26/11/2007
Na campanha eleitoral de 2002, o então candidato Germano Rigotto (PMDB) elegeu-se com um discurso que pregava a pacificação do Rio Grande do Sul. O problema, dizia ele então, apresentando-se com uma terceira via em relação às candidaturas de Tarso Genro e Antônio Britto, era a polarização entre o PT e....Britto. Não podia dizer PMDB, pois o ex-governador havia deixado o PMDB e rumado para o PPS, mesmo caminho adotado pelo atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. Rigotto que fez parte do governo Britto (e, portanto, da polarização que dizia combater) apresentou-se, então, como o caminho da pacificação. Sua estratégia saiu vitoriosa eleitoralmente, como se sabe. Já a tal da pacificação....
Cinco anos depois, o ex-governador Antônio Britto publica artigo em Zero Hora, dizendo que o problema do RS é...a polarização política, repetindo o discurso de Rigotto em 2002. Enquanto isso, a atual governadora segue anunciando que seu “novo jeito de governar” vai tirar o Estado do buraco. E o Estado segue afundando no buraco, sob a batuta de supostos pacificadores e magos da gestão. É aí que estamos.
Escrito por Marco Weissheimer às 12h26
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O BALANÇO DOS MAGOS DA GESTÃO
Desde o início do governo Rigotto, passando pelo governo Fogaça e chegando agora ao governo Yeda, venceu politicamente no Rio Grande do Sul o discurso da superioridade dos padrões de gestão privada para governar. O Estado passou a ser governado por “magos da gestão”, por programas de controle de qualidade patrocinados pelo sr. Gerdau, por especialistas das mais diferentes matizes do setor privado. O balanço desse período indica o agravamento da crise financeira do Estado e da perda de espaço da economia gaúcha no cenário nacional.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar, em sua pesquisa Contas Regionais, que o RS é o Estado que mais perdeu participação no Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) em 2005. Essa participação caiu 2,8%. Na ponta de acima, Amazonas registrou a maior alta, 10,2%. A seca teve influência nesta queda, diz o IBGE. Este ano, a previsão de safra é positiva, o PIB do Estado voltou a crescer, mas o balanço de cinco anos é negativo para a economia gaúcha, que cresceu abaixo da média nacional. A economia agora vai bem, mas o Estado vai mal, dizem alguns. Cabe perguntar: onde está a superioridade dos padrões de gestão privada que há cinco anos vem governando o Estado (com maioria na Assembléia Legislativa, é importante assinalar)?
Escrito por Marco Weissheimer às 11h50
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A PALAVRA DA GOVERNADORA
Governadora Yeda Crusius (PSDB), em entrevista publicada hoje na Folha de São Paulo:
“Não vou escrever num plano de governo que vou aumentar imposto. O resto ninguém lê. E repito o que disse na campanha: a crise não se cura por aumento de imposto, mas por um amplo leque de medidas. Se foi entendido que eu havia prometido que não ia aumentar imposto, faço mea-culpa, não me expressei direito”.
Escrito por Marco Weissheimer às 11h05
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24/11/2007
YEDA OBSERVA OS ASTROS
Em uma conversa com o jornalista Moisés Mendes, publicada na edição dominical de Zero Hora, a governadora Yeda Crusius (PSDB) contou que tem recorrido também à astrologia para refletir sobre sua atuação no Palácio Piratini. “Gosto de fazer a leitura de outras linguagens. Respeitosamente, observo os astros”, relatou. Mendes relatou assim o que Yeda disse a respeito de suas leituras astrológicas: “Contou que é Leão com ascendente em Câncer e que é Macaco no horóscopo chinês. Nasceu em 26 de julho de 1944. Confessou que gostaria de ser vista menos pelo que tem de Leão, o signo da liderança, da autoridade, da altivez, e mais pelo que pode oferecer com o humor e a graça do Macaco. Queixou-se por ser vista como uma leonina sisuda: ‘Raramente quem está perto de mim está rindo. Parece que é proibido rir”.
Usando a linguagem da governadora, pode-se dizer que o Rio Grande do Sul está atravessando mesmo seu inferno astral.
Escrito por Marco Weissheimer às 20h25
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A CONTRIBUIÇÃO DE BRITTO PARA A IMPRENSA
A revista Press promoverá, segunda-feira, a festa do Prêmio Press 2007, que promete apontar os melhores jornalistas do ano no Estado, em 16 categorias profissionais. O ex-governador Antônio Britto receberá o troféu Homenagem Especial, dedicado “a um jornalista que tenha contribuído decisivamente para a qualificação e valorização da imprensa gaúcha”. O site da revista resume assim a trajetória jornalística de Britto: “iniciou sua carreira no jornal A Semana, do Grupo Sinos, e depois teve passagens importantes pela Caldas Jr., RBS e TV Globo, antes de ingressar na política”.
Fez mais do que isso. A relação de Britto com a mídia gaúcha não pára por aí. Como governador do Estado, promoveu a privatização da Companhia Riograndense de Telefonia (CRT), que teve a RBS como uma de suas compradoras. Após sair do governo, trabalhou para o grupo Opportunity, que também participou das privatizações, e para outros grandes grupos empresariais.
A partir do processo de privatização das telecomunicações, durante o período FHC, a relação das empresas de telefonia com os meios de comunicação não parou de crescer. Esta semana, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara votou e aprovou o substitutivo do deputado Welington Fagundes (PR-MT) ao PL-29 do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) que organiza os serviços de radiodifusão e telefonia. De acordo com as novas normas, as empresas de telefonia fixa e celular poderão ter participação de até 30% do capital das empresas de comunicação brasileiras, participando inclusive nas áreas de programação e produção de conteúdo. Antônio Britto foi um dos inauguradores desse processo no Rio Grande do Sul. Seus interesses, como político e homem de negócios, sempre estiveram ligados a grandes grupos privados. Seus pares não cansam de homenageá-lo pelos serviços prestados.
Escrito por Marco Weissheimer às 18h32
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