E por falar em memória, Maneco envia texto lembrando alguns desdobramentos das investigações sobre a fraude do Detran:
Flávio Vaz Netto, Antonio Dorneu Maciel, Ubiratan dos Santos e Lair Ferst são homens acostumados aos salamaleques típicos de quem vive nos primeiros escalões dos governos. Eles viviam assim até o último dia 6 de novembro, quando a Polícia Federal levou-os algemados para a cadeia. Motivo: eles são os principais suspeitos de uma fraude no Detran que lesou os cofres públicos do Estado em, no mínimo, R$ 40 milhões. Mas estes dias na carceragem da PF podem não ter sido os piores de suas vidas. Segundo notícia publicada no site Espaço Vital, o inquérito onde eles figuram como indiciados, tem nada menos do que 1.400 páginas de transcrições telefônicas de conversas grampeadas por determinação judicial.
Não é difícil supor que estas conversas foram determinantes para o convencimento da Justiça Federal que determinou a prisão de homens que ocupavam a presidência do Detran, a direção administrativa da CEEE e que eram tão próximos da governadora do Estado. Ao que tudo indica, o pior ainda está por vir. Alguns dos acusados estariam tendo pesadelos em que sua voz é apresentada na TV, em horário nobre, com direito a foto e legenda. Na conversa, a confissão do assalto ao Detran. Por enquanto, são apenas pesadelos. Mas as 1.400 páginas que estão no inquérito da Polícia Federal podem transformá-los, da noite para o dia, em um terrível capítulo da vida real.
Escrito por Marco Weissheimer às 19h48
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A CULPA É DO PT
A memória política do Estado é escamoteada diariamente. Qual foi o “crime” do PT, agora, conforme expressa a charge de ZH? Não quis conversar com Yeda sobre o pacote. A cobrança é duplamente absurda. Em primeiro lugar, porque tais conversas de Yeda com ex-governadores não passaram de um truque desesperado de marketing sem qualquer eficácia. A governadora teria aproveitado melhor seu tempo conversando com sua base aliada no Parlamento que esfacelou-se no dia da votação. Culpa do PT, certamente. Em segundo, porque Yeda foi eleita para governar o Estado, prometendo que tinha “um novo jeito de governar”, distinto de todos os anteriores, que seria a salvação para a crise do Estado. Se o “novo jeito de governar” não consegue governar nem sua base de apoio, qual a utilidade de conversar com o presidente do principal partido de oposição, a não ser tentar angariar algumas gramas de legitimidade através de uma foto nos jornais?
Escrito por Marco Weissheimer às 17h17
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OS INVESTIMENTOS DO GOVERNO YEDA
De onde afinal, virá o R$ 1 bilhão da Corsan? Vejamos o que diz a matéria:
“Segundo o secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Marco Alba, o Governo do Estado garantiu investimentos em obras nos sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários e na ampliação de sistemas de abastecimento de água para o Rio Grande do Sul superiores a R$ 1 bilhão e que vão mudar o perfil do saneamento básico no nosso Estado nos próximos anos”.
Garantiu como? O texto resiste a responder tal pergunta. Acaba fazendo-o de forma diluída no terceiro parágrafo:
“No dia 8 de novembro foram assinados, no Palácio Piratini, os primeiros contratos de obras, beneficiando 19 municípios do Estado, através de investimentos com recursos próprios da Corsan e com financiamento da Caixa Econômica Federal que chegam a R$ 117,5 milhões. Deste volume de recursos, R$ 91 milhões serão aplicados na expansão dos sistemas de esgotamento sanitário e R$ 26 milhões nos sistemas de água potável”.
Recursos próprios da Corsan e financiamento da Caixa Econômica Federal. Qual a contribuição de cada instituição? A matéria não informa. Ampliar os serviços de saneamento básico no Estado é, de fato, uma ótima notícia para a população, que também tem direito à verdade. O compromisso com a realidade dos números que Yeda, Aod, Simon e outros exigem da oposição é varrido para o lixo quando se trata de reconhecer os investimentos do governo federal no Estado. Ao investir no Estado, a União não está fazendo nenhum favor. Mas daí a omitir a origem de tais investimentos e denunciar que o Estado estaria sendo mal tratado por Brasília vai uma distância enorme; uma distância asfaltada por um discurso hipócrita e falso.
Foto: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini
Escrito por Marco Weissheimer às 13h03
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