Estamos retomando hoje a discussão que iniciamos sobre a Pós-Modernidade encaminhado o assunto para o tema "arte". Embora não tão freqüente, sabemos que opôs-modernismo tem feito visitas à música, à dança, ao teatro e ao cinema . Na música ele assume formas diversas. Podemos citar a experiência que o "revolucionário" e imprevisível John Cage faz com o silêncio ou Steve Reich para mãos batendo descompassadas. Soa nos temas minimalistas de Philip Glass( frases tocadas em uníssono, repetidas à exaustão com pequenas variações de timbres) e no som tecnopop de Laurie Anderson - a voz humana, os instrumentos e os gêneros populares ou eruditos( mais o rock) sendo processados pela parafernália eletrônica.E ainda temos para acrescentar, o rock punk e new wave, sempre com letras brandas, descontraídas ou então niilistas do tipo "A gente somos inútil "DO Ultraje.
A dança já põe no palco até mesmo o grotesco, a feiúra oferecidas por dançarinas gorduchas. Bailarinos podem passar meia hora passando bolas de borracha uns para os outros ou ainda na linha "minimalista"andando de um lado para outro exibindo gestos banais. ( "Transit"de Steve Paxton) A grande musa, no entanto, é Pina Bausch cuja coreografia passa do belo ao horroroso e redefiniram a dança.No teatro, o Living Theater , de Julian Beck ( a peça vira happening com a participação do público) e nas montagens dos italianos do grupo Gaia Scienza com peças sem texto ou enredo. Apenas corpos imitando fenômenos biológicos .
E no cinema? O pós-modernismo começou a ser sentido nos altos efeitos especiais e na nostalgia aclopada à ficção científica . Na maioria dos filmes, reina o ecletismo ( mistura de estilos) e o pastiche ( imitação barata do Indiana Jones é a volta ao gibi, ao seriado; Guerra nas Estrelas leva para o cosmos as batalhas medievais apoiando-se no computador e no laser.A nostalgia dos anos 20/30 é refilmada com base em documentários da época . Mesclado ao filme policial, o futuro espetacular da tecnologia pode ser apreciado no histórico "Blade Runner. Mais fores , podemos citar "Quem Puder"de Godard ( base no individualismo) e "Paris Texas", de Wim Wenders, passeando pelo "deserto"atual.
Estamos diante da antiarte pós-moderna? Sim. Das criações grandiosas de Picasso e Joyce às brincadeiras, sem regras estéticas, houve queda ou fim de padrões? A arte agora é pastiche e ecletismo porque perdeu a originalidade ("tudo já foi feito") Não sabe mais criar. Niilista, a desestetização é a máxima atual Mas há quem veja no pós-modernismo uma praga boa e saudável porque ele abala preconceitos, pões abaixo o muro entre arte-culta e arte de massa, rompe as barreiras entre os gêneros, traz de volta o passado( os modernos só queriam o novo) e democratiza a produção. A desordem, dizem, pode ser fértil e propõe a convivência de todos os estilos, de todas as épocas , sem hierarquias. O mercado é um cardápio variado e ,sem regras absolutas, cada um escolhe o prato que mais lhe agrada1
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