sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pingos nos ais

(Publicação autorizada)

Por Rodrigo Oliveira Fonseca*

“Muitas dicas sobre a língua”. É isso o que o Jornal do Comércio, de Porto Alegre, promete para a coluna O inglês nosso de cada dia, escrita (em inglês...) pelo teacher Roberto Henry Ebelt. Apesar do título da coluna, ela não sai todos os dias, vem ali quase no final do caderno semanal “JC Empresas & Negócios”, o produto mais comercial deste jornal comercial.

Que jornal é esse? Seu slogan, restritivo e quase escondido, é “JC, o jornal de economia e negócios do RS”. Já a campanha de assinaturas projeta em letras garrafais, desinibidas: “O jornal de quem decide”. Quem há anos decide por lá é Mércio Tumelero, diretor-presidente do jornal e dono da rede de lojas Tumelero, cujo slogan, por sua vez, é “Para construir, reformar e decorar, ninguém facilita tanto”.

Pois então, este que decide (e facilita), tem por objetivo vender um jornal para homens de negócios, homens que decidem (e facilitam com seus produtos e formas de pagar) nossas vidas, e que, obviamente, precisam muito do inglês enquanto “ferramenta de trabalho” – ou seria ferramenta de capital?

Mas como é o inglês de quem decide? Que língua é essa?

A coluna desta última segunda-feira começa com “In our language”, que, se não estou enganado, é qualquer coisa como Na nossa língua. Isso dito em inglês certamente gera dubiedades. Pois seguimos a leitura e vemos que o teacher Ebelt se refere ao provérbio “MORREU, VIRA SANTO”. Este seria um fato da nossa língua (agora sim, portuguesa) e da nossa cultura política (brasileira...). Sua tese é que neste Brasil brasileiro teimaríamos em esquecer e perdoar.

Que bom que nem todos somos assim! Alguns teachers se prestam a nos lembrar das malignidades dos falsos santos, colocando os pingos nos “ais” (nas letras i, em inglês).

Após algumas passagens por “murderers” (assassinos, creio) do calibre de Che Guevara, Adolf Hitler, Lenin, Josef Stalin e Mao Tsé-Tung, vemos que o verdadeiro alvo da coluna de dicas do inglês é, de fato, Márcio Moreira Alves.

Internado desde outubro de 2008, Márcio morreu no início deste abril e é um ícone da luta contra a ditadura que nos calou, torturou e endividou entre 1964 a 1985 – essa mesma que, talvez por causa de alguma falha cultural, ainda não esquecemos nem perdoamos. Por isso mesmo o teacher Ebelt, oferecendo-nos mais dicas sobre a língua (de quem decide e facilita), glorifica os militares, pois “exactly 45 years after the Military had the guts to sacrifice their lives to prevent Brazil from becoming a socialist republic”. Não sei bem, mas parece que ele diz aí que os militares tiveram estômago (?) para sacrificar suas vidas em prol do anticomunismo...

Logo mais abaixo ele sugere ao leitor (do inglês, né?), que quando ouvir a expressão “ANOS DE CHUMBO (YEARS OF LEAD)” [tradução e caixa alta: sic], leve em consideração que uma verdadeira guerra estava (e ainda está!) acontecendo no Brasil, “a war between the Soviet empire together with its Brazilian fifth column members acting in enemy territory (Brazil) against the Brazilian Armed forces defending the whole Brazilian population”. Tenho que me desculpar com o leitor que não domina (e talvez não possa decidir e facilitar) o inglês, mas fico com medo de só mostrar a minha pobre tradução e ninguém acreditar nisso que foi publicado. Ali diz qualquer coisa como todos nós brasileiros fomos salvos pelos milicos, já que estávamos a um passo de nos tornarmos parte do Império Soviético. Uh...

Vejam que não é só a Folha de S. Paulo que anda brincando de revisionismo histórico. Se lá os homens que decidem falam em “ditabranda”, aqui é diferente, falam em guerra e em batalha permanente, ainda atual, já que se volta contra os vivos e contra a memória daqueles que, como Márcio Moreira Alves, há pouco chegaram ao Olimpo dos justos. As lágrimas de seus amigos próximos e familiares talvez ainda não tenham secado. Mas guerra é guerra, pois “communism is like an addiction”, alguma coisa tipo o comunista sempre quer mais, nunca está satisfeito, esse abusado!

Tá duvidando? Ebelt sugere que olhemos para os programas iniciados por esse homem que vive em Brasília e é “our boss”, o chefe dos homens que decidem e facilitam – mais ou menos isso, já que a gente sempre perde e acrescenta alguma coisa quando traduz...

“Why is he an idol for all the people who do not make a special effort to earn their livings?” Como é que pode, O Cara é ídolo dos que recebem tudo de mão beijada!

Fiquei um pouco em dúvida (inglês enferrujado, talvez) quando ele se refere à Estella, que seria a candidata “of (y)our president”. Acho que Ebelt precisa ser mais didático, ele mistura as lições básicas com as super avançadas! Estella, nome de guerra da Dilma, que ele retoma para essa guerra permanente contra os abusados, seria a candidata dos que decidem (“We, the businessmen”) ou a candidata do chefe de todos os que decidem (He, The Man)? Your or our?

Um pouco mais abaixo, quase no finzinho da coluna, ganhamos uma dica para responder a dúvida: é quando ele se refere, num inglês impecável, aos políticos de Brasília e à nossa heróica imprensa – e eis que o colunista desvela um pouco mais a natureza do jornal e a do sistema capitalista, já que não seriam os políticos aqueles que verdadeiramente decidiriam as coisas: “they feel that they are free to do things that even the Devil doubts, as we are informed everyday by the only POWER that gives us hope to continue struggling for our lives: THE PRESS.” Vou tentar escrever em português, eu juro, português brasileiro, pra facilitar: o que será que dá na cabeça desses políticos que agem como se não tivessem o rabo preso com ninguém? São aspirantes a subversivos, como constantemente nos informa o único PODER que não envergonha os que decidem: A IMPRENSA.

Difícil, não? E quem disse que o inglês é uma língua fácil? Que bom que ninguém nos facilita tanto a vida como os homens que decidem.

Não me senti plenamente respondido em relação ao “of (y)our president”, a tal ponto que corri em direção a um buscador on-line para saber alguma coisa sobre o teacher. Descobri um blog, com a seguinte descrição:

Professor de Inglês como segundo idioma, escritor, Republicano (nos EEUU); fã de Ronald Reagan, apaixonado pela idéia de exportar os muçulmanos da Palestina para o raio que os partam. Amo Israel, EEUU e Alemanha”.

Ahá!... as suas dicas de língua são de inglês como segundo idioma, e ele só é Republicano nos Estados Unidos! Informação fundamental, pois sugere que aqui, no Brasil, ele é Democrata! Como bom Democrata, herdeiro da antiga Arena, apoiou (e apoia) a ditadura, não se exime de colocar o dedo nas feridas do povo, e de por, ainda mais, pingos de sangue nos nossos ais.


*Rodrigo Oliveira Fonseca é Jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em história social da cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), professor-bolsista e doutorando em estudos da linguagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mataram um Homem

, por Runildo Pinto em 28/11/2008

"É o meu destino : hoje devo morrer!
Mas não, a força de vontade pode superar tudo!
há obstáculos, eu reconheço!
não quero sair....
Se tenho que morrer será nesta caverna (...).
Morrer, sim, mas crivado de balas, destroçado pelas baionetas
Uma recordação mais duradoura do que meu nome
É lutar, morrer lutando"

Ernesto Guevara de la Serna, janeiro de 1957.


América Latina e Caribe viram nascer no coração da Argentina um homem que transpassou a vida comum e com corpo de cordilheira e selva, caminhou com a humanidade, companheira que lhe ensinou o sacrifício de fazer a longa marcha a gravar o espírito internacionalista na solidariedade.

Na arte da luta introduziu novos processos de consciência, e a esperança de um mundo melhor. Das entranhas da América o mestre da guerra revolucionário profundamente compenetrado “à idéia de que os homens têm um valor relativo na história, a idéia de que as causas não são derrotadas quando os homens caem”, e com desprendimento brindou com a vida à irrefreável marcha da história.

Comandante, à história o extraordinário dispara o abraço cotidiano, o homem comum alcança a argúcia, aos milhares, as milhões de mãos a estender-se a tornar vida real o movimento revolucionário, o enlace da revolução.

Das tuas reflexões teóricas - à prática combatia o dogmatismo, o intelectual humilde que enxergava que sem o povo não existe o caráter revolucionário. O pensamento também não tem dono, nem proprietário, as revoluções somente se perpetuam porque a dinâmica do pensamento derruba todas as cercas, todos os grilhões da sociedade, que prendem a humanidade a alienação e a dominação. Che, Comandante! Lutas por um mundo, no lugar em que a ética e moral faz solidariedade, a unidade dos povos despertos e daqueles a despertar.

Deixou o veio da consciência, que os revolucionários não devem temer o povo, que o socialismo seja a dinâmica da própria emancipação da classe trabalhadora, viva, evidente, explicita em seu espírito rebelde. Quem deve temer ao povo são aqueles que querem dominá-los, fazer da população trampolim para os interesses mesquinhos, privados, do individualismo característico das saciedades totalitárias, sejam elas de mercado ou não, ninguém deve pensar pelos outros, muito menos o Estado; devemos dialogar e compreendermos que é em comunhão que os homens transformam a sociedade.

Sua trajetória, que não é conforme a ordem está a resplandecer à memória humana, andas pelo mundo além da tua altiva fotografia, simboliza um grau mais importante, a tua prática, o teu sacrifício; o mais belo gesto e exemplo do homem integro que permanece, lado a lado, lutando com os mais humildes homens da América Latina a toda Terra.

Mediocridades








"Existe sempre uma grande demanda por novas mediocridades. Em todas as gerações, o gosto menos desenvolvido tem o maior apetite." (Paul Gauguin)





terça-feira, 28 de abril de 2009

A ditadura do mito do socialismo ditador


por SÉRGIO DOMINGUES

Sociólogo e conselheiro do Núcleo Piratininga de Comunicação


Há muito tempo, se convencionou dizer que socialismo é sinônimo de ditadura. De trocar emprego, saúde, educação, por partido único, censura, pouca liberdade, sindicatos controlados pelo Estado. O pior é que costumam invocar Marx, Engels e Lênin para justificar tal entendimento. Principalmente, a idéia de “ditadura do proletariado”, que os três teóricos defenderam. No entanto, nenhum deles defendeu a “ditadura do proletariado” com o significado de regime autoritário.

Para começar a dar conta dessa polêmica, é preciso lembrar o que significa o Estado para os marxistas. Antes de Marx e Engels, praticamente todo os teóricos políticos clássicos viam o Estado como um elemento positivo. Algo que existia porque, do contrário, o egoísmo dos seres humanos destruiria qualquer possibilidade de convívio social. Seria um freio à “guerra dos homens contra os homens”. Portanto, fazia sentido ficar discutindo se uma forma de governo era melhor que outra, qual forma era mais justa, qual era mais injusta etc.

O Estado como necessidade social

A formulação de Engels e Marx partia de uma idéia oposta. O Estado surgiu como uma necessidade social, sim. Mas, essa necessidade tinha como raiz a dominação de uma parte da sociedade sobre a outra. Ou seja, do surgimento da sociedade dividida em classes. Dividida entre quem trabalha e quem administra. Quem pensa e quem executa. Quem é explorado e quem explora. Mas, essa situação foi criada na medida em que a produção de bens da comunidade aumentou de tal maneira, que permitiu que a divisão de trabalho beneficiasse mais uns do que outros.

O que era apenas uma função administrativa tornou-se uma função política. O crescimento da produção, por exemplo, permitiu que alguns se afastassem do trabalho direto e se dedicassem ao controle e administração do que era produzido. Isso também levou a que uma parte da sociedade adquirisse poder suficiente para dominar o restante. Os mecanismos de controle podiam ser tanto o domínio da escrita e da aritmética, como a formação de uma força militar. Esta última pode ter surgido sob o pretexto de defender os estoques de bens da comunidade. Mas, logo essa proteção estendeu-se para os próprios guardiões dos bens. Estava formado o Estado, com um corpo de funcionários e um corpo militar. A partir daí esse corpo também monopolizaria as funções de fazer leis e julgar quem as descumpre. Na verdade, todas essas funções já eram desempenhadas pelo conjunto da comunidade. O Estado surge do monopólio que uma parte da sociedade consegue estabelecer no desempenho dessas funções.

O que acabamos de descrever é um resumo muito rápido de elementos presentes no livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, de Engels, publicado em 1884. Trata-se da idéia de que o Estado é um instrumento de dominação. Portanto, diferente de Platão, Aristóteles, Kant, Hegel e outros pensadores, o Estado era para Marx e Engels um elemento negativo. Não adiantava ficar discutindo formas de governo, se o essencial era o caráter dele de dominação em qualquer de suas manifestações.

Que o Estado é um instrumento de dominação. Que é algo que deve desaparecer. Com tudo isso, os anarquistas, em geral, também concordam. Mas, enxergam no Estado a origem da dominação e não um sintoma de uma doença. Acham que eliminando o sintoma, a doença desaparecerá. Mas, a origem da doença está nas relações sociais. A existência do Estado é o resultado do desenvolvimento das relações sociais e do crescente domínio do ser humano sobre as forças da natureza. E somente o próprio desenvolvimento das relações sociais será capaz de dar uma resposta a essa situação.

Por isso, a fase de transição entre o Estado burguês e a sociedade sem classes não é só um pretexto para que alguns continuem a governar. Ao contrário, a causa maior da existência do Estado precisa desaparecer, antes que ele mesmo desapareça. As classes devem desaparecer para que o Estado já não tenha mais razão para existir. E isso exige a fase de transição a que Lênin chamou de socialismo.

Ditadura como conteúdo de classe, não como forma de governo

Do ponto de vista político, Marx e Engels chamaram essa fase de “ditadura do proletariado”. Ou seja, ditadura dos trabalhadores. O problema é que muita gente identifica a palavra “ditadura” com fim das liberdades, censura, tortura e morte. E tem razão. No século 20, é assim que ficaram conhecidos regimes como os de Stalin, Mussolini, Hitler, Pinochet, os governos militares no Brasil e na Argentina etc. Mas, a palavra ditadura já teve muitos sentidos ao longo da história. Na Roma Antiga, por exemplo, era uma forma prevista na constituição política. Um ditador poderia ser nomeado em um estado de emergência, numa guerra ou numa revolta contra o as instituições e assim por diante. De fato, o que entendemos por “ditadura” hoje, era chamado de “despotismo” ou “tirania”, antigamente.

De qualquer maneira, quando Marx e Engels começaram a usar a palavra ditadura eles se referiam à dominação burguesa em geral. Não estavam falando sobre a forma de governo, mas sobre o conteúdo de classe. Para eles, o parlamentarismo inglês, o presidencialismo dos Estados Unidos ou a ditadura paraguaia eram a mesma coisa. Se em algumas delas havia eleições e liberdade de imprensa e em outras não, pouco alterava o fato de que todas elas eram formas da dominação burguesa. Por outro lado, isso significa que ditadura do proletariado não é o mesmo que fim das liberdades, censura, prisão e fuzilamentos. Quando Marx falava de ditadura do proletariado, falava sobre quem mandava. Ou seja, os trabalhadores. Não falava sobre como deveriam mandar. Essa resposta, ele não tinha pronta e acabada.

Tanto Marx quanto Engels sempre deram poucas indicações a respeito da organização do Estado futuro dos trabalhadores. Não gostavam de bancar os profetas e cartomantes. Mas quando surgiu a Comuna de Paris, em 1871, adotaram-na como modelo de ditadura do proletariado. Em seu livro O Partido e a Internacional, de 1875, Marx e Engels afirmaram: “Querem saber em que consiste essa ditadura [do proletariado]? Vejam a Comuna de Paris, que foi uma ditadura do proletariado”. E o que é que eles admiravam tanto nessa experiência de governo popular que durou apenas 72 dias? Em seu livro “Guerra Civil na França”, Marx destaca as características da Comuna que aprovava. Entre elas, estavam a eleições de todos os membros da Comuna através do voto direto e universal, inclusive para mulheres; Todos os representantes eleitos são passíveis de responsabilização e seus mandatos são revogáveis a qualquer momento; Salários de trabalhadores para todos os funcionários e deputados; Polícia sob controle da Comuna; Todos os juízes são eleitos, sujeitos à punição e seus mandatos são revogáveis a qualquer momento; A Comuna é um corpo de trabalhadores, não parlamentar, sendo executivo e legislativo ao mesmo tempo e Abolição do exército permanente e do funcionalismo público permanente.

Ou seja, trata-se de uma república democrática. Não uma república democrática burguesa, mas uma república democrática em que a classe dominante seria a classe trabalhadora. Não se trata de negar as liberdades burguesas, mas de mostrar como elas são apenas formais. De cumprir as promessas de liberdade da burguesia através da democracia operária. Com a classe trabalhadora no poder, controlando as instituições.

A cozinheira que pode ser estadista

Tudo isso significa ir tirando as funções do Estado e transferindo-as para a comunidade. Aquela mesma comunidade que perdeu o direito de governar a si mesma há milhares de anos. Lênin dedicou um capítulo de “Estado e Revolução” a comentar as páginas de Marx sobre a Comuna de Paris. Segundo ele, trata-se de uma democracia “exercida integral e coerentemente”, de modo a transformar a “democracia burguesa” em “democracia proletária”, e a mudar o “Estado”, entendido como força especial para a repressão de uma classe determinada, em “algo que não é mais exatamente o Estado”. Daí o famoso exemplo que Lênin usou, de que numa sociedade assim, até uma cozinheira poderia desempenhar funções de estadista. Também foi nesse livro que Lênin disse que “a transição do capitalismo para o comunismo, sem dúvida, não pode deixar de produzir grande número e variedade de formas políticas”, mas “sua essência será inevitavelmente uma só: a ditadura do proletariado”.

Como sabemos, não foi nada disso que aconteceu na ex-União Soviética. O Estado se fortaleceu ao invés de desaparecer. A sociedade foi esmagada pelo peso de corpo burocrático estatal. A censura, a repressão, a exploração e a opressão permaneceram e se fortaleceram. Alguém poderia alegar que a o risco de que isso acontecesse já estava implícita na admissão leninista de que o socialismo comportaria uma “variedade de formas políticas”. O “socialismo” ditador seria apenas a forma política que acabou prevalecendo. E qualquer tentativa de fazer o mesmo em qualquer outro lugar e época acabaria necessariamente da mesma forma. Viva o capitalismo, então! Ou, pelo menos, viva a social-democracia!

Não é bem assim. É importante lembrar que a base da dominação burguesa é a exploração capitalista. É econômica. Portanto, se depois de destruído o Estado burguês, a exploração econômica continuar a se fortalecer, o novo Estado irá se transformar um outro instrumento de dominação. Por isso, é fundamental que o novo Estado surgido da destruição do antigo inicie imediatamente mudanças econômicas no sentido de mudar as relações econômicas. É preciso inverter a relação. A política precisa começar a mandar na economia. O controle social dos trabalhadores tem que mandar na produção.

O problema é que na União Soviética isso não chegou a acontecer. Socialização começou a ser entendida como estatização da indústria, da agricultura, do comércio e dos bancos. Na verdade, isso transformou aqueles que controlavam o novo Estado em novos exploradores. A economia continuou a mandar na sociedade. E, desta vez, não eram os burgueses tradicionais, mas uma nova camada dirigente que se beneficiava da exploração e do domínio sobre a sociedade. Não se tratava, portanto, de socialismo, mas de uma forma específica de capitalismo, com outro tipo de dominação. Era que chamamos de Capitalismo de Estado Burocrático.

Afinal, socialismo não é o mesmo que estatização. É sinônimo de controle democrático dos trabalhadores sobre a estrutura produtiva. Nesse caso, a experiência cooperativista é importante. No capitalismo, as cooperativas tendem a falir ou a se tornar empresas disfarçadas. Isso acontece devido à pressão da concorrência dos empresários privados. Numa sociedade em que existem apenas empresas socializadas, essa pressão desaparece. Claro que para isso é preciso que a socialização seja feita em nível mundial. Do contrário, a concorrência virá de empresas de outros países, que permanecem capitalistas. É por isso que a idéia stalinista de que é possível existir socialismo em um só país, ou em alguns deles, é só uma forma de esconder a continuidade da exploração e da repressão da classe trabalhadora. A contra-revolução stalinista começou pelo controle do aparelho partidário-estatal, mas ela se consolidou efetivamente com o Primeiro Plano Qüinqüenal, quando se coloca em marcha o processo de acumulação de capital.

Desfecho da Revolução Russa afetou todos as outras revoluções

Como a revolução mundial não aconteceu, a União Soviética viu-se cercada e quem estava no poder aproveitou para manter e ampliar as relações de exploração. Aprofundar a industrialização, explorar os camponeses retomar o conservadorismo. O machismo, a perseguição a homossexuais, o racismo contra judeus voltaram com tudo. Foi até criado um novo nacionalismo baseado no amor à pátria socialista. Além disso, Lênin, Trotsky e outros revolucionários também cometeram erros que colaboraram para o desastroso resultado final do processo revolucionário que começou em 1905, na Rússia. Mas, erros serão sempre cometidos. O problema é as conseqüências menores ou maiores que eles acarretam. E isso só é possível medir conforme as condições objetivas. Na medida em que elas se tornam mais adversas, as conseqüências dos erros se ampliam e podem se transformar em verdadeiras tragédias.

De qualquer maneira, as lições que temos que tirar desse processo não podem abrir mão de contribuições como as de Antônio Gramsci, Rosa Luxemburgo e outros teóricos revolucionários. Rosa alertou para o autoritarismo que o livro “O que fazer” (1902), de Lênin, trazia implícito. Seu alerta se confirmou com o aproveitamento desse autoritarismo pelos stalinistas. Por outro lado, Gramsci mostrou como a tática dos revolucionários russos era limitada em países com instituições políticas e sociais mais desenvolvidas. Diferente da Rússia do início do século, as sociedades européias ocidentais contavam, por exemplo, com parlamentos fortes, liberdades democráticas, altos níveis de sindicalização, imprensa atuante e ampla rede escolar. Desse modo, multiplicavam-se os instrumentos de dominação da burguesia.

Ao mesmo tempo, o desfecho da Revolução Russa afetou o destino dos processos revolucionários posteriores. Afinal quando a primeira revolução socialista aconteceu, nenhum Estado apareceu para apoiá-la. Mas, isso mudou quando a União Soviética passou a se comportar como um Estado. Aí, as rupturas revolucionárias em outros países passaram a fazer parte da disputa geopolítica entre o poder soviético e as potências imperialistas tradicionais. A pressão para que outros processos revolucionários também se burocratizassem e se tornassem regimes com pouca liberdade aumentou. Os novos “Estados Socialistas” autoritários surgidos na China, Iugoslávia, Cuba, Vietnã são alguns dos exemplos desse tipo de pressão. Isso sem falar nos “socialismos” criados por decreto na Europa do Leste. (O EDITOR do Blog ZURDO-ZURDO, não concorda com o conteúdo deste parágrafo que é de inteira responsabilidade do autor. Como exemplo do contraditório: A China, a Iugoslávia, tiveram divergências e rompimentos com a URSS, Cuba também fez críticas contundentes e teve uma postura independente e politicamente autonoma em relação a URSS, mesmo sendo um aliado, dada as condições de enfrentamento com a sociedade capitalista. No entanto, o Editor concorda que os "socialismos" da Europa do leste foram criados por decreto).

Lutar por reformas, mostrando seus limites

Voltando à questão das formas de governo, Lênin já dissera que não é indiferente aos socialistas que o domínio burguês tome a forma de uma ditadura (agora, falando no atual sentido da palavra) ou de uma democracia burguesa. Sob uma ditadura, as condições para a luta ficam muito piores. Os socialistas precisam se esconder na clandestinidade, não podem fazer propaganda aberta, são presos, torturados, mortos etc. Por isso, a luta por liberdades democráticas é fundamental. Mas no ocidente, muitas dessas liberdades eram maiores do que na Rússia. E isso faz muita diferença porque junto com elas vêm as ilusões de que é possível mudar o sistema por dentro. Através de reformas graduais.

Claro que lutar por reformas é muito importante. É uma forma da classe se convencer de que ela é capaz de arrancar conquistas com sua ação organizada. Mas o avanço das lutas dos trabalhadores tem que ir mostrando os limites dessas conquistas. Afinal, por mais avançadas que sejam as conquistas alcançadas, o poder político continua nas mãos da burguesia. O Estado continua monopolizando o poder de esmagar a classe trabalhadora e anular as conquistas, assim que o equilíbrio de forças permitir. É o que aconteceu na Europa, com várias conquistas e direitos desaparecendo durante a ofensiva neoliberal a partir dos anos 1980.

Assim, a luta por reformas precisa apontar também para seus próprios limites. Mostrar que direitos e avanços sociais somente se tornarão permanentes com a destruição do atual Estado. Com sua substituição pelo governo dos trabalhadores, ou pela “ditadura do proletariado”, como dizia Marx.

Tudo isso significa que qualquer participação dos socialistas nas instituições democráticas da burguesia deve ser subordinada a um objetivo maior. Por mais votos que os socialistas consigam para ocupar um parlamento ou um governo burguês, eles jamais conseguirão modificá-los. Rosa Luxemburgo disse em seu livro “Reformismo ou Revolução” (1900) que é uma ilusão pensar que os socialistas podem modificar o Estado burguês. É o Estado burguês que modifica os socialistas. Por isso, a participação nas eleições é muito importante, mas não é o objetivo de um partido socialista. É apenas um dos meios para dar combate ao Estado.

Referências Bibliográficas:

Bobbio, Norberto: A teoria das Formas de Governo - Editora UNB – 10ª edição – 1976.

Cliff, Toni: State Capitalism in Russia - http://www.marxists.org/archive/cliff/works/1955/statecap/

Draper, Hal: Karl Marx's Theory of Revolution, - Vol. 3 – Dictatorship of the proletariat - (Monthly Review Press – Londres – 1986)

_________: Karl Marx's Theory of Revolution. Vol 2 - The Politics of Social Classes - (Monthly Review Press – Londres – 1986)

Engels, Friedrich: A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado - http://www.moreira.pro.br/textose37.htm

Luxemburg, Rosa: Reform or Revolution - http://www.marxists.org/archive/luxemburg/1900/reform-revolution/index.htmhttp://www.espacoacademico.com.br/059/59domingues.htm


Publicado na Revista Espaço Acadêmico - Nº. 56 - Abril/2006

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
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  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
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  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
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  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira