sábado, 30 de maio de 2009

PARA OUVIDO DE FINO TRATO

PARA OUVIDO DE FINO TRATO

PARA OUVIDO DE FINO TRATO

O Mundo segundo a Monsanto.


Livro revela o lado obscuro da transnacional

A Monsanto produz 90% dos transgênicos plantados no mundo e é líder no mercado de s mentes. Tal hegemonia coloca a multinacional norte-americana no centro do debate sobre os benefícios e os riscos do uso de grãos geneticamente modificados. Para os defensores da manipulação dos genes, a Monsanto representa o futuro promissor da "revolução verde". Para ecologistas e movimentos sociais ligados a pequenos agricultores, a empresa é a encarnação do mal. A reportagem é de Christina Palmeira e publicada pela revista Carta Capital, 20/03/2008.

Esse último grupo acaba de ganhar um reforço a seus argumentos. Resultados de um trabalho de três anos de investigação da jornalista francesa Marie-Monique Robin, o livro Le Monde Selon Monsanto (O Mundo Segundo a, Monsanto) e o documentário homônimo são um libelo contra os produtos e o lobby da multinacional.

O trabalho cataloga ações da Monsanto para divulgar estudos científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, a exemplo do que fez por muitos anos a indústria do tabaco, relaciona a expansão dos grãos da empresa com suicídios de agricultores na Índia, rememora casos de contaminação pelo produto químico PCB e detalha as relações políticas da companhia que permitiram a liberação do plantio de transgênicos nos Estados Unidos. Em 2007, havia mais de 100 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas, metade nos EUA e o restante em países emergentes como a Argentina, a China e o Brasil.

Marie-Monique Robin, renomada jornalista investigativa com 25 anos de experiência, traz depoimentos inéditos de cientistas, políticos e advogados. A obra esmiúça as relações políticas da multinacional com o governo democrata de Bill Clinton (1993-2001), e com o gabinete do ex-premier britânico Tony Blair. Entre as fontes estão ex-integrantes da Food and Drug Administration (FDA), a agência responsável pela liberação de alimentos e medicamentos nos EUA.

A repórter, filha de agricultores, viajou à Grã-Bretanha, Índia, México, Paraguai, Vietnã, Noruega e Itália para fazer as entrevistas. Antes, fez um profundo levantamento na internet e baseou sua investigação em documentos on-line para evitar possíveis processos movidos pela Monsanto. A empresa não deu entrevista à jornalista, mas, há poucas semanas, durante uma apresentação em Paris de outro documentário de Robin, uma funcionária da multinacional apareceu e avisou que a companhia seguia seus passos. Detalhe: a sede da Monsanto fica em Lyon, distante 465 quilômetros da capital francesa.

Procurada por CartaCapital, a Monsanto recusou-se a comentar as acusações no livro. Uma assessora sugeriu uma visita ao site da Associação Francesa de Informação Científica, onde háartigos de cientistas com críticas ao livro de Robin. A revista, devidamente autorizada pelo autor, reproduz na página 11 trechos do artigo de um desses cientistas, Marcel Kuntz, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Grenoble.

Não é de hoje, mostra o livro, que herbicidas da Monsanto causam problemas ambientais e sociais. Robin narra a história de um processo movido por moradores da pequena Anniston, no Sul dos EUA, contra a multinacional, dona de uma fábrica de PCB fechada em 1971. Conhecida no Brasil como Ascarel, a substância tóxica era usada na fabricação de transformadores e entrava na
composição da tinta usada na pintura dos cascos das embarcações. Aqui foi proibida em 1981.

A Monsanto, relata a repórter, sabia dos efeitos perversos do produto desde 1937. Mas manteve a fábrica em funcionamento por mais 34 anos. Em 2002, após sete anos de briga, os moradores de Anniston ganharam uma indenização de 700 milhões de dólares. Na cidade, com menos de 20 mil habitantes, foram registrados 450 casos de crianças com uma doença motora cerebral, além de dezenas de mortes provocadas pela contaminação com o PCB.

Há 42 anos, a própria Monsanto realizou um estudo com a água de Anniston: os peixes morreram
em três minutos cuspindo sangue. Robin alerta que os tentáculos da Monsanto atingem até a Casa Branca. A influência remonta aos tempos da Segunda Guerra Mundial e ao período da chamada Guerra Fria. Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa do governo Bush júnior, dirigiu a divisão farmacêutica da companhia. A multinacional manteve ainda uma parceria com os militares. Em 1942, o diretor Charles Thomas e a empresa ingressaram no Projeto Manhattan, que resultou na produção da bomba atômica. O executivo encerrou a carreira na presidência da Monsanto (1951-1960).

Na Guerra do Vietnã (1959-1975), a empresa fornecia o agente laranja, cujos efeitos duram até hoje. A jornalista visitou o Museu dos Horrores da Dioxina, em Ho Chi Minh (antiga Saigon), onde se podem ver os efeitos do produto sobre fetos e recém-nascidos.

Alan Gibson, vice-presidente da associação dos veteranos norte-americanos da Guerra do Vietnã, falou à autora dos efeitos do agente laranja: "Um dia, estava lavando os pés e um pedaço de osso ficou na minha mão".

Boa parte do trabalho de Robin é dedicada a narrar as pressões sofridas por pesquisadores e funcionários de órgãos públicos que decidiram denunciar os efeitos dos produtos da empresa. É o exemplo de Cate Jenkis, química da EPA, a agência ambiental dos Estados Unidos.

Em 1990, Jenkis fez um relatório sobre os efeitos da dioxina, o que lhe valeu a transferência para um posto burocrático. Graças à denúncia da pesquisadora, a lei americana mudou e passou a conceder auxílio a ex-combatentes do Vietnã. Após longa batalha judicial, Jenkis foi reintegrada ao antigo posto.

Há também o relato de Richard Burroughs, funcionário da FDA encarregado de avaliar o hormônio de crescimento bovino da Monsanto. Burroughs diz ter comprovado os efeitos nocivos do hormônio para a saúde de homens e animais e constatou que, com o gado debilitado, os pecuaristas usavam altas doses de antibióticos.

Resultado: o leite acabava contaminado. Burroughs, conta a jornalista, foi demitido. Mas um estudo recente revela que a taxa de câncer no seio entre as norte-americanas com mais de 50 anos cresceu 55,3% entre 1994, ano do lançamento do hormônio nos Estados Unidos, e 2002.

Segundo Robin, a liberação das sementes transgênicas nos Estados Unidos foi resultado do forte lobby da empresa na Casa Branca, principalmente durante o governo Clinton. Uma das "coincidências": quem elaborou, na FDA, a regulamentação dos grãos geneticamente modificados foi Michael Taylor, que nos anos 90 fora um dos vice-presidentes da Monsanto.. A repórter se detém sobre o "princípio da equivalência em substância", conceito fundamental para regulamentação dos transgênicos em todo o mundo. A fórmula estabelece que os componentes dos alimentos de uma planta transgênica serão os mesmos ou similares aos encontrados nos alimentos "convencionais".

Robin encontrou-se com Dan Glickman, que foi secretário de Estado da Agricultura do governo Clinton, responsável pela autorização dos transgênicos nos EUA. Glickman confessou, em 2006, ter mudado de posição e admitiu ter sido pressionado após sugerir que as companhias realizassem testes suplementares sobre os transgênicos. As críticas vieram dos colegas da área de comércio exterior.

Houve pressões, segundo o livro, também no Reino Unido. O cientista Arpad Pusztai, funcionário do Instituto Rowett, um dos mais renomados da Grã-Bretanha, teria sido punido após divulgar resultados controversos sobre alimentos transgênicos. Em 1998, Pusztai deu uma entrevista à rede de tevê BBC. Perguntado se comeria batatas transgênicas, disparou: "Não. Como um cientista que trabalha ativamente neste setor, considero que não é justo tomar os cidadãos britânicos por cobaias". Após a entrevista, o contrato de Pusztai foi suspenso, sua equipe dissolvida, os documentos e computadores confiscados. Pusztai também foi proibido de falar com a imprensa. No artigo reproduzido à página 11, Kuntz afirma que o cientista perdeu o emprego por não apresentar resultados consistentes que embasassem as declarações à imprensa.

Pusztai afirma que só compreendeu a situação, em 1999, ao saber que assessores do governo britânico haviam ligado para a direção do instituto no dia da sua demissão. Em 2003, Robert Orsko, ex-integrante do Instituto Rowett, teria confirmado que a "Monsanto tinha ligado para Bill Clinton, que, em seguida, ligou para Tony Blair". E assim o cientista perdeu o emprego.

Nas viagens por países emergentes, Robin colheu histórias de falta de controle no plantio de transgênicos e prejuízos a pequenos agricultores. No México, na Argentina e no Brasil, plantações de soja e milho convencionais acabaram contaminadas por transgênicos, o que forçou, como no caso brasileiro, a liberação do uso das sementes da Monsanto (que fatura com os royalties).

De acordo com a jornalista, o uso da soja Roundup Ready (RR), muito utilizada no Brasil e na Argentina, acrescenta outro ganho à Monsanto, ao provocar o aumento do uso do herbicida Roundup. Na era pré-RR, a Argentina consumia 1 milhão de litros de glifosato, volume que saltou para 150 milhões em 2005. De lá para cá, a empresa suprimiu os descontos na comercialização do
pesticida, aumentando seus lucros.

Um dos ícones do drama social dos transgênicos, diz o livro, é a Índia. Entre junho de 2005 (data da introdução do algodão transgênico Bt no estado indiano de Maharashtra) e dezembro de 2006, 1.280 agricultores se mataram. Um suicídio a cada oito horas. A maioria por não conseguir bancar os custos com o plantio de grãos geneticamente modificados.

Robin relata a tragédia desses agricultores, que, durante séculos, semearam seus campos e agora se vêm às voltas com a compra de sementes, adubos e pesticidas, num círculo vicioso que termina em muitos casos na ingestão de um frasco de Roundup.

A jornalista descreve ainda o que diz ser o poder da Monsanto sobre a mídia internacional. Cita, entre outros, os casos dos jornalistas norte-americanos Jane Akre e Steve Wilson, duramente sancionados por terem realizado, em 1996, um documentário sobre o hormônio do crescimento. No país da democracia, a dupla se transformou em símbolo da censura.

Os cientistas, conta o livro, são freqüentemente "cooptados" pela gigante norte-americana. Entre os "vendidos" está o renomado cancerologista Richard Doll, reconhecido por trabalhos que auxiliaram no combate à indústria do tabaco. Doll faleceu em 2005. No ano seguinte, o jornal britânico The Guardian revelou que durante 20 anos o pesquisador trabalhou para a Monsanto. Sua tarefa, com remuneração diária de 1,5 mil dólares, era a de redigir artigos provando que o meio ambiente tem uma função limitada na progressão das doenças. Foi um intenso arquiteto do "mundo mágico" da Monsanto.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

45º Aniversario das FARC-EP

, por Estado Maior Central FARC-EP


As circunstâncias políticas são propícias para o accionar do Movimento armado e do Movimento Bolivariano.

Manuel Marulanda Vélez


. Neste pensamento de Manuel está retratada a alma das FARC como bandeira ao vento. Há 45 anos surgimos nas alturas de Marquetalia, a montanha da resistência dos povos, buscando a paz para a Colômbia, a justiça e a dignidade. Desde então somos a resposta armada dos despossuídos e dos justos às múltiplas violências do Estado.

A paz é a nossa estratégia e o accionar do Movimento armado empunhando a bandeira da alternativa política é a táctica para chegar a ela. Dizemo-lo também com a palavra de fogo de Bolívar: "a insurreição anuncia-se com o espírito de paz. Resiste ao despotismo porque este destrói a paz e não empunha as armas senão para obrigar os seus inimigos à paz". Por ela deram a sua vida Manuel Marulanda Vélez, Jacobo Arenas, Efraín Guzmán, Raúl Reyes, Iván Ríos e toda essa invencível legião de comandantes e combatentes aos quais hoje recordamos com veneração. Para todos eles, honra e glória neste aniversário das FARC.

"Aquele que assegura a sua honra – dizia o Libertador – dedicando sua vida ao serviço da humanidade, à defesa da justiça e ao extermínio da tirania, adquire uma vida de imortalidade ao deixar o âmbito da matéria que o homem recebe da natureza. Uma morte gloriosa triunfa sobre o temo e prolonga a sublime existência até à mais remota posteridade" ... É o que ocorre com todos eles, que apesar de haverem partido continuam vivos nos fuzis e no projecto político das FARC, com Bolívar a combater pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo, ombro a ombro com o povo e seus guerrilheiros.

Queremos o país vislumbrado pelo Manifesto das FARC e pela Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia. Queremos que ele surja de um Grande Acordo Nacional rumo à Paz rubricado por todas as forças dispostas a protagonizar a mudança das estruturas injustas e anacrónicas, sem exclusões. Emanado de um pacto social rodeado de povo que instrumente a articulação de uma alternativa política com vistas à conformação de um novo governo nacional, patriótico democrático, bolivariano, rumo ao socialismo. Sim, rumo ao socialismo, que é justiça e redenção do povos!, a arca de salvação da humanidade frente ao afundamento do sistema capitalista mundial.

A dignidade da Colômbia e o resgate do sentimento de pátria reclamam uma nova liderança que privilegie a unidade e o socialismo ao avançar rumo ao futuro. Um novo grito de independência nos convoca, mostrando-nos o campo de batalha de Ayacucho do século XXI onde flameja a certeza do triunfo da revolução continental, a de Bolívar e dos nossos próceres.

É hora de superar a vergonha nacional que representa um governo ilegítimo e ilegal, gerador de morte e pobreza. Um governo que, apoiado pelo de Washington, só actua para perpetuar a guerra e a discórdia enquanto garante a sangue e fogo a segurança investidora às transnacionais que saqueiam os nossos recursos. Um regime apátrida que, apesar do alto número de tropas norte-americanas que intervêm no conflito interno da Colômbia, permite que o nosso solo sagrado seja espezinhado por mais tropas estrangeiras, as expulsas de Manta, permitindo aos Estados Unidos operarem nesta terra uma base de agressão para o assalto aos povos irmãos do continente. Um governo desavergonhadamente narco-militar, que já não se importa perante as contundentes confissões de capos paramilitares que asseguram, como "Don Berna", haver financiado com dólares da cocaína as campanhas presidenciais de Álvaro Uribe Vélez. Um governo e um presidente que converteram o Palácio de Nariño em escuro antro de conspiração entre mafiosos para desestabilizar os Tribunais, obstruir a justiça e deixar sem efeito a independência dos poderes públicos. Que extraditou para os Estados Unidos dos cabecilhas paramilitares quando estes começaram a vincular o séquito de Uribe, os generais, os empresários e os ganadeiros à estratégia paramilitar do Estado que sangra a Colômbia.

O país não sai do assombro perante o autismo da Promotoria, que prefere enterrar a sua cabeça na areia a fim de não empreender qualquer acção de responsabilidade penal contra as empresas Chiquita Brand – a mesma do massacre das bananeiras em 1928 –, a Drummond, Postobón, Brasilia, Carbones del Caribe..., denunciadas pelo chefe paramilitar Salvatore Mancuso como financiadoras do paramilitarismo. O mesmo cabecilha revelou que o massacre da Gabarra, no qual foram assassinados 40 camponeses, perversamente atribuído à guerrilha a fim de desprestigiá-la, foi realmente executado pelos paramilitares, pelo exército e pela polícia.

A máscara caiu. A Uribe ronda-o insistente o fantasma de Fujimori, condenado no Peru a 25 anos de prisão por crimes de lesa humanidade. Prevê que os covardes assassinatos de civis não combatentes, estimulados pela insânia de mostrar a todo transe resultados com sangue da sua política fascista de segurança, não ficarão na impunidade. Clamam justiça ao céu o deslocamento forçado de mais de 4 milhões de camponeses, o despojamento das suas terras, as milhares de fossas comuns e a vinculação do presidente a massacres de cidadãos indefesos. O chefe paramilitar que denunciou a responsabilidade directa de Uribe no espantoso massacre de El Aro, Antioquia, acaba de se assassinado para satisfação do tirano do Palácio de Nariño. Ele sabe que, cedo ou tarde, terá que responder pelos seus crimes.

Deve ser revogado o mandato de um presidente que impôs o desonroso recorde de ter mais de 90% da sua bancada parlamentar vinculada ao processo da narco-parapolítica; que mantém como ministros de Estado delinquentes subornados; que utiliza o poder para enriquecer os seus filhos, que converte o serviço diplomático em refúgio de assassinos como o tantas vezes denunciado general Montoya, e que promove referendos inconstitucionais para perpetuar-se no poder como mecanismo de fuga à justiça. Uribe é um verdadeiro bandido que se ampara por trás da faixa presidencial.

Quantos problemas internacionais gerou a sua absurda pretensão de transnacionalizar a política fascista de segurança com a qual o governo da Colômbia arroga-se o direito de actuar extraterritorialmente no desenvolvimento da sua visão particular e da sua estratégia contra-insurgente, por cima dos povos e dos seus governantes, pisoteando a soberania das nações e desestabilizando a região, sempre apoiado pelo governo de Washington.

Quer incendiar o país indefinidamente com o fogo da guerra e da violação dos direitos humanos, aferrado à quimera do triunfo militar. Com inconsequência nega a existência do conflito político e social, mas coloca a sua ilusão enfermiça no Plano Patriota do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos, crendo inutilmente que a inconformidade social pode ser abatida a tiros e a tecnologia militar de última geração.

Incrementar a base de força a mais de 450 mil efectivos por conta da maior ajuda militar dos gringos no hemisfério não o manterá no poder, porque assim o diz a experiência história e o bom senso. "Os povos que combateram pela liberdade exterminaram por fim os seus tiranos". Mas além disso um governo desprestigiado, atado à ilegitimidade e acossado pela crise do capitalismo mundial é um governo condenado ao fracasso.

A Colômbia de hoje não quer o guerreirismo ultramontano do governo. Quer soluções para o desemprego e a pobreza crescentes. Reclama o investimento social, sacrificado no altar da guerra. Pede educação, habitação, saúde, água potável, direitos trabalhistas, terra, estradas, electricidade, telefonia e comunicações, comércio de produtos, renacionalização das empresas que foram privatizadas, castigo da corrupção, soberania do povo, protecção do meio ambiente, democracia verdadeira, liberdade de opinião, libertação de presos políticos, fim à extradição irracional de nacionais que mantém de joelhos a soberania jurídica, informação veraz, relações internacionais de respeito recíproco entre as nações, integração e Pátria Grande, justiça social e paz.

Uribe tem, como o diabo à água benta, o clamor crescente dos que pedem paz, castigo aos crimes de Estado e novo governo. Por isso exige com angústia que o tema da paz seja proscrito do debate eleitoral que se avizinha. É a loucura e o absurdo transfigurados num mandatário que quer encadear o país aos seus ódios e ressentimentos. Ninguém poderá desligar de um projecto de nova sociedade e novo governo a paz a que anelam as maiorias nacionais. Ela é a bandeira que unirá os colombianos contra a tirania, a guerra e a injustiça.

Devemos estar todos alerta para impedir a manobra uribista de mudar o actual Registrador Nacional por um dos seus serventuários. A única esperança do guerreirismo desgrenhado perante o anseio das maiorias é a fraude. E é o que devemos impedir agora, uma vez que este foi amo e senhor das eleições de 2002 e de 2006. A reeleição de Uribe é um asqueroso monumento à fraude e ao roubo erguido pelo ex-director do DAS, Jorge Noguera, e pelo capo narco-paramilitar Jorge 40. Nas 4 milhões de assinaturas recolhidas pelos uribistas em favor do referendo com apoio de dinheiros de DMG estão estampadas as assinaturas de um milhão e meio de mortos. Isso é fraude e roubo.

Fraude à opinião pública é também a peregrina fábula da derrota militar da guerrilha, argumento falacioso, parente dos "falsos positivos", utilizado no fundo para justificar os terríveis desaforos do Estado contra a população civil. Como sempre quiseram com Manuel Marulanda Vélez, quiseram matar as FARC com os fuzis do desejo e o ensurdecedor matraquear das rotativas. Nenhuma guerrilha pode ser exterminada com disparos de tinta. Não há era do pós-conflito senão no sonho delirante do guerreirismo sem futuro de um regime em decadência.

Das montanhas da resistência, como temos vindo a fazer desde há 45 anos, convocamos os colombianos a mobilizarem-se resolutamente pela paz, a paz que nos negaram os santanderistas e o império washingtoniano quando mataram Bolívar e a Colômbia da unidade dos povos em 1830. O passado conta na construção da sociedade futura. Ninguém nos pode desligar do destinado assinalado pelo Libertador nas origens da República. A incitação do senador Álvaro Gómez Hurtado em princípios da década de 60 a submeter a sangue e fogo o que considerou "República Independente de Marquetalia" não foi suficiente para entender que os problemas nacionais não se solucionam através da violência do Estado. Há que construir uma Nova Colômbia sobre o sólido cimento da paz concertada.

O Grande Acordo Nacional Rumo à Paz deve ter como norte estratégico a formação de um novo governo que garanta ao povo "a maior soma de felicidade possível, a maior soma de garantias sociais e a maior soma de estabilidade política", como exigia o Libertador. Um governo patriótico, democrático, bolivariano, rumo ao socialismo, como assinala da Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia.

Como garantia de paz e de soberania nacional devemos erigir novas Forças Armadas compenetradas da doutrina militar bolivariana que inculca o amor ao povo e o ódio à tirania. Não devemos esquecer que o exército patriota foi o criador da Colômbia e da República nas fulgurantes vitórias de Boyacá e de Carabobo, e que seu comandante Bolíver definiu-o como "defensor da liberdade", acrescentando que "as suas glórias devem confundir-se com as da república, e sua ambição deve ficar satisfeita ao fazer a felicidade do seu país". Assim devem ser as novas Forças Armadas e estamos seguros de que muitos dos actuais oficiais sonham desempenhar esse papel.

Solidarizamo-nos com a luta justa das famílias dos soldados regulares que reclamam o direito e não serem obrigados a entrar em combate mortal com a guerrilha. A guerra que o governo nega para não reconhecer o carácter político da insurgência que luta pelo poder, apenas no mês de Março produziu 297 militares mortos e 340 feridos. Conclamamos aos soldadores a que não se deixem utilizar mais como carne de canhão defendendo interesses que não são os seus e sim de uma oligarquia podre e criminosa, insolidária, que muito pouco faz por eles se caem prisioneiros ou ficam mutilados. Estados seguros que os seus familiares também quiseram gritar ao governo, com o professor Moncayo, que os seus filhos não foram paridos para a guerra da oligarquia.

Para alcançar o objectivo da Colômbia Nova é necessário reorganizar o Estado na base da soberania do povo, tal como concebeu o Libertador em Angostura. Aos três ramos do poder público devemos acrescentar os poderes moral e eleitoral, instituindo a revogação do mandato em todas as instâncias de eleição popular. Não mais cópias de leis estrangeiras para resolver os nossos assuntos internos. Não mais sistema penal acusatório. Exigimos um novo governo que castigue exemplarmente a corrupção e feche espaços à impunidade, que proscreva a política neoliberal que causa nossas desgraças económicas e sociais. O país e o governo que sonhamos devem assegurar o controle dos ramos estratégicos, estimular a produção em suas diversas modalidades, fazer respeitar a nossa soberania sobre os recursos naturais. Tornar realidade a educação gratuita em todos os níveis, levar justiça ao campo com uma verdadeira reforma agrária que gere emprego e soberania alimentar e semear a infraestrutura do progresso nacional. Os contratos com as transnacionais que sejam lesivos para a Colômbia devem ser revistos, assim como os pactos militares, os tratados e convénios que manchem a nossa soberania devem ser anulados. Neste mesmo sentido o país não tem porque pagar a dívida externa naqueles empréstimos viciados de dolo em qualquer das suas fases. Solução não militar nem repressiva ao problema social da narco produção. A nossa política internacional deve reorientar-se rumo à integração solidária dos povos da Nossa América na Pátria Grande bolivariana, e o Socialismo.

A etapa definitiva da luta pela paz começou. O povo colombiano não pode afrouxar até que seja concretizado este direito.

Com Bolívar, com Manuel, com o povo, ao poder! Manuel vive na luta do povo colombiano.

Jurámos vencer e venceremos.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, Maio de 2009

O original encontra-se em http://www.resumenlatinoamericano.org , nº 2012

Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 26 de maio de 2009

EM HOMENAGEM A BAADER MEINHOF


, por Runildo Pinto


Estamos postando o artigo, "Em homenagem a Baader Meinhof", publicado no blog PONTO DE VISTA, a reprodução da rebeldia desse coração vivo e subversivo levantando a voz acima da intransigência reacionária da oligarquia guasca e um grito de liberdade transcende ao tempo e ao espaço que é proprietário de uma elite velhaca que se estende por todo o território guasca. A destreza de nossa mobilidade ainda é tímida, mas homens como o professor Ungaretti que com sua analise e prática política explicita sincera e transformadora motivação, perturba essa elite hipócrita que no seu seio verte a arrogância e a vaidade, mais perversa e ordinária. Levantamos aqui o grito de coragem do Comandante Insurgente Sepé Tiaraju, um grito de convocação a dar inicio a um processo de esclarecimento efetivo e de ação enérgica contra essa burguesia medíocre deste Estado, que mantém intransigentemente uma louca desvairada no governo do Estado, a infeliz e ambiciosa Yeda Crusius, como símbolo maior da decadente personalidade de poder do Rio Grande do Sul. Levantemos a Bandeira legitima do legado do Comandante Sepé Tiarajú e comecemos a desmontar as mentiras e a tirar o cabresto da mente dos rio-grandinos, para fazer florescer a verdadeira cultura e vocação deste povo multiétnico, para que todo o povo possa viver nas condições de solidariedade e de uma cultura popular autêntica, transgredindo a cada instante o atraso desta burguesia guasca..

Viva o Comandante Insurgente Sepé Tiaraju
Vivamos sem mentiras e sem egoísmos

Um Viva a todas as Maria Teresa

Pelo fim do Latifúndio

Viva o MST, Reforma agrária já

Pelo fim da hegemonia do Partido da RBS
Abaixo o M
TG e seus CTG's
Abaixo o Tradicion
alismo
E Fora Yeda Crusius e Feijó


------------------------------------------------------------Assim, EM HOMENAGEM A BAADER MEINHOF

“… deslocar-nos quando ele não nos espera.” Sun Tzu

Realizamos esta postagem de hoje, antecipando em um dia a data anunciada por nós para a retomada das atividades, após uma semana de silêncio. A partir de amanhã manteremos nossa atitude de protesto. Mais uma semana de silêncio. Estamos sujeitos a uma multa de 150 reais diários em decorrência de qualquer comentário ou análise de materiais publicados por Zerolândia. Diante desta ação de força só nos resta esta atitude. A medida, do pontodevista concreto, seleciona o que podemos ou não analisar. Estamos autorizados (!!!??????) a comentar, apenas, as perfumarias. Ou a não comentar tais perfumarias. A medida nos impede do exercício da crítica. Trata-se de um ato de censura. E diante deste estamos imobilizados.
A ação movida contra nós é patrocinada pelo PRBS (Partido Rede Brasil Sul de Comunicações), tendo em vista que é assumida por um funcionário de carreira com quase 40 anos de casa. Este é um fato. O resto é blábláblá na fabricação de mentiras. Não tínhamos noção - precisa - do o quanto nossas críticas incomodavam. Nossa inferioridade diante do gigantismo do Grupo é imensa. Temos, nesse momento, apenas força moral; a mais absoluta convicção das críticas realizadas por nós. Alguns possíveis erros de avaliação (ou até exageros) não anulam a honestidade com estas foram realizadas. Em algum momento deverá prevalecer a força da retidão moral. Pouco importa ao final o resultado das ações. O episódio é emblemático. Indicativo do que pode estar sendo articulado. Alguns leitores informam que empresas da mídia corporativa estariam sugerindo que tudo que venha a ser publicado, na Internet, tenha como anexo uma ficha. Dados com número da carteira de identidade, CPF e outras informações.
Solicitamos, na medida do possível que todos, em seus respectivos espaços mantenham viva a informação de que estamos sob censura. E com alguma periodicidade. Esperamos, também, que a nossa situação não venha a se constituir em motivo para a autocensura. Agradecemos, antecipadamente, todas as manifestações de solidariedade. E de carinho.
Mais uma vez estamos sendo empurrados gradativamente, queiram ou não, para a clandestinidade. Estudamos a possibilidade de encerramos esta etapa. Talvez fique como alternativa a produção (clandestina) de textos e fotos para outros blogs e sítios. Sempre estive à disposição de todos os grupos anarquistas.
Nossa postagem anterior foi encerrada com um viva ao Hamas. Uma provocação, sim. Encerramos esta com outra provocação. Desta vez, vivas em memória do grupo Facção Exército Vermelho, conhecido como Grupo Baader Meinhof.
, Palavras e fotos como estiletes, sempre. JORNALISMO é subversão.

CARAS DE NOSSO PAÍS





Maria Teresa é uma emprega doméstica aposentada. Não tem nenhuma foto sua a não ser em documentos. Contou que na noite anterior não tinha se sentido bem.

Zerolândia orienta e comanda a cenografia. Fotos apenas de gente jovem e bonita. Maria Teresa explicou como que o caldinho de um prato de mocotó tem o poder de recuperação.






Prometemos a ela deixar no local copias do material fotográfico. Ela ficou super agradecida, mas durante todo o tempo explicou que não podia pagar. Maria Teresa é CARA de nosso país. Gente assim não aparece na mídia corporativa. Ou aparece como alguma forma de espetáculo. O sorriso dela é bonito. Deve ter cuidado de muita criança branca.
Mais educada, impossível.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ofereço esta canção ao meu filho Guilhermo Yuri, pois tenho guardado no coração vivo, muitas saudades

A atualidade do anticomunismo


Manifestações recentes atacam o comunismo e tentam desqualificar os comunistas. A Santa Aliança estabelecida entre o papa, chefes de estado, teóricos e militares a serviço da burguesia demonstra o temor desta classe diante da alternativa proletária ao capitalismo e aponta para a necessidade, e por isso atualidade do anticomunismo. De quebra, joga por terra as ilusões dos que acham que as classes dominantes serão persuadidas da necessidade de superação do sistema baseado na exploração do trabalho pelo capital.

O especrto do comunismo ainda ronda o sistema capitalista
O espectro do comunismo ainda ronda o sistema capitalista

Mesmo após o fim do socialismo na Europa, mesmo sem a existência de organizações comunistas fortes nos países capitalistas centrais, mesmo com as esquerdas à procura do melhor caminho revolucionário (revolução! a própria palavra anda confinada aos dicionários), mesmo com as concepções direitistas e religiosas avançando sobre as mentes de novas e velhas gerações... Mesmo com tudo isso e mais, o espectro do comunismo continua rondando o mundo capitalista. As classes dominantes e seus ideólogos e agentes em todos os continentes, e no nosso país inclusive, necessitam do anticomunismo para se manter no poder, pois a atual sociedade precisa ser substituída, e a sua substituta mais avançada é a sociedade comunista.

Os ataques são os mais diversificados, de elaboração sofisticada, como no caso de uma encíclica papal; de aparente ingenuidade, como a do presidente que pede "liberdade" em Cuba; de grosseira estupidez, como a do general que saiu da ativa saudoso da ditadura Médici.

Nos momentos em que as contradições se agudizam e, mesmo sem a necessária unidade de ação e de propósitos, a presença dos proletários e demais trabalhadores se faz mais marcante no cenário político e social, a burguesia tenta isolar os socialistas e os representantes da esquerda no parlamento e no conjunto da ação social.

No embate político, são tratados com descrédito ou rebaixados à condição de personagens cômicos, mas perigosos, os que, no poder, comprometem-se com o socialismo. É o que ocorre nas investidas em "defesa da liberdade" contra o governo chinês (contrapondo a ele, mirem só! O anacrônico e místico do damaiilismo; nas calúnias contra Cuba ou na ridicularização dos discursos e posicionamentos do bolivariano Hugo Chávez.


No embate ideológico, recorre-se à única arma encontrada para refutar o marxismo: desvirtuá-lo, desfigurá-lo, aproveitar do desconhecimento que mesmo estudiosos têm de seu conteúdo e método materialista-dialético. Com isso, a obra e os pressupostos teóricos de Marx e Engels já teriam sido ultrapassados e ido para a lixeira da história. Mas nada de citar os autores! Nada de transcrever trechos de suas obras! Jamais!


Na sua encíclica Spe Salvi (Salvos pela Esperança), de 30 de novembro de 2007, o papa Bento XVI vitupera contra "o erro fundamental de Marx", que não soube dizer como construir uma sociedade justa, sem Deus. Segundo o chefe da Igreja Católica, Marx "supunha simplesmente que, com a expropriação da classe dominante, a queda do poder político e a socialização dos meios de produção, ter-se-ia realizado a Nova Jerusalém. Com efeito, então ficariam anuladas todas as contradições; o homem e o mundo haveriam finalmente de ver claro em si próprios. Então tudo poderia proceder espontaneamente pelo reto caminho, porque tudo pertenceria a todos e todos haviam de querer o melhor um para o outro. Assim, depois de cumprida a revolução, Lenin deu-se conta de que, nos escritos do mestre, não se achava qualquer indicação sobre o modo como proceder. É verdade que ele tinha falado da fase intermédia da ditadura do proletariado como de uma necessidade que, porém, num segundo momento ela mesma se demonstraria caduca. Esta 'fase intermédia' conhecemo-la muito bem e sabemos também como depois evoluiu, não dando à luz o mundo sadio, mas deixando atrás de si uma destruição desoladora. Marx não falhou só ao deixar de idealizar os ordenamentos necessários para o mundo novo; com efeito, já não deveria haver mais necessidade deles. O fato de não dizer nada sobre isso é lógica consequência da sua perspectiva. O seu erro situa-se numa profundidade maior. Ele esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e a sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. Pensava que, uma vez colocada em ordem a economia, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior criando condições econômicas favoráveis".

Deixando de lado os disparates da interpretação papista do marxismo. Marx nunca disse que o homem é só produto de condições econômicas e nem pretendia uma Nova Jerusalém (deus nos livre!) no mundo e Lenin sempre recorreu aos textos e à metodologia marxista para desvendar os caminhos para a construção do socialismo, o que chama a atenção é a necessidade de, mais de 150 anos depois, o papa continuar a conjurar o comunismo, como registraram Marx e Engels do Manifesto do Partido Comunista, em 1847.

Em 23 de maio de 2008, quando ainda disputava o comando do imperialismo estadunidense, o candidato do Partido Democrata, Barack Obama, discursou na Fundação Nacional Cubano-Americana, criada pelo ex-presidente, Ronald Reagan, do Partido Republicano, e se comprometeu: "Juntos vamos buscar a liberdade para Cuba; essa é minha palavra; esse é meu compromisso. É hora de que o dinheiro estadunidense faça com que o povo cubano seja menos dependente do regime de Castro. Vou manter o embargo."

À época, o líder da revolução cubana, Fidel Castro, escreveu: Alguém teria que dar uma resposta serena e sossegada, que deve navegar hoje contra a poderosa maré de ilusões que na opinião pública internacional despertou Obama (os negritos são dele, Fidel). Obama venceu e vem pondo fim à administração terrorista e de trevas de seu antecessor, George W. Bush, à frente dos EUA. Mas no seu discurso de posse, em 20 de janeiro de 2009, num trecho pouco citado pelos analistas que insistem em não ver o caráter de classe de seus posicionamentos, lembrou gerações que nos antecederam enfrentaram o fascismo e o comunismo, não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles compreendiam que o poder sozinho não pode nos proteger e nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles sabiam que nosso poder cresce por meio de sua utilização prudente; nossa segurança emana da justiça de nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e do autocontrole. Somos os guardiões desse legado?.

Vale-se do surrado, mas não desacreditado, recurso de comparar o fascismo com o comunismo (quando os comunistas foram os primeiros e dos mais acirrados combatentes pela liberdade, contra os fascistas). E ainda nos impinge que os imperialistas norte-americanos, que tantos crimes cometeram e cometem no continente americano e em todos os cantos do mundo, movem-se animados pela justiça de nossa causa e que ainda são exemplares, humildes e autocontrolados. Quanta desfaçatez!

No Brasil, o general Paulo César de Castro, até então o principal responsável pelo ensino no Exército e membro do Alto Comando do Exército, disse no início do mês, irado, na sua despedida da tropa para vergar o pijama, que os "arautos da sarna marxista", a quem considera inimigo "astuto e insidioso", continuam em ação. Não deixa de ter razão ao considerar os marxistas seus inimigos, saudoso que é da ditadura militar que enlutou e entristeceu o país de 1964 a 1985; não há que negar também que os comunistas tiveram que ser astutos, caso contrário teriam sucumbido ao terrorismo dos militares no poder. Mas, insidiosos?

Insidiosos são enganadores, traiçoeiros, pérfidos. E o Manifesto do Partido Comunista ? se é que este general que andou deformando corações e mentes de novas gerações de militares já o leu ou permitiu que seus pupilos o lessem ? encerra com esta declaração de propósitos nada insidiosa:


"Os comunistas consideram indigno dissimular as sua idéias e propósitos. Proclamam abertamente que os seus objetivos só podem ser alcançados derrubando pela violência toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam ante a idéia de uma Revolução Comunista! Os proletários não têm nada a perder com ela, além das suas cadeias. Têm, em troca, um mundo a ganhar.

Proletários de todos os países, uni-vos!"

Penso, logo insisto
Encerro com uma homenagem a Mario Benedetti (1950 - 2009), imortal poeta e lutador uruguaio. Melhor, encerro com um poema de Mario Benedetti que homenageia a nós, mortais e lutadores.



"Oda a la mordaza

... pienso
luego insisto

a tu custodia queda mis labios apretados
quedan mis incisivos
colmillos
y molares

queda mi lengua
queda mi discurso
pero no queda en cambio mi garganta

en mi garganta empiezo
por lo pronto
a ser libre
a veces trago la saliva amarga
pero no trago mi rencor sagrado

mordaza bárbara
mordaza ingenua
crees que no voy a hablar
pero si hablo
solamente con ser
y con estar..."

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*Carlos Pompe, Jornalista e Curioso do mundo.

Para Ouvido de Fino Trato - O Bom, o Mau e o Feio

, por Ennio Morricone

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
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  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
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  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
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  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
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  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira