quarta-feira, 13 de maio de 2015

MEDIANDO A CONJUNTURA

Por Runildo Pinto
Marx é genial, não foi só porque ele disse que onde há trabalho assalariado há exploração. Marx é genial porque tendo descoberto isso, cria a AIT - Associação Internacional de Trabalhadores, com um bando de reformistas do lado dele, os caras não queriam destruir o capitalismo, queriam reduzir a jornada de trabalho e quando se conquista, a redução para 8 horas diárias, sabe o que ele escreveu? Escreveu: "essa é a primeira vitória da economia política do proletariado, do trabalho sobre a economia política do capital. E ele obviamente que a exploração do capital sobre o trabalho continuava. Ele foi grande porque foi capaz de vincular as suas descobertas teóricas com uma ação política POSSÍVEL. Marx foi aquele que descobriu na realidade que onde há trabalho comandado pelo capital, há trabalho explorado e trabalho alienado, é o mesmo Marx que foi a AIT, sentou ao lado de descarados reformistas e saudou, a legislação que limitava a exploração, a primeira vitória da economia política do trabalho sobre a do capital. Temos que ter uma exigência teórica mais rigorosa possível, mas a ação política é mediada pelas possibilidades de conjuntura. (José Paulo Netto)

Baseando -se nisto podemos afirmar o reformismo do PT, não representa nenhum avanço contra a exploração e para a organização dos trabalhadores enquanto classe, cabe a realidade a impossibilidade de qualquer mediação à esquerda com esse projeto estruturado no Consenso de Washington. O PT pautou a sua política pela aliança com a direita e para governar como parlamento burguês. Descrevendo às praticas políticas neoliberais foi conivente e ao mesmo tempo implementou junto a garantir legislação que as impõe sobre a sociedade, o PT sustentou e sustenta contra os interesses da classe trabalhadora, o seguinte: manteve as desregulamentações de profissões, manteve o banco de horas como uma legislação contra a classe trabalhadora, manteve todas as privatizações - privatizou, terceirizou, precarizou direitos, manteve a flexibilização das leis trabalhistas e contribuiu para que isso se ampliasse. Retirou direitos, desqualificou a educação (contra-reforma da educação) para privilegiar os interesses e o lucros dos empresários privados da educação sob o manto das cotas e do prouni, a pesquisa nas universidades públicas sob o jugo dos grandes empresários nacionais e das corporações internacionais, isto é a mercantilizarão da educação, na disseminação de faculdades de esquina por todo o país. Desqualificou a saúde com a ampliação da sua mercantilização, o transporte coletivo no mesmo rumo, não fez reforma agrária. Aparelhou os movimentos sociais para serem instrumentalizados pelo governo do PT com objetivo de impor uma conciliação de classes e as consequências disso foram a despolitização e a desmobilização. É evidente essa repercussão no movimento sindical onde se proliferou inúmeras Centrais Sindicais, na sua maioria de oportunistas de olho nos fundo de pensão, é clara a fragmentação na classe. A saber, no final das contas o PT fez das demandas dos trabalhadores mercadoria, a política econômica veio em uma crescente capitulação aos interesses conservadores da burguesia nacional dependente do capital internacional. Para finalizar a corrosão do salário mínimo com essa política economia empenhada pelo governo dilma.

Nesse sentido, é necessário aqui e agora ponderar, qual a viabilidade, a margem de mediação que poderia orientar para um política do possível e que possibilite vitórias para a classe trabalhadora. Está claro que não é pela via de apoio ao PT e seu governo. O PT não deixou margem para a unidade, dentro da diversidade da esquerda, pelo contrario, criou as condições por hegemonia, para isolar e impedir o crescimento da esquerda, pelo seu descompromisso com a classe trabalhadora e seu compromisso com a burguesia. O Pacto Social imposto a goela abaixo da classe trabalhadora, desqualifica e mais impossibilita qualquer mediação coerente na conjuntura que se desdobra desde o ano 2000. O PT apostou no crescimento econômico como forma de inclusão, num cenário de crise na América do Norte e na Europa, o que é complicado, ainda mais depois da queda da bolsa em 2009. Só que o PT subestimou a crise e a conjuntura apostou no desenvolvimentismo mesmo vendo que o barco tenha começado a fazer água com a marolinha, foi empurrando com a barriga a dívida interna, inflação, alta dos juros, PIB estagnado e sem perspectiva de crescimento, tudo dentro da perspectiva da balança comercial em seus déficits. Obviamente que apostar no projeto desenvolvimentista desvinculado de garantia de ganhos contra a exploração foi um tiro no pé, mas esta é a natureza do PT, é neoliberal.

Assim, o PT não deixa margem de apoio pela esquerda, não justificando à esquerda seguir o exemplo de Marx quando da conquista da redução de jornada de trabalho pela AIT. Aqueles reformistas que o rodeavam não queriam destruir o capitalismo, mas queriam reduzir a exploração do capital sobre o trabalho, e era o possível naquela conjuntura, naquele momento e dava sentido de classe na luta pela conquista, sentido organizativo da classe e a percepção do inimigo de classe. No caso do PT o que aconteceu foi uma capitulação. Do PT não sobra nada para a classe trabalhadora. Os movimentos sociais tem que tomar outros caminhos. Há que surgir novas vanguardas para esse novo caminho, o espaço para uma nova conjuntura vem se abrindo, a sociedade está indo para a rua, cabe a esquerda apreender este objeto em movimento.

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



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zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
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  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
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  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
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  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
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  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
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  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
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  • O Estrangeiro - Albert Camus
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  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
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  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
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  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
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  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
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  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira