, por Runildo Pinto
O jogo (13/06/07) entre o Clube Atlético Boca Juniors x Grêmio Futebol Porto Alegrense, a peleia primeira em Buenos Aires pela Copa Libertadores da América, no lendário coliseu, arena apertada e de nome peculiar - La Bombonera, onde o confronto se dá ao sabor do bafo da torcida do bairro "La Boca". E é mesmo assim, uma verdadeira epopéia. E isto motivou o imaginário de meus colegas.
Ao chegar no trabalho na manhã seguinte, fui abordado pelo meu colega Santos, que é colorado, obviamente adversário ferrenho dos gremistas. querendo vê-los no quinto dos infernos, ainda tem o nome do clube que o Grêmio derrotou nas semi-finais. Com tamanho comprometimento contou-me; que ao fazer o tradicional deboche ou "tocar a flauta" nos ouvidos dos colegas gremistas, comentou à outro colega:
- Nilson! Viste quem estava no estádio?
- Sim, o Francis Ford Coppola!
Nisto entra rasgando no lance dos dois colorados, o gremista Luiz... E, tirou a tristeza mais profunda e sofrida do coração de torcedor despeitado... E de supetão largou:
- Este tal de Coppola não joga um "ovo"!!!!!!!!
Imaginem! Para quem leva tão a sério o seu Clube, pagar um "mico" desses! Um dia inteiro de zombaria, fica uma mancha na alma do vivente para o resto dos seus dias.
Todos devem saber que o torcedor aguerrido, não só assiste, mas seca - é um secador do adversário. O Santos e o Nilson são mestres! E ainda fizeram um último comentário: - O Francis não deve jogar nada, nem ovo, mesmo. Ele é bom fazendo filmes!
O Boca Juniors, nesse jogo, fez uma obra digna de um Coppola, com direito a uma demonstração do extraordinário talento de Juan Roman Riquelme, num cenário fascinante proporcionado pela inquietante e apaixonada torcida, em azul e amarelo.
OBS.: O espaço temporal do presente é viver no vício, uma época de lapso coletivo, sem perspectiva seja de futuro ou do passado. O Futebol é uma destas paixões desmedidas que permeia tanto o ambiente de trabalho e nas ruas. O dia começa-e-termina, esvaindo o inconsciente como durante o sono, um sono eterno. Quando amanhece segue o baile: bandeiras, gente uniformizada, já na véspera, risonhas, eufóricas e nervosas, prontas a explodir. Nessa euforia desenfreada espera-se acontecimentos excepcionais, mas sem alcance cultural. É o que resta para o Brasileiro!!!!
colorado com ciumes é fogo!!
ResponderExcluirAAK