sábado, 14 de novembro de 2015

13 DE NOVEMBRO, EM PARIS


por Runildo Pinto - 14/11/2015

A mídia burguesa contra-ataca ao atentado coordenado em Paris, aponta seus projéteis mais certeiros de forma tão criminosa e covarde quanto os ataques ao Bataclan e demais lugares atingidos pelo horror na cidade luz. A mídia quer passar a ideia de que é uma guerra, é uma ataque entre os bárbaros (Estado Islâmico, Al Qaeda, Síria, Líbia, Iran, Iraque, etc...), enfim, o "mundo árabe" e civilizados (EUA, França, Alemanha, Inglaterra, Arábia Saudita). Não se iludam e não se enganem! O Estado Islâmico assumiu o atentado e essa questão é muito mais profunda do que a mídia faz parecer, não é uma guerra entre bons e maus. O envolvimento da União Europeia, através da OTAN em aliança com os EUA, Israel e Arábia Saudita, vai além dessa cantilena maniqueísta, configura uma ação do terrorismo de Estado, disfarçados de donos de um caráter civilizatório e democrático.

O ponto nevrálgico oculto pela imprensa corporativa conivente com os governos da França, Inglaterra, Alemanha e EUA, tem o objetivo de fazer a grande massa de trabalhadores do mundo a acreditar que não há envolvimento destes Estados e que são o suprassumo da liberdade e da democracia. Vamos clarear a questão, enganam-se o senso comum, mas a verdade tem que ser evidenciada e, é fato, quem criou a Al Qaeda, o Estado Islâmico e tantos outros grupos foram os EUA com o objetivo de desestabilizar e depor governos, com apoio político e operacional da União Europeia, em intervenções diretas da OTAN e voluntariamente principalmente da França, Inglaterra e Alemanha.

Os atentados são formas extremas de ação movidas pela revolta e pela impotência diante das ingerências poderosas e predatórias promovidas pelos saques dos EUA e da União Europeia sobre a economia dos países da Oriente Médio e norte da África, trazendo desolação, miséria, desprezo, destruindo culturas e provocando primeiro divisão e depois conflitos mortais entre etnias, nessa região, principalmente a países que tradicionalmente não se alinham de forma submissa aos interesses dos EUA e UE. A UE, pretende tirar proveito da ave de rapina do maior Estado terrorista do mundo, os EUA, por conta da fragilidade do euro, da crise econômica na Europa.

O império norte-americano que garante o poder em seu território à burguesia armamentista, isto é: a indústria armamentista, precisa manter, o mundo em guerras, já que suas reservas de petróleo e água estão esgotadas. Abrimos um parênteses aqui, para dizer como a água será motivação para novas guerras a médio prazo, agora na América Latina, e não é por menos as bases militares dos EUA, prioritariamente na Colômbia amazônica, Peru e Paraguai, e dos últimos investimentos em duas superbases militares na Colômbia e Peru que dão condições para as mais modernas e poderosas aeronaves militares aterrissarem. Quanto ao petróleo na América Latina fica reservado, o Brasil com o Pré-Sal. Portanto, os EUA está, também, com um olho na América Latina, não é por menos que ameaçam, a pretexto, invadir a Venezuela bolivariana, fecha parênteses.
 
Voltemos aos atentados em Paris com uma pergunta: por que Paris? E não, Berlim e/ou Londres? Essa pergunta tem que pairar sobre a cabeça do mundo, uma desafio para a humanidade, gritar pela voz dos trabalhadores, pelo internacionalismo proletário do mundo todo, como a única classe que pode reivindicar luta e fazer frente contra o capitalismo.

Em Paris, sim, pairou a desgraça e consequência engendradas por políticas historicamente construídas pela França no norte da África, principalmente no Marrocos e Argélia, mas essa ingerência tem um caráter predatório muito amplo na região até o Oriente Médio, a França ainda disputa economicamente e politicamente a região. Uma luta de influencia com os EUA, esse espaço deixado por estes, a França ocupa sem colocar em risco a aliança militar. Não é somente uma disputa comercial, vai muito além. Pode-se ver que é uma pratica política de interesses espúrios, oportunista e fonte de conflitos de dimensões incalculáveis, no contexto geopolítico do Oriente Médio e África, que permeia o tecido da população local e principalmente dos grupos fundamentalistas religiosos e que foram criados e manobrados pelos interesses de ambos, França-EUA, e deixados de lado depois de usados, a esmo em um contexto político regional fragmentado, por inúmeros interesses políticos étnico religioso contraditórios. O alvo foi Paris, e não Londres e/ou Berlim porque a necessidade histórica Francesa dada pela cartilha de Charles D"Gaulle é seguida por Hollande, manter uma influência política na região, e que projete polpudos negócios principalmente na área da indústria bélica. A saber, a França é o alvo por fatores factuais históricos, políticos e econômicos, de se manter na região dividindo e apoiando ações que enfraqueça a identidade e autonomia dessas duas regiões. O apoio a Saddan Hussen e o descontentamento com o acordo nuclear com o Iran mostram como a França, disputa o norte da África e Oriente Médio.

A conjuntura orienta o caldeirão de guerra do Oriente Médio depois de sua guinada para o norte da África, em um conflito duradouro, se amplia acordos e/ou desacordos de interesses para o leste Europeu e à América Latina. E será complicado para quem não perfilar, não se alinhar as políticas e negócios econômicos dos EUA e a UE.

No Brasil, a mídia mais exaltada, a Rede Globo, na voz do ancora do Jornal da Globo, o Sr. William José Waack, na noite de 13 de novembro, espumava seu ódio contra árabes e africanos, fazendo uma apologia a democracia burguesa no ocidente, dando aos EUA e a França status de nações que desenvolveram um alto nível civilizatório e respeito humanitário, de justiça e liberdades democráticas na Terra. Se acreditarmos nestas vis palavras delirantes pela raiva, realmente estaríamos assumindo a mediocridade como forma da barbárie se manifestando na sociedade. Tais argumentações mostram de forma explicita o quanto a burguesia brasileira é uma burguesia subalterna do capital internacional, por isso gerou uma classe média infame. Como disse Marilena Chauí: "a classe média brasileira é uma abominação política, porque é fascista. É uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva, porque é ignorante". Esse é o contexto da política brasileira, cria o horror e o medo como forma de prostrar a sociedade e a elite se mostrar como isenta de responsabilidades sobre o que acontece dentro do Brasil e fora dele.
 
O sangue de Paris escorreu sobre o assoalho do mundo entre os maus e os bons, não sobrou nada, fica o corte? A obliteração mítica, que não vai além desse maniqueísmo neopositivista e irracional dos interesses neoliberais. Espero que depois de tantos atentados terroristas, a sociedade vítima de tais crueldades sistêmicas, não se alie aos governos hipócritas, a essa repetição aponte para um outro lado, o lado da desconfiança, porque os governos e a mídia blindam tão perfeitamente os fatos e as origens de tamanho ódio de tal forma que fique mais no interior de cada cidadão, é isso que governos e a mídia fazem, apartam os fatos dos interesses econômicos do capital, da política e inculcam, recalcam no inconsciente coletivo uma lógica perversa inócua, apagando os traços, o corte real da natureza dos fatos, prevalecendo o medo na população e reconstituindo o poder coercivo do Estado sobre a sociedade, se reposicionando de forma neutra e como defensor supremo da sociedade democrática. Triste fantasia! Que se aguce o senso critico, descobriremos que a crueldade maior é a falta de capacidade da África e do Oriente Médio reagir, resistirem e fazerem frente contra os interesses do capital, por duas claras ações dos imperialistas: a primeira é a conivência das elites de cada país da região através de seus governos. A segunda: aqueles que se recusam conciliar, o poder militar dos EUA e UE os depõem à força colocando títeres governantes a serviço do grande capital, como foi no Iraque e na Líbia. Assim caminha a humanidade. Enquanto isso vemos uma época onde neutros, apolíticos e apartidários colocados nas suas cômodas prateleiras do mercado, dizendo que não tem nada a ver com isso. Mas, a realidade, não tarda a hora, delineia desdobrados movimentos com direção certeira, vem para atingir suas lentas romarias de alienação.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

O PROJETO DE SARTORI JÁ ARMOU A TÁTICA E A ESTRATÉGIA PARA AS PRIVATIZAÇÕES: DIFAMAR OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DIANTE DA OPINIÃO PÚBLICA. (por, Runildo Pinto)

(por, Runildo Pinto)

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori já traçou a tática e a estratégia para privatizar as empresas do ESTADO. O bode expiatório, agora, são os servidores e funcionários públicos. Atrasando os salários cria uma ambiente de terror, na pretensão de polemizar, manchando a imagem do funcionalismo diante da opinião pública. 

O governador prefere responsabilizar os trabalhadores apostando que a população enxergue nestes como aqueles que recebem sem trabalhar, como parasitas do Estado, e esperando que as categorias venham resistir e convocar greves, assim, ao olhos, da população quer demonstrar a insensibilidade do funcionalismo diante da crise.

O propósito do governador é passar por vítima. Pura armação! Essa preferência do governador tem um motivo claro: não responsabilizar aqueles que se beneficiaram, os grandes beneficiários que causaram a dívida, isto é: os setores da tal "livre iniciativa ou iniciativa privada".

Se o pagamento de uma parcela do salário do mês de julho de R$ 2100 reais for paga no inicio de agosto e depois a segunda em meados do mesmo mês e a terceira parcela no final. Isto quer dizer que o salário do mês de agosto não será pago? Vai ser protelado para quando?

Esse processo desencadeado pelo governador tem endereço certo, convencer a população rio-grandense de que o ESTADO é inviável sem as privatizações, PDV's e PDI's. A armadilha para mais uma enganação está armada. Algum eleitor do Sartori pode dizer algo em contrário?

O funcionalismo rio-grandense não deve aceitar esta situação, este descalabro, tem que reagir, tomar frente diante das arbitrariedades do governo Sartori. Resistir e lutar, não permitir às privatizações e a precarização das carreiras e dos salários.

Este filme nós já vimos e, é um tremendo abacaxi grego. Resistir é fazer a unidade que fortaleça todos os setores do funcionalismo e por uma GREVE GERAL, com propósitos bem claros para a população rio-grandense. Se tiverem medo do enfrentamento não vão convencer ninguém, vão capitular.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

SARTORI SEMPRE TEVE PROJETO. ANTES, DURANTE E DEPOIS DAS ELEIÇÕES: UM GOLPE BEM DADO NA POPULAÇÃO RIO-GRANDENSE.

Por, Runildo Pinto


Temos que nos dar conta, a ingenuidade política é comumente “compreensiva” por parte de certas pessoas, e não pode referenciar, o horizonte da política implementada pela presidente dilma e por exemplo, governos como o de sartori no RS e beto richa no Paraná.

A saber, temos que ter em conta, o Estado no capitalismo só serve para reproduzir o capitalismo, mais nada. Assim aqueles que acham que o governador sartori não tem projeto e/ou está tentando resolver os problemas financeiros - endividamento do Estado estão redondamente enganados: sartori tem projeto, só o ignorou da população nas eleições, e o outro engano é que não está a resolver o problema da dívida do Estado, mas sim aproveita para, através da dívida, repartir as empresas do Estado com os grandes empresários brasileiros e internacionais.

Para isto, precisa repassar a conta para a classe trabalhadora e aos pequenos empresários. Nesse sentido o Estado está cumprindo seu papel de reproduzir mais capitalismo e precisa se apoiar nos grandes empresários, que não se manifestam em nenhum momento contra o projeto, pelo contrário se reúnem com sartori para elaborar como levar a cabo a rifa, a forma de sortear as empresas do Estado, para aqueles que serão os privilegiados a participar desse rateio.

Sartori não tem intenção de fazer as empresas do Estado realizarem serviços de qualidade à população, mas sim fazer delas mercadoria para os lucros do setor privado, que vai fazê-lo de modo a quem pode pagar pelos serviços. Assim, o projeto se viabiliza e o Estado cumpre seu papel de tirar a sua intervenção na saúde, educação, distribuição da água, energia e serviços essenciais à população.

Obviamente que as contradições, nesse Estado neoliberal, vai ser a de não se responsabilizar pelos resultados para quem não pode pagar pela água, por exemplo. A intervenção do Estado vai ser a de criar as “agências reguladoras”, que como já vivenciamos, sempre sai em defesa dos interesses das empresas privadas, no máximo regula algumas questões tangencias e que acaba burocratizando a vida e efetivando regras que agilizam a circulação dos serviços como mercadoria, o que cria muitas dificuldades de acesso por conta da eficácia do mercado, não levando em conta as necessidades da população, reduzindo a margem de direitos e satisfação das necessidades fundamentais da população, principalmente da população pobre que fica desassistida.

Importante entender que o mercado nesse contexto não se interessa e não vê fonte de lucro nesse setor, portanto são serviços de acesso plenos a quem tem como pagar, para quem pode pagar; este sim estão habilitados aos serviços. Levemos em conta que apenas 33% da população brasileira participam do mercado de consumo e atenção a classe média está em torno de 60% endividada.

Quando sartori fala que está saneando o Estado para poder investir, a pergunta a ser feita é: se o Estado vai privatizar, onde ele vai investir? Uns vão dizer: na educação, na saúde. Enganam-se! A saúde e a educação estão sendo sucateadas para ser entregues a iniciativa privada via PPP - Parcerias Público Privadas, mais privada do que pública. Sartori quer dizer que o Estado vai investir nas empresas privadas, o que já está implícito em seu projeto de privatizações e nas PPP's, tirando o compromisso do Estado com serviços importantes para os rio-grandenses.

O governador sartori não diz qual as origens da dívida, porque não interessa responsabilizar os beneficiados, não diz onde foi o dinheiro das privatizações do desgoverno britto. E para completar, contratou uma consultoria de 23 milhões junto ao grupo GERDAU, que deve aos Estado 4 bilhões. Por que será? Se a divida é do Estado e quem tem que fazer auditoria são os poderes constituídos como o Tribunal de Contas e/ou PGE - Procuradoria Geral do Estado e até a FEE - Fundação de Economia e Estatística do RS. Deu para a GERDAU para esta dar o parecer, a viabilidade dos interesses privados. Aqui prevalece a máxima: o Estado no capitalismo é tutelado por uma classe e esta classe é a burguesia. Dá para entender?

Esse é jogo de interesses não fica explicito para a maioria do povo. E eles vem com a conversa de que, “AGORA o Brasil e o Rio Grande do Sul só gastam o que arrecadam”, isso é mais uma demagogia diante da crise que foi empurrada com a barriga durante e depois da quebra da bolsa de valores em 2008 no EUA.

Lembram da marolinha do lula? A marolinha era um tsunami. Para arejar a memória, é preciso compreender que a dívida pública do Brasil quando lula assumiu em 2003 era de 600 bilhões e depois só veio crescendo como o reformismo desenvolvimentista despejou dinheiro para as empresas privadas e banqueiros de várias formas (a mão invisível do mercado), com a marolinha extrapolou e, hoje, está na casa do 3 trilhões. Com relação a esse corte de 69 bilhões no início do segundo governo dilma, mais o corte de 8,9 bilhões de julho de 2015, parece ser o resultado do caprichoso investimento que resulta de um cálculo muito próximo a soma da COPA DO MUNDO DE FUTEBOL + OLIMPÍADAS/2016.

Portanto, os argumentos soam como um mar de demagogias e que mais uma vez quem paga a conta é a saúde, educação (já tão degradadas), salários, o emprego, quebra de milhares de pequenas e médias empresas, retirada de direitos, inflação, aumento da gasolina, energia elétrica. No final das contas quem realmente ganha são os grandes capitalistas, as grandes corporações nacionais e internacionais e quem paga a conta são os trabalhadores. Dilma e Sartori fazem o mesmo jogo e os segundo tem respaldo para suas desculpas no primeiro, isto resulta em mais jogos de enganos no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

REDUÇÃO DA IDADE PENAL: O PONTO NEVRÁLGICO NÃO É A SEGURANÇA.

Por Runildo Pinto

A redução da idade penal tem dois pontos de interesse fundamentais. O primeiro é a criminalização da pobreza e o segundo está no interesse capitalista em fazer da população prisional negócios lucrativos. 

Com a redução vem embutida uma visão neoliberal de fazer de todas as instâncias da vida social mercadoria, negócios altamente lucrativos. 

O Estado vai construir presídios e privatizá-los e ou contratar consórcios privados nacionais e internacionais que construa e os administre. Esse é o ponto fundamental das propostas conservadoras encampadas pelos neoliberais e pelo parlamento brasileiro que prepara o campo para uma ingerência do capital internacional em todas as capilaridades da sociedade brasileira, de forma gerar o maior lucro possível.

O BRasil prepara através do "tal ajuste econômico" do governo do PT, do parlamento e num ato contínuo, a conspiração de fora e por dentro para ascensão do PSDB ao governo federal (não é por acaso que o primeiro presídio privado do país foi inaugurado em Minas Gerais)*, o que vai acelerar a entrega dos nossos recursos naturais, criando um espaço mercadológico amplo, geral e irrestrito; principalmente para beneficio dos EUA que vem atacar a biodiversidade, petróleo, água e etc... Impor a lógica do capital predador para satisfazer suas necessidades de domínio mundial e manter a produção que carece de matérias primas em um pais que já poluiu tudo, que gasta em torno de 25 milhões de barris de petróleo dia e produz 6 milhões de barris dia, em declínio e possui a maior população carcerária do mundo - a cada 100 (cem) pessoas nos EUA, 1 (uma) esta na prisão privada. 

A conclusão dessa situação é que devemos nos organizarmos para uma resistência ferrenha para mantermos a dignidade da nossa Pátria. A primeira atitude é combater a nossa burguesia que prepara o terreno para o império do norte usufruir de nossas riquezas e precarizar a vida no Brasil. A segunda luta, tão fundamental como a primeira, é termos o espírito internacionalista e lutarmos pela paz na Colômbia porque é deste país que os interesses dos EUA se irradia para toda a América Latina, "por bem ou por mal". O por "bem", significa a entrega do país aos interesses internacionais, por livre espontânea vontade da burguesia nacional que historicamente é dependente do capital internacional, portanto uma burguesia submissa e entreguista tradicionalmente. Por "mal", vocês podem imaginar o que seja. Nesse sentido, se ficarmos passivos e deixar a burguesia entregar o país, o bicho pega, se resistirmos o bicho come. A dignidade da classe trabalhadora está em jogo aqui, o nosso papel, a nossa ação a construir aqui, fundamental, é o combate contra a burguesia nacional e contra o império norte-americano. Não temos saída. Temos que evitar a barbárie, na luta por civilização. A questão é: civilização ou barbárie.




* foto: em Minas Gerais, o primeiro presídio privado do Brasil.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

MEDIANDO A CONJUNTURA

Por Runildo Pinto
Marx é genial, não foi só porque ele disse que onde há trabalho assalariado há exploração. Marx é genial porque tendo descoberto isso, cria a AIT - Associação Internacional de Trabalhadores, com um bando de reformistas do lado dele, os caras não queriam destruir o capitalismo, queriam reduzir a jornada de trabalho e quando se conquista, a redução para 8 horas diárias, sabe o que ele escreveu? Escreveu: "essa é a primeira vitória da economia política do proletariado, do trabalho sobre a economia política do capital. E ele obviamente que a exploração do capital sobre o trabalho continuava. Ele foi grande porque foi capaz de vincular as suas descobertas teóricas com uma ação política POSSÍVEL. Marx foi aquele que descobriu na realidade que onde há trabalho comandado pelo capital, há trabalho explorado e trabalho alienado, é o mesmo Marx que foi a AIT, sentou ao lado de descarados reformistas e saudou, a legislação que limitava a exploração, a primeira vitória da economia política do trabalho sobre a do capital. Temos que ter uma exigência teórica mais rigorosa possível, mas a ação política é mediada pelas possibilidades de conjuntura. (José Paulo Netto)

Baseando -se nisto podemos afirmar o reformismo do PT, não representa nenhum avanço contra a exploração e para a organização dos trabalhadores enquanto classe, cabe a realidade a impossibilidade de qualquer mediação à esquerda com esse projeto estruturado no Consenso de Washington. O PT pautou a sua política pela aliança com a direita e para governar como parlamento burguês. Descrevendo às praticas políticas neoliberais foi conivente e ao mesmo tempo implementou junto a garantir legislação que as impõe sobre a sociedade, o PT sustentou e sustenta contra os interesses da classe trabalhadora, o seguinte: manteve as desregulamentações de profissões, manteve o banco de horas como uma legislação contra a classe trabalhadora, manteve todas as privatizações - privatizou, terceirizou, precarizou direitos, manteve a flexibilização das leis trabalhistas e contribuiu para que isso se ampliasse. Retirou direitos, desqualificou a educação (contra-reforma da educação) para privilegiar os interesses e o lucros dos empresários privados da educação sob o manto das cotas e do prouni, a pesquisa nas universidades públicas sob o jugo dos grandes empresários nacionais e das corporações internacionais, isto é a mercantilizarão da educação, na disseminação de faculdades de esquina por todo o país. Desqualificou a saúde com a ampliação da sua mercantilização, o transporte coletivo no mesmo rumo, não fez reforma agrária. Aparelhou os movimentos sociais para serem instrumentalizados pelo governo do PT com objetivo de impor uma conciliação de classes e as consequências disso foram a despolitização e a desmobilização. É evidente essa repercussão no movimento sindical onde se proliferou inúmeras Centrais Sindicais, na sua maioria de oportunistas de olho nos fundo de pensão, é clara a fragmentação na classe. A saber, no final das contas o PT fez das demandas dos trabalhadores mercadoria, a política econômica veio em uma crescente capitulação aos interesses conservadores da burguesia nacional dependente do capital internacional. Para finalizar a corrosão do salário mínimo com essa política economia empenhada pelo governo dilma.

Nesse sentido, é necessário aqui e agora ponderar, qual a viabilidade, a margem de mediação que poderia orientar para um política do possível e que possibilite vitórias para a classe trabalhadora. Está claro que não é pela via de apoio ao PT e seu governo. O PT não deixou margem para a unidade, dentro da diversidade da esquerda, pelo contrario, criou as condições por hegemonia, para isolar e impedir o crescimento da esquerda, pelo seu descompromisso com a classe trabalhadora e seu compromisso com a burguesia. O Pacto Social imposto a goela abaixo da classe trabalhadora, desqualifica e mais impossibilita qualquer mediação coerente na conjuntura que se desdobra desde o ano 2000. O PT apostou no crescimento econômico como forma de inclusão, num cenário de crise na América do Norte e na Europa, o que é complicado, ainda mais depois da queda da bolsa em 2009. Só que o PT subestimou a crise e a conjuntura apostou no desenvolvimentismo mesmo vendo que o barco tenha começado a fazer água com a marolinha, foi empurrando com a barriga a dívida interna, inflação, alta dos juros, PIB estagnado e sem perspectiva de crescimento, tudo dentro da perspectiva da balança comercial em seus déficits. Obviamente que apostar no projeto desenvolvimentista desvinculado de garantia de ganhos contra a exploração foi um tiro no pé, mas esta é a natureza do PT, é neoliberal.

Assim, o PT não deixa margem de apoio pela esquerda, não justificando à esquerda seguir o exemplo de Marx quando da conquista da redução de jornada de trabalho pela AIT. Aqueles reformistas que o rodeavam não queriam destruir o capitalismo, mas queriam reduzir a exploração do capital sobre o trabalho, e era o possível naquela conjuntura, naquele momento e dava sentido de classe na luta pela conquista, sentido organizativo da classe e a percepção do inimigo de classe. No caso do PT o que aconteceu foi uma capitulação. Do PT não sobra nada para a classe trabalhadora. Os movimentos sociais tem que tomar outros caminhos. Há que surgir novas vanguardas para esse novo caminho, o espaço para uma nova conjuntura vem se abrindo, a sociedade está indo para a rua, cabe a esquerda apreender este objeto em movimento.

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira