sexta-feira, 27 de julho de 2007

Ato Frente de Esquerda PSOL-PCB em Alegrete RS





Sábado dia 28 de julho, a partir da 9:00 horas da manhã, ato da Frente de Esquerda -PSOL-PCB - , no calçadão de Alegrete.

"Organizar,Lutar, Vencer"

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Movimentos lançam manifesto em repúdio à operação no Complexo do Alemão


25/07/2007

19 pessoas mortas e cerca de 60 feridas por arma de fogo. Esse foi o saldo de uma das maiores operações do Estado brasileiro contra o crime organizado. Nos últimos meses, o Brasil, sobretudo, o Rio de Janeiro, virou palco de uma grande batalha campal, que expõe a dificuldade de combater a violência no país e traz a luz a dura realidade daqueles que estão do lado mais fraco desse campo de batalha: o povo.

A operação no Complexo do Alemão, durante o mês de junho, no Rio de Janeiro, expôs de forma dramática, a deficiência do Estado no combate à violência. Entre mortos e feridos, apenas no dia 27 de junho, a maioria foi vítima de balas perdidas, ou seja, a maioria eram trabalhadores, crianças, jovens e adultos, moradores da favela.

Em nota, entidades civis e movimentos sociais, entre os quais o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) declaram todo o seu repúdio ao caráter bélico dessa operação realizada no Complexo do Alemão, que reuniu mais 1.350 agentes policiais. Ao todo, foram utilizados 1.080 fuzis, que dispararam 180.000 balas. A operação teve duração de cerca de oito horas.

Nós do MST repudiamos essa política criminal, onde a regra geral tem sido a promoção de operações governamentais com características militares de guerra nas comunidades populares. Não podemos nos calar diante de uma política pública que privilegia o uso da força contra populares, violando o Direito Humano dos cidadãos e violando frontalmente os princípios estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil.

Abaixo segue o manifesto assinado por centenas de entidades e movimentos sociais.

MANIFESTO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS - 19 MORTES COMPLEXO DO ALEMÃO

Em 27 de junho de 2007, o Estado brasileiro realizou no Complexo do Alemão operação policial executada pelas Polícias Militar e Civil do Estado do Rio de Janeiro em conjunto com a Força Nacional de Segurança, sob fundamento de combate e repressão à atuação de narcotraficantes. A operação contou com a participação de 1.350 agentes policiais, a utilização de 1.080 fuzis, 180.000 balas e teve duração de cerca de oito horas. Após o término da operação, o Estado divulgou a apreensão de 14 armas, 50 explosivos e munição de 2.000 balas, supostamente em poder de traficantes.

Entretanto, mesmo com as declarações públicas de agentes do Estado do Rio de Janeiro sobre a preparação desta operação e a utilização de atividades de inteligência para que houvesse o mínimo de risco à população civil, somente na operação do dia 27 de junho de 2007, 19 pessoas foram mortas e cerca de 60 foram feridas por arma de fogo, a maioria vítima de balas perdidas. Porém, entre o dia 2 de maio de 2007 e a presente data mais de 40 pessoas morreram e 80 foram feridas durante a série de operações policiais que vêm sendo realizadas no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro.

É neste contexto que a Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ solicitou um relatório independente sobre as 19 mortes ocorridas no complexo de favelas do Alemão, em virtude da mega-operação realizada no dia 27 de junho. O relatório, que foi feito com base nos laudos do Instituto Médico Legal a partir da análise de um perito independente, aponta que, pelo ângulo dos disparos, de cima para baixo, algumas vítimas estavam sentadas ou ajoelhadas . Ainda de acordo com o documento, as vítimas apresentam "inúmeros ferimentos" nos braços, resultantes de uma "autodefesa", além de tiros na nuca e pelas costas à curta distância .. Ou seja, no momento dos disparos fatais, elas procuraram, com braços e mãos, proteger cabeça e tórax, indicando, ainda, que as mesmas se encontravam desarmadas, o que se confirma na dissonância entre o numero de armas encontradas (14) e o numero de assassinatos cometidos pelas polícias (19). Dessa forma, fica cada vez mais latente a importância da independência dos laudos médicos, confirmando as observações levantadas pelos movimentos sociais e organizações da sociedade civil em visitas realizadas ao Complexo do Alemão, que desde então apontavam para uma verdadeira chacina na comunidade.

Os juristas, personalidades, movimentos e organizações abaixo-assinados vêm manifestar o seu apoio veemente às atitudes tomadas pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, que, em um ato de extrema coragem, enfrentou e desafiou a lógica da violência institucional inerente ao modelo de segurança pública, pautado na criminalização da pobreza e na militarização da vida social, que vem sendo implementado por sucessivos governos desde o final da década de 80 no Estado do Rio de Janeiro. Ao fiscalizar e denunciar esta que pode ser considerada a operação policial mais cruel dos últimos anos, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ está prestando um enorme serviço para a democratização do Brasil. Sua combatividade vem inspirando todas as entidades, grupos e movimentos populares que lutam pela justiça social no país.

Aos devidos órgãos oficiais, exigimos que sejam averiguados os indícios técnicos que sinalizam para a possibilidade de que houve uma deliberada destruição, por parte de agentes públicos, de provas dos crimes cometidos no complexo de favelas do Alemão. Solicitamos, também, que as análises técnicas dos laudos encomendadas pela Comissão de Direitos Humanos da OAB sejam levadas em considerações para apurar as barbaridades ocorridas no Alemão.

Por fim, repudiamos o caráter bélico dessa política criminal, onde a regra geral tem sido a promoção de operações governamentais com características militares de guerra nas comunidades populares- recolhimento das populações marginalizadas, revistas íntimas arbitrárias sobre transuentes (inclusive crianças de 3 anos de idade), vigilância ostensiva e confrontos armados sistemáticos em favelas. Trata-se do velho e conhecido projeto de tratamento penal da miséria, prática inconstitucional e ilegal, constantemente adotada por parte do poder público fluminense, violando frontalmente os princípios estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, na legislação infra-constitucional do país e nos tratados internacionais. Nesse sentido, por ter se tornado um referencial da luta pelos Direitos Humanos, saudamos a altivez e a determinação da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ na apuração das violações cometidas na Operação Complexo do Alemão!

PARA ASSINAR, FAVOR RESPONDER PARA O EMAIL :
tomasfnppramos@gmail.com

Frestas no espaço temporal - Do globalismo à luta



Camaradas!


O documento foi alterado na citação de K. Marx e F. Engels. A tradução do livro "Ideologia Alemã", da qual a retirei era péssima. Com relação ao conteúdo do texto, não pretendo fazer maiores alterações, pois não corresponde a nenhum equívoco, desvio ou intuito de desqualificar, acusar o marxismo de dogmático ou reivindicar sua revisão. Quanto aos partidos, como se já não fossem mais instrumentos adequados para a luta política etc. Cabe a ressalva que os partidos, não, por sua incompetência ou erros perderam os espaço para a mídia, o problema é como resgatá-los. Em nada, no artigo, atinge a concepção de luta de classes, somente devemos avaliar o tempo e espaço da luta social e nos inserirmos nela, compreendermos com clareza que estamos participando de uma ruptura histórica sem precedentes. Devemos inaugurar uma nova forma de fazer política sem conciliação, neutralidade e pragmatismo, que é peculiar dos reformistas e do oportunismo.

Espero receber mais críticas. Parafraseando, meu querido amigo Geraldo Gasparim: o exercício da desconstrução, reconstrução e construção (o artigo tem esta busca) das nossas ações teórico-práticas vivenciando uma humilde e profunda autocrítica. Assim devemos ser com nossos textos, submetê-los a crítica mais enérgica.

Um abraço fraterno a todos,

Runildo Pinto

"Pátria ou Morte!"-> "Venceremos!"-> "Até a Vitória!"



, por Runildo Pinto








Até o presente os homens sempre fizeram falsas representações sobre si mesmos, sobre o que são ou deveriam ser. Organizaram suas relações em função de representações que faziam de Deus, do homem normal etc. Os produtos de sua cabeça acabaram por se impor à sua própria cabeça. Eles, os criadores, renderam-se às suas próprias criações. Libertemo-los, pois, das quimeras, das idéias, dos dogmas, dos seres imaginários, sob o jugo dos quais definham. Revoltemo-nos contra este predomínio dos pensamentos. Ensinemos os homens a substituir estas fantasias por pensamentos que correspondem à essência do homem, diz um, a comportar-se criticamente para com elas, diz o outro; a expurgá-las do cérebro, diz um terceiro – e a realidade existente cairá por terra.” (in a Ideologia Alemã – K. Marx e F. Engels, do Prefácio. Sexta Edição – Editora HUCITEC - São Paulo, 1987)


Quando o sociólogo Octavio Ianni afirmou que a globalização tinha transformado cada indivíduo em cidadão do mundo, a esquerda incorporou um sentimento de indignação. Mas o professor deixou claro que esta característica do globalismo, não é uma questão de enxergar o lado bom das coisas. O aspecto a ser verificado é que em cada modelo aplicado à sociedade pelo capitalismo vem embutido a sua contradição, a sua antítese. É uma realidade fascinante que impulsionou uma dinâmica fantástica. O problema é que as relações transnacionais vieram de cima para baixo, e a luta das populações deve ser numa perspectiva de inverter este processo.



No tempo e espaço contemporâneos, permeia um processo amplo e de diversificação nunca visto antes na história. A revolução técnico-científica alavancou o neoliberalismo e desmembrou o quadro do habitat humano, antes desdobrado em conceitos totalizantes, passando a ter aspectos particularizados, seja na tecnologia, na antropologia, na economia, na cultura, na política; em todo o campo de ação da vida no planeta. A pulverização propiciou a perda de referências nitidamente estabelecidas, como a do nacionalismo, alterando as relações inter-humanas e, mais uma vez, dividindo a mão-de-obra trabalhadora com tecnologia e capital especulativo, num ambiente cultural e socialmente de caráter pós-moderno.


A ciência não é controlada pelo estado e muito menos existe uma comunidade científica autônoma. Quem domina o conhecimento são as grandes corporações empresariais, em qualquer área. A perspectiva humana e a reprodução da vida no planeta tornam-se limitadíssimas. Os gens, dna de todos os seres vivos do planeta são de propriedade das grandes empresas. Visando atrair lucros cada vez maiores, injetam e/ou alteram elementos químicos e seres vivos em proporções altamente destrutivas à vida humana. Para isso, utilizam-se do poder, operando mídias e dobrando governos, satisfazendo, assim, os seus interesses.


Os paradigmas, sejam individuais ou coletivos da sociedade, são reciclados através da visão de mercado das grandes empresas, utilizando os meios de comunicações mais sofisticados, recriando hegemonias de acordo com os interesses do momento. Maquiavel, projetando no Príncipe a figura do estadista quando talentosa, reunia virtuo e fortuna, e em torno destes formava opinião no seio da sociedade. Gramsci elaborou o moderno Príncipe: o partido político combinado com o caráter do estadista, desvendando as opiniões dos cidadãos. Hoje, esse lugar foi ocupado pelo Príncipe Eletrônico. O contemporâneo novo Príncipe, nem foi imaginado por Maquiavel ou Gramsci, que faz e desfaz a sociedade. O Príncipe midiático consegue manipular o conteúdo do pensamento humano, com audácia e sutileza “...misturando informação e interpretação a pretexto de entretenimento". Isto quer dizer que a mídia, ao apresentar seus programas e notícias, trás implícita "...o contrabando da interpretação". E as corporações definem o que deve ser divulgado ou não. As informações não são apresentadas em sua riqueza. Os meios divulgam certas informações, porém outras também importantes ou mais, não são veiculadas.


As pessoas estão no mundo vivendo e sofrendo as conseqüências dessa "razão mercadológica". Temos esperança pois nem mesmo o cárcere conseguiu tirar a liberdade e a criatividade de Antônio Gramsci. A humanidade tem o seu desafio em sua labuta diária, dando sinais de resistência, enxergando as frestas deixadas pelo sistema. Como em Seatle, Gênova, o recente conflito na Alemanha contra a reunião do G8. Mais concretamente em governos como de Hugo Chavez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Mahmood Ahmadi-Najad no Iran, a persistente ilha de Cuba e a oportuna criação da ALBA( Alternativa Bolivariana para as Américas). A realidade revela que determinadas organizações e movimentos dos de baixo devem ser reciclados ou reinventados como: Sindicatos, Associações de Moradores de Bairro e Vilas, Sem Teto, Sem Emprego. Movimentos novos surgirão, assim como os Círculos Bolivarianos. Há os que já tem uma dinâmica própria como Movimentos dos Sem Terra-Via Campesina e movimentos guerrilheiros como as FARC-EP na Colômbia, EZLN no México e a resistência do povo Iraquiano e Palestino. Alinhados em unidade, com a proposta de criar uma coordenação única para cada frente em seus respectivos estados, países e continentes. A luta no espaço temporal abrangente deve adquirir proporções mundiais, em geral por fora das instituições governamentais, de forma autônoma-programática, com práticas específicas para cada situação geopolítica. Seria necessário, também, desenvolver mídias alternativas como internet, rádios e tv's comunitárias para melhor fazer frente às necessidades globais de luta contra o capital hegemônico.


Referências Bibliográficas:


Ianni, Octavio – Príncipe Eletrônico.

______________Enigmas da Modernidade.


Gramsci, Antônio – Maquiavel, a política e o Estado moderno .

________________Cartas do Cárcere.



Porto Alegre, 11 de julho do ano 2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Vaia, imprensa e esquerdismo

Comentário:

Camaradas! Entendo que o Prof. Gilson Caroni Filho, apóia o governo Lula. Mas devemos refletir como a esquerda está atuando. Quando a "esquerda" subestima a inteligência da população e confunde sua ação teórico-prática com a direita, algo vai muito mal no universo da luta da classe trabalhadora e da esquerda em geral. No caso do PSOL, e não é a primeira vez, vejamos a eleição para Presidência da Câmara Federal: os parlamentares do PSOL fizeram a votação mais equivocada-distribuiram votos para o candidato pefelista José Thomáz Nono do bloco PSDB/PFL hoje Democratas, para o candidato Aldo Rebelo do PCdoB-situação, votos nulos, abstenção etc... . Demonstra ser um partido difuso. Caso continue assim, o futuro parece cair no fatalismo do PT. A esquerda tem que reavaliar sua atuação, a concepção de partido-centralismo democrático (ver Lenin); concepção de estado e de nação, soberania. Ter claro que o globalismo não requer o estado nos moldes antigos e muito menos nos moldes neoliberais e não é nada que se pareça neutro, vivemos uma ruptura histórica e temos que retomar o caminho da revolução. ( por Runildo Pinto)


O debate político está interditado pelo “jornalismo-torcida”. O tratamento dado pela grande imprensa às vaias contra Lula no PAN aponta que ela segue firme na tentativa de sabotar o governo.

O prefeito carioca César Maia afirmou que as vaias à Lula tiveram um caráter pedagógico. Tem razão. Deixaram evidente que a grande imprensa, na forma como repercutiu o fato, permanece firme na tentativa de sabotar um governo que, mal ou bem, formulou com êxito um projeto pluriclassista. As pautas não comportam qualquer discussão séria sobre os projetos apresentados pelo atual bloco de poder. O debate político está interditado pelo “jornalismo-torcida”. Só há espaço para o denuncismo que despolitiza. Quem se dispuser a uma análise detalhada do comportamento da imprensa que leia as folhas desde 2003. As vaias são editadas diariamente.

Não há o que discutir tamanha a clareza da aliança dos grandes veículos. Ou quem sabe sua amplitude. Deixando de lado eventuais divergências, a grande imprensa coligada dá ao analista atento a certeza de que o jornalismo é uma atividade secundária, quando não ocasional, nos grandes conglomerados de mídia. A desconstrução da imagem do governo é tarefa imperativa. Nunca a hegemonia de classe se fez tão nítida no interior do campo jornalístico. A informação é um penduricalho tático, nada mais.

É nesse marco que se dá uma operação interessante. A blindagem do bloco liberal-conservador vem acompanhada da concessão de espaço ao moralismo abstrato de uma extrema-esquerda que, como destacou Flávio Aguiar, não suporta avanços que lhe roubem espaços de uma retórica tão obsoleta quanto vazia de projetos. Nesses termos, a vaia no Maracanã mostra o ponto de interseção entre a satisfação de conhecidos colunistas conservadores e a alegria juvenil de quadros do Psol e PSTU. Ambos se complementam em seus fins últimos. O arrivismo da esquerda inviável dá à imprensa a fachada de um falso pluralismo. Em troca, os “socialistas de salão” recebem um recorte simbólico que os tornam palatáveis a expressivos setores de classe média. É o que podemos chamar de legitimação recíproca. Os dividendos são imediatos para as duas partes. Com aplausos garantidos e divisão de espaço no pódio da reação.

Como alertamos há pouco mais de um ano,há quem veja autenticidade em simulações estudadas. Firmeza de convicções em ataques pessoais. E diferencial ético em linguagem vulgar. Para estes, a grande novidade no cenário político continua sendo a agremiação liderada pela ex-senadora Heloísa Helena . Apresentada como alternativa à polarização entre PT e PSDB, a senadora sempre mostrou uma determinação invejável. O manifesto da Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB) , que lançou sua candidatura, foi taxativo:

"O povo brasileiro não pode ser condenado a escolher entre Lula e Alckmin, dois candidatos que defendem o mesmo programa neoliberal, a mesma prática política marcada pela corrupção que impera no Congresso Nacional e no Governo. A candidatura de Heloísa Helena é uma alternativa real para o povo brasileiro contra estes dois candidatos apoiados pelos banqueiros. A Frente de Esquerda quer libertar o país das garras do capital financeiro e do imperialismo."

Eram palavras fortes, de indiscutível contundência ideológica, e que sinalizavam para uma candidatura capaz de aglutinar os descontentes com os rumos da política brasileira. Era o que supostamente restou de ético de uma esquerda que se entregou aos negócios. O que sobrou incólume após o suposto desmoronamento do PT, de uma nunca comprovada estrutura de compra de parlamentares e do solapamento das instituições do Estado.

Distintos cidadãos, parecia dizer o documento, o sonho não acabou. Ele ressurgia desde o Quilombo dos Palmares anunciando que "é preciso ousar, é preciso criar o novo, o novo é a frente de esquerda". Será? Ou estávamos vislumbrando uma farsa diversionista, docemente embalada por articulistas conservadores e lideranças políticas de direita?

O comportamento errático da imprensa já não deixava dúvidas. Os principais colunistas dos jornalões "adotaram" HH como referencial de uma esquerda desejável. O padrão operacional se repetia em todos os veículos. Abriram-se espaços para a grita moralista da candidata ao preço de desqualificar o conteúdo programático do partido. Um pacto faustiano que ainda une o esquerdismo inconseqüente a uma mídia em campanha.

Se for verdade que os cálculos políticos de candidatos estão na matriz narrativa que elaboram, o universo simbólico do eleitorado deve estar em consonância perfeita com o discurso.. Sendo assim, para quem falava, e ainda fala, Heloísa Helena? O que prevalece em suas intervenções? A marcação de diferença entre sua candidatura e a de Lula, por exemplo, foi construída a partir de quê? De um debate ideológico de fundo ou de considerações meramente moralistas?

No primeiro caso teríamos uma ação pedagógica no campo democrático-popular. No segundo, apesar das intenções da Frente de Esquerda, uma recorrência discursiva bem ao gosto da direita. E dos editores da pluralidade.

Quando questões políticas são redutíveis a qualidades pessoais ou deformações de caráter a grande beneficiária é a direita. Mais uma vez, Flávio Aguiar alertava que “o eterno moralismo que divide a cena política em” bons “e ” maus “administradores, e assim "naturaliza" as diferenças políticas dos projetos, trabalha sempre a favor daqueles que nada querem mudar”

Nesse caso, a extrema-esquerda fala principalmente aos que "no vale-tudo são capazes, de matar, mentir, caluniar". Fala à parcela moralista e autoritária da classe média urbana brasileira. Aos que oscilam entre a dominação arcaica e o anseio pelo moderno. Aos que procuram ocultar a ideologia de autoridade que norteia sua práxis pela modernidade de alguns engajamentos. Provavelmente, quando jovens, participaram de lutas feministas, movimentos contra o regime militar e manifestações contra o racismo. Isso, no entanto, não elimina os traços ideológicos mais fortes que marcam esse extrato: a recusa da cidadania plena, a incapacidade de distinguir entre o público e o privado e a crença no recurso à força como garantidor da ordem.

Destaque-se, aqui, que isso perpassa, mas não condiciona, sua opção partidária. Tanto pode jogar com o PSDB como apostar no PSOL. O imperativo é que a semântica da Casa Grande permaneça hegemônica. E isso a ex- senadora alagoana e seus seguidores asseguram com destemperos calculados. O ranço autoritário e preconceituoso nada de braçada em suas declarações. E tome vaias redentoras. Lembremo-nos de algumas pérolas ditas no calor da campanha pela ex-senadora alagoana.

"Tenho muitos defeitos para que ele precise usar da mentira para me atingir. Mas não vou bater boca com os empregadinhos ministros do presidente Lula, prefiro esperar para bater boca com o patrão deles.

"Tarso não tem o que fazer porque o governo é incompetente. Não vou bater boca com moleque de recado do presidente. Ele que vá arranjar um trabalho para fazer e me tirar da cabeça dele porque está com idéia fixa com Heloisinha."

De fato, tais afirmações, extraídas da Folha de S. Paulo, em 2006, mas publicadas por toda a grande imprensa, soaram como música para os segmentos mais reacionários da sociedade brasileira. Poucas vezes o exotismo pueril se apresentou com tanta radicalidade. O que o PSOL temia (e teme) é o debate programático. Sabe que se for explícito poderá perder parte da direita que lhe dá sustentação. Irônico o destino de um partido que serve como linha-auxiliar da direita. Mal nasceu e o PSOl precisa ser eclipsado pelos holofotes que lhe são oferecidos na tribuna de honra do retrocesso político.

Há algum tempo, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) já havia alertado para o lado cênico de HH. "Acho que tudo o que faz é milimetricamente estudado. Das roupinhas simplesinhas a postergar seus discursos para aparecer ao vivo na hora dos jornais noturnos e até levar uma sobrinha para ficar desenhando no plenário."

De fato, a senadora já aprendeu métodos de representação. Criou o personagem, montou o figurino e produziu o cabelo. Vive enclausurada num roteiro em que não cabe falar em classes, movimentos sociais e projetos políticos. A estrutura de dominação só comporta, em sua narrativa, categorias como "patifes", "ordinários" e "inescrupulosos". É uma estratégia discursiva que lhe assegura holofotes ocasionais, mas ao preço de uma despolitização deplorável.

Lembro-me que, após o I Congresso Nacional do PSOL, um velho e caro companheiro disse entusiasmado a um grupo de professores: “pelo que vi posso afirmar que, em pouco tempo, seremos o PT de 12 anos atrás”.Engano.Não vai, não. O PT não surgiu com arrivismos, marcado por ações pontuais com o que havia de mais atrasado na direita.

Um dos itens da resolução política do partido de Heloisa afirma que “o cenário político do novo milênio demanda o renascimento do projeto socialista. Tudo que renasce está destinado a trilhar novos caminhos. O novo quadro da luta social assiste à emergência de novos sujeitos sociais coletivos e novas formas de participação na política em sentido amplo”. Os “novos caminhos trilhados” despontam de que maneira? Em aplaudir como “espontânea” uma manifestação em que Lula é vaiado e César Maia ovacionado? É esse o renascimento do socialismo demandado pelo novo milênio? Se for, o primeiro passo é reconhecer a César o que é de César. E, unindo-se a fariseus e herodianos, admitir que a nova esquerda, infelizmente, nasceu tão velha quanto as vaias que aplaude.

Desnecessário discorrer sobre uma eventual armação do alcaide.Há, na internet, vídeos que mostram a vaia sendo encenada.Falar da composição social do público presente à abertura dos jogos só comprovaria o componente classista da manifestação.Até o governador tucano Cássio Cunha Lima reconheceu que as vaias partiram de fração da classe média que jamais votou em Lula.

O júbilo com o constrangimento infligido ao presidente está presente em nove entre dez colunistas e editores. Um conhecido jornalista não esconde o regozijo ao escrever em seu blog que “não há um só brasileiro que não esteja feliz com o que aconteceu neste fim-de-semana. A seleção ganhou a Copa América, o vôlei masculino mais uma liga mundial, o vôlei masculino júnior também foi campeão mundial e no Pan, Diogo Silva foi medalha de ouro no taekwondo. Ou melhor: tem um brasileiro que não tá feliz. Lula. Vocês sabem o porquê.” Não há sequer preocupação em dissimular. O jornalismo não só não oculta para quem torce como deixa claro a que facção organizada pertence.

Mas o que deve ser destacado é a incoerência do repertório da esquerda “ética”. Ou bem canta a “Internacional” nos velhos guetos ou entoa “Cidade Maravilhosa” nos braços do PFL. Estar nos dois coros é um sinal perigoso.Aponta para uma conjuntura de fluidez de princípios e sinais invertidos.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil, Observatório da Imprensa e La Insignia.

Mídia eleva tom contra Lula. Ministro do STM sugere golpe

Comentário:

Camaradas devemos analisar, este artigo, independente de apoiarmos o gov. Lula ou não. Lembrem-se o que senador Jorge Bornhausen disse: ".. a gente vai se ver livre desta raça, por, pelo menos, 30 (trinta) anos.."
(episódio mensalão). Ele estava enganado, o Lula continua prestigiado pelo "povão" (quanto a esquerda não sei), mas eles sempre vão estar certos de que a burguesia propriamente dita, administra melhor os seus interesses de classe. Mesmo sabendo que o Lula é um marionete que sustenta um estado afetivo, por esta classe, de se admirar. ( por Runildo Pinto)


Editoriais e colunistas falam em “colapso do lulismo”, “corriola governamental” e incapacidade de governar o país. Ministro do Superior Tribunal Militar diz que “pessoas de bem vão se pronunciar como já fizeram em um passado não muito distante”.

PORTO ALEGRE – O tom das críticas ao governo Lula, em função da crise no setor aéreo, vem subindo crescentemente na mídia. O editorial do jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (24), fala em “governo desacreditado” e “colapso do lulismo em matéria de permitir, em última análise, que o país funcione”. O Estadão refere-se ao Presidente da República como “o inexperiente Lula, o qual na irrefutável constatação de Orestes Quércia, em 1994, nunca dirigiu nem um carrinho de pipoca, antes de ambicionar o Planalto”. Na mesma direção, o colunista Clóvis Rossi, pergunta hoje, na Folha de S. Paulo: “se o país é incapaz de segurar um avião na pista, vai segurar o quê?”.

O jornal O Globo, também em editorial, diz que “a crise é mais profunda do que se quer fazer crer”. Também no Globo, Dora Kramer diz que “à corriola governamental tudo é permitido: agredir o público com grosseria, com leviandade, com futilidades, com fugas patéticas ao cumprimento dos deveres, com indiferença, vale qualquer coisa se a anarquia tem origem nas hostes governistas”. “Corriola”, em seu uso informal, significa “grupo de pessoas que agem desonestamente ou de forma inescrupulosa; quadrilha”.

Ministro do STM sugere golpe
O tom das palavras sobe também em alguns setores da sociedade. Além da desqualificação do governo federal, com o uso de adjetivos cada vez mais pesados, começam a aparecer também discursos de caráter golpista. Um exemplo:

“O que podemos dizer a esses ilustres jovens militares. Não desistam. Os certos não devem mudar e sim os errados. Podem ter certeza de que milhares de pessoas estão do lado de vocês. Um dia, não se sabe quando, mas com certeza esse dia já esteve mais longe, as pessoas de bem desse País vão se pronunciar, vão se apresentar, como já fizeram em um passado não muito longe, e aí sim, as coisas vão mudar, o sol da democracia e da Justiça brasileira vai voltar a brilhar”.

A declaração foi feita pelo ministro do Superior Tribunal Militar, Olympio Pereira da Silva Junior, durante a entrega de espadins a alunos que ingressaram nas academias militares do Exercito, Marinha e Aeronáutica, em julho deste ano. Ao saudar os novos alunos, Olympio Junior critica a situação política do país, faz uma apologia da honra, da moral e do patriotismo, lamentando que os jovens cadetes não poderão manusear os instrumentos militar que conhecerão no treinamento. Ele diz:

“Aqueles jovens, ainda puros, não sabem que vão estudar (e como vão estudar, durante toda a carreira) tudo sobre a arte da guerra e do combate e vão conhecer e aprender tudo sobre equipamentos e instrumentos militares, os mais modernos do mundo, mas que na realidade nunca irão manusear porque, no nosso País, não se acredita ser necessário a compra de armamento/equipamento militar para ficarmos em igualdade bélica a outras nações”. E critica a condição dos militares em relação aos demais funcionários públicos:

“Preparam-se, por toda a carreira, para dedicarem-se e ser fiel à Pátria, cuja honra, integridade e instituições deverão ser defendidas mesmo com o sacrifício da própria vida e têm, mesmo assim, seus vencimentos tão diferenciados de outros funcionários públicos que nunca deram nem vão dar nada ao País, pois dele só querem benesses, vantagens e lucros e o que é pior, porque ninguém faz nada a respeito e calam-se diante dessa imoralidade”.

O texto do ministro foi publicado em sites nacionalistas de direita como “A verdade sufocada” e “Terrorismo nunca mais”. Bacharel em Direito, Olympio Junior ingressou na carreira do Ministério Público Militar em 1976, tendo sido designado pelo então presidente, general Ernesto Geisel, para assumir a Procuradoria junto à Auditoria da Justiça Militar, em Juiz de Fora (MG). Desde 18 de novembro de 1994, é ministro do STM.

O ministro do STM, que já presidiu o órgão, é um velho conhecido do presidente da República. Há 23 anos, Olympio Junior, então na condição de promotor militar, pediu a prisão preventiva de Lula, então líder metalúrgico, por crime contra a segurança nacional em razão de um discurso feito no Acre em companhia de Chico Mendes.

Qual é mesmo o papel da Justiça Militar no Brasil? Segundo o site do STM, é julgar “apenas e tão somente os crimes militares definidos em lei”. O texto de apresentação do órgão faz um elogio da “independência, altivez e serenidade do órgão”: “no período de regime militar de 1964 a 1984, levou juristas famosos na luta em defesa dos direitos humanos, como Heleno Fragoso, Sobral Pinto e Evaristo de Morais, a tecerem candentes elogios à independência, altivez e serenidade com que atuou o Superior Tribunal Militar na interpretação da Lei de Segurança Nacional e na aplicação dos vários Atos Institucionais”.

Há um caldo de cultura perigoso formando-se no ambiente político brasileiro.

terça-feira, 24 de julho de 2007

“Consumo, logo existo”



Por :: Frei Betto*

Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.

É próprio do humano – e nisso também nos diferenciamos dos animais – manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.

A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.

Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens". Portanto, em si o homem não tem valor para nós". O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é quedeterminam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.

Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígine cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?

Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela…

Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.

Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc.

Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira.

Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" – diz Jean Baudrillard – "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.

Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

*Frei Betto é frei dominicano e escritor.

"Algumas verdades são difíceis de ouvir porque, se você realmente as ouvir, e entender que elas são realmente verdade, então você tem que mudar. E mudar pode ser muito inconveniente. "

"A maior ignorância é a que não sabe e crê saber, pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência ." (Sócrates)

NECROCOMBUSTÍ VEIS


, por Frei Betto



O prefixo grego bio significa vida; necro, morte. O combustível extraído de plantas traz vida? No meu tempo de escola primária, a história do Brasil se dividia em ciclos: pau-brasil, ouro, cana, café etc. A classificação não é de todo insensata. Agora estamos em pleno ciclo dos agrocombustíveis, incorretamente chamados de biocombustíveis.


Este novo ciclo provoca o aumento dos preços dos alimentos, já denunciado por Fidel Castro. Estudo da OCDE e da FAO, divulgado a 4 de julho, indica que "os biocombustíveis terão forte impacto na agricultura entre 2007 e 2016." Os preços agrícolas ficarão acima da média dos últimos dez anos. Os grãos deverão custar de 20 a 50% mais. No Brasil, a população pagou três vezes mais pelos alimentos no primeiro semestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2006.


Vamos alimentar carros e desnutrir pessoas. Há 800 milhões de veículos automotores no mundo. O mesmo número de pessoas sobrevive em desnutrição crônica. O que inquieta é que nenhum dos governos entusiasmados com os agrocombustíveis questiona o modelo de transporte individual, como se os lucros da indústria automobilística fossem intocáveis.


Os preços dos alimentos já sobem em ritmo acelerado na Europa, na China, na Índia e nos EUA. A agflação - a inflação dos produtos agrícolas - deve chegar, este ano, a 4% nos EUA, comparada ao aumento de 2,5% em 2006. Lá, como o milho está quase todo destinado à produção de etanol, o preço do frango subiu 30% nos últimos doze meses. E o leite deve subir 14% este ano. Na Europa, a manteiga já está 40% mais cara. No México, houve mobilização popular contra o aumento de 60% no preço das tortillas, feitas de milho.


O etanol made in USA, produzido a partir do milho, fez dobrar o preço deste grão em um ano. Não que os ianques gostem tanto de milho (exceto pipoca). Porém, o milho é componente essencial na ração de suínos, bovinos e aves, o que eleva o custo de criação desses animais, encarecendo derivados como carne, leite, manteiga e ovos.


Como hoje quem manda é o mercado, acontece nos EUA o que se reproduz no Brasil com a cana: os produtores de soja, algodão e outros bens agrícolas abandonam seus cultivos tradicionais pelo novo "ouro" agrícola: o milho lá, a cana aqui. Isso repercute nos preços da soja, do algodão e de toda a cadeia alimentar, considerando que os EUA são responsáveis por metade da exportação mundial de grãos.


Nos EUA, já há lobbies de produtores de bovinos, suínos, caprinos e aves pressionando o Congresso para que se reduza o subsídio aos produtores de etanol. Preferem que se importe etanol do Brasil, à base de cana, de modo a se evitar ainda mais a alta do preço da ração.


A desnutrição ameaça, hoje, 52,4 milhões de latino-americanos e caribenhos, 10% da população do Continente. Com a expansão das áreas de cultivo voltadas à produção de etanol, corre-se o risco dele se transformar, de fato, em necrocombustível - predador de vidas humanas.


No Brasil, o governo já puniu, este ano, fazendas cujos canaviais dependiam de trabalho escravo. E tudo indica que a expansão dessa lavoura no Sudeste empurrará a produção de soja Amazônia adentro, provocando o desmatamento de uma região que já perdeu, em área florestal, o equivalente ao território de 14 estados de Alagoas.


A produção de cana no Brasil é historicamente conhecida pela superexploração do trabalho, destruição do meio ambiente e apropriação indevida de recursos públicos. As usinas se caracterizam pela concentração de terras para o monocultivo voltado à exportação. Utilizam em geral mão-de-obra migrante, os bóias-frias, sem direitos trabalhistas regulamentados. Os trabalhadores são (mal) remunerados pela quantidade de cana cortada, e não pelo número de horas trabalhadas. E ainda assim não têm controle sobre a pesagem do que produzem.


Alguns chegam a cortar, obrigados, 15 toneladas por dia. Tamanho esforço causa sérios problemas de saúde, como câimbras e tendinites, afetando a coluna e os pés. A maioria das contratações se dá por intermediários (trabalho terceirizado) ou "gatos", arregimentadores de trabalho escravo ou semi-escravo. Após 1850, um escravo costumava trabalhar no corte de cana por 15 a 20 anos. Hoje, o trabalho excessivo reduziu este tempo médio para 12 anos.


O entusiasmo de Bush e Lula pelo etanol faz com que usineiros alagoanos e paulistas disputem, palmo a palmo, cada pedaço de terra do Triângulo Mineiro. Segundo o repórter Amaury Ribeiro Jr, em menos de quatro anos, 300 mil hectares de cana foram plantados em antigas áreas de pastagens e de agricultura. A instalação de uma dezena de usinas novas, próximas a Uberaba, gerou a criação de 10 mil empregos e fez a produção de álcool em Minas saltar de 630 milhões de litros em 2003 para 1,7 bilhão este ano.

A migração de mão-de-obra desqualificada rumo aos canaviais - 20 mil bóias-frias por ano - produz, além do aumento de favelas, o de assassinatos, tráfico de drogas, comércio de crianças e de adolescentes destinados à prostituição.

O governo brasileiro precisa livrar-se da sua síndrome de Colosso (a famosa tela de Goya). Antes de transformar o país num imenso canavial e sonhar com a energia atômica, deveria priorizar fontes de energia alternativa abundantes no Brasil, como hidráulica, solar e eólica. E cuidar de alimentar os sofridos famintos, antes de enriquecer os "heróicos" usineiros.


Frei Betto é escritor, autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre
outros livros.

E a imprensa arremeteu


O que estava em causa na cobertura da mídia após o acidente da TAM era a construção da "crônica da tragédia anunciada". Ao incluir as vítimas fatais no seu cálculo político, mais uma vez a mídia folhetinizou um drama real, banalizando a vida.

A fumaça ainda escapava dos escombros do prédio onde funcionava o terminal de cargas da TAM. Os bombeiros tentavam conter as chamas e ainda não haviam conseguido chegar ao avião. Era impossível determinar o número de pessoas mortas. Ainda assim, sem qualquer possibilidade de precisar os fatos, o jornal da família Marinho, com edição fechada poucas horas depois da tragédia, chegava quarta-feira (18) às bancas com as causas do desastre elucidadas.

"Dez meses depois do que tinha sido o maior acidente da aviação brasileira, um Airbus A-320 da TAM, com 176 pessoas a bordo-170 passageiros e seis tripulantes-, explodiu por volta das 18h50m de ontem, após derrapar na pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentar arremeter, atravessar a movimentada Avenida Washington Luís e se chocar, do outro lado da pista, contra um prédio onde há um prédio de combustível da própria TAM". O texto não deixava qualquer margem para dúvidas.

Sem dispor de qualquer informação confiável, a matéria intitulada “Tragédia anunciada" é uma demonstração cabal de como se faz jornalismo quando a pauta sobredetermina a apuração e a edição. Mesmo não dispondo das imagens da torre de controle e de dados retirados da caixa-preta devidamente periciados, a imprensa não hesitou em inserir o acidente numa suposta crise gerencial do setor aéreo. Tratava-se de encontrar a ranhura que atingisse o governo.

O que estava em causa era a construção da "crônica da tragédia anunciada". Ao incluir as vítimas fatais no seu cálculo político, mais uma vez a mídia folhetinizou um drama real, banalizando a vida. O desrespeito aos mortos e a falta de solidariedade às família estiveram presentes em quase tudo que se leu, falou ou ouviu na imprensa nativa, horas depois do acidente.

O bordão “quase 350 mortes em dez meses", repetido à exaustão por quase todos os veículos, busca dar por comprovada uma grave crise na aviação comercial brasileira sem, no entanto, estabelecer os nexos causais que o demonstrem. Se em 2006 a direita golpista e sua mídia não consumaram a tentativa de golpe institucional, as tentativas não cessarão na guerra declarada no segundo mandato.

Passados três dias, as imagens mostraram que o Airbus da TAM pousou no ponto ideal, porém, em vez de perder velocidade, acelerou de tal forma que atravessou em três segundos determinado trecho da pista. Onde está a derrapagem do parágrafo transcrito acima?

É bem verdade que a Globo deu a informação sobre a falha no reverso da turbina direita do avião. Cumprindo a liturgia do Jornal Nacional, programa de maior intensidade dramatúrgica da emissora, William Bonner anunciou, na edição de quinta-feira (19), com a habitual locução dramática:

"O avião da TAM que se chocou contra o prédio da empresa, em Congonhas, tinha um defeito no reversor da turbina direita desde o dia 13, sexta-feira passada. O problema tinha sido detectado pelo sistema eletrônico de checagem do próprio avião, mas o avião da TAM continuou a voar, nos dias seguintes, com o reversor direito desligado" (...) "a confirmação de que o avião prefixo MBK, destruído na tragédia de terça-feira, foi o mesmo que quase se acidentou na véspera, reforça a hipótese de que o acidente tenha sido conseqüência de falha mecânica".

Respondendo ao repórter César Tralli sobre a contribuição da pista molhada para o acidente, o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe da comissão que investiga o acidente, afirmou tratar-se de “chuva leve, que daria uma camada de 0,6 mm na pista. Então a probabilidade de que água na pista tenha influenciado nesse acidente é pouco provável, mas ainda assim é uma hipótese a ser considerada”.

O que temos então? A primeira notícia do Globo, dada como fato irrefutável, é uma hipótese pouco provável. Como explicar a grave derrapagem da imprensa brasileira? Falta de grooving na apuração e edição? Desligamento do transponder ético? Ou problema no reverso da turbina que instrumentaliza politicamente a dor de mais de 200 famílias que choram seus mortos?

Qual será o foco agora? O gesto feito por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais e, rapidamente, interpretado como sendo de comemoração? Com seu campo de ação no episódio ficando menor que a pista de Congonhas, para onde nossa imprensa vai arremeter.Qual o próximo choque com a verdade?

O momento pede consternação e não gestos rápidos. A manchete de ontem do Globo foi emblemática: "Infraero, Anac, Decea, Cindacta, FAB... e não se sabe o que houve”. Como não se sabe? Os editoriais estão carregados de certezas.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil, Observatório da Imprensa e La Insignia.

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
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  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
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  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
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  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
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  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
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  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
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  • Orestéia, de Ésquilo
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  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
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  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira