"É o meu destino : hoje devo morrer!
Mas não, a força de vontade pode superar tudo!
há obstáculos, eu reconheço!
não quero sair....
Se tenho que morrer será nesta caverna (...).
Morrer, sim, mas crivado de balas, destroçado pelas baionetas
Uma recordação mais duradoura do que meu nome
É lutar, morrer lutando"
Ernesto Guevara de la Serna, janeiro de 1957.
América Latina e Caribe viram nascer no coração da Argentina um homem que transpassou a vida comum e com corpo de cordilheira e selva, caminhou com a humanidade, companheira que lhe ensinou o sacrifício de fazer a longa marcha a gravar o espírito internacionalista na solidariedade.
Na arte da luta introduziu novos processos de consciência, e a esperança de um mundo melhor. Das entranhas da América o mestre da guerra revolucionário profundamente compenetrado “à idéia de que os homens têm um valor relativo na história, a idéia de que as causas não são derrotadas quando os homens caem”, e com desprendimento brindou com a vida à irrefreável marcha da história.
Comandante, à história o extraordinário dispara o abraço cotidiano, o homem comum alcança a argúcia, aos milhares, as milhões de mãos a estender-se a tornar vida real o movimento revolucionário, o enlace da revolução.
Das tuas reflexões teóricas - à prática combatia o dogmatismo, o intelectual humilde que enxergava que sem o povo não existe o caráter revolucionário. O pensamento também não tem dono, nem proprietário, as revoluções somente se perpetuam porque a dinâmica do pensamento derruba todas as cercas, todos os grilhões da sociedade, que prendem a humanidade a alienação e a dominação. Che, Comandante! Lutas por um mundo, no lugar em que a ética e moral faz solidariedade, a unidade dos povos despertos e daqueles a despertar.
Deixou o veio da consciência, que os revolucionários não devem temer o povo, que o socialismo seja a dinâmica da própria emancipação da classe trabalhadora, viva, evidente, explicita em seu espírito rebelde. Quem deve temer ao povo são aqueles que querem dominá-los, fazer da população trampolim para os interesses mesquinhos, privados, do individualismo característico das saciedades totalitárias, sejam elas de mercado ou não, ninguém deve pensar pelos outros, muito menos o Estado; devemos dialogar e compreendermos que é em comunhão que os homens transformam a sociedade.
Sua trajetória, que não é conforme a ordem está a resplandecer à memória humana, andas pelo mundo além da tua altiva fotografia, simboliza um grau mais importante, a tua prática, o teu sacrifício; o mais belo gesto e exemplo do homem integro que permanece, lado a lado, lutando com os mais humildes homens da América Latina a toda Terra.
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