As demissões dos cartunistas Santiago, Moa e Kayser do Jornaleco do Comércio, demonstra o que a ditadura militar construiu está dando resultados. Tudo que a burguesia nacional queria era estancar os ânimos dos de baixo, da cultura de qualidade e da crítica, além de deter as reformas de base e asfaltar a estrada para a economia de mercado e definitivamente enterrar um projeto de nação, estabelecendo o conceito de democracia de classe que arraiga as necessidades do povo ao que tem de pior na concepção liberal, ou seja, plantar a ignorância no conteúdo das notícias a pretexto de entretenimento. Os mídias não vendem informações aos cidadãos, mas sim cidadãos a anunciantes, como bem avaliou Ignácio Ramonet. O verniz democrático virou o tapete onde a burguesia esconde toda a riqueza das informações, com um agravante, apresentando apenas aquelas que lhes interessam, ignorando tantas outras importantes.
É uma democracia hipócrita: o que não é de qualidade é o melhor, o que é de qualidade não serve. O mercado exige a música medíocre, com rimas miseráveis. A indústria cultural aposta tudo no conhecimento banal, repetindo receitas. A propósito, os profissionais, os quais que não se submetem à pilantragem para dar "vida" aos produtos, são efetivamente excluídos das redações.
Santiago, Moa e Kayser não são vítimas de sua conduta, por suas personalidades contestatórias. Qualquer esquerdista pode fazê-lo, e depois realizar o jogo oportunista da conciliação. Santiago, Moa e Kayser, são homens que não estão por ai para dançar conforme a música, estão na vida para serem atores do seu tempo, homens com vontade própria e senso crítico, que não deixam a inteligência ser subestimada pela quantidade de cifrões oferecidos as suas consciências. Não ficam cantando a alegria estéril, para passar o tempo ou agradar a gregos e troianos. São homens que elaboram com competência a vida pois sabem que "ver o mundo através do umbigo é ser conivente com a injustiça, a vaidade, a arrogância e com a miséria humana". São homens que não compactuam com a mentira. Crescem para viver humanamente, não para serem vermes de marca. São homens genuinamente de esquerda, coerentes à ética em suas ações de ilibada moral.
Quando o Lasier exprimiu sua fúria, toda a "democracia" midiática se calou. Ele protegia os margianis do DETRAN, de terno e gravata, no momento de sua presão, algemados aos olhos de todos. Tratou isso como sendo um ato de injustiça, um absurdo. Ato de imoralidae é a arrogância de defender essa "gente de bem”, essa elite ordinária da província. "Os intocáveis. Esse mesmo Lasier, que se delicia nas telas da RBS, em criminalizar a pobreza, esse lacaio dos burgueses do Rio Grande do Sul, que condecora as ações dos facínoras do DETRAN, com a “Ordem da Impunidade”.
Vídeo: Lasier Martins levando choque.
Valeu, Runildo. Grande texto. Como escrevi no RS Urgente, acertaste em cheio ao mencionar os nossos "homens de bem". A maioria das minhas charges que foram censuradas falava deles. Grande abraço!
ResponderExcluir