O ódio da burguesia e da pequena burguesia contra a classe trabalhadora exacerbou-se principalmente nas últimas duas décadas. Os movimentos Luto Brasil e Cansei mostrou todo o glamour dos protestos dos ricos e de seus piolhos.
Ações como a da polícia carioca nas favelas utilizando o caveirão, um carro blindado adaptado para ser um veículo militar. A palavra caveirão refere-se ao emblema do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), que aparece em destaque na lateral do veículo. Quando este veículo entra na favela brada, pelos alto-falantes, todo o tipo de ameaça possível às comunidades das favelas, com evidente e proposital interesse de incriminar a pobreza. E para completar, temos o filme “Tropa de Elite”, exercendo uma ação consentida pelas autoridades, as quais orgulham-se em defender e institucionalizar a violência contra a população.
Esta proteção dá amparo e justifica a banalização da prática corrupta dos governos e dos políticos, pois estes mesmos, “atores”, têm a tarefa de encaminhar as políticas de segurança do país. Ao mesmo tempo, sabemos que o crime organizado cresceu assustadoramente, por ação dos governos visando implementar políticas de desregulamentação da economia, da flexibilização das leis trabalhistas, das privatizações e do mercado livre, gerando a mercantilização da vida. Estes desregramentos criaram condições para o crime organizado; lavagem de dinheiro e tráfico de influência nas instituições. Juizes, empresários, políticos, deputados, vereadores, senadores, prefeitos, governadores e até presidentes são agentes ou acobertadores do crime organizado, gerenciando, também, os interesses das grandes corporações empresariais nacionais e internacionais. Um negócio muito lucrativo. Esta teia encadeada produz uma deterioração ética e moral da sociedade, sem precedentes. Além disso, cria uma cultura na qual os fins justificam os meios, em nome do ganhar a vida. Grandes Bancos, como o CITY Bank, lucram trilhões de dólares advindo do tráfico de drogas.
O linguajar dos representantes dos negócios da violência, com o objetivo de criminalizar a pobreza, chegou explicitamente à mídia, com o apresentador Lasier Martins da RBS, no Rio Grande do Sul, o qual criticou a Polícia Federal por algemar marginais que , “administravam” o DETRAN, e, logo após, o cientista político Eduardo Dutra Aydos, no programa “Conversas Cruzadas”, continuou defendendo como de “pouca vergonha” o procedimento da Polícia Federal por algemar os facínoras do DETRAN gaúcho em trajes de pijama. Estes que ontem eram diretores de uma instituição e, para agravar ainda mais o desdém, o Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro justifica as ações da polícia nas favelas, cenas (perseguição de um helicóptero da polícia a bandidos no morro) que a grande mídia fez rodar o mundo em centenas de demoradas reportagens. O Secretário disse: “..estas ações só podemos realizar na zona norte da cidade, nunca na zona sul. Numa declaração protetora aos ricos da cidade.
O paradoxo está posto(firmado) quando vemos estampado numa camiseta a frase que diz: "A Favela é chique". E, ainda quando o traficante cumpre o papel social do Estado na favela. Isso representa a grotesca face da organização da sociedade, a qual traz implícita, dialeticamente, o anverso; um outro dispor reorganizador que conjugue a população favelada a lutar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário