sexta-feira, 11 de julho de 2008

DOIS PARTIDOS E UMA REVOLUÇÃO







(Ivan Pinheiro)



Nada mais representativo das contradições e disputas num processo revolucionário do que a posição diferenciada de dois partidos aliados sobre um mesmo fato político. Reparem abaixo, em notícias extraídas da mesma fonte, a coerência de duas organizações partidárias venezuelanas.

O PSUV, coerente na sua função de base principal de sustentação política de Hugo Chávez; o PCV, coerente com sua prática de unidade e luta, marcando sua independência e sua gênese internacionalista e proletária.

E ainda queriam alguns que o processo revolucionário na Venezuela tivesse um partido único, ao invés de uma frente única!

PSUV saúda visita de Uribe:

Caracas - O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) saúda o encontro dos presidentes Hugo Chávez e Álvaro Uribe, que acontece nesta sexta-feira.

Rodrigo Cabezas, da direção nacional do partido, disse que a ocasião será muito propícia para identificar pontos de consenso na integração dos dois países. As relações bilaterais entre Colômbia e Venezuela estão afetadas desde o último 1° de março, quando militares colombianos atacaram território equatoriano, matando mais de 20 pessoas, entre elas Raúl Reyes, um dos principais dirigentes das FARC. Venezuela considerou este fato como uma violação aos princípios da soberania de um país irmão e mobilizou tropas na fronteira com a Colômbia, com receio de que se repetisse um ataque similar ao território nacional.

PCV repudia visita de Uribe:

Caracas - O Partido Comunista da Venezuela (PCV) participará de manifestação em repúdio à visita do presidente colombiano Álvaro Uribe, neste 11 de julho. O Secretário Geral, Oscar Figuera, disse que o partido entende que o Estado venezuelano deve ter relações com todos os países, mas expressa seu apoio aos que lutam contra a oligarquia colombiana. Por isso, o PCV vai participar da manifestação popular por ocasião da visita do representante da oligarquia colombiana e o do imperialismo norteamericano, para dizer a Uribe que o povo venezuelano não compartilha de sua política bélico-terrorista e narcotraficante. Do mesmo modo, expressou seu apoio ao protesto indígena no Departamento de Cuenca, pelos assassinatos cometidos pelo governo de Uribe, e o apoio aos trabalhadores colombianos, que tiveram 28 de seus dirigentes assassinados neste ano.

E AGORA gilmar?



Laerte Braga

A Constituição Federal estabelece que são condições básicas para que alguém seja ministro do stf (supremo tribunal federal) ser brasileiro nato, ter mais de trinta e cinco anos, notável saber jurídico e ilibada reputação.

As duas primeiras gilmar mendes preenche. É brasileiro nato e tem mais de trinta e cinco anos. As duas últimas não. Nem tem notável saber jurídico e tampouco reputação ilibada.

Daniel Dantas é um economista que se agregou a governos a partir de Collor de Mello. Veio na leva de “sábios” e “luminares” que anos depois, no governo de FHV (Fernando Henrique Vende), executaria o plano nacional de privatização. O modelo neoliberal ditado por Wall Street e Washington, na verdade única do capitalismo imposto ora a malas e malas de dólares, ora a bombas de muitas toneladas.

O modus operandis vai variar de acordo com a resistência.

Daniel Dantas foi o formulador e operador do plano de privatizações no governo FHV (Fernando Henrique Vende) e gilmar mendes o advogado geral da união. Cargo que equivale ao de ministro de estado.

Estiveram umbilicalmente ligados durante os oito anos de venda do patrimônio público, compra de parlamentares para aprovar a reeleição, controle das propinas pagas pelos senhores da nova ordem econômica e política (empresários, banqueiros, latifundiários).

Nos primeiros momentos do governo FHV (Fernando Henrique Vende) dois fatos se mostraram complicados para os encarregados da venda do Brasil. O primeiro deles um imprevisto. A concorrência do SIVAM (Sistema de Monitoramento e Vigilância da Amazônia).

Uma empresa francesa seria a ganhadora da concorrência. Os que pagavam e continuam a pagar a vários setores das ditas instituições brasileiras, não aceitaram e foram mudados os resultados beneficiando os norte-americanos.

Para azar de FHV (Fernando Henrique Vende) um agente da Polícia Federal gravou conversas telefônicas de um dos ministros e mostrou a fraude. Um acordo de “cavalheiros” permitiu que as coisas se acomodassem. Para escapar do primeiro grande escândalo de seu governo FHV nomeou o irmão do policial que grampeou as conversas para o cargo de Superintendente da Polícia Federal, com o compromisso de mantê-lo por quatro anos.

Sobre o assunto a FOLHA DE SÃO PAULO, puro descuido, disse o seguinte através de Roberto Candelori, coordenador da Cia de Ética e professor da Escola Móbile e do Objetivo, na edição de oito de agosto de 2002.

“Tratado como um projeto de segurança nacional, o Sivam foi alvo de inúmeras denúncias. Foi previsto de início que ele não poderia ser implantado por empresas estrangeiras, mas a escolha ficou com a americana Raytheon, que venceu a disputa contra a francesa Thompson. O processo de licitação foi considerado fraudulento em razão de um suposto favorecimento dos americanos. Suspeita-se também de um compromisso em relação ao destino das informações coletadas, que seriam compartilhadas com os EUA.

Documentos oficiais levantados pela
Folha confirmam que, para os EUA, o Sivam significou uma vitória geopolítica. Suspeita-se de que, por ser um instrumento útil ao seu programa de combate ao tráfico, o sistema venha a tornar-se extensão do Plano Colômbia. Nesse caso, a "lei do abate", que permite a derrubada de aeronaves, sugere, no mínimo, cautela.”

O segundo grande problema enfrentado por FHV (que há havia conseguido que o Congresso aprovasse a lei de patentes em inglês, no original, como fora enviada pelos norte-americanos) foi a atitude de vários juízes de primeira instância, concedendo liminares que suspendiam os processos de privatização, principalmente no caso da VALE DO RIO DOCE, hoje VALE (república independente que ocupou áreas que pertenciam ao Brasil, mas isso é outra conversa, os índios foram os culpados segundo o general “nacionalista Heleno das quantas).

Dentre esses juízes Salete Macalóes que hoje não se furta a denunciar o processo corrupto e ilegal que cercou toda a venda de empresas estatais. O conjunto de fraudes orquestrado no governo tucano.

Nessa banda duas figuras tiveram relevo e papel de importância entre seus comparsas. Daniel Dantas e gilmar mendes. Àquela altura do campeonato era preciso quebrar a resistência desses juízes e moldar o Judiciário, ainda com letra maiúscula, aos interesses dos compradores, dos que estavam comprando o Brasil.

nelson jobim, ministro da Justiça de FHV (Fernando Henrique Vende) foi designado ministro do stf com a tarefa de eliminar os inconvenientes aos “negócios”. Ao tomar posse se declarou “líder do governo nesta corte”. Assim de cara limpa, sem qualquer preocupação com o que chamam de arcabouço legal que em tese norteia a estrutura jurídico institucional do estado brasileiro. Essa preocupação “entravava” o progresso dos “negócios”.

Juízes como Salete Macalóes foram afastados dos processos e juízes dóceis foram designados para garantir a venda do País e a propina tucana.

Daniel Dantas e gilmar mendes pontificavam no esquema. Um, coordenando a privatização e outro segurando as dificuldades jurídicas, contornando-as, sumindo com as ditas, tudo de acordo com jobim, marco aurélio mello e carlos Veloso. O grupo aumentou com a chegada de ellen gracie.

Daniel Dantas a essa altura do campeonato já era banqueiro, dono de um extraordinário poder financeiro (as propinas e os acertos não eram nunca inferiores a milhões de dólares, bota milhões nisso).

A mídia, como sempre, vendendo a idéia que concluído o projeto de venda do Brasil teríamos progresso, bem estar e todos os problemas estariam solucionados. Claro, os deles, os de gente como Dantas, Paulo Maluf, FHV, José Serra, Aécio Neves, Pedro Malam (ministro da fazenda à época), como resolveram os da família Mendonça de Barros que, em um ano, montou um dos grandes bancos de investimentos do Brasil. Os prodigiosos filhinhos do então ministro das Comunicações, “gênios financeiros”. Receber propina e lavar dinheiro virou ato de genialidade.

E a mídia aí, anestesiando, induzindo as pessoas a se acreditarem “associadas”, partes desse futuro que hoje se mostra sombrio, repleto de atos de corrupção e crimes de lesa pátria, pois começam a aparecer as mutretas de figuras como Daniel Dantas e gilmar mendes.

Vai daí que FHV (Fernando Henrique Vende) tanto buscou se calçar colocando gente como o atual presidente do stf na corte, como o próprio gilmar se calça dos tantos desvarios cometidos no governo tucano.

O governo Lula é um poço de contradições e muitas das dificuldades enfrentadas pelo presidente decorrem dessa mania de dar uma no cravo, outra na ferradura e excluir o conjunto da população de todo o processo político. Querer resolver intramuros, dentro da jaula dos leões, as trapalhadas – para dizer o mínimo – do período de oito anos de tucanato.

Tem a vantagem de não varrer para baixo da tapete as sujeiras, quaisquer que sejam, como fez FHV (Fernando Henrique Vende).

A decisão do juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, decretando a prisão preventiva de Daniel Dantas a pedido dos delegados que comandam o inquérito contra o amigo de gilmar mendes (há uma foto, pelo menos, em que aparecem juntos), escoima-se na lei, como costumam dizer os juristas.

Provas novas surgidas durante o interrogatório dos presos mostram que Dantas de fato tentou comprar um delegado que atua no inquérito. Isso significa que Dantas estava tentando atrapalhar as investigações, sumir com provas, além de sugerir que Luís Roberto Demarco, seu inimigo fosse investigado. Deve ter confundido o delegado, vai ver parece com o gilmar.

São razões que justificam a prisão preventiva decretada pelo juiz. A primeira prisão foi temporária, máximo de dez dias. Essa é preventiva. O juiz concluiu que a ação de Dantas fora da cadeia prejudicaria o andamento do inquérito. Seja pela proposta de suborno (rejeitada e comunicada ao juiz), seja por ameaças a testemunhas, ou por ações que visassem apagar toda a constelação de atos criminosos do banqueiro (ato criminoso de banqueiro é pleonasmo, banqueiro em si já é criminoso).

gilmar mendes é oriundo do que há de mais baixo no mundo político, se é que isso é possível. Mas é. Participou de várias das trapalhadas do governo FHV (Fernando Henrique Vende – vale dizer que é comprável, continua sendo), cuidando exatamente de dar feições jurídicas válidas a atos corruptos e eivados de vícios, como também gostam de dizer os juristas.

A decisão de soltar Dantas já estava tomada quando declarou que a operação fora “espetacularizada”. Só fez ganhar tempo e organizar os passos até mandar que o banqueiro fosse colocado em liberdade.

Não contava com um juiz íntegro e sem medo. É importante ser íntegro, mas é fundamental ser mais que isso, ter coragem. Ou, a integridade em si pressupõe a coragem de ser.

E agora? O que o presidente do stf vai fazer ou dizer, que atitude vai tomar? Na certa fazer declarações públicas respaldando sua decisão, criticando a atitude do juiz, enquanto intramuros vai ameaçar, afinal é o chefe do poder dito judiciário. Vai tentar se compor e se ajeitar para evitar que o estrago seja maior e atinja seus chefes tucanos em São Paulo.

Mais ainda, vai tentar salvar os “negócios”, como não sei, não faço a menor idéia. Mas está na suposta corte suprema de justiça para cumprir esse papel e se não o fizer é dispensável para a máfia tucano/DEMocrata à qual presta serviços.

Vai tentar chantagear o governo com decisões contrárias aos pleitos do Executivo.

Não tem importância. É uma luta e transcende ao governo Lula até porque envolve petistas também.

Seria interessante ouvir o pronunciamento patriótico do general Heleno sobre o assunto. Os bilhões de dólares girados por Daniel Dantas atenderam a interesses dos norte-americanos e europeus, falo de grupos econômicos. Causaram e causam danos que os índios de Roraima não causam. Tais como perda da soberania nacional.

Quem sabe Boris Casoy e seu moralismo de fachada não saem gritado pelas ruas “é uma vergonha”. Devia fazer que nem Diógenes. Se meter nu num barril e andar com uma lanterna procurando um homem honesto. Podia levar d. Miriam Leitão junto.

Tudo bem que muita gente ia sair correndo achando que estava diante de assombrações, mas isso é detalhe.

E agora gilmar, vai se arrumar como? Vai explicar aos “patrões” como?.

Tem um detalhe que o presidente da dita corte suprema não atentou. Dantas é pura arrogância e essa mania de dizer que resolve tudo por cima, não tem medo de problemas nos tribunais superiores, é pública e notória. Diz a qualquer um dos seus “pares”.

Não está nem aí. Paga e quer serviços. Raciocina como senhor.

E agora gilmar? Devia sair, pedir demissão, aposentar-se se já tiver tempo, evitar que o stf vire galhofa na boca do povo. Está virando.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

El estado ecuatoriano incauta 195 empresas pertenecientes a una de las familias oligárquicas más importante del país



Aumentar tamaño del texto Disminuir tamaño del texto Partir el texto en columnas Ver como pdf 09-07-2008

Sus propietarios eran dueños del banco que protagonizó la mayor estafa de la historia del país hace diez años
El estado ecuatoriano incauta 195 empresas pertenecientes a una de las familias oligárquicas más importante del país



El Estado incauta 195 empresas pertenecientes a una de las familias oligárquicas más importante del país. Los medios de comunicación en manos de la derecha comienzan una dura campaña de desprestigio sobre Rafael Correa. Los medios de comunicación internacional: CNN, grupo PRISA, etc… secundan la campaña de la derecha.
...

De igual manera que se manipuló la decisión del gobierno venezolano de no renovar la concesión de Radio Caracas TV (RCTV) el 27 de mayo del año pasado, los medios de comunicación ecuatorianos e internacionales ya están manipulando la incautación de varias empresas de comunicación en la madrugada del día de ayer, 8 de julio, por la Fiscalía General de la Nación y la Agencia de Garantías de Depósito (AGD) ecuatoriana.
Mientras los medios recogen declaraciones del tipo de “atentado y atropello a la libertad de expresión”, emitida entre otros muchos periodistas, por Nicolás Vega, gerente de la televisión Gamavisión; o incluso las del alcalde de Guayaquil, el líder “secesionista” socialcristiano y portavoz de la oligarquía tradicional, Jaime Nebot , en las cuales advierte demagógicamente: “es el inicio del fin de la libertad de expresión en el país”; la realidad se corresponde, al igual que pasó en Venezuela hace algo más de un año, a algo muy distinto.

¿Qué ha sucedido en realidad?

La Agencia de Garantías y Depósito AGC, conforme al artículo nº 29 de la Ley de Reordenamiento en materia económica y tributaria, dispuso la incautación de todos los bienes de propiedad de los administradores y accionistas del ex Filanbanco, al 2 de diciembre de 1998; cuyas pérdidas fueron determinadas por la Junta Bancaria, por 661 millones de dólares, conforme lo previsto en la resolución JB-2008-01084, con fecha 26 de febrero de 2008.

Artículo 29, Ley AGD: “…en aquellos casos en que los administradores hayan declarado patrimonios técnicos irreales, hayan alterado las cifras de sus balances o cobrado tasas de interés sobre interés, garantizarán con su patrimonio personal los depósitos de la institución financiera, y la AGD podrá incautar aquellos bienes que son de público conocimiento de propiedad de estos accionistas y transferirlos a un fideicomiso en garantía mientras se prueba su real propiedad…”.

No es una incautación única sobre medios de comunicación o por el mero hecho de ser medios de comunicación. El gobierno ecuatoriano ha incautado 195 empresas entre ellas: empresas agrícolas, de comercio, de seguros; de construcción; yates, aviones y otro tipo de bienes inmuebles, además de las empresas mediáticas. Sus propietarios, el llamado Grupo Isaías, eran los propietarios de Filanbanco, entidad que junto con otras articularon la estafa más grande de la historia del Ecuador, hace 10 años. De hecho, la familia Isaías, vive desde entonces en Miami, Estados Unidos.

Con esta medida, que debió ser tomada hace 10 años, renace la esperanza de los cientos de ciudadanos a los que nunca se les devolvió su dinero luego de la quiebra de Filanbanco. Además estas incautaciones no vulneran ningún derecho laboral ni paralizará ninguna de las empresas en cuestión, es el Estado ecuatoriano el que ahora velará y garantizará la estabilidad laboral.

La intoxicación mediática a la que una vez más esta siendo sometida la comunidad internacional por medio de los grandes grupos de comunicación, intenta hacer creer que el llamado gobierno de la Revolución Ciudadana, presidido por Rafael Correa, ha desarrollado una acción para hacerse con los medios de comunicación opositores, y que dicha acción carece de legitimidad jurídica.

Lo cierto es que, entre las 195 empresas de la familia Isaías incautada, se encuentra tres canales de televisión (TC Televisión, Gamavisión, Cable Noticias CN3), más la televisión por cable, Cable Deportivo. Además, los Isaías, tiene entre su holding empresarial, media docena de radios (entre ellas destacan Súper K8 800 y Radio Carrusel), así como otra media docena de revistas (La Onda, Generación XXI, El Agro, Samborondón,…). Todos ellos han quedado incautados por el Estado.

¿De quién son los medios de comunicación en el Ecuador?

La industria mediática ecuatoriana, al igual que la del resto del planeta, ha derivado en dos efectos importantes en los últimos treinta años. Por un lado, una creciente privatización monopólica que genera significativos lazos entre grupos de poder y medios de comunicación. Pero además, dicha relación tiene un efecto directo sobre la intención y direccionalidad de la información, instrumentalizada desde los intereses de quienes son propietarios de los medios.

Esta relación -prensa-grupos económicos- no es nueva. La tendencia mundial por comercializar los medios de comunicación responde a la importancia ideológica que tienen, y al poder que supone el manejo de información. En ese sentido, Ecuador no ha sido una excepción.

Los medios ofrecen la posibilidad de controlar de manera indirecta, a través de la unificación de pensamiento y la injerencia en la percepción ciudadana. Se trata de una hábil estrategia, considerando que se ampara en el discurso de la democracia y la libertad de expresión.

La manipulación de información responde a un interés específico de control social a través de la homogenización de percepciones, incidiendo directamente en el imaginario social y el debate público. El papel de los medios ya no es informar sino moldear una sociedad funcional a los grandes poderes económicos.

Durante los últimos años, en Ecuador se han producido una serie de acontecimientos que han ido modificando la configuración de los grupos económicos del país. En este sentido, resulta importante destacar el papel de la crisis bancaria de 1998 en el reordenamiento de los grupos de poder económico del país.

En la actualidad, la propiedad sobre los medios en el Ecuador presenta características monopólicas. Son los grandes grupos económicos del país los que concentran los espacios mediáticos, bajo el tradicional formato de familias cerradas. Un cruce de información sobre accionistas y directorios de medios revela además una importante imbricación entre estos grupos vinculados a través de relaciones comerciales, familiares y por propiedades compartidas.

En este momento, y a falta de una oposición sólida capaz de estructurar alternativas al gobierno del presidente Correa, son los medios las herramientas utilizada por la oligarquía para intentar desprestigiar y deslegitimar el actual momento de transformación social que vive el Ecuador.

Los grupos tradicionales que controlan los medios en el en Ecuador son:

- Isaías de Guayaquil Eljuri de Cuenca y Vivanco de Quito, entre estos tres grandes grupos, conforman el supergrupo IEV, el holding multimedia más importante. Cada familia mantiene el control total sobre determinados medios pero además tienen un conjunto de intereses mutuos en un número importante de medios de comunicación.

- Mantilla Mosquera y Mantilla Anderson, ambos de Quito, conforman el supergrupo Mantilla: Relación familiar (primos hermanos). Intereses comunes en sector editorial. Cuentan con empresas que los enlazan económicamente. Separación de intereses a nivel de prensa escrita.

- Y los grupos sueltos, Vivanco y Egas de Quito; así como, Alvarado, Pérez y Martínez de Guayaquil.

Todos ellos son de perfil conservador, no habiendo sectores progresistas mediáticos más allá de la televisión estatal –Ecuador TV, sin emisión permanente-, el periódico El Telégrafo (también estatal y con una limitada tirada de 25.000 ejemplares) y una red de radios comunitarias, entre las que destaca La Luna (activa protagonista durante el derrocamiento del coronel Lucio Gutiérrez).

En el Ecuador actualmente son 19 familias oligárquicas, las que controlan a nivel nacional la pantalla chica: de 348 concesiones, 287 están en manos de estos grupos familiares, ya sea como personas jurídicas o como personas naturales. El resto de concesiones se encuentran en provincias, principalmente en posesión de políticos o empresarios locales.

Entre estas familias, los Isaías son los más importantes, teniendo en su poder el 27% de la concentración mediática televisiva.

Los antecedentes investigativos.

El pasado 4 de agosto de 2007, el presidente Rafael Correa, afirmaba que el atraco bancario de 1999 al que se vio sometido el país es una “historia tenebrosa” que “no quedará en la impunidad” y pidió a los ecuatorianos estar atentos al futuro.

En ese momento, Correa advertía a los ciudadanos que los resultados del informe que la comisión de auditoría del salvataje bancario “eran estremecedores”. Dicho informe fue presentado públicamente el 9 de agosto del año pasado, y a partir de ahí, el gobierno pidió al Fiscal General de la Nación que investigue a los responsables y conforme una veeduría ciudadana para que estos delitos fueran sancionados y no quedasen en la más absoluta impunidad.

Correa denunciaba entonces, que “todo fue un plan para quebrar al país y llenar el bolsillo de los banqueros” (en la actualidad, todos instalados en los Estados Unidos), indicando también que ese “atraco” financiero de 1999 y 2000 tuvo como antecedentes la manipulación de las leyes.

La banca controló la Constituyente de 1998.

Los banqueros intervinieron en varias leyes en elaboración de la Asamblea Constituyente de entonces, dominada por el Partido Social Cristiano y la Democracia Cristiana, con el fin de realizar modificaciones legales para su beneficio.

Se modificó por ejemplo la transitoria número 42 de la Constitución en relación con la gestión del Banco Central para incorporar el siguiente contenido: “Hasta que el Estado cuente con los instrumentos legales adecuados para enfrentar crisis financieras y por el plazo no mayor de dos años, contados a partir de la vigencia de esta Constitución, el Banco Central del Ecuador podrá otorgar créditos de estabilidad y de solvencia a las instituciones financieras, así como crédito para atender el derecho de preferencia a las personas naturales depositantes en las instituciones que entren en proceso de liquidación”.

Los banqueros se prepararon la legislación, ya sabiendo que venía la crisis e hicieron una Constitución a su medida para que todo el pueblo ecuatoriano pagase su irresponsabilidad y sus lucros indecorosos.

Tras este primer paso para atracar el país, vino el segundo, en diciembre de 1998, con la aprobación de ley de la Agencia de Garantía de Depósitos (AGD), cuyo lema parece haber sido, según Correa: “quiebren no más que todo el Ecuador paga”.

Después de marzo de 1999, llegó el congelamiento de depósitos, que se convirtió en el mayor decomiso de la historia del país (versión ecuatoriana del “corralito” argentino), y se registró una devaluación del sucre (moneda del país en aquel momento), que pasó de un tipo de cambio de 5.000 sucres por dólar a 25.000 sucres por dólar, con lo que se consumó el robo de las cuatro quintas partes de los depósitos del pueblo ecuatoriano.

Los presidentes implicados.

Toda esta operación de robo a escala nacional, comenzó durante el mandato de Fabián Alarcón, declarado presidente interino después de la destitución, tras fuertes movilizaciones populares, de Abdalá Bucaram, el 11 de febrero de 1997. Esto llevó a una crisis política, ya que constitucionalmente la sucesión correspondía a la entonces vicepresidenta, Rosalía Arteaga, que había asumido el poder sin la autorización del Congreso el 6 de febrero. Arteaga ejerció de manera oficial como presidenta entre 9 al 11 de febrero, pero cedió finalmente ante Alarcón, que asumió de manera interina hasta el 10 de agosto de 1998.

Su gobierno fue caótico. La crisis constitucional desatada a partir de su designación acabó con un referéndum que dio paso a la Asamblea Constituyente anteriormente referenciada, que redactó la nueva Carta Magna de 1998.

El interinazgo de Alarcón se prolongó hasta el 10 de agosto de 1998, cuando asumió un nuevo presidente elegido en las urnas, el alcalde de Quito Jamil Mahuad.

Mahuad, líder de la Democracia Popular, gobernó el país entre 1998 y su derrocamiento en el 2000. Recordado como el presidente más nefasto de la historia del Ecuador desde su regreso a la vida democrática, actualmente dicta clases en Harvard, donde imparte cursos de escenarios políticos.

La consecuencia: el éxodo de un pueblo.

El masivo robo desarrollado por los tenebrosos banqueros ecuatorianos, en contubernio con el Gobierno de Jamil Mahuad, causó repercusiones terribles, valorándose el desfalco económico en unos 6.000 millones de dólares.

Sin embargo, el costo de este asalto ha tenido repercusiones aún más graves para la población ecuatoriana. Desde 1995, con énfasis principalmente en 1999 y 2000 (momento del atraco bancario), cerca del 25 % de la población del Ecuador, tuvo que emigrar.

Los estragos económicos de la última guerra contra el Perú (1995), la devastación causada a lo largo de toda la costa del país por el Fenómeno del Niño durante 1998, y en especial, que quiebra fraudulenta de los principales bancos (1999), fueron los principales causantes del éxodo masivo ecuatoriano a Europa y Estados Unidos.

El atraco bancario y la posterior dolarización del país, en el año 2000, dejó a la economía ecuatoriana contra las cuerdas, la cual de hecho se salvó consecuencia de las divisas enviadas por los inmigrantes que tuvieron que salir del país.

Lo que está por venir...

El presidente Correa ya lo ha advertido, se hará justicia, aunque sea 10 años después, no son los Isaías los únicos que serán incautados por el gobierno de la Revolución Ciudadana.

Un acto de valentía como este por parte del Ejecutivo ecuatoriano, con Correa a la cabeza, merece ser aclarado, con independencia de la manipulación mediática a la que se le intente someter por parte de medios de comunicación que desde hace ya muchos años, dejaron de lado la ética periodística y su función primordial: la facilitación de una información objetiva para el conjunto de la ciudadanía.

http://www.vamosacambiarelmundo.org/

REAFIRMAÇÃO DE SOLIDARIEDADE COM AS FARC - FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIA DA COLOMBIA




Miguel Urbano Rodrigues reafirma neste artigo a sua solidariedade com as FARC, que estão a ser alvo nestes dias de ataques e calúnias inseparáveis de uma campanha anticomunista de âmbito mundial . E define Manuel Marulanda como um grande revolucionário latino-americano do século XX

Manuel Marulanda
Por Miguel Urbano Rodrigues - 06.07.08

No dia em que escrevo este artigo o secretariado do Estado Maior das FARC não se pronunciou ainda sobre a operação cujo desfecho foi o «resgate» de Ingrid Betancourt ,de três agentes norte-americanos da CIA e de onze militares colombianos.

Milhares de comentários, analises e interpretações foram dedicados ao acontecimento em dezenas de países. A esmagadora maioria glorifica a franco-colombiana, enaltece o presidente Álvaro Uribe, calunia as FARC ou opta por exercícios especulativos na tentativa de explicar o que se passou.

Uma certeza emerge desde já dessa torrente mediática de desinformação: a versão oficial do Governo e do Exército colombiano é um novelo d e mentiras e contradições.

A primeira inverdade surge como preâmbulo do auto elogio uribista: o «resgate» de Ingrid teria sido uma façanha 100% colombiana, concebida pelos estrategos do presidente, minuciosamente elaborada pela inteligência militar e executada pelo Exército. Nas declarações de Álvaro Uribe, dos seus ministros e generais abundam pormenores folhetinescos. Talvez venham a inspirar um realizador de Hollywood.

O primeiro desmentido indirecto, incomodo, veio do embaixador de Bush em Bogotá. Ainda desconhecedor do discurso oficial, o diplomata revelou que a cooperação dos EUA no plano foi decisiva. Simultaneamente, o Pentágono dizia o mesmo por outras palavras, valorizando a assessoria militar, a ajuda tecnológica, o uso dos meios electrónicos, de satélites, etc.
A França de Sarkozy também se orgulha de ter «colaborado».

Em Tel Aviv, o diário Haaretz qualificou de muito importante, talvez «decisivo», o envolvimento de elementos do serviço de inteligência israelense na preparação da «operação de resgate».
Com poucas excepções, Ingrid Betancourt foi guindada a heroína da humanidade pelas cadeias de televisão, jornais e rádios, de Washington a Paris, de Londres a Lisboa. Mas não tenho conhecimento de que algum desses media considere pelo menos insólito que ela tenha definido Uribe como um «grande presidente», merecedor de um terceiro mandato (inconstitucional). Não estranharam também que ela tenha abraçado comovida o general Mario Montoya.

Nestes dias em que chovem ataques e calunias sobre as FARC recordei um texto em que Lenine, a propósito do fluxo e refluxo dos períodos revolucionários, e do comportamento da maioria dos políticos quando a maré sobe e baixa, lembrava que é nas situações históricas marcadas pela arrogância das forças reaccionárias que mais nítida surge a fronteira entre os revolucionários e aqueles que não o são.

Fugiria à verdade se negasse que não fui afectado emocionalmente pelos golpes que desde o inicio do ano atingiram as FARC. Fui amigo do comandante Raul Reyes – assassinado num bombardeamento pirata que violou a soberania do Equador - e senti profundamente a morte de Manuel Marulanda, o legendário comandante chefe da guerrilha-partido marxista leninista. Identifiquei nele desde a juventude um herói da América Latina.

Mas esses golpes, em vez de atenuarem a minha solidariedade com as FARC contribuíram para a fortalecer.

Em Portugal a desinformação não difere muito do que vai pela Europa. A máscara humanitária não consegue ocultar os objectivos ideológicos. A apologia de Ingrid Betancourt (que diziam estar quase moribunda, mas parece estar afinal de boa saúde) é um verniz que disfarça mal uma intensa campanha anticomunista. Enquanto felicitam Uribe pela sua tenacidade como defensor inquebrantável da democracia, os media lusitanos entoam já um requiem antecipado pelas FARC e entregam-se a exercícios de futurologia sobre o seu fim iminente.

Esse frenesi anti-FARC não tem o poder de fazer História. Julgo útil sublinhar que o «resgate» de Ingrid – uso as aspas porque as circunstancias em que ela foi libertada são ainda nebulosas – não tem qualquer significado militar, não obstante configurar uma vitória politica de Uribe.

O governo conseguiu infiltrar gente sua em algumas frentes. Milhões de dólares são oferecidos pelas cabeças dos membros do Secretariado e de outros dirigentes. Foram espiões os responsáveis pela morte do comandante Ivan Rios. As FARC não negam as dificuldades resultantes de traições não esperadas.

Mas o panorama da luta não justifica atitudes de desalento. Em Maio e Junho destacamentos da guerrilha, que continua activa em dezenas de frentes, da selva amazónica ao litoral do Pacifico, da Serra Nevada e do Arauco aos vales das três cordilheiras andinas infligiram ao Exército e à Polícia Militar duras derrotas. Os próprios comunicados do Exército registam a existência de importantes perdas em combate.

O andamento da História não tardará a desmentir as previsões triunfalistas de Uribe e dos seus generais.

Mas não foi sem amargura que registei declarações não esperadas sobre as FARC de personalidades que durante anos foram solidárias com a sua luta. Tenho em mente particularmente as de dirigentes progressistas latino- americanos com responsabilidades a nível de Estado.

Choca-me que venham somar as suas vozes às do coro de epígonos de Uribe.

Esses homens, que admiro e respeito, não ignoram que Uribe – cujo nome figura nos ficheiros de narcotraficantes da Drug Enforcement Agency e da CIA – foi, quando governador do Departamento de Antioquia, um dos ideólogos e financiadores dos grupos de paramilitares. Uribe é responsável pela chacina de dezenas de milhares de camponeses e pelos bombardeamentos com glisofato que envenenaram rios da Amazónias, difundiram o cancro e outras doenças entre as populações do Putumayo e do Caquetá e tornaram improdutivos milhares de hectares de terras férteis. É esse criminoso que presidentes da União Europeia felicitam agora como exemplo do combatente democrata antiterrorista.

É também chocante ver, em fotos difundidas pelo mundo, Ingrid a abraçar comovida o general Mário Montoya, comandante chefe do Exército da Colômbia. Ela foi candidata à Presidência da Republica e senadora. Não ignora que o general que tanto admira foi o criador de uma unidade terrorista clandestina, da Aliança Anticomunista Americana – AAA – promotora de matanças maciças de militantes de esquerda colombianos e de camponeses do Chocó. Foi também sob o seu comando que se realizou o famoso massacre da Comuna 13 de Medellin, recordado por Uribe quando o elogiou pela libertação de Ingrid.

---///---

Dentro de poucos anos, Álvaro Uribe somente será recordado como o presidente responsável pelo agravamento da tragédia colombiana. Foi e é o mais fiel aliado de George Bush na América Latina. Invocando a necessidade de levar adiante uma politica de segurança nacional, executou uma política de terrorismo de Estado sem precedentes desde o Bogotazo de 48. Arruinou o pais, transformando-o numa semi colónia dos EUA e inaugurou um estilo de governo de contornos fascistas.

As Forças Armadas Colombianas, com quase 400.000 homens (e mulheres) são hoje as mais poderosas da América Latina, dispondo de armas equipamentos e tecnologia que Washington somente fornece a Israel.

Mas, apesar das dezenas de milhares de milhões de dólares investidos na militarização do Estado com o objectivo de destruir as FARC, essa meta não foi alcançada.

Quando a poeira da historia assentar o que das FARC deixará memoria não serão as acusações e a calúnias que hoje as apresentam como guerrilha de bandoleiros e narcotraficantes, mas o seu combate de quase meio século em defesa de uma Colômbia livre, democrática, progressista.

Há 170 anos não houve injúria que a oligarquia colombiana não despejasse sobre Simon Bolívar, desde aristocrata louco, a Bonaparte latino-americano e ditador sanguinário.

Não pretendo estabelecer paralelos. Mas acredito que o nome de Manuel Marulanda será recordado em futuro não distante como o grande revolucionário colombiano do século XX.

Serpa, 5 de Julho de 2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

Não houve resgate




por Narciso Isa Conde/CCB República Dominicana

O regime de Uribe é perito em iniciativas espectaculares e shows mediáticos. E para isso conta com a ajuda nada desprezível dos poderosos meios de comunicação dos EUA e da oligarquia capitalista mundial. Dia 1º de Julho deste ano o jornal El País, da Espanha, informava que:

"Bogotá autorizou a reunião dos negociadores europeus a fim de discutirem as condições para futuros encontros destinados a discutir o futuro dos sequestrado pelas FARC, segundo informaram os media colombianos. O antigo consul francês em Bogotá, Noél Sáez e o diplomata suíço Jean-Pierre Gontard partiram no princípio do passado fim de semana rumo a um ponto de encontro nas montanhas que o governo não informou e poderiam ter-se reunido já com membros do secretariado da guerrilha, o principal órgão directivo, e inclusive com o novo líder das FARC".

Por sua vez, a Agencia Popular de Notícias, da Venezuela, a 2 de Julho esclareceu o seguinte:

"Quanto as FARC, em coordenação com emissários dos governos da França e da Suíça, efectuavam a transferência dos 15 retidos em dois helicópteros, funcionários do Exército colombiano já haviam detectado e ocupado as aeronaves previsamente".


"Ainda que o governo da Colômbia tenha anunciado a operação como um resgate militar por parte do Exército colombiano, segundo a televisão francesa, a libertação de Ingrid Betancourt, junto com 10 militares colombianos, um polícia e os três mercenários estado-unidenses, teria sido resultado do desvio do helicóptero onde as FARC transferiam os 15 retidos para um ponto onde, supostamente, seriam entregues a Alfonso Cano, o qual estava a negociar com uma delegação francesa e suíça a sua libertação".
Esta claro: as FARC acederam em libertar esses retidos para serem entregues à referida delegação franco-suíça, que actuou em nome dos países europeus "Amigos da Colômbia", os quais antes já haviam intervido em favor da troca humanitária de prisioneiros.


Recordamos que, pouco antes de ser bombardeado o acampamento do comandante Raúl Reyes, este tratava de buscar a maneira de libertar Ingrid Betancourt e, para esse fim, teve contactos directos com o governo do Equador e da França.


Então Uribe e seus chefes militares, com a cumplicidade e a tecnologia do Pentágono e a ajuda de dois generais equatorianos vinculados à CIA, planearam e executaram a "operação cirúrgica" que exterminou o acampamento do comandante Reyes.


Assim, violentando a soberania territorial do Equador e provocando um massacre – completado com o remate a tiros e paus dos sobreviventes – impediu-se então a libertação de Ingrid Betancourt.


Já anteriormente, no início deste milénio, imediatamente depois da captura pelas FARC desta ex-candidata presidencial colombiana, o autor deste artigo participou em gestões para a sua liberdade e também então o senhor Álvaro Uribe interpôs uma operação militar para bloquear esse passo, quando estava a ponto de conretizar-se.


Roubo da iniciativa às FARC

Agora as circunstâncias são diferentes e Uribe e seu regime narco-para-terrorista decidiram actuar de outra maneira.


Como não podiam recusar o pedido do diplomata francês Noel Sáez e do suíço Jean Pierre Gontard, aceitaram suas gestões e autorizaram seus esforços para entrar em contacto com o Secretariado das FARC e inclusive informaram, nacional e internacionalmente, a partir do palácio presidencial.


As FARC aceitaram de boa vontade a proposta franco-suíça e dispuseram-se a trabalhar nessa direcção.


Esses quinze reféns estavam distribuído em três pontos diferentes e distantes, e por essa razão resolveram juntá-los num ponto comum da selva colombiana.


Montou-se previamente uma operação civil, em helicópteros civis, para efectuar as transferências e organizar a cerimónia de entregas dos prisioneiros, na qual aparentemente participaria a direcção das FARC e a delegação estrangeira.


Tudo estava acordado e os helicópteros civis avançaram nas direcções previstas, só que nem as FARC nem os representantes da França e da Suíça contaram com a astúcia inescrupulosa de Uribe, apesar de ser bem conhecida e comprovada. Talvez tenham pensado – e mal – que Uribe não se atreveria a tanto.


Mas nem Uribe, nem a CIA, nem o Pentágono, iam permitir que as FARC registassem esse tento; menos ainda se era relativamente fácil impedi-lo, voltando nesse ponto o jogo a seu favor.


Bons trapaceiros, magníficos jogadores, peritos no roubo... arquitectaram "intervir" nos voos dos helicópteros civis, antes de chegarem ao ponto onde se encontravam os prisioneiros.


Tomaram militarmente as duas aeronaves, disfarçaram de civis os militares e procederam para enganar os encarregados de reuni-los no seu plano humanitário.


Jogada relativamente fácil, que evidentemente não necessitou de qualquer trabalho de infiltração prévia nos grupos de custódia, por mais que os uribistas insistam na tentativa de converter essa mentira em verdade, para apresentar as FARC em suposta e falsa debandada.


Foi preciso simplesmente conhecer os helicópteros contratados em Bogotá pelos negociadores estrangeiros, precisar suas localizações e possíveis trajectórias através de um seguimento adequado.


A finalidade não podia ser derrubá-los, nem tão pouco realizar outra acção de extermínio como aquela realizada contra Raúl Reyes na fronteira com o Equador.


Depois de aceitar a gestão europeia e de propaganda, Uribe e seus colaboradores não podiam actuar dessa maneira criminosa sem pagar um enorme custo político.


A meta fundamental era impedir que as FARC concretizassem o gesto que aprovara. Impedir a entrega formal dos retidos aos intermediários europeus e capturá-los de surpresa para roubarem o show.


Esses tipos não são só ladrões de pesos, dólares e propriedades.


Roubam também iniciativas e contam com um poderoso coro mediático que propaga a sua manobra como uma grande façanha.


Não houve resgate militar de prisioneiros, porque os retidos estavam a ponto de serem entregues no decorrer de uma operação civil e ninguém das FARC tinha ordens para resistir e por em risco a vida dessa pessoas.


Houve assalto militar de dois helicópteros pilotados por civis desarmados, para então atribuir-se a vitória pela libertação daqueles que de qualquer forma – e sem o risco do choque que implicava essa operação surpresa – iam ser libertados.


Uribe e o alto comando militar colombiano interceptaram o processo e desviaram-no a seu favor. Tudo – repito – para roubar a iniciativa às FARC e "ganhar" o show.


Nada a felicitar na conduta de Uribe

Isso não merece felicitação alguma, nem a Uribe nem aos seus, a partir de uma posição francamente revolucionária ou simplesmente progressista e honesta.


Tão pouco demonstra a caducidade da luta armada como proclamam outros que provavelmente a ela terão que recorrer se as coisas continuarem como vão, se a "mãe de todas a crises" desenvolver seu poder de arrastamento, se IV Frota da Armada dos EUA continuar no seu curso agitado, se a base de Manta for transferida para a Guajira colombiana (próximo à fronteira com a Venezuela), se a "guerra climática" do Pentágono continuar a ser executada, se o separatismo de fabrico imperialista persistir em fracturar a Bolívia (primeiro) e o Equador e a Venezuela (depois), e se nossos povos se virem obrigados a desembainhar a espada de Bolívar.


Aqueles que elogiam Uribe e conciliam com ele, a partir de processos diferentes e contrapostos ao engendro que ele representa, aqueles que o consideram seu irmão e os que mantêm silêncio frente aos planos tenebrosos desse senhor e dos seus poderosos padrinhos do Norte (agora mais desordenado e mais brutal), na verdade afiam a faca para as suas gargantas: estão a dar oxigénio a uma espécie de sub-imperialismo perverso, instrumento dos falcões de Washington.


Uribe é um criminoso, não porque há poucos dias e correctamente o tenha dito o comandante Daniel Ortega, e sim porque realmente mata a granel, dentro e fora das suas fronteiras.


Conta com muitos sicários e com um tutor feroz e voraz com sede na Casa Branca.


Não é casual o amor que lhe têm Bush e McCain.


A quem não fica bem elogiá-lo é o comandante Chávez, menos ainda depois de o líder da revolução bolivariana lhe ter dito tantas verdades merecidas: mentiroso, genocida, peão do imperialismo...


Por isso, quando leio estas desnecessárias felicitações e observo da sua parte um inesperado espírito de cooperação com Uribe, resultado no meu entender da razão de Estado, da diplomacia mal compreendida e de manobras tácticas inconsistentes, fico com o coração despedaçado.


Não comandante, lhe queremos muitíssimo. Valorizamos consigo o processo anti-imperialista e pro-socialista que o senhor catalizou na Venezuela e na nossa América. Mas assim não.


E na verdade não quero pensar que a Venezuela esteja a começar a fazer marcha atrás e sim que simplesmente incorreu num mau cálculo e num erro superável. Essa é a minha esperança actual.
04/Julho/2008


O original encontra-se em www.abpnoticias.com/index.php?option=com_content&task=view&id=410&Itemid=92

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mística de Resistência - MST





, por Sebastião L. Ferreira Vargas

Fragmento do artigo: Mística de Resistência: cultura política no Exército Zapatista de Libertação Nacional e no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/becas/2002/mov/ferreira.pdf

A partir da fala de um militante do MST, que participou da Marcha Nacional por Reforma Agrária, Emprego e Justiça em 1997 podemos entender alguns dos vários significados da ‘mística’ do movimento. Lindomar de Jesus Cunha, o Mazinho, foi testemunha e sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás ocorrido no dia 17 de abril de 1995 em Curianóp
olis no estado do Pará deixando19 mortos, 69 feridos e 7 desaparecidos. Mazinho nos conta como foi sua infância cercada de pobreza, exploração, violência e sofrimento, seu envolvimento com o mundo da marginalidade e o encontro que mudaria o ruma de sua vida com o MST onde, segundo ele, “as coisas eram totalmente diferentes! Me tratavam com carinho, com amor! Há uma grande diferença entre viver recuado da sociedade e se achar dentro dela! Isto sim é bom! É um aroma muito gostoso”. No trecho reproduzido a seguir, Mazinho narra os momentos do Massacre e a morte de seu companheiro Oziel:

“Mas o que preferia mesmo era fazer mística – não vou mentir... Gosto muito do lado do teatro! Gostava de fazer mística junto com um companheiro que perdi o ano passado – o Osiel Alves Pereira, o Pereirinha, aquele menino de rua com quem briguei de facão! ... Era meu conhecido de infância lê em Parauapebas...

Reconheci ele quando cheguei no acampamento em Marabá, em 94. Tinha entrado um pouco antes do que eu e estava com uma furada nas costas! Um cara tinha furado o Osiel na rua e assim ele procurou o Movimento... Se integrou mesmo! Deu tudo de si!

Meu apelido dentro do Movimento é Zumbi, e por causa disso gostava muito de apresentar aquele livro de Zumbi dos Palmares junto com o Osiel!... Num curso que a gente fez juntos, criamos um grito de ordem e resgatamos o livro em mística... Eu sempre gostava de fazer o papel de Zumbi, e ele de Ganga Zumba. A gente fazia a apresentação em assembléias, atos-show... Hoje o grupo de teatro está meio desfalcado, porque estou viajando muito, os outros companheirostambém. O Movimento chamou mais a gente pra luta, está necessitando mais da luta...

O primeiro dia que apresentamos a peça foi muito emocionante! Foi noacampamento, no mesmo dia do assentamento, quando a gente chegou do curso. Foi “Zumbi dos Palmares” que apresentamos... Quando terminamos a peça e cantemos o hino do Movimento Sem Terra, fomos bastante aplaudidos e todo mundo gritava:

- OSIEL E MAZINHO!... OSIEL E MAZINHO!...

A gente ficou bastante emocionado!... As meninas queriam atacar!... Deu um pouco de vergonha... Foi engraçado!


Era sempre muito bom... Osiel acreditava em mim e eu acreditava nele. Na parte que ele pegava, cumpria; na parte que eu pegava, fazia o mesmo. Assim como os meus companheiros de teatro. Era muito bom a gente trabalhar junto, e sofremos uma perda muito grande quando ele foi embora... Deixou a gente... Sentimos bastante sua falta no grupo de teatro! Ele foi assassinado no massacre de eldorado dos Carajás...

Osiel era um moreno, cabelos longos, usava brinco, cordão, pulseira... Osiel Alves Pereira...

A gente tinha ido pro acampamento chamado Complexo Macaxeira, em Eldorado dos Carajás. Ele foi trabalhar lá e eu fui designado para outras tarefas o Movimento... Uns seis meses depois que a gente tinha voltado do curso, em abril, já se programava uma caminhada até Belém, para massificar a capital. Quando chegamos em Curinópolis, no Pará, fizemos um acampamento. Depois de uns três dias, os companheiros estavam com fome e, como a gente não agüenta a fome mesmo, houve um SAQUE de um caminhão... A gente pegou alimentação e comeu... Quando deu meia-noite, as luzes se apagaram. Naquela noite os policiais iam atacar a gente! Mas, como era no meio da cidade, eles largaram, não quiseram atacar... Desconfiamos, mas fizemos de conta que nada tinha acontecido...

Continuamos andando... Quando chegou dia 16, perto de eldorado de Carajás, fizemos outro acampamento, onde aconteceram outros obstáculos... Pessoas ameaçavam. Mas ameaças bobas, que não dava pra gente se preocupar... Foi onde vi o Osiel, que trabalhava comigo... Só que nesse dia ele estava doente. Estava com uma dor de cabeça e chegou a desmaiar! Aí a gente deu remédio e ele ficou bom. Estava normal no outro dia. Continuamos a caminhar... Quando cheguei lá no outro local, em Eldorado, ele falou o seguinte para mim:

-Ô companheiro! Você volta pro acampamento e fica lá com os companheiros.

Eu disse:
-Então, tudo bem! Eu vou pra lá. Aqui tem muita gente...

Nesse lugar, no meio de uma estrada em Eldorado, tinha 2.500 pessoas, e no acampamento, 3 mil. Levei Cláudia, a minha esposa. Chegando no acampamento, tive que mandar ela de novo de volta, e ainda fiquei mais uma semana até que toda a alimentação acabou...

Assim, no dia 17 de abril, às 7 horas da manhã, tive que sair do acampamento para buscar alimentação na caminhada... Era um pouco longe e cheguei às... 3 e meia da tarde. Uma companheira da gente começou a brincar e ficamos lá brincando, conversando... Ela, que é meio cigana, chegou e disse assim para mim:

- Mazinho, é o seguinte: sabia que a polícia vai matar a gente hoje?

Eu disse:


- Não . Não acredito nisso, não...

Tem uns companheiros lá que trabalham junto com a gente, acostumados a brincar... Aí, como a gente brinca muito, começamos a dizer:

- Ah, já que a gente vai morrer, vamos todo mundo dar uma forradinha no estômago!...

Começamos a brincar, e meu compadre Márcio disse também: - Compadre, vamos dar uma forradinha!...

Meia hora depois da brincadeira, a gente olhou pra um lado, olhou pra outro e estava fechado de polícia...

Aí eu disse:

- Meu compadre, será que é verdade mesmo?!

Ele respondeu:

- Meu compadre, é o seguinte; será que esse governo é covarde?!

Assumiu um compromisso com a gente e não vai cumprir?!

Porque ele tinha se comprometido com a gente:

- Olha, se vocês desocuparem a estrada, amanhã mesmo – que era dia 17 – trago dez ônibus, oito caminhões e alimentação pra vocês irem para Belém.

Nós, como movimento popular, temos nossa posição também, dissemos o seguinte:


-Se você garantir isso até meio-dia, a gente mantém a pista desocupada.

Agora, se der esse horário e você não chegar com isso aí, a gente vai ocupar a estrada e não vai deixar nada passar!...

E foi o que fizemos. Meio-dia, não apareceram com os ônibus, nós ocupamos a estrada de novo!... Então, quando a gente olhou e viu tudo cheio de polícia, nós tentamos tirar as pessoas da estrada. A gente tentou... Puxamos as pessoas... Tiramos as pessoas da estrada. A gente tentou... Puxamos as pessoas... Tiramos as pessoas da estrada. Mas... como a operação foi muito rápida não deu tempo de tirar TODAS...


Naquela fita, que mostra esse dia, tem pouca gente na estrada... Isso porque já tinha puxado um bocado... A gente tentava tirar o pessoal dali! Mas a polícia já chegou atirando nas pessoas!... Não é como mostra na fita, que dizem que a gente atacou!... Mentira! Eles atacaram a gente!... Eles mataram a gente!... Falam:

- Sem-terra mata próprio sem-terra.

Mentira!... Porque a gente não tinha arma. A gente não matou ninguém!... Com meia hora de tiroteio, peguei um tiro na perna direita. Foi quando saí um pouco de ação... Quando caí no chão e levantei, tive que carregar nas costas um colega meu, chamado Garoto... A polícia tinha atirado e arrancado um pedaço da perna dele... Carreguei Garoto e deixei o meu companheiro, o Osiel Alves Pereira, no carro de som chamando as pessoas para saírem da estrada... Quando a polícia viu, tentou ir pro rumo dele... Osiel correu cheia de crianças e mulheres deitadas no chão, com medo das balas...

A polícia chegou lá no local, pegou meu companheiro pelo cabelo, começou a mandar gritar o grito de guerra... Ele começou a gritar:

- MST, MST, MST!

E eles batendo:
- Grita aí teu grito de ordem, seu filho da puta!

- MST, MST, MST!

- Grita, filho da puta!

Pá. Batiam nele, batia, batia...

- Grita, filho da puta!

- MST...

Eu sinto uma HONRA muito grande pelo meu companheiro Osiel. Quero deixar claro: não sinto Osiel como morto... Ele VIVE... Vive na alma de todo mundo que é brasileiro... E... dá pra gente sentir a perda de um companheiro de luta, que sempre estava tentando transformar essa sociedade. É muito ruim quando a gente sabe que um companheiro se foi, deixou a gente....” Santos et al., 1998 : 226)

Segundo testemunhas, Oziel Pereira, 17 anos, um dos líderes do MST, foi amarrado em uma caminhonete e torturado por mais de 4 horas. A caminho do hospital, foi assassinado com um tiro no ouvido e golpes de baioneta. Neste candente trecho podemos compreender alguns dos elementos da mística: sua função teatral e lúdica, num primeiro plano e sua posterior presença na emoção e na energia daqueles que lutam e resistem.

LA PAZ ROMANA


Reflexiones del compañero Fidel.

ESPECIAL PARA CUBADEBATE

2008-07-05




Los datos que utilizo fueron tomados fundamentalmente de las declaraciones del embajador de Estados Unidos en Colombia, William Brownfield, la prensa y la televisión de ese país, la prensa internacional y otras fuentes. Impresiona el derroche de tecnología y recursos económicos utilizados.

Mientras los altos jefes militares de Colombia se esmeraban en señalar que la operación de rescate de Ingrid Betancourt fue enteramente colombiana, las autoridades de Estados Unidos declaran que “fue el resultado de años de intensa cooperación militar entre los ejércitos de Colombia y Estados Unidos.”

La verdad es que hemos logrado compaginarnos de una manera que pocas veces hemos logrado en Estados Unidos, excepto con nuestros viejos aliados, principalmente de la OTAN, señaló Brownfield, refiriéndose a las relaciones con las fuerzas de seguridad colombianas, que han recibido más de 4 000 millones de dólares en asistencia militar desde el 2000.”

“…en varias ocasiones el gobierno de Estados Unidos tuvo que tomar decisiones en sus más altos niveles para la operación.

“Los satélites espías estadounidenses ayudaron a ubicar a los rehenes durante un período de un mes que comenzó el 31 de mayo y concluyó con el rescate del miércoles.”

“Los colombianos instalaron equipos de vigilancia de video, proporcionados por Estados Unidos, que pueden hacer acercamientos y tomas panorámicas operadas a control remoto a lo largo de ríos que son la única ruta de transporte a través de densas zonas selváticas, indicaron autoridades colombianas y estadounidenses.

“Aviones norteamericanos de reconocimiento interceptaron conversaciones por radio y teléfono satelital de los rebeldes y emplearon imágenes que pueden penetrar el follaje de la selva.”

El desertor recibirá una suma considerable de los cerca de cien millones de dólares que el gobierno había ofrecido como recompensa’, declaró el Comandante General del ejército colombiano.”

El miércoles 1º de julio, la BBC de Londres publicó que César Mauricio Velásquez, secretario de prensa de la Casa de Nariño informó que delegados de Francia y Suiza se habían reunido con Alfonso Cano, jefe de las FARC.

Según BBC, este sería el primer contacto que el nuevo jefe aceptaba con delegados internacionales después de la muerte de Manuel Marulanda. La falsa información sobre la reunión de dos emisarios europeos con Cano había sido transmitida desde Bogotá.

El fallecido líder de las FARC nació el 12 de mayo de 1932, según el testimonio de su padre. Campesino liberal de origen pobre, partidario de Gaitán, inició su resistencia armada hace 60 años. Fue guerrillero antes que nosotros, como reacción ante las matanzas de campesinos perpetradas por la oligarquía.

El Partido Comunista ―donde ingresó más tarde―, como todos los de América Latina, estaba bajo la influencia del Partido Comunista de la URSS y no del de Cuba. Eran solidarios con nuestra Revolución pero no subordinados.

Fueron los narcotraficantes y no las FARC quienes desataron el terror en ese hermano país en sus pugnas por el mercado de Estados Unidos haciendo estallar no sólo potentes bombas, sino incluso camiones cargados de explosivos plásticos que destruyeron instalaciones, hirieron o mataron a incontables personas.

Nunca el Partido Comunista de Colombia se propuso conquistar el poder con las armas. La guerrilla era un frente de resistencia, no el instrumento fundamental de la conquista del poder revolucionario, como ocurrió en Cuba. En el año 1993, en la octava conferencia de las FARC, se decide romper con el Partido Comunista. Su jefe, Manuel Marulanda, asumió la dirección de las guerrillas de ese Partido, que siempre se distinguieron por un hermético sectarismo en la admisión de combatientes y los métodos férreos y compartimentados de mando.

Marulanda, de notable inteligencia natural y dotes de dirigente, no tuvo en cambio oportunidades de estudio cuando era adolescente. Se dice que pudo cursar sólo hasta el 5to grado. Concebía una larga y prolongada lucha, un punto de vista que yo no compartía. Nunca tuve posibilidad de intercambiar con él.

Las FARC alcanzaron considerable fuerza y llegaron a sobrepasar los 10 mil combatientes. Muchos nacieron durante la propia guerra y no conocían otra cosa. Otras organizaciones de izquierda rivalizaron con las FARC en la lucha. Ya entonces el territorio colombiano se había convertido en la más grande fuente de producción de cocaína del mundo. La violencia extrema, los secuestros, los impuestos y exigencias a los productores de drogas se generalizaron.

Las fuerzas paramilitares, armadas por la oligarquía, cuyos efectivos se nutrían del enorme caudal de hombres que prestaban servicios en las fuerzas armadas del país y eran desmovilizados cada año sin empleo asegurado, crearon en Colombia una situación tan compleja que sólo había una salida: la verdadera paz, aunque lejana y difícil como otras muchas metas de la humanidad. La opción que durante tres décadas Cuba ha defendido en esa nación.

Mientras los periodistas cubanos discuten en su VIII Congreso las nuevas tecnologías de la información, los principios y la ética de los comunicadores sociales, yo meditaba sobre los acontecimientos señalados.

Expresé con claridad nuestra posición en favor de la paz en Colombia, pero no estamos a favor de la intervención militar extranjera ni con la política de fuerza que Estados Unidos pretende imponer a toda costa y a cualquier precio a ese sufrido y laborioso pueblo.

Critiqué con energía y franqueza los métodos objetivamente crueles del secuestro y la retención de prisioneros en las condiciones de la selva. Pero no estoy sugiriendo a nadie que deponga las armas, si en los últimos 50 años los que lo hicieron no sobrevivieron a la paz. Si algo me atrevo a sugerir a los guerrilleros de las FARC es simplemente que declaren por cualquier vía a la Cruz Roja Internacional la disposición de poner en libertad a los secuestrados y prisioneros que aún estén en su poder, sin condición alguna. No pretendo que se me escuche; cumplo el deber de expresar lo que pienso. Cualquier otra conducta serviría sólo para premiar la deslealtad y la traición.

Nunca apoyaré la paz romana que el imperio pretende imponer en América Latina.




Fidel Castro Ruz

Julio 5 de 2008

8 y 12 p.m.

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira