quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Partido Comunista da Grécia (KKE)


Encontro Internacional de Partidos Comunistas e de Trabalhadores

Nova Delhi, 20-22 de Novembro de 2009.

Intervenção do Partido Comunista da Grécia (KKE)

FALA DE GIORGOS MARINOS, MEMBRO DO CC DO KKE

“A causa real da crise é a intensificação da contradição do capitalismo, a contradição entre o caráter social da produção e a apropriação capitalista dos meios de produção. A meta do capitalismo é o lucro, e não a satisfação das necessidades humanas.”

“Na era moderna, era da transição do capitalismo para o socialismo, a luta não deve ser por transformações democráticas burguesas, mas pelo poder socialista que superará o poder dos monopólios e resolverá os problemas do atraso econômico, da dependência, etc.”

Gostaríamos de agradecer ao Partido Comunista da Índia (Marxista) por organizar e sediar o Encontro Internacional de Partidos Comunistas e de Trabalhadores. O fato de esse encontro ter acontecido na Ásia pela primeira vez significa um passo importante. Com outros, reiteramos nossa solidariedade aos povos da região que vêm se tornando alvo dos planos imperialistas e rivais, assim como nossa solidariedade à luta dos partidos comunistas que, geralmente, enfrentam dificuldades, perseguições, discriminações, assassinatos.

A análise do desenvolvimento da crise capitalista enriquecerá nossa experiência e contribuirá para o desenvolvimento da luta comunista. Comunistas estudam a crise capitalista, suas causas e conseqüências, as condições que ela cria para o desenvolvimento ideológico, política e de lutas de massa. De maneira alguma, nossa concentração e de que a crise do capital deverão nos desviar do que é o desenvolvimento capitalista do período anterior, o qual fatores levaram a essa crise do desenvolvimento. Além do mais, os trabalhadores devem tratar o desenvolvimento capitalista de forma única em todos os estágios do ciclo econômico, desenhando suas conclusões.

O capitalismo não é perigoso, somente, no período de crise, de recessão econômica. É perigoso num todo. Porque em todos os seus estágios ele é caracterizado pela exploração da força de trabalho, pela mais valia criada pelo seu trabalho, pelo lucro que é a vida e a alma do sistema capitalista.

Mesmo no momento de crescimento econômico, de expansão da produção e aumento da riqueza produzida pelos trabalhadores, é o grande capital que se apropria dos frutos do desenvolvimento, aumentando seu lucro e poder. Os lucros dos magnatas, banqueiros, armadores e muitos outros setores da plutocracia, assim como o estreitamento do monopólio capitalista, são imensos.

Por outro lado, os trabalhadores encontram o crescimento do desemprego, o congelamento dos salários e pensões, o aumento do tempo de trabalho para a aposentadoria, a desqualificação da educação, saúde bem estar, cultura, assim como as graves conseqüências das privatizações e liberalização de setores da economia.

Essas tendências não são exclusivas de países capitalistas que intermedeiam ou subordinam posições da pirâmide capitalista. Elas também se aplicam aos EUA, à União Européia como um bloco interestatal de organização imperialista: se aplicam no mundo capitalista como um todo.

Nessa altura do desenvolvimento nasceram as pré-condições da crise. Por isso, os partidos comunistas devem lutar para esclarecer as reais causas da crise e revelar as falsas alegações da social democracia e de oportunistas que utilizam diversos pretextos que servem para salvaguardar o capitalismo e conciliar suas contradições irreconciliáveis.

Isso não pode esmorecer; a luta ideológico-política deve intensificar.

Devemos responder, resolutamente, às alegações da burguesia e forças oportunistas, especialmente àquelas do Partido da Esquerda Européia e do partido “die Linke” que tentam, num todo, promover as defesas capitalistas para a classe trabalhadora. Devemos responder à nova onda anticomunista surgida na ocasião dos vinte anos da contra-revolução que teve total apoio das forças liberais, social democratas e oportunistas.

Primeiro: a alegação de que a crise foi causada, exclusivamente, pela administração neoliberal é, em parte, verdade, mas exonera o capitalismo de suas responsabilidades e libera a social democracia. O capitalismo passa por crises desde o século 19. Com sua transição para o imperialismo a crise passa a ser sistêmica.

Todos os modelos administrativos foram testados para prevenir e evitar a crise: o reforço da atividade comercial do Estado e o estímulo da demanda de acordo com os novos critérios keynesianos; também a receita neoliberal misturada com políticas sociais democratas. De qualquer maneira, as leis capitalistas ainda existem. A crise econômica da super produção se manifesta por si mesma em todos os períodos, independente da forma de governo.

A reestruturação capitalista começou em 1973 e se alastrou pela década de 1990 não por acaso. A meta era lidar com os problemas que diziam respeito à reprodução do capital e a estagnação. Essas mudanças encontraram necessidades internas de maior concentração e aumento do lucro do capital entre os mercados liberais, a livre movimentação do capital, bens, serviços e forças de trabalho. Mas até esse modelo perdeu sua dinâmica; isso levou à crise econômica.

Segundo: a caracterização da crise como financeira e a teoria do cassino-capítalista apresentam as reais causas da crise. Além disso, foram refutadas pelo desenvolvimento, já que a crise se espalhou para todas as esferas da economia. A história da crise provou que ela pode se manifestar, primeiramente, no sistema financeiro, mas sua raiz é a acumulação do capital que se dá na esfera da produção.

Os péssimos empréstimos garantidos pelos bancos e outras companhias financiadoras dos EUA serviram para uma necessidade específica: garantir uma maneira rentável de super acumulação do capital que incluísse a mais valia criada pela exploração da força de trabalho, o trabalho não pago da produção; garantir uma maneira de queimar o capital super acumulado e manter a produção tentando superar os problemas que dizem respeito ao poder de compra das famílias dos trabalhadores através de empréstimos para a compra de casas e outros produtos de suas necessidades.

A análise dessas questões que dizem respeito à reprodução social do capital compreende o exame da relação entre o capital industrial, comercial e financeiro, considerando que a era do imperialismo, ainda mais atualmente, se consolida com a fusão do capital industrial com o financeiro, o que leva à formação do capital financeiro com enormes proporções.

A causa real da crise é a intensificação da contradição do capitalismo, a contradição entre o caráter social da produção e a apropriação capitalista dos meios de produção. A meta do capitalismo é o lucro, e não a satisfação das necessidades humanas.

Esses elementos prevalecem no sistema de exploração; eles constituem a base anárquica e pessimista do desenvolvimento; a base da queda tendência da taxa de lucro causada pelo aumento orgânico de meios capitalistas de produção; a base da contradição entre produção e consumo. Esses fatores levam à disfunção da reprodução social do capital e à crise da superprodução.

Nós lutamos para que as pessoas percebam as causas reais da crise e jogamos todas as nossas forças na organização da luta da classe proletária e dos setores populares contra a agressão capitalista e os planos contra a organização popular que dá sustento ao capital e tentam jogar a culpa da crise para os ombros das populações. O povo precisa construir sua consciência. Trilhões de dólares foram transferidos para reforçar os banqueiros, magnatas e outros capitalistas que promovem a ofensiva contra os trabalhadores e os movimentos populares, o esforço para fazê-los pagar pela crise capitalista. Este percurso é trilhado tanto pelos EUA quanto pela União Européia, assim como outros países capitalistas, todos eles liderados por partidos neoliberais e social-democratas. A decisão do G20 também vai na mesma direção. Suas contradições refletem as rivalidades entre os interesses monopolistas e particulares.

Para enganarem a população eles usam diversas teorias contraditórias; promovem falsas expectativas com o intuito de analisar as reações das sociedades e esconderem o desenvolvimento da luta de classes.

As forças social democratas, o chamado “Socialismo Internacional” e seus fantoches lideram esse esforço.

Primeiro: eles apresentam o controle do movimento do capital como uma alternativa à crise, falam sobre a democratização do Banco Mundial e do Banco Central Europeu. De qualquer maneira, ficou provado que nada pode prevenir o surgimento das contradições capitalistas e que nenhuma medida pode ser tomada para mudar a natureza do sistema bancário, que é uma ferramenta do capitalismo.

Segundo: eles promovem a nacionalização de alguns bancos ou outros empreendimentos capitalistas também como alternativas. Essa posição é decepcionante porque, até mesmo nesse caso, o critério do lucro permanece no campo da liberalização do Mercado que reproduz a competição e agressividade contra os povos.

Terceiro: eles estão preocupados com o aumento do desemprego e, como solução, promovem o aumento do desenvolvimento combinado com o chamado “desenvolvimento verde”. Estão, na verdade, enganando os povos. O desenvolvimento capitalista nunca foi dirigido para a garantia de trabalho para todo mundo, e nunca será.

É lamentável o fato de os meios de produção estarem nas mãos dos capitalistas, que o lucro é o critério para o desenvolvimento e que, em qualquer caso, o sistema é caracterizado pela anarquia na produção e o desenvolvimento desigual entre os vários campos e setores da economia, assim como das áreas geográficas.

Esse fato sublinha que, no capitalismo, os trabalhadores nunca estarão na frente dos lucros; isso revela o quão traiçoeiras são as alegações sobre a “racionalização”, o capitalismo “humano” e regulamentação do Mercado. Os comunistas devem refutar, resolutamente, essas ilusões sobre a administração do sistema capitalista e superar as dificuldades na organização e desenvolvimento da luta de classes, esclarecendo que não há interesses comuns entre o capital e a classe trabalhadora, nem na fase de crise, muito menos na fase de revitalização do desenvolvimento capitalista.

Capitalistas e seus partidos promovem novas medidas contra populações em nome das mudanças climáticas, mascarando o fato de que essas mudanças são resultado da exploração das riquezas naturais, pelo capital, com o intuito de terem lucros. Energia, água, florestas, matas, produção agrícola são privatizadas e se acumulam nas mãos de algumas corporações multinacionais, agora também em nome do meio ambiente. Medidas semelhantes são promovidas, em grande ou pequena escala, em todos os países capitalistas, independente do grau de desenvolvimento do capital.

Além do mais, a proteção do meio ambiente também é usada como um pretexto para as intervenções imperialistas. Monopólios multinacionais, através do poder imperialista, coordenado pelos EUA e a União Européia, promovem acordos interestatais antipopulares e em defesa da Organização Mundial do Comércio e das negociações da Rodada de Doha com os países menos desenvolvidos. Eles também negociam metas para a produção de biocombustíveis, o que destrói vastas áreas florestais, promovem as mudanças genéticas nos alimentos e promovem outras medidas que significam um golpe ainda maior contra as rendas dos trabalhadores, pobres e camponeses.

“Economia Verde”, promovida, principalmente, pela União Européia, constitui uma maneira de acumulação do capital salvaguardando os lucros dos monopólios intensificando a exploração dos trabalhadores e dos recursos naturais; não só isso não resolve o problema das mudanças climáticas como, pelo contrário, intensifica. Problemas climáticos e ambientais não podem ser tratados como independentes da propriedade dos meios de produção, nem ignorando a concentração política que significam.

Camaradas,

Colaboração de classe é uma das mais incidentes e perigosas ferramentas de manipulação da classe trabalhadora e seu enfraquecimento revolucionário. Nós estamos, por isso, obrigados a estreitar laços ideológicos e organizar lutas contra tais posições, que são, em muitos casos, expressadas não somente por partidos neoliberais ou social democratas, mas também por partidos que se apresentam de “esquerda”, na verdade partidos oportunistas. Esses partidos tentam construir relações com partidos comunistas, exercendo influência nos seus locais de organização, ideologia e linha política.

Alguns desses chamados partidos de “esquerda” não só apresentam posições que servem ao capitalismo, mas também para abrirem espaço para o anticomunismo, caluniando o socialismo histórico dentro do movimento comunista.

O esforço do movimento comunista para unificar a classe trabalhadora não deverá se basear em relações com os chamados “partidos oportunistas de esquerda”; deve depender da habilidade de convencimento, recuperando e mobilizando a classe e os movimentos populares contra os monopólios e o imperialismo.

O Partido Comunista da Grécia (KKE) acredita que o esclarecimento desse significante momento dará ímpeto à luta comunista; afirmará ações independentes e o recrutamento de novas forças do movimento operário. Isso é particularmente importante para a mudança da correlação de forças e efetivação da luta sob condições de crise e, inclusive, para o futuro.

Além do mais, gostaríamos de esclarecer o seguinte:

Essa intensa luta político-ideológica requer um esforço maior para mostrar as mazelas do desenvolvimento, de acordo com a análise Marxista-Leninista. Isso também requer que os encontros internacionais dos partidos comunistas e de trabalhadores continuem nessa direção. Somente nesse caminho poderão os encontros internacionais completar essa tarefa, superando as dificuldades e respondendo às expectativas do povo trabalhador. Na Grécia, vivemos a experiência das dificuldades de uma batalha caracterizada pela agressividade da União Européia e do governo social-democrata. Por trás da crise, a reestruturação do capital é acelerada, o esforço para impor a chamada “flexibilização” do emprego se intensifica, a política de desmantelamento da seguridade social se mantém, saúde, educação vêm sendo privatizados, enquanto os salários e as aposentadorias são congelados. Todos os meios são utilizados para reduzir o valor da força de trabalho, aumentar o grau de exploração e os lucros do capital.

Sob essas condições, o KKE aumenta seus esforços para a unidade da classe trabalhadora e a aliança com o campesinato e outros setores oprimidos. Insiste na organização da classe nos locais de trabalho e sindicatos; apóia e participa da PAME, o pólo classista do movimento sindical que luta contra as forças “sindicaleiras” e trava duras batalhas pelos direitos dos trabalhadores.

O reforço e a efetivação da luta de classe do movimento requerem boa orientação contra os esforços de colocar o peso da crise sobre os ombros dos trabalhadores; assim como a promoção de demandas que vão ao encontro das necessidades das pessoas (estabilidade no trabalho e pleno emprego, aumento substancial de salários e pensões, saúde pública, sistema educacional de qualidade e gratuito, etc).

Os sindicatos que se filiaram ao PAME na luta alcançaram resultados significantes. Através de greves, paralisações, ocupações e outras formas de luta estancaram as demissões; obrigaram os empregadores a reintegrar seus funcionários demitidos; assinaram contratos trabalhistas coletivos que os obrigam a proporcionar aumentos superiores à política de rendimentos; os sindicatos intercederam em favor dos imigrantes que vinham sendo atacados.

KKE, junto à classe, organizou um movimento orientado para enfrentar essas dificuldades e é, particularmente, exigente em matéria de reforço da ideologia e da luta política de massas para a libertação do trabalho da política e ideologia burguesa, o reformismo.

Em nossa opinião, os partidos comunistas devem combinar esforços para alinhar o movimento de classe a nível nacional reforçando a Federação Sindical Mundial de Sindicatos (FSM), que teve um significante progresso na sua reconstrução.

Gostaríamos de alertar. A crise capitalista intensifica as contradições intra-imperialistas em um período em que os EUA e a China vêem reduzidas suas cotas no “GWP”, a União Européia reforça sua presença e a China, a Rússia, a Índia e o Brasil passam a disputar o mesmo espaço.

Os trabalhadores não devem se iludir com slogans de democratização da ONU ou de uma “nova arquitetura das relações internacionais”. Esses slogans têm, somente, a intenção de humanizar o capitalismo. De fato, nunca existiu um mundo “unipolar”! As condições e contradições imperialistas sempre existiram. No entanto, no passado, foram atenuados devido à necessidade de enfrentarem a URSS e outros países socialistas.

Hoje em dia, testemunhamos uma nova intensificação das contradições imperialistas, assim como o exercício de várias forças imperialistas crescentes e alianças desempenhando um papel atualizado nos assuntos internacionais, descrito pelo modelo de “mundo multipolar”.

Na verdade, o imperialismo se caracteriza pela direção que dá aos mercados e recursos naturais. Comunistas assumem grandes responsabilidades no que se refere ao esclarecimento e a mobilização dos povos contra as guerras e intervenções imperialistas, contra as ocupações, também contra todas as organizações e centros imperialistas, independente da sua “cor”, seus nomes ou regiões onde foram criadas.

Os conflitos internos e também entre as organizações imperialistas, como a Organização Mundial do Comércio, não devem ser submetidos aos trabalhadores como demandas para uma melhor ou mais justa administração do sistema capitalista. Os acordos concluídos nessa organização refletem a correlação de forças e uma ilusão na crença de que eles podem ser mais justos.

Os comunistas não lutam por uma posição melhor no mundo capitalista, ou por uma melhor gestão capitalista, mas para derrotar o capitalismo e construir o socialismo!

Os trabalhadores, tanto de países desenvolvidos quanto daqueles em desenvolvimento, seguindo o modelo capitalista, devem responder com uma luta unificada e comum contra os imperialistas, contra os esforços de dividir os respectivos povos pelo critério de classes no “Sul e no Norte”, entre países “Ricos e Pobres”.

Os comunistas devem responder a essas pseudo-divisões com a elaboração de uma estratégia comum contra o imperialismo, com uma unidade ainda mais forte a nível global que será construída através de nossas lutas nacionais e regionais sempre cooperando com outros movimentos anti-imperialistas.

A histórica frase do Manifesto Comunista ainda é relevante: “Proletários de todos os países, uni-vos”!

A distância entre os capitalistas e a classe trabalhadora aumenta nos chamados países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento”. As contradições sociais aumentam devido ao ataque global liderado pelo grande capital depois da queda do sistema socialista na Europa, recaindo sobre os direitos e ganhos dos trabalhadores de todo o mundo.

A experiência histórica provou que o movimento comunista se fortalece na medida em que está fortemente dedicado à luta antiimperialista, anti-monopolista e, principalmente, à sua meta, que é a luta revolucionária de superação do capitalismo pelo socialismo, abolindo a exploração do homem pelo homem.

Na era moderna, era da transição do capitalismo para o socialismo, a luta não deve ser por transformações democráticas burguesas, mas pelo poder socialista que superará o poder dos monopólios e resolverá os problemas do atraso econômico, da dependência, etc.

Os inimigos do socialismo e vários anticomunistas, que celebraram, há alguns dias atrás, a queda do Muro de Berlim, não podem parar o curso da história, não importa o que façam.

O Socialismo teve uma grande contribuição histórica. Em alguns anos resolveu problemas que o capitalismo não consegue há séculos. Estabaleceu o direito pelo trabalho, pela saúde pública e educação, desenvolveu os esportes e a cultura para os povos, aboliu a exploração do homem pelo homem, mostrou a supremacia do socialismo sobre o capitalismo.

A União Soviética foi um fator importante na vitória sobre o fascismo, tendo perdido 20 milhões de seus homens na batalha.

Estudamos as deficiências que levaram aos erros, os desvios oportunistas que levaram à derrubada do socialismo; tiramos nossas lições. O Socialismo do novo século é constituido de continuação integral do patrimônio e das lições do socialismo do século.

Socialismo está mais relevante e necessário. A intensificação das contradições, do desemprego, pobreza, exploração e da crise do capital mostram seus limites históricos.

O caminho para a satisfação dos povos passa pelo poder dos trabalhadores, a ditadura do proletariado, a socialização dos meios de produção e das terras, o controle e planejamento central dos trabalhadores.

Esse é o farol que ilumina nosso caminho.


domingo, 27 de dezembro de 2009

Por que não festejo e me faz mal o Natal

Dezembro 24, 2009

por Mário Maestri*

Não festejo e me faz mal o Natal por diversas razões, algumas fracas, outras mais fortes. Primeiro, sou ateu praticante e, sobretudo, adulto. Portanto, não participo da solução fácil e infantil de responsabilizar entidade superior, o tal de “pai eterno”, pelos desastres espirituais e materiais de cuja produção e, sobretudo, necessária reparação, nós mesmos, humanos, somos responsáveis.

Sobretudo como historiador, não vejo como celebrar o natalício de personagem sobre o qual quase não temos informação positiva e não sabemos nada sobre a data, local e condições de nascimento. Personagem que, confesso, não me é simpático, mesmo na narrativa mítico-religiosa, pois amarelou na hora de liderar seu povo, mandando-o pagar o exigido pelo invasor romano: “Dai a deus o que é de deus, dai a César, o que é de César”!

O Natal me faz mal por constituir promoção mercadológica escandalosa que invade crescentemente o mundo exigindo que, sob a pena da imediata sanção moral e afetiva, a população, seja qual for o credo, caso o tenha, presenteie familiares, amigos, superiores e subalternos, para o gáudio do comércio e tristeza de suas finanças, numa redução miserável do valor do sentimento ao custo do presente.

Não festejo e me desgosta o Natal por ser momento de ritual mecânico de hipócrita fraternidade que, em vez de fortalecer a solidariedade agonizante em cada um de nós, reforça a pretensão da redenção e do poder do indivíduo, maldição mitológica do liberalismo, simbolizada na excelência do aniversariante, exclusivo e único demiurgo dos males sociais e espirituais da humanidade.

Desgosta-me o caráter anti-social e exclusivista de celebração que reúne egoísta apenas os membros da família restrita, mesmo os que não se freqüentaram e se suportaram durante o ano vencido, e não o farão, no ano vindouro. Festa que acolhe somente os estrangeiros incorporados por vínculos matrimoniais ao grupo familiar excelente, expulsos da cerimônia apenas ousam romper aqueles liames.

Horroriza-me o sentimento de falsa e melosa fraternidade geral, com que nos intoxica com impudícia crescente a grande mídia, ano após ano, quando a celebração aproxima-se, no contexto da contraditória santificação social do egoísmo e do individualismo, ao igual dos armistícios natalinos das grandes guerras que reforçavam, e ainda reforçam – vide o peru de Bush, no Iraque – o consenso sobre a bondade dos valores que justificavam o massacre de cada dia, interrompendo-o por uma noite apenas.

Não festejo o Natal porque, desde criança, como creio para muitíssimos de nós, a festa, não sei muito bem por que, constituía um momento de tensão e angústia, talvez por prometer sentimentos de paz e fraternidade há muito perdidos, substituindo-os pela comilança indigesta e a abertura sôfrega de presentes, ciumentamente cotejados com os cantos dos olhos aos dos outros presenteados.

Por tudo isso, celebro, sim, o Primeiro do Ano, festa plebéia, hedonista, aberta a todos, sem discursos melosos, celebrada na praça e na rua, no virar da noite, ao pipocar dos fogos lançados contra os céus. Celebro o Primeiro do Ano, tradição pagã, sem religião e cor, quando os extrovertidos abraçam os mais próximos e os introvertidos levantam tímidos a taça aos estranhos, despedindo-se com esperança de um ano mais ou menos pesado, mais ou menos frutífero, mais ou menos sofrido, na certeza renovada de que, enquanto houver vida e luta, haverá esperança.


* Historiador e professor do curso de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF, RS. Publicado em La Insignia.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Las Organizaciones Culturales de Latinoamérica estamos de pié uniendo nuestras manos a las del pueblo hondureño




“Aún estoy vivo” . Francisco Morazán . ¿Es hoy, ayer, mañana? Tú lo sabes. Pablo Neruda

Los escritores, poetas y artistas de Latinoamérica y el mundo. Decimos:

La resistencia popular al golpe del poder económico, político y militar en la nación centroamericana es heroica. La gente resiste pacificamente frente a tanques, fusiles, brutales palizas de la policía y los grupos paramilitares, organizaciones entrenadas en el Plan Cóndor y el siniestro intervencionismo imperial de los años de plomo en la región.

Escritoras y escritores, poetas y artistas de Latinoamérica estamos de pié uniendo nuestras manos a las del pueblo hondureño, sus escritoras y escritores, poetas y artistas, rechazando el golpe de Estado civico militar perpetrado contra el sistema democrático hondureño el pasado 28 de junio de 2009, que conllevó al secuestro y alejamiento de su patria del Presidente Constitucional Manuel Zelaya; la imposición del estado de sitio maquillado de toque de queda; la brutal represión desatada contra el pueblo de Honduras que resiste la dictadura; los asesinatos del periodista Gabriel Fino Noriega, el joven Isis Obed Murillo y del activista del Bloque Popular, Roger Bados; la militarización de los medios de comunicación y la censura a la libertad de expresión y la libertad de prensa, violaciones del elemental derecho a la información amparado por la Declaración Universal de los Derechos del Hombre, suscripta también por Honduras; la continua y premeditada violación de los derechos humanos; el ejercicio pleno desde el poder de facto de la violencia física y psicológica contra el pueblo, con agresiones, persecuciones, amenazas, encarcelamiento y torturas;

Suscribimos el “Manifiesto 1” de los escritores, docentes, intelectuales y artistas de Honduras, emitido en las horas del golpe de Estado. uno de cuyos artículos declara:

Ante la brutal arremetida de las instituciones usufructuadas por una minoría económicamente todopoderosa, sus medios de manipulación y sus cómplices amanuenses en contra de esta propuesta es indispensable la unidad del pueblo para evitar que se imponga, una vez más, un fracaso histórico que va a sumirnos en la ignominia, la sumisión y la imposición de la misma democracia clasista y autoritaria a caballo sobre los partidos tradicionales y las oligarquías.

Decimos que junto al avasallamiento de todos los derechos del pueblo hondureño también se ponen en peligro todos los derechos de los pueblos latinoamericanos para determinar con libertad su propio destino.

Denunciamos que la instauración en el poder hondureño del dictador Micheletti y sus colaboradores está dando paso a la acción de grupos terroristas que intimidan, amenazan y persiguen luchadores de la resistencia democrática, y que el accionar subversivo que se ampara en las filas golpistas es el mismo protagonizado por militares y paramilitares que en los años 70 y 80 conformaron los aberrantes escuadrones de la muerte.

Exigimos el inmediato restablecimiento del presidente Manuel Zelaya Rosales y una contundente acción judicial - de las cortes nacionales e internacionales-, que echen luz sobre el proceso golpista, sus mentores, partícipes y colaboradores, y todas y cada una de las responsabilidades que a estos competan por las violaciones a la Constitución de Honduras, a los derechos humanos y particularmente por los asesinatos cometidos bajo la dictadura.

“La soberanía reside en el pueblo”

También decimos que el pueblo de Honduras tiene derecho a discutir y reformular su Carta Magna, a vivir con dignidad y justicia y a forjar su propio destino; que las naciones no son el coto de caza privado de los selectos grupos de poder ni pueden sobrevivir arrodilladas a los mandatos de los poderosos de mundo; que cada hondureña y cada hondureño son artífices de su propio futuro y sólo ellos deben decidirlo sin intervenciones de organismos internacionales que no siempre observan el interés de los pueblos.

Demandamos el cese del toque de queda, el pleno ejercicio de la libertad de expresión y de tránsito, la libertad inmediata de los detenidos, el respeto a la vida y a la integridad física de cada hondureño y de los miembros del Gabinete Ministerial y familiares del Presidente de Honduras y el reposicionamiento en sus puestos de los trabajadores y funcionarios cesanteados o suspendidos por los burócratas golpistas.
Recordamos que la Constitución de Honduras establece en su Artículo 2 que la suplantación de la soberanía popular y la usurpación de los poderes constituidos son tipificados como delitos de Traición a la Patria y su responsabilidad es imprescriptible.
Exhortamos a los gobiernos latinoamericanos y del mundo entero a asumir con firmeza el respeto a la voluntad soberana del pueblo hondureño, no reconociendo, por ningún motivo, a los usurpadores de las funciones que le corresponden únicamente al presidente Zelaya.
Hacemos un llamado a mantener, profundizar y fortalecer la unidad y la integración del pueblo latinoamericano, a fin de prevenir y evitar todo intento golpista en cualquier país de nuestra Patria Grande.

Llamamos a todos los escritores, poetas, intelectuales, artistas del mundo, y sus organizaciones representativas, a sumar su solidaridad y estrechar fraternalmente la causa de la libertad, la democracia y la soberanía del pueblo hondureño.

19 de julio de 2009. Firman:
.
SECh: Sociedad de Escritores de Chile
Festival Internacional de Poesía de La Habana.
Festival Internacional de Poesía “Palabra en el mundo”
Revista de poesía Isla Negra
Asociación de Escritores de la Costa Norte de Honduras

Primeras adhesiones:
Jorge Martínez Mejía, Karen Mayela Valladares: Poetas del Grado Cero
Mario Gallardo, Narrador y Crítico de Literatura, Honduras
Marco Antonio Madrid, Poeta, Honduras
Gustavo Campos, Revista Mimalapalabra, Honduras
Armando García, Narrador, Honduras
Birgitta Jónsdóttir, Islandia, Member of the Icelandic Parliament for the Civic Movement, poet and activist.

Claudia Korol, Argentina, revista América Libre.

Carlos Carbone, Argentina, poeta.

La Bodega del Diablo, Argentina, revista literaria.

Festival de poesia en la Montaña, Rep. Dominicana.

Encuentro Internacional de Poetas "El turno del ofendido" de El Salvador

Taty Hernandez, poeta, República Dominicana

Ingrid Storgen: comunicacora social.

Miguel Sotomayor, Cuba, poeta.

Juan Nuñez, escritor, Argentina

Rannel Báez, Honduras

Nélida Martinelli, poeta, Buenos Aires, Argentina

Daniel Montoly, Escritor dominicano residente en Estados Unidos.

Rubén Derlis, Argentina
José María Pallaoro, City Bell, Argentina

Ildefonso Finol, Centro Antiimperialista Simón Bolívar, Coordinador General

Olivier Herrera Marín, escritor, España

Rosina Valcarcel, poeta, Perú

Julio Rudman, periodista, Argentina

Francisco Azuela, poeta y escritor, México

César Bisso, poeta, Argentina

Dr. Julio Cuevas, escritor, Universidad Autónoma de Santo Domingo-UASD.-

Norma Segades, Argentina, Movimiento Internacional de Escritoras "Los puños de la paloma"

Ana Silvia Mazía, traductora, Argentina

Alexis Díaz Pimenta, España, Proyecto Oralitura

Enrique Llopis, músico, Argentina

Eduardo Nogareda, poeta y comunicador radial, Uruguay.

Enrique Llopis, músico, Argentina

Eduardo Nogareda, poeta y comunicador radial, Uruguay.

Junta Editora de la Revista Exégesis, Puerto Rico
Junta Directiva del Festival de Poesía en Puerto Rico (FIPPR)

Juana García Abás, escritora, Cuba

José Luis Fariñas, pintor y escritor, Cuba

Eduardo Lucio Molina y Vedia, escritor y periodista argentino residente en México

Tania Nesterovsky, poeta. Venezuela - Canadá.

Asociación Solidaridad Latinoamericana ( Asolatino),Berna, Suiza.

Alexis E. Robles. Poeta, Panamá, Panamá

Gregorio Echeverría, Escritor, Argentina

Dra Marta Raquel Zabaleta , Economista, investigadora, poeta

María Montserrat Bertrán, Bs As Argentina

Pablo Marrero, escritor, Argentina

teatro de Títeres "Las Bestias Peludas”, Alejandro Seta y Cristina Ledesma, Argentina

Gustavo Pereira, poeta, Venezuela

Santiago Bao -Argentina, escritor y poeta

Yvan Silen, poeta, Puerto Rico

Casimiro de Brito, Poeta e Escritor, Lisboa, Portugal.

Proyecto Cultural SUR-San Juan
Portal digital Identidad sanjuanera
Proyecto Cultural SUR-Montreal
Proyecto Miércoles de Poesía de Costa Rica

Oscar Peretto, músico.

Rivista di letteratura Isola Nera, Giovanna Mulas, escritora, Italia.

Paulina Vinderman, poeta, Argentina.

Máximo Kinast Aviles, escribiente panfletario, Chile

Carmen Rita Centeno, escritora, Puerto Rico

Miguel Ángel Cruz (lobo), Partido de los poetas, Argentina

Alfons Velis Tobar, poeta y escritor, Canadá/ El Salvador

Colectivo Creativo de Comunicaciòn-Cultura "Los Ojos de la Mente", Argentina.
Escritores que se sumaron a la declaración "Democracia para Honduras" inciada por la SECH:

Raúl Zurita, Poli Délano, Arturo Corcuera, Jaime Quezada, Jorge Boccanera, José María Memet, Cristina Larco, Edmundo Moure, Reynaldo Lacámara, Gregorio Angelcos, Víctor Sáez, Alfredo Lavergne, Jorge Montealegre, Malú Urriola, Pía Barros, Florentino Carreño, Iris Fernández, Ximena Troncoso, Mauricio Barrientos, Rosa Alcayaga, Estela Socias, Marcelo Lira, Jorge Etcheverry, Ángela Montero, Amaro Labra, Gladys Muñoz, Renzo Rosso, Ligia Uribe, Carlos Ordenes Pincheira, Astrid Fugellie, Yolanda Duque, Cecilia Palma, Horacio Eloy, Omar Cid, Norton Contreras Robledo, Luis E. Aguilera, Jorge Bousoño, Guido Eytel, Ingrid Odgers, Gabriel Impaglione, América Comparini, Rocío L`Amar, Ulises Rodríguez Zamarripa, Moira Brncic, Galel Cárdenas, Ali Khadaoui, Driss Allouch, Paola Valverde, Luis Arias Manzo, Eduardo Robledo, Rafael Rosado, Siboney del Rey, Nina La Porta, Carlos Benitéz Villodres, Vilma Reyes Díaz, Paulo Monteiro, José Pablo Quevedo, Ernesto Joaniquina Hidalgo, Virginia Vidal, Edmundo Moure, Guillermo Bown, Raquel Flores, Mario Cabrera, Lucyna Yánez, Leonel Ampuero, Dennis Ávila Vargas, Paola Valverde Alier, Norberto Salinas Ollé, Eugenio Redondo, Etnairis Rivera, Marcela Sojo, David Robinson, Diogenes de Sinope, Ruth Baltra Moreno, Mairym Cruz-Bernal, Elizabeth Cazessus, Adriano Corrales Arias, César Guisado, Teresa Calderon, Yevgeny Yevtushenko, Patricio Manns, James Cockcroft......

Adhesiones al manifiesto por Honduras de Palabra en el Mundo:

Tito Alvarado, poeta, Chile

Alex Pausides, poeta- Festival de poesia de La Habana- Cuba

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Yoani Sánchez: la hija de PRISA


Un interesente fenómeno ha surgido desde hace un tiempo, es el "fenómeno Generación Y" que en el ciberespacio y desde La Habana llena titulares de la llamada prensa establecida en Europa y Estados Unidos, con el consabido rebote en los medios oligárquicos de América Latina
El trabajo que presentamos del escritor, politólogo y periodista cubano Enrique Ubieta, actual director de la Revista La Calle del Medio, fue escrito antes de que se conociera la avalancha de premios que Yoani Sánchez ha recibido en las últimas semanas, incluyendo la publicación de un libro en Brasil, por el cual su autora recibió un adelanto digno de un Nobel de Literatura. No exageramos, ningún escritor cubano, mantenga una posición de apoyo a la Revolución Cubana como Alejo Carpentier o que se le oponga como Guillermo Cabrera Infante, ha recibido tantos méritos y premios. Pueden comprobarlo por ustedes mismos.

Enrique Ubieta Gómez

¿Cómo escribir un artículo serio sobre un asunto que no lo parece?, ¿o que lo es, por las implicaciones que adquiere en la guerra mediática contra Cuba, aún cuando no lo sea por naturaleza propia? El terreno ha sido previamente minado. Como toda mercancía, hecha para ser vendida, Yoani Sánchez es fotografiada con intencionalidad: frente al lente, muestra su iracunda delgadez, con el aplomo de una huérfana que reta a los posibles padres sustitutos. El invisible cintillo del anuncio dice: "Una mujer moderna, frente a su laptop, en un apartamento de la ciudad hostil, expone libremente sus opiniones". Las fotos recorren el ciberespacio. ¿Quién se atreve a ofender a una indefensa mujer? Todo ha sido bien pensado, porque en una cultura machista como la hispana, una mujer no debe ser desmentida por un hombre. Cualquiera que ose cuestionar el paquete que se expone en la vitrina de la tienda mediática será atacado por los defensores del arca perdida. Pero, ¿es realmente importante Yoani? Tratemos, pese a todo, de avanzar, hurgando por aquí y por allá en Internet.

En el empeño por construir una oposición mediáticamente creíble que justifique los ataques a la Revolución Cubana, los financistas habían pasado por alto un hecho: los repentinos "líderes" de los grupúsculos contrarrevolucionarios pueden ser recibidos por presidentes o embajadores, y ser aceptados como legítimos por los idiotizados lectores de la prensa internacional, pero no por los cubanos. Un detalle lo echa todo a perder: ¿cómo es posible que se reúnan en la residencia del representante de la Oficina de Intereses de Estados Unidos en Cuba para participar en un simulacro de elección, como si fuesen estadounidenses, y que —ya en el colmo del desparpajo—, "elijan" mayoritariamente a Mc Cain, como cuatro años atrás hicieran con Bush, los candidatos que ciertamente habían prometido los pagos más jugosos? Esos "líderes" sirven, eso sí, para decir unas palabras o caminar unas cuadras frente a las cámaras de los corresponsales extranjeros que han recibido la instrucción de divulgar sus actos, como aquel dibujante (no existía la fotografía aún) que fue instruido por el magnate de la prensa William Randolph Hearst en La Habana de 1898: "haga usted los dibujos, que yo pongo la guerra". Una de sus máximas era esa: "yo hago las noticias", y con ello quería decir que las inventaba, y después, si acaso resultaba imprescindible, las hacía suceder.

El proyecto Yoani es una acción que explora otros caminos. ¿Quién es ella? Una filóloga graduada en la Universidad de La Habana, esposa de uno de los publicitados (y ya demasiado "quemados") "disidentes" de antaño, Reinaldo Escobar. Se fue de Cuba y anduvo por algunos países europeos. Dicen que en España conoció a Carlos Alberto Montaner —que a pesar de haber puesto algunas bombas en cines de La Habana, de ser oficial de marines y de pertenecer a la CIA, quiere ser intelectual y pretende regresar a Cuba como candidato a la presidencia—. Pero Yoani regresó. Mauricio Vicent, que tuvo la misión de darla a conocer en El País, la cara madrileña —sin dudas más culta— de El Nuevo Herad miamense, ambos propiedad del Grupo PRISA, lo cuenta así: "Yoani y Teo (su hijo) también emigraron a Suiza, pero decidieron regresar. La vida fuera de Cuba fue más dura de lo que creían, y la reunificación con su esposo resultó imposible. (...) En un viaje familiar, hace tres años, rompió el pasaporte y se presentó en Inmigración. "Tremenda sorpresa cuando me dijeron: 'Pida el último en la cola de los que regresan'".

Traía un nuevo proyecto de vida: ser bloguera. Existen más de 700 blogs (cada día aparece uno nuevo, dentro y fuera) sobre Cuba en Internet, poco o nada conocidos, ¿por qué este sería diferente? Yoani contaría, en lenguaje coloquial, cuan "desgraciados" somos los cubanos, cuan "oscuras" son nuestras vidas cotidianas. Pero de entrada advertía: no soy política, afirmación que se aferra al hecho de que no pertenece (al menos públicamente) a ningún grupúsculo. Y ¿para qué tendría que pertenecer si ninguno realmente es tomado en serio por la población? Veamos lo que en otra entrevista le pregunta Vicent y ella responde:

P. Hasta ahora no se consideraba disidente, sino un "electrón suelto".

R. Sigo sin considerarme disidente.

P. Pero por diferentes motivos su caso se ha politizado. ¿No teme dejar de ser la bloguera fresca Yoani Sánchez para convertirse en una opositora más?

R. No tengo ese temor. (...)

P. ¿Cambio de sistema o cambios en el sistema?

R. De sistema

P. ¿Y hacia qué modelo?

R. Uno de los grandes argumentos que se utiliza para defender la revolución cubana es que hemos logrado hacer un socialismo sui géneris. ¿Por qué no podríamos hacer un capitalismo sui géneris? Lo que necesita este país es una inyección de creatividad y de libertad para producir, y el socialismo es una camisa de fuerza a todo eso.

Si obviamos la tontería de hablar de un capitalismo sui géneris, todo queda claro. Entonces, ¿qué de especial tiene esa intención de narrar críticamente la realidad cotidiana en un país donde todas las personas siempre han hablado y criticado en voz alta las imperfecciones de su entorno? Una sola diferencia: mi vecino, mi casual compañero de viaje en la atestada guagua de las mañanas, o de la cola de cualquier establecimiento, increpa y maldice con naturalidad, para después hablarme de su hijo en la escuela y finalmente, algún día, encontrarlo en su taller, lleno de grasa y de espíritu, inventando las piezas que no puede adquirir el país, para que el ómnibus que maneja pueda seguir sirviéndonos. La diferencia, aunque sutil, es precisamente política: las personas que suelen expresar con pasión sus criterios en la calle no necesariamente quieren cambiar el sistema, reimplantar el capitalismo en Cuba. Yoani sí. Ese es el sentido de su blog, como ella declara. Por eso sonreí cuando encontré en el blog de Elaine Díaz Rodríguez (La Polémica Digital), una cubana muy joven (mucho más que Yoani), este comentario: “¿Por qué no escribo de Yoani? Hace días me preguntaba esto una y otra vez. Ayer, después de lidiar nuevamente con 'la maldita circunstancia del agua por todas partes' me respondía: ¿por qué escribir de ella? Sencillamente prefiero escuchar lo que comentan en las guaguas, ver la expresión del rostro de aquel viejo recostado en el piso que se ha convertido ya en parte del cine Riviera, oír los gritos en la cola del Yara por ver una película latinoamericana. Prefiero construirme mi propia Cuba, un espacio donde no solamente hay puntos negros, todos perfectamente dibujados en el espacio de Yoani. Quiero creer que mi país va a estar mejor. Me niego a pensar en Cuba desde una tercera persona, como decía Alejandro alguna que otra vez. Cuba no es perfecta, no es la isla de maravillas que han pintado nuestros medios, pero tampoco es el inhóspito lugar que me presenta Yoani, o al menos, me rehúso a verlo así”.

Por cierto, ese Alejandro, al que la autora se refiere, joven ingeniero (mucho más joven que Yoani) y profesor de la Universidad de Ciencias Técnicas de La Habana conocida como CUJAE, según sus viejas siglas, también tiene un blog llamado Artilugios.cu al que acompaña un lema: "Otro blog desde Cuba, pero no de catarsis".

Claro que ese comentario de Elaine —a quien no conozco personalmente, y con la que espero no coincidir en todo (sería muy aburrido), pero a quien leo con placer—, es cuanto menos calificado de "sospechoso" por esos extraños "defensores" de la libertad de pensamiento que apoyan con frenesí a Yoani. Ellos manejan un ridículo concepto de independencia: solo se es independiente si se disiente de la Revolución. Todo el que exponga un criterio que la favorezca, aún mínimamente (decir, por ejemplo, que se prefiere construir antes que destruir), es un portavoz oficial, un "privilegiado". Hace ya algunas semanas mi amigo Bladimir Zamora, poeta y periodista fundador de El Caimán Barbudo, fue acusado en varios sitios de Internet —como venganza por su desaprobación de un acto de irrespeto público a la bandera cubana de un joven escritor contrarrevolucionario—, de vivir de "las prebendas del régimen". Bladimir vive desde 1979 en un pequeñísimo cuarto que sus amigos llaman "la gaveta", en un edificio solariego con baño colectivo de la Habana Vieja.

La libertad de expresión tiene para ellos un límite que no puede franquearse: el apoyo a la Revolución. Son cazadores obsesivos de cualquier frase o adjetivo que matice o valore la obra de la Revolución, para de inmediato descartar o desacreditar al expositor como "oficialista". Pero vuelvo a la pregunta inicial: ¿por qué el blog de Yoani, que tuvo la pretensión de querer representar a toda una generación, adquirió visibilidad? No por su excelencia. Si todavía discutimos este punto es porque a los promotores de esta guerra como la llama el contrarrevolucionario Manuel Sosa (dejémonos de eufemismos, y no me refiero por supuesto a su obra literaria, sino a su pensamiento), no les interesa la verdad. Y la verdad es sencilla: apenas unos meses después de abierto, El País y El Nuevo Herald, y enseguida EFE, la agencia española de noticias, se ocuparon de lanzarla. ¿Porque era acaso un blog muy exitoso? Los sucesivos artículos sobre Yoani inventaban la leyenda como quería Hearst, para que se hiciera realidad. Desde el principio mentían de manera deliberada: "El blog más leído de Cuba". Periódicos asociados de países latinoamericanos reproducían la "noticia". Los corresponsales extranjeros en La Habana, sin pistas aún, estaban atónitos. Pero supongo que al fin terminó por ser el más visitado: todo el que leyera esas apologías terminaba por buscar el sitio para ver de qué se trataba.

Unos meses después no pareció demasiado extraño el otorgamiento del Premio Ortega y Gasset de Periodismo Digital (15 000 euros) al blog de Yoani, aunque los especialistas sonrieran incrédulos: una "limpia" manera de pagar los servicios y de otorgar legitimidad internacional. Algunos blogueros de más trayectoria e igual énfasis contrarrevolucionario se sintieron traicionados. La "perreta" de Hernández Busto debió haber sido colosal para que a última hora sustituyeran a Raúl Rivero, sin dudas mejor escritor, y lo designaran a él para recibir el Premio en Madrid a nombre de Yoani Sánchez. Aún así, debió de sentirse frustrado: los cintillos de prensa lo ignoraban. Pero le explicaron, seguro que le explicaron, porque a partir de entonces incorporó los textos de Yoani a su blog y se esforzó por ser su portavoz en el ciberespacio.

Claro que lo mejor estaba por venir. Nunca digas que lo viste todo: la revista Time seleccionó a Yoani entre las cien personalidades más influyentes del mundo, en el acápite de héroes y pioneros. Su blog había nacido en abril de 2007 —restemos los meses iniciales, en los que necesariamente nadie podría conocerla—, y la selección que se publica en abril de 2008 corresponde al año transcurrido. ¿Qué absurda situación me obliga a explicar que la ubicación de una persona que es absolutamente desconocida en su país y fuera de él, al menos para la inmensa mayoría de las personas, no puede ser considerada entre las cien más influyentes del mundo? ¿Será que son las cien personas más influidas? Pero las cosas no son como son, sino como la (gran) prensa dice que son. Yoani Sánchez compartía su lugar de honor con figuras del espectáculo como Brat Pitt, Angelina Jolie, Oprah Winfrey y Mia Farrow, entre otros, y con políticos como George W. Bush, Evo Morales, Hu Jintao y el Dalai Lama. Un titular de prensa argentino en Internet afirmaba: "Una cubana más influyente que Fidel". ¿Alguien puede creerlo? La propia galardonada diría en una entrevista: “Junto a noventa y nueve famosos me ha puesto la revista Time en su lista de personas influyentes del 2008. A mí, que nunca me he subido a un escenario, ni a una tribuna y que mis propios vecinos no saben si Yoani se escribe con "h" intermedia o con "s" final. (...) Ahora la vanidad solo me alcanza para imaginar que los otros inscritos se estarán preguntando '¿quién es esa desconocida blogger cubana que nos acompaña?'”.

Sin complejos, El País la seleccionó nuevamente a fines de 2008 entre las cien personalidades de Iberoamérica. Solo dos cubanos aparecen en la lista: Bebo Valdés —excelente músico octogenario, que por supuesto reside en Europa—, y Yoani.

Otros premios han sido y serán, sin duda, otorgados a la bloguera, algunos solo para legitimarla y darle visibilidad, otros además para "blanquear" su salario.

¿Pero hablamos de una bloguera o de una activista política contrarrevolucionaria? ¿Quién politiza su blog, que sin la maquinaria publicitaria de PRISA hubiese pasado sin penas ni glorias? La revista Time justifica su elección con un lenguaje político: "en las narices de un régimen que jamás ha tolerado el disenso, Sánchez ha practicado lo que los periodistas de su país no han podido en papel: libertad de expresión". Invito a los lectores desprejuiciados de Time, cuyo criterio de libertad de expresión no esté constreñido al enfoque contrarrevolucionario (también se ejerce libertad de expresión a favor de la Revolución), a hurgar en la blogosfera cubana, y encontrarán sorpresas. Y también los invito a adentrarse en la literatura cubana actual editada en Cuba y en el cine producido por la Revolución, no solo el más reciente. Claro que para autores como Zoe Valdés que viven del panfleto contrarrevolucionario, por ejemplo, y para los que han optado por una militancia contrarrevolucionaria, los escritores cubanos que no declaran su oposición a la Revolución son "cobardes" o "viven de sus prebendas".

Por eso cada artista —sea músico, escritor, cineasta o bailarín—, cuando viaja es acosado con preguntas que intentan definirlo políticamente. Los que dan respuestas diáfanas de respaldo al proceso en el que se formaron y viven, son injuriados —como recientemente le sucediera a Paulito FG en Miami, un salsero muy popular, que sorprendió a su entrevistadora al declarar su fe en Fidel—, los que se tornan ambiguos en sus respuestas (un recurso de sobrevivencia que no practico) son atacados por unos y elogiados con reservas por otros, pero solo los que asumen la "militancia de la industria anticastrista" son considerados libres. Cuba es un tema político, en el que los puntos intermedios no cuentan. Las opciones son "claras": o se es "libre", y se asume el libreto ya previamente elaborado por las trasnacionales del poder; o se es "esclavo" y se apoya a la "decadente" "dictadura" comunista. ¿Acaso existe libertad en la repetición del discurso que los grandes medios imponen?, ¿alguien ha sacado la cuenta de que quienes defendemos a la Revolución somos los ciudadanos más libres y originales de este mundo unipolar, carente de pensamiento propio?, ¿que el poder revolucionario es un minúsculo contrapoder en el totalitario y bien remunerado espacio de la contrarrevolución global? Vuelvo a mi pregunta: ¿es Yoani una simple bloguera o es una activista política? No es necesario hacer referencia en la respuesta a su esposo, bien definido en este sentido. Presumamos que una cosa es él, y otra ella (aunque aquel participa en la coordinación de su blog y en sus actividades "colaterales"). Simplemente, observemos su comportamiento público. Fabricada para parecer una joven inconforme de su cotidianidad, y no una política, Yoani ha entrado en puntillas por la puerta de la cocina para intentar sorprender a los inquilinos que están alertas en la sala de la casa. Organiza reuniones de blogueros "libres", es decir, políticamente definidos en contra de la Revolución, y desestima cualquier otro foro de blogueros cubanos que no siga sus pautas.

Leamos algunos de los comentarios que recoge el blog de Hernández Busto sobre este tema —el lector debe saber que en el blog "libre" de Hernández Busto no puede comentar cualquier lector; como pudo comprobarse en marzo de 2008, las opiniones que disentían de su posición contrarrevolucionaria de inmediato fueron censuradas, y sus emisarios vetados de forma policíaca: "la brigada internética que está entrando desde Cuba (escribió entonces) con comentarios fidelistas: pierden el tiempo. Todas esas IP están baneadas en Penúltimos días, y las que no lo estaban las acabo de sumar ahora. Vayan a trabajar a otro sitio"—, que arrojan mucha luz sobre el carácter y el sentido de la labor de Yoani, junto a la de dos o tres bitácoras más:

[Un tal Gabriel dice]: Sin embargo, sería una idea malísima que la disidencia —empezando por la propia Yoani— boicotease ese evento. Creo que los blogueros cubanos independientes [léase, contrarrevolucionarios] tienen que estar presentes.

¿Será que ese tal Gabriel —nombre auténtico o falso, quién sabe—, es un tipo totalmente despistado?, ¿por qué incluye a Yoani en la "disidencia"? Pero si hay alguien a quien ese detalle no se le escapa es a Zoe Valdés, aunque suene raro que defienda a alguien que no esté metido hasta el cuello en la contrarrevolución. Y casi en un susurro virtual rectifica al inoportuno comentarista: “Están persiguiendo oficializar el bloguerío para convertir justamente a Yoani en disidente, algo que ella siempre ha negado, Gabriel”. Pero a Gabriel nadie le explicó bien las cosas, porque el pobre muchacho sigue metiendo la pata, y responde: “Querida Zoe: Sé perfectamente que a Yoani no le gusta nada que la etiqueten como disidente; y respeto profundamente su punto de vista. Sin embargo, ese respeto mío no es lo tan grande como para negar lo evidente. Ella es una disidente en el sentido literal de que disiente de las tesis oficiales”.

La conversación se torna todavía más interesante cuando entra Roger, el organizador de la reunión de blogueros cubanos que no fue divulgada ni elogiada por El País, ni por su par miamense (a Roger lo acusaron de ser "seguroso"), porque no la lideraba Yoani, ni perseguía los fines políticos de esta. Cabe apuntar que Roger había invitado también a Yoani —incluso la felicitó cuando recibió el Premio Ortega y Gasset— pero ella no quiso asistir. Imagínense, la bloguera Yoani, considerada por Time entre las cien personalidades más influyentes del mundo, no ejercía la menor influencia entre sus pares habaneros (no ya del país). Es el momento en que Hernández Busto entra al ruedo con espíritu paternal, disculpa a Yoani por esconderse ("sé que Yoani quería pasar, pero estuvo en Pinar del Río este fin de semana", asegura muy al tanto de sus asuntos) y —así, medio de lado, como si fuese un comentario ingenuo—, aconseja al muchacho que acoja temas políticos. Roger le contesta: “Yo estoy registrado en la mayor comunidad de toda Iberoamérica que se dedica al desarrollo web y allí tenemos un subforo que es sobre actualidad informática, veo allí muchos anuncios de encuentros y eventos de este tipo que se hacen en todo el mundo, y sobre todo en Latinoamérica y España y nunca he visto un evento de estos que trate sobre la política... ¿por qué nosotros lo vamos a hacer diferente?”

Pero H.B. insiste, pedagógico. Uno de los asistentes al encuentro de blogueros efectuado en el Palacio de la Computación de La Habana, ripostó entonces:

“Que si hablamos de política... lo necesario. Reconocimos que es casi inevitable tocar el tema "Cuba" sin que haya algún matiz político. Ok, en eso estamos de acuerdo. Pero de lo que se conversó allí, el 99,99 por ciento del tiempo fue cómo hacer mejores nuestros blogs (...) Pienso que reunirse y tratar de armar una comunidad cubana de blogueros dentro de la isla es una excelente idea (gracias Roger y David), sobre todo para compartir experiencias y aprender. Si a alguien se le ocurre armar un partido político desde una plataforma de blogs, en La Habana o en Kuala Lumpur, ese es su negocio, no el mío ni el de quienes fuimos el sábado al Palacio de la Computación. Y seguro que dentro de tres meses seremos más, sea en el Palacio de la Computación, en el Morro o en Bejucal, me da igual. Una comunidad de blogueros no es un sindicato, ni una sociedad ornitológica... así que eso de los "pájaros enjaulados" me parece absurdo”.

Yoani no solo habla de política, hace política. Pero ¿es la bloguera Yoani verdaderamente independiente?, ¿toda esa propaganda de PRISA en sus diferentes medios, sea El Nuevo Herald de Miami o El País de España es desinteresada?, ¿son desinteresados o apolíticos los sucesivos premios que ha recibido y que por descontado recibirá?, ¿quién es Dagoberto Valdés, la persona con la que Yoani intentó realizar el encuentro de blogueros contrarrevolucionarios —que el internauta Gabriel dice que son apenas tres—, en Pinar del Río?, ¿carece Yoani de vínculos y apoyos de ciertas embajadas europeas en La Habana?, ¿tiene o no tiene vínculos con la Sección de Intereses de Estados Unidos en Cuba? Dejo estas interrogantes abiertas. Aunque no sepa todas las respuestas, estoy seguro de que existen. Y le dirijo otras a ella: ¿qué opina de Luis Posada Carriles y de Orlando Bosh, autores intelectuales de la voladura de un avión civil cubano en pleno vuelo y de la muerte de todos sus pasajeros y tripulantes, que gracias al gobierno de Bush, supuestamente enemigo del terrorismo, viven en libertad?, ¿qué opina del bloqueo económico a Cuba, condenado —con esa palabra, no con la de embargo—, por la casi totalidad de los países del mundo? El caso Yoani —o si se prefiere, la operación Yoani— seguramente se estudiará en el futuro como ejemplo de manipulación mediática y de injerencia en los asuntos internos de una nación soberana, a pesar del poco éxito que ha tenido su traje de cordero, en un mundo acostumbrado a distinguir a cada lobezno disfrazado por sus peludas orejas. •

Fonte :

--

Projétil

, por Runildo Pinto em 24/07/09

corpo cônico
arremessado pelo impulso
oclusivo da liberdade.
da tua lembrança à minha,
inquietando o mundo
com uma rosa vermelha
inconformada!
com o coração veemente,
enamorado
dessa flexão feminina
profunda e vasta.
projetei-me nas ondas do mar,
por montanhas
e um rio de esperança
feriu uma revelação,
por todos os lugares onde passei.
o desígnio declara-se
em lua, terra e flor;
simbiose que conquista
o encanto de um tempo.
traduziu-se o bálsamo essencial,
não dissipou a violência no mundo
para existir simplesmente o Amor.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Médicos formados em Cuba criam associação nacional


Médicos formados na Escola Latinoamericana de Medicina-Cuba criaram, durante jornada realizada em Brasília na semana passada, a Associação Médica Nacional (AMN) “Maíra Fachini”.


Leia o documento divulgado pela nova entidade:

Criada a Associação Médica Nacional (AMN) “Maíra Fachini”

Dia 19 de novembro de 2009, um grupo de trinta médicos, representando as cinco regiões do país, fundou a Associação Médica Nacional (AMN). A decisão se deu durante a plenária de encerramento da Jornada Nacional dos Médicos Formados na Escola Latinoamericana de Medicina-Cuba, realizada em Brasília, e que também contou a presença de dezenas de militantes de movimentos sociais, familiares e apoiadores dos médicos formados no exterior.

A AMN aglutinará médicos e médicas graduados ou pós-graduados no Brasil ou no exterior, tendo entre seus objetivos:

• defender o direito ao trabalho digno dos profissionais da medicina;

• trabalhar pelo aperfeiçoamento profissional contínuo de toda a categoria médica;

• construir articulações com as demais entidades representativas da categoria médica e da área de saúde em geral.

• estimular o trabalho de pesquisa científica na área de saúde, de maneira a permitir o desenvolvimento da medicina em todos os níveis: alta, média e baixa complexidade;

• contribuir com a formação e o aperfeiçoamento profissional dos demais trabalhadores da área de saúde.

• lutar pelo serviço civil obrigatório para os recém-saídos das universidades públicas;

• defender a integração plena da América Latina e Caribe, com o direito de ir e vir, direito ao trabalho e da construção de políticas públicas que estejam ao alcance de toda a população do Continente;

• combater qualquer forma de discriminação e atentado à soberania das nações, como o bloqueio econômico dos EUA contra a República de Cuba;

• defender as ações afirmativas no sentido de mitigar os efeitos da discriminação social, racial, de gênero, de opção sexual ou contra pessoa portadora de deficiência;

• defender o reconhecimento dos diplomas de medicina expedidos no exterior, tendo como base a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) e as Resoluções do Conselho Nacional de Educação;

• defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a garantia do seu pleno financiamento e o seu controle social;

• lutar para que o SUS garanta que todos os municípios e todas as regiões urbanas ou rurais do país, comunidades quilombolas, comunidades indígenas, assentamentos de reforma agrária, territórios da cidadania e bairros pobres das grandes cidades tenham a garantia de atendimento médico.

A Plenária também elegeu a direção provisória da Associação Médica Nacional “Maíra Fachini”, que atuará em forma colegiada e terá como objetivo imediato preparar a realização do primeiro congresso da entidade no prazo mínimo de um ano.

A Direção Provisória da AMN é composta pelos seguintes médicos e médicas:

• Janilson Lopes Leite (AC)

• Lucia Maria Brum Soares (AM)

• Francisco Raevan dos Santos (PA)

• Josiano Macedo de Lima (CE)

• Ana Marta da Silva Santos (BA)

• Anívia Silva Carvalho (MA)

• Fabiane de Miranda Vasconcelos (DF)

• Wesley Caçador Soares (MS)

• Lílian Silva Gonçalves (DF)

• Renato Lemos (SP)

• Roberto Trindade (SP)

• Sidnei Rodrigues de Faria (MG)

• Maruan Hassan El Eis (RS)

• Odarlone Orente (PR)

A AMN nasce prestando homenagem à memória da companheira Maíra Fachini, médica formada na ELAM, na turma de 2006. Maíra era de Joinvile (SC) e faleceu em 13 de abril deste ano, um mês depois de participar da abertura da Caravana Nacional em Defesa do SUS, em Brasília, quando também se fez presente na reunião nacional do Setorial de Saúde da Central de Movimentos Populares, realizada logo após a abertura da Caravana.

Maíra foi vítima de discriminação ao passar na prova de Residência para o Hospital São José, também em Santa Catarina, quando não pôde assumir suas funções naquela unidade de saúde por não ter seu diploma revalidado. Mudou-se então para Tefé (Amazonas), onde trabalhou, até o seu falecimento, como médica no Programa Saúde da Família, em plena selva amazônica.


Outras informações podem ser obtidas pelo correio eletrônico novosmedicosdobrasil@gmail.com ou pelos telefones: (68) 99771626 – (71) 92819919 – (61) 84222208 – (11) 93610788 – (43) 99913395


Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira