempo ou agradar a gregos e troianos. São homens que elaboram com competência a vida pois sabem que "ver o mundo através do umbigo é ser conivente com a injustiça, a vaidade, a arrogância e com a miséria humana". São homens que não compactuam com a mentira. Crescem para viver humanamente, não para serem vermes de marca. São homens genuinamente de esquerda, coerentes à ética em suas ações de ilibada moral.

Quando o Lasier exprimiu sua fúria, toda a "democracia" midiática se calou. Ele protegia os margianis do DETRAN, de terno e gravata, no momento de sua presão, algemados aos olhos de todos. Tratou isso como sendo um ato de injustiça, um absurdo. Ato de imoralidae é a arrogância de defender essa "gente de bem”, essa elite ordinária da província. "Os intocáveis. Esse mesmo Lasier, que se delicia nas telas da RBS, em criminalizar a pobreza, esse lacaio dos burgueses do Rio Grande do Sul, que condecora as ações dos facínoras do DETRAN, com a “Ordem da Impunidade”.


Santiago, Moa e Kaiyser, adelante!

Vídeo: Lasier Martins levando choque.

“CHÁVEZ ES UM HOMBRE QUE OBRÓ COM INTELIGENCIA Y GRANDEZA Y VENIMOS A AGRADECER".



Laerte Braga

A declaração foi feita ontem, sábado, pela filha da ex-senadora Ingrid Betancourt, refém das FARCs, por sua filha Astrid Betancourt que está em Caracas onde exige que o governo de seu país, a Colômbia, volte a aceitar as negociações que Chávez estava conduzindo para libertar reféns colombianos, franceses e a ex-senadora e candidata a presidente da Colômbia.

Queremos todos agradecer al presidente Hugo Chávez todo el interés y solidaridad, que demostró" y que su gestión iba por buen camino, como "está confirmado con las pruebas" que vamos a entregarle.

Según Astrid Betancourt, Chávez es "un hombre que obró con inteligencia y grandeza y venimos a agradecer.


Astrid Betancourt también se lamentó y admitió su incertidumbre porque ahora sin la mediación de Chávez ni de la senadora Córdoba, "es difícil saber qué va a pasar".

A GLOBO no Brasil, as redes norte-americanas, sobretudo FOX e CNN e as principais redes privadas de todo o mundo divulgaram notícias falsas e inverídicas com o propósito de impedir as negociações do presidente Chávez que além de demonstrar que os reféns estão vivos, caminhavam para a libertação dos mesmos.

La madre de Betancourt insistió a Caracol que había manifestado el viernes en la Fiscalía en Bogotá que no quería que se divulgara la carta.

"Dije yo no quiero que nadie vea esa carta (...) no queremos que saquen más copias. Las copias que nos dieron son muy mal tomadas, me toca leer con una lupa. Ellos ( la Fiscalía ) se quedaron con el original (...) la filtraron al periódico El Tiempo", añadió Pulecio.

Astrid, hermana de Ingrid, por su parte, señaló que "la transcripción está llena de errores y tergiversada, frases sacadas de contexto (...) Es una porquería lo que han sacado".

La madre de la dirigente política, que hace parte de la lista de 43 secuestrados que las FARC pretende canjear por 500 guerrilleros presos, indicó que siente "una sensación muy dolorosa" por todo lo que ha pasado en las últimas semanas.

"Ojalá el presidente (Álvaro) Uribe se baje de la nube y los familiares no tengamos que venir a otros países a buscar solidaridad, comprensión", señaló.

A adulteração da carta da ex-senadora atende aos objetivos políticos do terrorismo de estado do governo Bush e da submissão de governos títeres como o da França e da Colômbia.

Há anos negociadores tentam contato com as FARCs e condições para a libertação dos reféns. Nunca conseguiram. Chávez não só demonstrou que os reféns estão vivos como caminhava para conseguir a libertação de todos eles.

Isso não interessa nem a Washington, nem a Bogotá e nem a Paris. Vidas humanas, seres humanos não contam para esse gente.

A mãe de Ingrid Betancourt denuncia que a carta foi adulterada e para ser lida havia necessidade de uma lupa, exatamente para dificultar a percepção da fraude montada pelo governo colombiano.

Cilada no melhor estilo de quadrilhas mafiosas e quadrilhas de menor porte é a palavra exata para definir a ação dos governos da Colômbia, da França e dos Estados Unidos no episódio.

A avó e a filha de Betancourt estão em Caracas onde hoje está sendo realizada a votação do referendo proposto por Chávez ao povo de seu país para aprofundar reformas políticas, econômicas e sociais que não interessam aos terroristas que implantaram o atual modelo globalizado e na prática terceirizam o seu poder, mantendo sob rígido controle países de todo o mundo, enquanto estendem suas garras sem o menor respeito pelas pessoas, só pelos negócios.

Bush manifestou e isso ficou público na semana passada a intenção de forjar denúncias contra o Irã para usar armas nucleares contra aquele país. Tal e qual quando inventou as “armas de destruição em massa” que Saddam Hussein nunca teve.

Ao contrário de Bush, Saddam morreu com dignidade, mesmo tendo sido um ditador. Bush urinou na roupa quando recebeu a notícia que as torres gêmeas em ação de guerra, haviam sido destruídas. E lia um livro de cabeça para baixo.

É a diferença entre covardes e homens fiéis a seus princípios ainda que Saddam, repito, tenha sido um ditador.

Chávez foi eleito pelo voto direto, reeleito, confirmado em referendo e venceu todas as disputas pela vontade do povo venezuelano. Bush é produto de fraude nas eleições e Uribe foi reeleito num regime de terror e violência com dinheiro do narcotráfico, do qual faz parte.

A atitude da mãe da senadora seqüestrada e de sua filha mostram e não deixam dúvidas quanto ao caráter mentiroso e cruel, perverso e cínico desses governos, como a podridão da chamada grande mídia. Mentirosa e podre. Venal.

A “verdade” é a de quem paga e quem paga são os donos do mundo.

Está recente o episódio em que o diretor de artes da revista ÉPOCA manda que se procure um ângulo em várias fatos de Chávez onde ele possa lembrar algo como o demônio.

Há um golpe em marcha na Venezuela. O referendo hoje não esgota a luta, qualquer que seja o resultado. É luta de sobrevivência da própria espécie como humana, como capaz de pensar, sentir, amar, lutar, viver, perceber que a vida vai muito além de pastas, listas de freqüência, personal trainers, quinto andares e mesas de sinuca.

A decisão de Yolanda Pulecio, mãe da Ingrid e de sua filha Astrid desmascaram o governo colombiano, a ação golpista dos EUA e o cinismo repugnante do presidente da França.

O original da carta está em poder do governo norcotraficante da Colômbia,lógico, não querem que seja vista ou lida como de fato está escrita.

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira