Por, Runildo Pinto
Temos que nos dar conta, a ingenuidade política é comumente
“compreensiva” por parte de certas pessoas, e não pode referenciar, o
horizonte da política implementada pela presidente dilma e por exemplo,
governos como o de sartori no RS e beto richa no Paraná.
A
saber, temos que ter em conta, o Estado no capitalismo só serve para
reproduzir o capitalismo, mais nada. Assim aqueles que acham que o
governador sartori não tem projeto e/ou está tentando resolver os
problemas financeiros - endividamento do Estado estão redondamente
enganados: sartori tem projeto, só o ignorou da população nas eleições, e
o outro engano é que não está a resolver o problema da dívida do
Estado, mas sim aproveita para, através da dívida, repartir as empresas
do Estado com os grandes empresários brasileiros e internacionais.
Para isto, precisa repassar a conta para a classe trabalhadora e aos
pequenos empresários. Nesse sentido o Estado está cumprindo seu papel de
reproduzir mais capitalismo e precisa se apoiar nos grandes
empresários, que não se manifestam em nenhum momento contra o projeto,
pelo contrário se reúnem com sartori para elaborar como levar a cabo a
rifa, a forma de sortear as empresas do Estado, para aqueles que serão
os privilegiados a participar desse rateio.
Sartori não tem
intenção de fazer as empresas do Estado realizarem serviços de
qualidade à população, mas sim fazer delas mercadoria para os lucros do
setor privado, que vai fazê-lo de modo a quem pode pagar pelos serviços.
Assim, o projeto se viabiliza e o Estado cumpre seu papel de tirar a
sua intervenção na saúde, educação, distribuição da água, energia e
serviços essenciais à população.
Obviamente que as contradições,
nesse Estado neoliberal, vai ser a de não se responsabilizar pelos
resultados para quem não pode pagar pela água, por exemplo. A
intervenção do Estado vai ser a de criar as “agências reguladoras”, que
como já vivenciamos, sempre sai em defesa dos interesses das empresas
privadas, no máximo regula algumas questões tangencias e que acaba
burocratizando a vida e efetivando regras que agilizam a circulação dos
serviços como mercadoria, o que cria muitas dificuldades de acesso por
conta da eficácia do mercado, não levando em conta as necessidades da
população, reduzindo a margem de direitos e satisfação das necessidades
fundamentais da população, principalmente da população pobre que fica
desassistida.

Importante entender que o mercado nesse contexto
não se interessa e não vê fonte de lucro nesse setor, portanto são
serviços de acesso plenos a quem tem como pagar, para quem pode pagar;
este sim estão habilitados aos serviços. Levemos em conta que apenas 33%
da população brasileira participam do mercado de consumo e atenção a
classe média está em torno de 60% endividada.
Quando sartori fala
que está saneando o Estado para poder investir, a pergunta a ser feita é: se o Estado vai privatizar, onde ele vai investir? Uns vão
dizer: na educação, na saúde. Enganam-se! A saúde e a educação estão
sendo sucateadas para ser entregues a iniciativa privada via PPP -
Parcerias Público Privadas, mais privada do que pública. Sartori quer
dizer que o Estado vai investir nas empresas privadas, o que já está
implícito em seu projeto de privatizações e nas PPP's, tirando o
compromisso do Estado com serviços importantes para os rio-grandenses.
O governador sartori não diz qual as origens da dívida, porque não
interessa responsabilizar os beneficiados, não diz onde foi o dinheiro
das privatizações do desgoverno britto. E para completar, contratou uma
consultoria de 23 milhões junto ao grupo GERDAU, que deve aos Estado 4
bilhões. Por que será? Se a divida é do Estado e quem tem que fazer
auditoria são os poderes constituídos como o Tribunal de Contas e/ou PGE
- Procuradoria Geral do Estado e até a FEE - Fundação de Economia e
Estatística do RS. Deu para a GERDAU para esta dar o parecer, a
viabilidade dos interesses privados. Aqui prevalece a máxima: o Estado
no capitalismo é tutelado por uma classe e esta classe é a burguesia. Dá
para entender?
Esse é jogo de interesses não fica explicito
para a maioria do povo. E eles vem com a conversa de que, “AGORA o
Brasil e o Rio Grande do Sul só gastam o que arrecadam”, isso é mais uma
demagogia diante da crise que foi empurrada com a barriga durante e
depois da quebra da bolsa de valores em 2008 no EUA.
Lembram da
marolinha do lula? A marolinha era um tsunami. Para arejar a memória, é
preciso compreender que a dívida pública do Brasil quando lula assumiu
em 2003 era de 600 bilhões e depois só veio crescendo como o reformismo
desenvolvimentista despejou dinheiro para as empresas privadas e
banqueiros de várias formas (a mão invisível do mercado), com a
marolinha extrapolou e, hoje, está na casa do 3 trilhões. Com relação a
esse corte de 69 bilhões no início do segundo governo dilma, mais o
corte de 8,9 bilhões de julho de 2015, parece ser o resultado do
caprichoso investimento que resulta de um cálculo muito próximo a soma
da COPA DO MUNDO DE FUTEBOL + OLIMPÍADAS/2016.

Portanto, os
argumentos soam como um mar de demagogias e que mais uma vez quem paga a
conta é a saúde, educação (já tão degradadas), salários, o emprego,
quebra de milhares de pequenas e médias empresas, retirada de direitos,
inflação, aumento da gasolina, energia elétrica. No final das contas
quem realmente ganha são os grandes capitalistas, as grandes corporações
nacionais e internacionais e quem paga a conta são os trabalhadores.
Dilma e Sartori fazem o mesmo jogo e os segundo tem respaldo para suas
desculpas no primeiro, isto resulta em mais jogos de enganos no Rio
Grande do Sul.