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Na Expointer e em vários pontos do Estado, ontem foi dia de cartas de demissão, emoção e despedidas. Ao optar por dispensar mais de 350 dos seus 2,2 mil funcionários, a Emater enxugou sua folha de pagamento e semeou desconfiança.
O número foi confirmado pelo diretor administrativo da Emater, Cilon Fialho da Silva. A Associação dos Servidores acredita que as demissões vão atingir mais de 400 pessoas. Em alguns municípios, o temor de descontinuidade nos serviços é corrente. Segundo o gerente do escritório regional de Bagé, Mário Silveira, as demissões podem prejudicar o trabalho de campo. Em Quaraí, o único técnico responsável pela extensão rural foi dispensado. Na função, profissionais atuam como visitadores, oferecendo melhorias para a lavoura nas propriedades.
O número de demissões foi além do que o governo do Estado estimava. Em 21 de agosto, o presidente da Emater, Mário Nascimento, havia divulgado que seriam 286 servidores, com salários mais elevados. Na regional de Erechim, foram demitidos 26, com média salarial de R$ 2 mil - entre eles dez faxineiras.
Associação de servidores acredita em desmonte
O presidente da Emater explica que as demissões atingiram aposentados que permaneciam atuando e foram motivadas pela decisão do governo de reduzir de R$ 9 milhões para R$ 7 milhões o valor do repasse mensal para o órgão. Ele assegurou que nenhum escritório vai fechar.
- Estamos em tratativas, ampliando as fontes de receitas. É uma medida de reestruturação e a maioria dos demitidos estava na atividade meio. Vamos oxigenar os quadros.
O presidente da associação dos servidores, Lírio Zarichta, prevê o fechamento de 10 escritórios:
- Vão deixar de fazer o serviço na ponta. É um trabalho de desmonte.
Zarichta avalia que, se houver negligência no atendimento, o Estado poderá sofrer perdas. Ele cita a cadeia do fumo, cujo pólo é Santa Cruz do Sul. Zarichta diz que 42 especialistas na certificação do produto poderão ser demitidos - prejudicando as exportações.
O presidente da Federação das Associações de Municípios (Famurs), Flávio Lammel, disse que a Emater prometeu a manutenção dos serviços, sem aumento nos repasses municipais. Para manter os escritórios, as prefeituras oferecem prédios, estrutura e pagam R$ 920 mensais por técnico. Santa Maria estuda a redução na contrapartida.
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