sexta-feira, 5 de setembro de 2008

CUBA - XIII Convención y Feria Internacional Informática 2009


Sea usted bienvenido al sitio Web de la Convención y Feria Internacional de Informática. Su XIII edición se realizará del 9 al 13 de febrero de 2009, en el Palacio de Convenciones de La Habana y en el recinto ferial Pabexpo, con el lema "Nuevas Tecnologías: desarrollo y soberanía", con el objetivo de promover los adelantos científicos, nuevas tecnologías y novedades del sector. No se pierda esta oportunidad de adquirir conocimientos, intercambiar experiencias y afianzar la amistad entre los pueblos.

La Convención es el conjunto de 14 eventos temáticos que se celebrarán de forma simultánea en la misma sede. El delegado podrá participar en las actividades del programa científico que sean de su interés.

Objetivos

  1. Estimular la actividad de investigación desarrollo e innovación tecnológica en el campo de las Tecnologías de la Información y las Comunicaciones e intercambiar sobre el rol que deben jugar las mismas en la convergencia del conocimiento.
  2. Propiciar el intercambio de experiencias sobre el uso de las TIC en la salud y la educación en beneficio de la comunidad.
  3. Intercambiar información especializada en las esferas de las telecomunicaciones, informática aplicada, electrónica, automatización, comercio electrónico y geomática.
  4. Difundir conocimientos y experiencias que mejoren la productividad y la calidad en el desarrollo del software.
  5. Incentivar el uso y desarrollo de tecnologías de código abierto.
  6. Evaluar, desarrollar e implantar estrategias y acciones que contribuyan a la seguridad de las redes de telecomunicaciones y tecnologías de la información.
  7. Desarrollar, dentro de la voluntad integracionista del área, alianzas estratégicas que ayuden a reducir la “Brecha Digital”.


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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A esquerda no limiar do século XXI



— um livro importante de Marta Harnecker

Por Miguel Urbano Rodrigues




Há muito que não lia um livro que me empurrasse para uma meditação tão profunda e complexa. Mas não é fácil definir a impressão por ele produzida. A palavra assombro talvez seja adequada. Não esperava nada daquilo quando iniciei a leitura. O desafio, entretanto, figura no titulo: "Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI " (1)

Como definir o gênero da obra? Trata-se simultaneamente de uma reflexão sobre acontecimentos da história contemporânea; de um ensaio político; e também de um manual para a acção revolucionária. O conteúdo está à altura do título. Na capa figura uma informação incomum: versão preliminar.

Porquê? A autora explica na introdução: esta edição é o resultado de diferentes versões que incorporaram ideias e sugestões de amigos e companheiros. Admite que da ampliação e aprofundamento dos temas tratados possa resultar «uma obra colectiva de grande envergadura e utilidade para a militância, tarefa a empreender em Cuba, onde estão as melhores fontes e condições para realizar esse trabalho». Em determinado «momento — esclarece — colocou-se-me o dilema de prosseguir durante uns anos aprofundando e ampliando o trabalho ou publicá-lo no estado atual, como um trabalho preliminar, inacabado, que servisse de instrumento para provocar o debate e me permitisse receber contribuições de muita gente, de muitos militantes que talvez não estejam dispostos a escrever, ou não saibam como fazê-lo, mas disponíveis com prazer para a discussão de um material já estruturado. Acabei, finalmente, por me inclinar para esta ultima opção e isso é o que apresento aqui, esperando poder publicar algo mais definitivo dentro de um ou dois anos. Numerei os parágrafos para facilitar as correções e sugestões». São 774 os parágrafos deste livro preliminar, simultaneamente ambicioso e modesto.

Marta Harnecker (MH) afirma que o seu livro diz respeito «à esquerda latino-americana e aos seus desafios atuais». Mas o seu trabalho transcende essa meta: interessa a toda a humanidade progressista, sem distinção de continentes, nacionalidades e opções partidárias.

A Primeira Parte é uma síntese de acontecimentos importantes que tiveram peso na história da América Latina (e não só ) desde a vitória da Revolução Cubana.
Na Segunda Parte, a autora procura iluminar o mundo da transição do milénio tal como o vê e sente no âmbito da revolução técnico-cientifica instrumentalizada pela globalização imperial e pela imposição do neoliberalismo como sistema hegemónico num contexto em que o controlo da informação proporciona um poder imenso.
Na Terceira Parte MH reflete sobre a posição em que se encontra a esquerda, mergulhada numa crise teórica, programática e orgânica. Assumindo a herança de Marx e reivindicando a atualidade do seu pensamento, a autora aborda a questão fulcral de uma alternativa ao neoliberalismo. Com modéstia, traz ao debate em torno da esquerda algumas ideias que lhe permitam reorganizar-se e enfrentar em melhores condições os grandes desafios do século XXI.

A palavra esquerda é em si mesma —ela não o desconhece — uma fonte de equívocos. Mas não há outra tão breve e útil para o debate que possa englobar o conjunto de forças e cidadãos progressistas que, a nível planetário, condenam a exploração do homem, repudiam o neoliberalismo e a sacralização do mercado e rejeitam o projecto de sociedade hoje imposto à humanidade.

Perguntará o leitor do "Avante!", não sem motivo, onde está aquilo que diferencia este livro de dezenas de outros sobre a mesma temática?

Em primeiro lugar no poder e na técnica da comunicação. A reflexão de MH sobre o passado recente e as sínteses a que procede bem como a muito cautelosa meditação em torno dos caminhos a percorrer (na busca de respostas à pergunta que fazer?) não são acadêmicas. Um dos segredos da autora consiste na fórmula que lhe permite utilizar uma linguagem extremamente simples, acessível a trabalhadores sem cultura para tratar temas muito complexos. Ela demonstra mais uma vez que as grandes questões que condicionam o futuro da humanidade podem ser tratadas, com rigor metodológico e alto conteúdo, como se fossem assuntos da vida quotidiana.
A estrutura do texto é inabitual, por simples. Impressiona a secura da linguagem. O discurso, quase sem imagens, é despojado de metáforas, frio na forma. O estilo está, afinal, na sua aparente ausência.
Outra das originalidades do livro é a forma como MH utiliza a documentação: No espaço de 143 páginas maneja uma bibliografia torrencial. Evitando sempre que possível intervir de maneira ostensiva, evitando interpretações subjectivas, ela transcreve, em centenas de parágrafos, trechos de diferentes autores que ora informam sobre a história, ora clarificam grandes problemas em debate, ora contribuem para uma melhor iluminação da sinuosidade das estratégias neoliberais, ora ajudam o leitor a caminhar pela sua mão no terreno movediço da procura de alternativas, ora o mergulham num mundo de indagações sobre a idéia de revolução, as relações entre organizações de vanguarda e o movimento popular e as motivações e formas da militância .

A seleção dos autores e dos trechos transcritos é obviamente fundamental no desenvolvimento desta obra atípica. Mas isso não significa que MH esteja sempre de acordo com as opiniões que cita. Com alguma freqüência servem para evidenciar discordâncias. Na fusão do que dizem autores muito diferentes e do que ela, MH, vai tentando colocar no tabuleiro em que as ideias são movidas como peças de xadrez, o livro adquire, pouco a pouco, uma estrutura sólida, torna-se lição e projecto.

MH confessa na Introdução que as leituras feitas para aprofundar os temas, em vez de a tranquilizarem a foram angustiando cada vez mais. O cepticismo e o catastrofismo da maioria dos historiadores e cientistas sociais contemporâneos tendem a apagar a esperança e a conduzir ao desespero, ou pelo menos a uma atitude de passividade como a de Eric Hobsbawm, um grande historiador que olha hoje para o mundo atual como se este fosse a estrela Sirius.

O leitor já terá compreendido que o livro de MH é polêmico do começo ao fim. Não vejo nisso defeito, mas uma virtude. Estamos, para mal da humanidade, pouco habituados a que a maioria dos intelectuais, num tempo dominado pelo poder da sociedade informacional (2), cultive a virtude revolucionária da autenticidade.

Talvez por isso mesmo, a Terceira Parte do livro, estuário natural das duas anteriores, é simultaneamente a mais importante e de certa forma a sua justificação, embora tenha sido a mais dolorosa para a autora e a mais difícil, porque a esquerda, no limiar do século XXI não se encontra em boas condições para enfrentar os grandes desafios resultantes da hegemonia desumana do neoliberalismo e do pensamento único. Essa esquerda, perplexa (e de fronteiras fluidas) tem pouco de gratificante a oferecer, e naquilo que pede — a revolução das mentalidades — esbarra em obstáculos mal estudados e em tendências imobilistas enraizadas.

MH não acredita que se possa compreender o mundo contemporâneo e partir daí para a busca de alternativas viáveis sem que a análise da realidade recorra ao instrumental cientifico de Marx não apenas como sociólogo e economista, mas sobretudo como historiador. Responsabilizar o marxismo pelo que aconteceu na URSS como faz a propaganda neoliberal é — sublinha — um absurdo tão grande como responsabilizar uma boa receita de cozinha quando o pudim se queima no forno.

Ninguém melhor do que Marx, insiste, elaborou uma critica tão profunda e acertada do capitalismo da sua época, ninguém como ele «foi capaz de vislumbrar para onde caminhava a humanidade submetida às relações capitalistas de produção». De certa maneira, ele «previu com um século de antecipação o processo de globalização que o mundo está a viver hoje».

Nas páginas de «La Izquierda en el umbral del siglo XXI», MH ilumina bem o caráter monstruoso do projecto neoliberal e do funcionamento das engrenagens de uma sociedade concebida para minorias onde o poder informacional desempenha um papel decisivo. Mas vai muito mais fundo do que o fizeram recentemente autores como Ignacio Ramonet e Viviane Forrester em livros de grande êxito editorial.

Porquê?

Ela não escreve como espectadora angustiada. A sua perspectiva é a de alguém que dedicou a vida ao trabalho militante da transformação revolucionária da sociedade. Não pode assim permanecer apenas no terreno do diagnóstico da crise civilizacional.

Creio que comunistas e progressistas de muitas tendências vão ler com emoção — discordando muitas vezes, porque o livro, repito, é sempre polêmico e desafiador — o que ela escreve sobre temas como os instrumentos políticos adequados aos novos desafios, os diferentes tipos de militância, o centralismo democrático na era neoliberal, os espaços para debate, a democracia nos partidos revolucionários, os quadros de direção, a relação entre partido e sindicatos e partido e massas, e os desafios no terreno eleitoral e na esfera institucional.

Incluo-me entre aqueles que consideram ser hoje muito mais difícil a opção revolucionaria do que noutras épocas, ao longo dos últimos dois séculos, porque tanto a atual geração como as próximas tem consciência de que não serão protagonistas de rupturas sociais que concretizem os ideais do socialismo.

Num encadeamento de idéias e factos fascinante, movendo-se de Marx a Fidel, de Lenine a Gramsci, de sociólogos da esquerda contemporânea a teóricos do neoliberalismo, entre as vitorias de movimentos revolucionários e derrotas do presente, MH, usando a palavra como pá e picareta de uma arquitetura simultaneamente simples e elaborada, empurra-nos sempre para o palco do grande desafio à imaginação e ao trabalho político: o que fazer ?

Não traz naturalmente propostas de soluções. Chama a atenção para muitas questões esquecidas ou subestimadas, ajuda a refletir na busca de caminhos, o que é muito, até porque não carrega certezas.

Nas últimas páginas recorda palavras de um grande revolucionário por as julgar adequadas à compreensão das dificílimas lutas que as forças progressistas terão de travar na próxima década: «para o verdadeiro revolucionário, o maior perigo, talvez o único, é exagerar o revolucionarismo, ignorar quais são os limites em que métodos revolucionários são adequados e eficazes». São de Lenine essas palavras, de enorme atualidade não obstante o contexto ser muito diferente daquele em que foram proferidas.

A nossa época é de desalento e confusão, de esperanças frouxas. Por isso mesmo é preciso ter sempre presente que as reformas pela via institucional não podem resolver problemas que exigem soluções revolucionárias. Mas com a atual relação de forças é também indispensável estar consciente de, perante a impossibilidade de assalto ao poder pela via insurrecional, não podemos abdicar da luta por reformas cujo conteúdo e alcance são incompatíveis com a lógica da engrenagem neoliberal.

Valorizando experiências muito importantes na área do Poder Local em cidades governadas por partidos de esquerda, MH alerta-nos para o trabalho pouco lembrado mas criador, que se pode desenvolver— a nível nacional — entre o terreno do legal e do ilegal, num campo que define como alegal, isto é, que abrange iniciativas que não são legais, mas também não são ilegais .


O livro de Marta Harnecker é sobretudo dirigido às esquerdas latino-americanas; mas tem, repito, valor universal. O belo antetítulo é esclarecedor. Os progressistas de todos os continentes compartilham o objectivo: tornar possível o impossível. Todas as revoluções orientadas para a construção de uma sociedade sem explorados têm de lutar contra o impossível aparente.

Será positivo, creio, que o livro de Marta Harnecker seja lido pela gente progressista de Portugal e que da terra do 25 de Abril lhe cheguem também sugestões que a ajudem a transformar em definitiva a versão preliminar .

Uma revolucionária chilena

Marta Harnecker é uma revolucionária de larga trajetória. Tornou-se famosa no final dos anos 60 quando, jovem, publicou um livro, "Os conceitos fundamentais do Materialismo Histórico" que cumpriu na América Latina o papel que a obra de Politzer desempenhou na Europa. Até hoje vendeu aproximadamente um milhão de exemplares (a editora Siglo XXI lançou 5l edições).
MH foi uma grande divulgadora do marxismo na América Latina. Muita gente que, pela complexidade do texto, resistia a ler "O Capital" sentiu-se atraída para o comunismo pela mão de Marta. O seu nome andava de boca em boca durante o governo da Unidade Popular. Na época ela militava no Partido Socialista (uma organização marxista que não se assemelhava minimamente à social democracia européia).
Não a encontrei nessa época no Chile. Creio que me parecia então um pouco esquerdista. Não lera com suficiente atenção os seus trabalhos. Somente vim a conhecê-la agora, em Havana, onde dirige o Centro de Investigações Memória Popular Latino-americana (MEPLA), uma ONG mobilizada para a recuperação da memória nevoenta de um continente imperializado. MH reside em Cuba desde o golpe de estado de Pinochet em l973. Chilena de origem alemã é uma mulher alta, loura, com uma figura elegante e uma distinção natural incomum. Não perdeu o doce sotaque chileno.
Conheço poucas pessoas que vivam como ela de modo tão absorvente para a transformação revolucionaria da vida. E, contudo, ela o faz na recusa de tudo o que possa desumanizar a maravilhosa aventura da existência individual. "O objectivo da revolução social — recorda — não é somente lutar para sobreviver, mas transformar a forma de viver". Por isso mesmo considera indispensável penetrar «no mundo da moral e do amor, a transformação directa e quotidiana do modo de viver, pensar e sentir».
Fazendo da teoria pratica, MH é uma pessoa realizada também no plano afetivo. Seu marido, Manuel Piñeiro — o famoso comandante Barba Roja da Sierra Maestra, há dias falecido num desastre de viação, era uma personagem carismática da Revolução Cubana. Tem uma filha de l8 anos, Camila, que tornou sua a mundividência dos pais .
Psicóloga, autora de vídeos originais sobre experiências comunitárias em Cuba, no Brasil, na Venezuela e no Uruguai, Marta Harnecker aparece aos leitores como uma socióloga não acadêmica que faz da militância, como intelectual revolucionária, um acto de coerência e de amor, no grande combate que deve ser a vida.

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(l) - Editado pelo Centro de Investigaciones Memoria Popular Latinoamericana; La Habana, Cuba, l998
(2) - A expressão sociedade informacional parece ter sido criada pelo sociólogo espanhol Manuel Castells, (La Era de la información: la sociedad real, vol I, Alianza Ed, Barcelona) repetidamente citado por MH. A sociedade informacional seria uma forma especifica de organização social na qual a geração, o processamento e a transmissão da informação se convertem nas fontes fundamentais da produtividade e do poder.


«Avante!» Nº 1269 - 26.Março.98

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Entrevista coletiva" de blogueiros/as com o Boca de Rua

Enviado por Nanda Isele G. Duarte - Jornalista Boca de Rua


O inverno é o inferno para os moradores de rua de Porto Alegre – o tema é recorrente manchete no jornal Boca de Rua. Só nesse inverno que agora está por findar-se, o jornal perdeu três saudosíssimos integrantes: Jerri, Marcelo e Marko. Tantos outros moradores de rua morreram por aí, e ficamos sabendo de ouvido, da impressão que alguém teve ao cruzar uma esquina e ver o corpo, ou o burburinho.
Nos jornais da imprensa corporativa, nem uma linha sobre os problemas dos moradores de rua. Mas tem até manchete na capa sobre o problema que é o morador de rua: constrangimento para a classe média motorizada na sinaleira.

Para quem está interessado em ir mais fundo na questão, convidamos para uma conversa franca com os integrantes do Boca de Rua, uma espécie de "entrevista coletiva". Nessa quinta-feira (4/9), às 14h30min, na sede do GAPA (Rua Luiz Afonso, 234), eles vão inverter as posições com as quais estão acostumados na produção do jornal e serão os "entrevistados": a idéia é que blogueiros/as e afins sejam os questionadores e, posteriormente, os difusores do que for discutido.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Lições da NEP soviética para "Economia socialista de mercado" da China Popular


por Thomas Kenny [*]

Escritores marxistas ocidentais de vários pontos de vista asseveram que a Nova Política Económica (NEP) prenunciou a economia socialista de mercado (ESM). Um escritor observou: "A ordem social que actualmente se considera válida na China apresenta-se como uma espécie de NEP gigantesca e expandida" (Losurdo 2000, 498). De forma semelhante, um panfleto recente dos comunistas britânicos comparou a China dos dias actuais, com sua economia socialista de mercado, ao NEP da Rússia Soviética na década de 1920. "Em defesa do NEP, Lenine elaborou muitos dos mesmos pontos que Deng Xiaoping e representantes do Partido Comunista Chinês elaboram hoje... Naturalmente, a China no último quarto do século XX não era a Rússia no primeiro quarto. Mas as suas crises apresentam sintomas semelhantes. E os seus remédios assemelham-se fortemente um com o outro" ( China's Line of March 2006, 32). [1]

Este meu documento partilha a visão de que a NEP é na verdade uma precursora da ESM. Chego à conclusão, no entanto, não de que a NEP fosse o êxito, o precursor abortado da ESM, mas ao contrário de que a NEP conta-nos antecipadamente as contradições e limites da ESM. [2]

NEP e ESM: essencialmente o mesmo

Ironicamente, podem-se encontrar eminentes economistas chineses a negarem a conexão entre a NEP e a ESM, ou pelo menos relutantes em afirmá-la. Um economista chinês representativo [da tendência] pró-mercado, o falecido Xue Muqiao, enfatizou a dissemelhança entre a NEP e a ESM. [3] Tal dissociação é pouco convincente. A NEP é semelhante a ESM em todos os aspectos chave. Na finalidade e no conteúdo de classe a NEP e a ESM são o mesmo: aumentar a riqueza de uma classe trabalhadora, como estado socialista, por um política que tornava necessário o crescimento de novas classes objectivamente hostis à construção socialista. Suas principais políticas são as mesmas. Ambas promovem mecanismos de mercado, propriedade privada, competição, integração na economia capitalista externa. Seus resultados seguiram a mesma sequência. Ambos, após o êxito inicial, entraram numa crise porque eram auto-contraditórias. Em teoria, eram as mesmas. Elas avançaram e cumpriram a restauração das forças produtivas deslocando-se para trás, para relações capitalistas de produção historicamente ultrapassadas, discordantes dos objectivos socialistas de um estado dos trabalhadores. Finalmente, as suas crises foram as mesmas, como veremos abaixo. [4]

Fundamentos da NEP

Recordemos o que foi a NEP. Em Março de 1921, após a rebelião do Kronstadt contra políticas bolcheviques, o 10º Congresso do Partido Comunista Russo reuniu-se e ouviu Lenine argumentar em favor de um novo rumo na política soviética. Lenine argumentou a favor do que denominou "capitalismo de estado" a ser realizado nas seguintes formas: (1) joint ventures com o estrangeiro e mesmo propriedade estrangeira de empresas ("concessões"); (2) cooperativas baseadas nos princípios de mercado; (3) a utilização de comerciantes capitalistas, bem como administradores económicos e especialistas técnicos treinados em métodos capitalistas de gestão e organização; e (4) o arrendamento (leasing) de empresas de propriedade estatal e de recursos naturais tanto a capitalistas estrangeiros como internos. As empresas estatais, as quais controlavam os "níveis de comando", eram auto-suficientes e operavam no princípio dos lucros e perdas, abastecendo-se elas próprias dos seus próprios activos circulantes (Sargis, 2004).

Por que acabou o NEP?

A maior parte dos partidários do socialismo, incluindo este autor, encara a NEP sob uma luz positiva, como um expediente de curto prazo que teve êxito ao ajudar a Rússia revolucionária a sair de uma crise económica. Lenine demonstrou-se correcto: depois de o livre comércio nos cereais ter sido restaurado, a NEP logo teve êxito. Mas no fim da década de 1920, contudo, a NEP terminou porque estava a aprofundar a crise, não por causa dos poderes arbitrários e excessivos de Staline, como é muitas vezes apregoado. [5] Múltiplas crise levaram a liderança soviética a terminar a NEP. [6]

A NEP trouxe mais cereais para as cidades (isto é, aumentou as forças produtivas) ao aumentar os incentivos para os camponeses, especialmente os camponeses ricos (kulaks), com base nos antigos incentivos embutidos nas velhas relações de produção. Mas as mesmas relações de produção pré-revolucionárias restauradas pelos bolcheviques concederam aos kulaks o poder de retirar cereais do mercado na esperança de [obterem] preços mais elevados. A NEP então restaurou rapidamente o vínculo camponês-trabalhador, mas ao custo do fortalecimento dos inimigos de classe internos — os kulaks e "NEPmen" [7] — e objectivamente deu-lhes, especialmente aos últimos, cada vez maior poder sobre o ritmo da construção socialista. Portanto, a curto prazo, a NEP apaziguou o campo mas a prazo mais longo fortaleceu inevitavelmente as classes opostas à construção socialista. Além disso, alienou a classe social para a qual o sistema é suposto funcionar, a classe trabalhadora.

O estado soviético lutou arduamente para enfrentar as contradições, mas elas não podiam ser eliminadas. Elas tenderam a agudizar-se ao longo do tempo. Aumentaram as desigualdade sobre a terra e os desequilíbrios na indústria. A possibilidade do crescimento rápido da indústria pesada socialistas recuava. Formas de consciência social que levavam à confusão e retrocesso ideológico atingiram o interior do Partido e ameaçavam a sua unidade. [8] A corrupção floresceu. [9] Em 1921-28, o imperialismo utilizou a NEP, embora de forma limitada, para intervir nos assuntos soviéticos. [10] O fortalecimento económico da pequena burguesia levou o crescimento do nacionalismo pequeno-burguês a assumir duas formas: chauvinismo Grão Russo e separatismo nacionalista nas antigas nações subjugadas (Lenin e Stalin, 1979; Stalin 1953, 243–44). Quanto mais o fim da NEP fosse adiado, maior seria o custo de voltar ao planeamento e à propriedade pública. Por volta de 1928 a maior parte dos líderes soviéticos concluiu que ou os kulaks estrangulariam a revolução ou o estado soviético teria de descobrir um meio de cortar o Nó Górdio. A solução foi que: a) O socialismo podia ser construído num país, através da industrialização rápida. b) A industrialização rápida podia ser financiada por rendimentos acrescidos da agricultura através de cooperativas agrícolas e da mecanização. c) Um confronto com os kulaks seria inevitável. d) O crescimento da indústria e da agricultura podia ser coordernado pelo planeamento central (Keeran e Kenny, 2004, 18).

O poder preditivo da NEP

Tal como a NEP, a ESM avançou e efectuou a restauração das forças produtivas através do retrocesso para relações capitalistas de produção historicamente ultrapassadas, discordantes de outros objectivos socialistas a médio e longo do povo da China. Se na verdade a NEP é um padrão para a ESM, que fenómenos seriam de esperar na China? Nós esperaríamos ver — e estamos a ver — o crescimento de forças de classe hostis dentro do país; corrupção do Partido; regressão ideológica; inquietação social; desemprego; desigualdade crescente entre ricos e pobres; desigualdade entre regiões; privações e inquietações rurais; [11] graves condições para os imigrantes das zonas rurais que procuram trabalho nas cidades; abusos nos locais de trabalho, especialmente em firmas controlados pelas corporações transnacionais (CTNs); alienação dos trabalhadores industriais e camponeses pobres em relação ao Partido; declínio dos serviços de saúde e educação (Hart-Landsberg and Burkett 2004, 58–75).

Certas características especiais da ESM tornam a China Popular ainda mais vulnerável ao perigo que chegou a ser na Rússia. A inovação doutrinária da etapa primária de socialismo permitiu, até muito recentemente, uma atitude displicente quanto aos sinais de advertência. A China está muito mais integrada plenamente na economia capitalista mundial, um facto imposto por instituições tais como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Da integração resulta a facilidade de transmissão de choques económicos externos. A China permanece dependente de uma ordem política e militar dirigida pelo imperialismo. A pressão imperialista para desregulamentar o sistema financeiro da China e, mais genericamente, para enfraquecer o controle do estado sobre o conjunto da economia, para "abrir-se", persiste. Se a China procurar corrigir abusos no trabalho em firmas de propriedade das CTNs, estas ameaçam reduzir ou acabar com o investimento no país.

Questões resultantes para a ESM da China

Se esta análise da NEP for correcta, certas questões seguem-se logicamente.

  • Deverá a crise da ESM piorar? A China conseguiu ganhos dramáticos na produção com a extensão das relações capitalistas de produção, a mesma contradição que atormentou a NEP. Durante quanto tempo mais a ESM será sustentável? Na União Soviética em 1928-29, para encerrar a NEP foi necessária uma luta demasiado sangrenta no campo, "uma terceira revolução" na frase de Bukharine. Não será razoável pensar que reverter o rumo na China também exigirá um preço demasiado alto se ela for adiada por "uma centena de anos"? [12] A nova doutrina da "etapa primária do socialismo" a estender-se quase infindavelmente no futuro parece subestimar gravemente a velocidade do aumento de classes objectivamente hostis ao socialismo na China Popular.

  • Quais são as prováveis consequências da ESM na esfera da ideologia? Nos meados da década de 1920 os líderes soviéticos notaram a ascensão do nacionalismo pequeno-burguês. Poderá alguém avaliar o impacto ideológico regressivo da descolectivização e do retorno à propriedade privada sobre milhões de camponeses chineses?

  • Haverá um caminho de desenvolvimento para a China Popular que ofereça uma taxa de desenvolvimento das forças produtivas igual ou ainda mais rápida? Na URSS, no Primeiro Plano Quinquenal, quando a URSS transcendeu a NEP, foram atingidas taxas anuais de crescimento industrial da ordem dos 13 por cento. [13] Uma vez que a construção socialista significa tanto criar relações socialistas de produção como aumentar as forças produtivas, pode mesmo fazer mais sentido aceitar um crescimento mais lento da produção se isto for necessário para dedicar mais atenção a reparar a rede de segurança social e a restaurar o bem estar de trabalhadores e camponeses.

  • Será totalmente inédito que fenómenos de crises inesperada surjam na ESM, fora do controle das autoridades de Pequim? A NEP foi cheia de surpresas. As relações capitalistas de produções na China são extensas. A integração do país no sistema capitalista está avançada. Muitos — incluindo a Wall Street (Kahn 2005; Barboza 2006b) — temem a emergência de um dos maiores males do capitalismo, uma crise cíclica de super-produção, ou na linguagem do negócios, um crash, após um longo boom. Os planeadores centrais em Pequim cederam muito poder à espontaneidade do mercado. [14] Será que ficará em causa a capacidade estabilizadora do estado diante da economia frenética e do impacto brutal de choques externos?

  • Haverá qualquer realismo em supor que o imperialismo concordará numa "ascensão pacífica da China"? [15] A NEP restringiu as "concessões estrangeiras" e confinou o seu comércio exterior em grande medida a trocas de cereais-por-maquinaria pesada. Mas o registo histórico é amargo. Será que a Grã-Bretanha imperialista anuiu à "ascensão pacífica" da Alemanha em 1870-1914? Será que a América imperialista anuiu à "ascensão pacífica" da URSS em 1945-91? A história sugere que a China Popular terá de lutar pelo seu sistema socialista, sua independência nacional e pela paz. O imperialismo é o inimigo de todos os três.

  • Se a ESM significa nova busca da China de integração num mundo de política económica dominado pelos EUA, como pode a China socialista cumprir suas responsabilidades internacionalistas? Deve a China procurar desenvolver-se através da atracção de investimento e competindo no comércio exterior apenas na base dos salários baixos? [16] Os interesses da classe trabalhadora da China não são os únicos em causa. Todos os amigos do socialismo chinês ficaram satisfeitos com os passos recentes para melhorar direitos trabalhistas (Barboza 2006a). Quando a URSS alcançou milagres de produção nos primeiros dois Planos Quinquenais, revolucionários de todo o mundo ganharam ânimo. O dano ideológico para o prestígio do socialismo provocado pela imagem da China — merecida ou não — como "fábrica do mundo com péssimas condições de trabalho" é grande.

Conclusão

É de saudar que a liderança principiada em 2002, perturbada por estes indicadores negativos, esteja a combater mais duramente as consequências danosas da ESM. Este documento, assim espero, acrescenta argumentos, baseados na teoria e na história, aos argumentos daqueles líderes chineses que pretendem ir mais adiante nesta rectificação. O movimento revolucionário mundial sofreu imensas perdas com a destruição do socialismo na Europa e na URSS quase no fim do século XX. O movimento ainda está a lutar para recuperar daquele revés. Tremo ao pensar no desespero que dominará toda a humanidade progressista no século XXI se a subestimação dos perigos inerentes à "economia socialista de mercado" causar danos irreparáveis às realizações revolucionárias da China Popular.

NOTAS
1- Da mesma forma, um académico estado-unidense, AIbert L. Sargis, escreve na revista teórica e de discussão do CPUSA, que a NEP foi "uma economia socialista de mercado em forma embrionica" (Sargis 2004)

2- A comparação de experiências revolucionárias tão remotas no espaço e no tempo como a NEP da Rússia e a ESM da China é certamente apropriada. Exemplo: a Comuna de Paris de 1871 e a Revolução de Outubro de 1917 tiveram lugar em circunstâncias totalmente diferentes. Mas a partir da Comuna Marx fez importantes generalizações teóricas acerca da natureza do poder do estado e das exigências da transformação revolucionária, aplicáveis em outros lugares. Em 1917 Lenine testou-as na prática. Uma abordagem científica da história exige uma pesquisa de tais padrões. "Uma característica fundamental da historiografia anti-marxista é a absolutização do particular, do que é nacionalmente específico... Pois os anti-marxistas temem generalizações... eles evitam cuidadosamente conceitos que sugeririam regularidades no desenvolvimento da sociedade". E. Zhukov, Methodology of History (Moscow: USSR Academy of Sciences, 1983), 56. É o caso do "excepcionalismo americano", um erro ideológico recorrente no movimento da esquerda dos EUA. O "excepcionalismo chinês" é um desvio nacionalista na esfera da teoria.

3- Xue parece pensar que o apoio anterior a 1949 dos camponeses chineses à revolução — tornando desnecessária qualquer NEP pós-revolucinária para restaurar as peias do campesinato — torna a China diferente da Rússia (Xue Muqiao 1981, 3). Xue asseverou:
"Ele [Lenine] avançou a NEP, uma tentativa para controlar a pequena economia camponesa através do mercado pelo desenvolvimento do estado e do comércio cooperativo... A situação na China era diferente". Xue prossegue para declarar que a Revolução Chinesa já havia desenvolvido "cooperativas de abastecimento e comercialização" em zonas libertadas antes de 1949, separando politicamente os camponeses do latifundismo e ganhando-os para a revolução. A não necessidade na China do objectivo político da NEP — recapturar o apoio político do campesinato — é um fraco argumento para a não semelhança entre a NEP e a ESM. Mas Xue está indirectamente e talvez não intencionalmente admitindo que a NEP foi adoptada em condições de necessidade genuína, e que a ESM não era necessária no mesmo sentido estrito. A visão de Xue é uma posição desconcertante para um académico chinês assumir. É bem sabido que Deng Xiaoping estava profundamente interessado em aprender tudo o que podia acerca da NEP junto ao industrial dos EUA Armand Hammer que a conheceu em primeira mão ( http://www.reference.com/browse/wiki/Deng_ Xiaoping ). Possivelmente muitas décadas de anti-sovietismo no discurso político chinês desencoraja comparações soviético-chinesas. A doutrina da "etapa primária de socialismo", ligada a uma teoria de 1989-91, apresenta poucos incentivos para tais comparações, pois os estados socialistas do Leste Europeu e a União Soviética entenderam tudo errado e a história pronunciou o seu veredicto sobre eles. Um eminente pensador chinês escreveu que os estados que caíram já não eram socialistas de todo (ver Zhongqiao Duan 1998, 224). Quando isto aconteceu, houve tantas guinadas na política económica da China Popular que um período anterior assemelha-se ainda mais estreitamente ao NEP do que a ESM, isto é, o período 1949-56 (Slakovsky 1972, 153).

4- Obviamente, existem diferenças entre a NEP e a ESM. Primeiro, elas decorrem em diferentes circunstâncias históricas. A Rússia pré-1914 era um país capitalista de desenvolvimento médio, arruinado pela Primeira Guerra Mundial, invasão do pós-guerra e guerra civil. No princípio da NEP, o governo de Lenine estava em perigo de perder apoio camponês. Em 1949 a China era um país semi-feudal e semi-colonial; em 1978 a China havia perdido anos preciosos de desenvolvimento devido a políticas mal consideradas, ultra-esquerdistas, aventureiras. Segundo a ESM perdurou muito mais tempo. Certamente, a sensibilidade da China Popular ao perigo da perda de soberania nacional é um factor na paciência com que tanto as autoridades como o povo têm-se aguentado sob as agudas contradições da ESM (ver Weil 1996, 83). Além disso, a paciência chinesa é compreensível; levantar da pobreza quatro centenas de milhões de chineses é um feito estupendo. Terceiro, as expectativa tem sido qualitativamente diferentes. Na Rússia, a NEP foi encarada como um recuo temporário para o "capitalismo de estado". A China Popular abraçou todas as novas doutrinas do desenvolvimento alongando a transição para o socialismo. Quarto, a Rússia Soviética cercada tinha o mundo externo hostil a pouco distância, interagindo com ele meramente através de acordos de paz e acordos comerciais. O estado soviético permaneceu em grande medida economicamente autónomo. Em contraste, a China buscou a integração impetuosa na economia capitalista mundial. Quinto, na Rússia da NEP o Partido mantinha vigilância estrita sobre a economia. As autoridades em Pequim, talvez porque o fenómeno de uma grande crise amadureceu depois, até recentemente transferia muita supervisão da economia a organismos regionais e locais. Sexto, durante grande parte da era da ESM, de 1978 até 1991, a URSS, não a China Popular, era o alvo principal da hostilidade, pressão e subversão imperialista.

5- No ocidente capitalista, a NEP é um "terreno contestado" numa recorrente batalha ideológica entre Comunismo e reformismo. Até 1985, a NEP foi a era da história soviética na qual foi dada mais liberdade ao capitalismo. Assim, naturalmente, os reformistas sociais, reformistas liberais e comunistas revisionistas idealizam a NEP, mitologizando-a saudaosamente como O caminho não adoptado. Na batalha para mudar a direcção em 1921, certas frases utilizadas por Lenine — por exemplo, de que a NEP seria prosseguida "seriamente" e "por um longo tempo", deram aos oportunistas subsequentes uma base textual para argumentar que ele encarava a NEP como a nova rota permanente para o socialismo soviético. Já na década de 1930, o social-democrata austríaco Otto Bauer exprimiu a esperança de que a experiência da NEP suavizaria finalmente o bolchevismo e levá-lo-ia de volta à corrente principal do social reformismo europeu. Em 1956, comunistas revisionistas húngaros sob Imre Nagy promoveram esta mesma imagem da NEP, tal como o fez mais tarde Ota Sik, conselheiro principal do revisionista checoslovaco Alexander Dubcek em 1967-68. O historiador Roy Medvedev, um apoiante de Gorbacheve, louvou a NEP como "a mais vital contribuição de Lenine para a teoria e a prática do movimento socialistas". Analogamente, a antiga e influente conselheira de Gorbachev, Tatiana Zaslavskaya, promoveu a NEP como o modelo para o rumo da reforma pós 1986. O analista de assuntos soviéticos de The Nation, Stephen F. Cohen, declarou: "Dito simplesmente, o Partido Comunista Chinês reabilitou a alternativa económica perdida para o stalinismo... a NEP, que estabeleceu uma economia mista, foi o primeiro experimento em socialismo de mercado". Nas suas memórias, Anatoly Chernyaev, um ajudante de topo de Gorbachev, conta que depois de ler a biografia de Bukharine de Stephen F. Cohen, Gorbachev — um bukharinista simplesmente inconsciente até então — reabilitou Bukharine e tornou-o o seu padrinho ideológico, por assim dizer, para a perestroika. Alguns neo-bukharinistas dos dias de hoje, indo mais além do que o próprio Bukharine chegou a ir, reflectem economistas neoliberais tais como Ludwing von Mises e Friedrich Hayek, os quais argumentavam que apenas "mercados livres" permitem a formação racional do preço e a eficiência distributiva. Mercados "livres", apregoam tais neo-bukharinistas, são superiores ao planeamento central pelo menos no presente estado da ciência.

6- Um comunista italiano colocou a situação simplesmente: "A maior parte dos historiadores está bem consciente das contradições que acabaram por levar à crise da NEP no fim da década de 1920" (Boffa 1982, 178). Primeiro, o mercado criou instabilidade, como por exemplo na crise das "tesouras" de 1922-23, na qual preços dos cereais a flutuarem de forma selvagem provocaram escassez alimentar e desemprego entre trabalhadores, prejudicando camponeses pobres e muitos camponeses médios, mas beneficiando camponeses ricos, isto é, kulaks. Segundo, os sovietes perceberam que as políticas da NEP condenavam a União Soviética a um período prolongado de atraso industrial, uma perspectiva inaceitável em face de boicotes e provável invasão por países ocidentais — sem mencionar o objectivo supremo de uma sociedade socialista próspera só possível com base na moderna indústria pesada. Terceiro, em 1927-28 a ideia de que só os mecanismos de mercado seria suficientes para alimentar as cidades rompeu-se totalmente quando diante dos preços em queda os desafiantes kulaks acumularam cereais e permitiram que as cidades confrontassem a fome. A NEP também engendrou crescentes contradições políticas internas, como o crescimento do nacionalismo daninho. Quando a situação internacional piorou, as crises da NEP demonstraram-se inadministráveis.

7- Os NEPmen eram comerciantes privados, uma nova burguesia que cresceu na era do NEP. Ver Ball 1987, 15–37).

8- "Sob a burocracia da NEP, os administradores, os técnicos e a intelligentsia — o corpo de oficiais da nova sociedade — era predominantemente, quase exclusivamente, constituído por elementos estranhos ao regime" (Carr 1958, 116). A obra em vários volumes de Carr, A History of Soviet Russia, talvez seja o relato mais pormenorizado da NEP disponível em inglês.

9- Sobre a corrupção da NEP, ver Ball 1987, 63, 106, 114, 116, 171.

10- O Acordo Anglo-Soviético de Comércio, no princípio da era NEP, estipulava que os soviéticos tinham de restringir "propaganda hostil" contra a Grã-Bretanha (Carr 1953, 289).

11- "Corrupção, poluição, tomada de terra e taxas e impostos arbitrários estão entre as principais causas de uma vaga de inquietação social. Os tumultos tornaram-se uma característica da vida rural na China — mais de 200 "incidentes maciços de inquietação" verificaram-se a cada dia de 2004, mostram estatísticas da polícia — minando a insistência do partido na estabilidade social" (Kahn 2006).

12- "A China está na etapa primária do socialismo e permanecerá assim por um longo período de tempo. Esta é uma etapa histórica que não pode ser omitida na modernização socialista na China que está atrasada economicamente e culturalmente. Ela perdurará por mais de uma centena de anos" ( Constitution of the Communist Party of China, adopted 14 November 2002). http://english.people/com.cn/200211/18/eng20021118_107013.shtml .

13- Um historiador económico contemporâneo dos EUA, Robert C. Allen, declara que a velocidade da industrialização do Primeiro e Segundo Planos Quinquenais atingiu o crescimento de 12,7 por cento ano (2003, 219). Esta visão é muito semelhante àquela do economista marxista Maurice Dobb, o qual citou economistas burgueses anti-soviéticos nos Estados Unidos que estimaram taxas de crescimento da produção industrial soviética de pelo menos 14 por cento de 1929 a 1937 (1968, 261–62).

14- Monopólios transnacionais de propriedade ocidental e japonesa controlam cada vez mais a economia. A sua fatia das vendas totais de manufacturas na China passou de 2,3 por cento em 1990 para 31,3 por cento em 2000 (Hart-Landsberg and Burkett 2004).

15- Foreign Affairs é uma publicação chave do debate da classe dominante dos EUA acerca de política externa. Num artigo na Foreign Affairs, Zheng Bijian, escreveu com a maior ingenuidade que uma "ascensão pacífica" dependia das esperança das potência em ascensão, não dos armamentos da potência hegemónica, os EUA, armada até os dentes com milhares de armas nucleares, e um medonho registo de utilização contra um povo asiático. Zheng escreve: "A China não seguirá o caminho da Alemanha que levou à Primeira Guerra Mundial" e "a China ultrapassará diferenças ideológicas para esforçar-se pela paz, desenvolvimento e cooperação". O artigo identifica o autor como um dos que "redigiu relatórios chave em cinco congressos nacionais do partido chinês e detém postos elevados em organizações académicas e do partido na China" (2005).

16- "Se bem que os custos de remuneração horária total de trabalhadores manufactureiros tenham aumentado mais rapidamente na China do que nos Estados Unidos entre 2002 e 2004, a remuneração horária por empregado na China continuava a ser 3 por cento do nível dos Estados Unidos" (Lett and Banister 2006).

LISTA DE REFERÊNCIAS
Allen, Robert C. 2003. From Farm to Factory: A Reinterpretation of the Soviet Industrial Revolution. Princeton: Princeton Univ. Press.
Ball, Alan M. 1987. Building Communism with Bourgeois Hands. Chap. 1 of Russia's Last Capitalists: The Nepmen, 1921–1929. Berkeley: Univ. of California Press.
Barboza, David. 2006a. China Drafts Law to Empower Unions and End Labor Abuses: Opposition Voiced by US and other Corporations. New York Times, 13 October.
———. 2006b. Rare Look at China's Burdened Banks: Loan Risk Adviser Warns of Cover-Up. New York Times, 15 November 2006.
Boffa, Giuseppe. 1982. The Stalin Phenomenon. Ithaca: Cornell Univ. Press.
Carr, Edward Hallett 1953. NEP in Foreign Policy. Chap, 27 in The Bolshevik Revolution, 1917–1923, vol. 3, Soviet Russia and the World. London: Macmillan.
———. 1958. Socialism in One Country . Vol. 1 of A History of Soviet Russia.
London: Macmillan, 1958).
China's Line of March. 2006. Conclusions and Prospects from a report of the Communist Party of Britain delegation to China. London: Communist Party of Britain.
Dobb, Maurice. 1968. Soviet Economic Development since 1917 . New York: International Publishers.
Hart-Landsberg, Martin, and Paul Burkett. 2004. China and Socialism: Market Reforms and Class Struggle . Special issue of Monthly Review (July-August).
Kahn, Joseph. 2005. Investment Bubble Builds New China. New York Times, 23 March.
———. 2006. A Sharp Debate Opens in China over Ideologies. New York Times, 12 March.
Keeran, Roger, and Thomas Kenny. 2004. Socialism Betrayed: Behind the Collapse of the Soviet Union. New York: International Publishers.
Lenin, V. I., and J. V. Stalin. 1979. Selections from V. I. Lenin and J V. Stalin on the National and Colonial Question. Calcutta: Calcutta Book House.
Lett, Erin, and Judith Banister. 2006. Labor Costs of Manufacturing Employees in China: An Update to 2003–2004. Monthly Labor Review (November): 40–45. U.S. Bureau of Labor Statistics.
Losurdo, Domenico. 2000. Flight from History? The Communist Movement between Self-Criticism and Self-Contempt. Nature, Society, and Thought 13, no. 4:457–511.
Sargis, Al L. 2004. The Socialist Market Economy: Unfinished Business. Political Affairs (January).
Slakovsky, M. I., ed. 1972. Leninism and Modern China's Problems. Moscow: Progress Publishers.
Stalin, J. V. 1953. Report on National Factors in Party and State Affairs. 12 th Congress of Russian Communist Party, 23 April. In Works , 241–68. Moscow: Foreign Languages Publishing House.
Weil, Robert. 1996. Red Cat, White Cat: China and the Contradictions of “Market Socialism.” New York: Monthly Review Press.
Xue Muqiao. 1981. China's Socialist Economy. Beijing: Foreign Languages Press.
Zheng Bijian. 2005. China's “Peaceful Rise” to Great Power Status. Foreign Affairs 84, no. 5 (September–October): 18–24.
Zhongqiao Duan. 1998. Critique of Market Superiority and Market Neutrality.
Nature, Society, and Thought 11, no. 2:221–39.

[*] Autor de Socialism Betrayed: Behind the Collapse of the Soviet Union

O original encontra-se em Nature, Society, and Thought, vol. 20, no. 1 (2007):
http://webusers.physics.umn.edu/~marquit/nst201a.pdf


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Evento em Cuba: PEDAGOGIA 2009

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



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