sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A CHINELAGEM NOS PAMPAS

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A CHINELAGEM NOS PAMPAS



Katarina escreve, na Palestina do Espetáculo, sobre a chinelagem no RS:

Neste momento em que escrevo Lasier Martins esbraveja porque há pessoas que “não oferecem risco e estão algemadas”. E depois tem gente a dizer que quem acusa o fascismo e denuncia a fragilidade do estado de direito é delirante. Quem responde pelo que está acontecendo no Rio Grande do Sul? É Lula, de novo? A culpa é de Lula? Mas a turma tá no poder há mais de quarenta anos, com breves intervalos em que estiveram na Assembléia e sempre estiveram no Congresso! E onde estava a PF durante o governo FHC? Por que diabos não há palavras cruzadas sobre isso?

Qual o preceito fiscalista dá conta de uma satisfação às pessoas que apostaram que essa chinelagem seria uma saída mais civilizatória, que iria resolver os problemas do estado “sem demagogia”, “totalitarismo”, “corrupção”? E, mais importante: qual o preceito dessa turma do governo que ainda sobrevive a ponto de achar que pode bancar pacote de aumento de impostos, diante de um escândalo como esses? Onde está a autoridade dos governantes? Em que direção mira o queixo da governadora? Clique AQUI para ler mais.



Escrito por Marco Weissheimer às 00h11
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08/11/2007

ACONTECEU, TÁ NA TV COM....

Estaria a Polícia Federal errando na exposição dos presos?”. Essa é a pergunta que o programa Conversas Cruzadas, da TV COM (RBS) propôs na noite desta quinta-feira. Na abertura do programa, o “âncora” Lasier Martins faz sua introdução dizendo que a ação da Polícia Federal, na Operação Rodin, despertou críticas “na sociedade”. Para os críticos (que ele não diz quem são), é um abuso a exposição de pessoas algemadas entrando em camburões, etc. e tal. A mesma história de sempre. O que é curioso é que, nestes debates, nunca se discute as decisões da Justiça, que determina as prisões. O problema é sempre a Polícia Federal que executa as prisões. E jamais ocorre em relação às prisões executadas pelas polícias civil e militar, que também tem algemas e camburões. Alguém aí já ouviu um debate sobre se "estaria a Polícia Civil errando na exposição dos presos"?

Aconteceu, tá na TV COM, diz Lasier, esbugalhando os olhos. Não é a primeira vez que esse debate é proposto pela RBS. E ele é proposto sempre que alguém da turma dos “homens de bem” acaba aparecendo algemado, entrando em um camburão. As algemas e camburões só incomodam quando atingem pessoas de um determinado grupo social. A patuléia deve se contentar com o Polícia em Ação e com as páginas policiais de Zero Hora e do Diário Gaúcho, onde são protagonistas centrais, com direito a muita exposição, como bem lembrou esta semana o Cristóvão Feil, no Diário Gauche.

Nota publicada hoje no blog de Diego Casagrande: “Começa a ficar clara a razão de a Polícia Federal ter apreendido, com autorização judicial, inúmeros computadores e documentos da Carlos Rosa Advogados Associados. Em três anos, o escritório faturou R$ 4,1 milhões com o Detran-RS, via Fatec, fato considerado burla ao processo de licitação. Segundo a Justiça, o advogado Luiz Paulo Germano é sócio do referido escritório. Trata-se do irmão do deputado federal José Otávio Germano, que à época das fraudes era Secretário de Segurança do RS, a quem o Detran-RS se subordinava. A cronologia das nomeações e contratações é esta: José Otávio Germano torna-se secretário de Segurança; nomeia Carlos Ubiratan dos Santos presidente do Detran; o Detran fecha contratos com a Fatec; a Fatec subcontrata quatro empresas por valores milionários, entre elas a Carlos Rosa Advogados Associados”.

Podem achar tudo a meu respeito, mas sou um homem honesto e honrado", disse ontem, à Band News FM, o deputado federal José Otávio Germano. Ele está acuado. É visível a responsabilidade, no mínimo política, das nomeações que fez. “A Polícia Federal”, prossegue a nota”, “diz que há grande vinculação entre o escritório de advocacia do irmão de Germano e o ex-presidente do Detran-RS, Carlos Ubiratan dos Santos, que continua preso na sede da Polícia Federal em Porto Alegre. ‘Bira’, como é conhecido, é homem de copa e cozinha do ex-secretário de Segurança, tendo sido chefe de gabinete dele durante quase uma década. Além disso, ‘Bira’ chegou ao Detran-RS pelas mesmas mãos. Recentemente, era diretor-financeiro da Trensurb, também por indicação do padrinho”.

Escrito por Marco Weissheimer às 20h21
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PERGUNTAR NÃO OFENDE

Membro titular do diretório estadual do PSDB, Lair Ferst foi um dos coordenadores financeiros da campanha de Yeda Crusius ao governo do Estado, nas eleições de 2006. Na manhã desta quinta-feira, o ex-vice-governador Antonio Hohlfeldt, que até o ano passado era filiado ao PSDB e hoje está no PMDB, declarou ao jornalista Diego Casagrande: “Conheço a ficha do Lair. Quando eu estava no Palacinho ele era proibido de entrar. Jamais o recebi”. Por que Lair era proibido de entrar no Palacinho (escritório do vice-governador)? Por que, até agora, nem a governadora nem o PSDB se pronunciaram sobre a prisão de uma das principais lideranças do partido no Estado? Considerando as informações preliminares disponibilizadas pela Justiça Federal, cabe perguntar ainda: o que é mesmo que Lair Ferst fazia na campanha eleitoral de Yeda Crusius, no ano passado?



Escrito por Marco Weissheimer às 19h29



Diabos, onde está Wally? III...

Wally é um cara legal, boa praça, comum, quase um americano médio do sonho americano. Oops! That’s it! Wally é isso mesmo. Calças jeans e blusa listrada de vermelho e branco, uma coisa querida, enfim. Como tenho astigmatismo desde os nove anos, eu curtia muito brincar de Onde está Wally? Era mais difícil sem óculos. Wally me lembrou o estado das artes na política recente do RS.

Diabos, CADÊ a oposição à chinelagem triunfante no RS?

Falando sério: o que é que é isso? Alguém acredita ainda que um pacote da governadora vai passar sem mais nem menos? Que as pessoas vão aprovar aumento de impostos – coisa que não sou contra, em princípio e ao longo da história -, num pacote delirantemente fanático e devastador contra os serviços públicos? E os sindicatos vão continuar debatendo pacote? Ninguém que faz oposição a essa turma está interessado em defenestrá-los? Não entendem o quanto isso é fundamental para que este estado e esta cidade saiam da nhaca histórica, econômica e política em que se encontram, para não falar do desastre cultural que impera? Mas onde é nós estamos?

É só por que Flavio Koutzii não está mais na Assembléia? Alguém acreditou, por acaso, à esquerda, que zeagá diria o que é quente na Feira do Livro e em quem acreditar?

Parte histórica da direita do RS foi para a jaula ou vai ou vai ter de sapatear muito para não ir. Parte de uma turma intimamente ligada à governadora, como o seu tesoureiro de campanha!

E a oposição está preocupada com pacote? Pacote? O que é isso?

Não, não vou perguntar onde está o pacote. Vou perguntar: onde está Wally? Qual é, tão achando que o PT tem menos autoridade que José Otávio Germano e o tesoureiro da campanha de Yeda? Tão com medo de denunciar o silêncio da Polícia Federal ao longo dos anos FHC? Tão receosos de ligar os fatos do fenômeno do endireitamento progressivo? Again e sem astigmatismo: onde está Wally?

Nenhuma síntese contra a turma que, desde o dia 01 de janeiro de 99 promete a redenção e só entrega desgraça?

O queixo duro e esquisito da governadora e a turminha do fanatismo fiscalista vai mesmo continuar tirando onda de que estão a prometer uma saída para o estado? E até quando surfarão por cima da realidade, sem oposição? O que é que está acontecendo?



Escrito por Katarina Peixoto às 00h26
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08/11/2007

Parte II da chinelagem no RS

Não precisa ser politicista para dizer que privatizar estradas e roubar no DETRAN são linhas correlatas de atuação. O erro do politicismo é achar que tudo é Política e que, assim, não há interesses privados ou não há formações de quadrilhas ou não há história, também. A variante mais próxima do fascismo, dentre os politicistas, é a da potência absoluta da tal da vontade política. É como se existisse a vontade de melancia e a vontade política. Não precisa lembrar que não é assim, mas eu lembro porque a outra via, igualmente alienante, é a que está a reinar. E se trata de uma via perigosa.

É claro, vou logo avisando, que me irrita a hipótese de que alguém me considere normativa. Eu não dirijo outra coisa que a mim mesma e o trabalho que isso me dá não é de pouca monta. Até minhas gatinhas tiram onda de mim. Então chega. Tô no meu brógui, oras!

A via é perigosa, como eu ia dizendo, porque é convincente. É como se o fato de as carteiras de habilitação serem caras fosse aquilo de que se trata esse escândalo no DETRAN, CEEE, protagonizado pela turma que privatizou estrada e quetais e que está no poder, afora os anos Olívio, há décadas, no estado. A via é perigosa porque o palavras cruzadas desta noite está debatendo exageros da Polícia Federal, que estaria “expondo injustamente” os homens de bem que freqüentam a mesma noite e almoços dominicais que o pessoal da tevê...da rádio....da Rede....

Hoje zeagá falava do preço das carteiras de habilitação. A governadora do queixo duro e das explicações moles resolveu entregar o DETRAN para a turma do PTB, gente séria, portanto. Estaria tudo resolvido? Trata-se de deixar a PF atuar? Mas a PF exagera, ou não?

Mas, bem, se estamos perguntando pelos preços das carteiras de habilitação, por que diabos não o fazemos com o preço dos pedágios, assim, via Polícia Federal? Flavio Vaz Neto é inocente até que a lei e uma sentença assim o diga. Detesto o fascismo que acusa de canalha antes do devido processo legal e do amplo direito de defesa. Quem tem mais dinheiro: Olívio Dutra ou Flavio Vaz Neto? Sabemos bem que procurador do estado não ganha lá essas coisas. Tem casa na praia? Em que praia? Ai, que vício fascistóide esse de suspeitar, né? Eu, que sempre achei o Paulão um programa que tivéssemos um MP estadual atuante seria tirado do ar...Mas perdi, de propósito, vá lá, o ponto.

O ponto é que não são os possíveis negócios de uma turma que curte os homens de bem, desde a ditadura, o que está em jogo. Não é o fato de que tem o ex-tesoureiro da campanha da atual governadora, preso por lobby e por envolvimento numa fraude que chega à casa dos milhões.

É o fato de que essa turma tem e vem tendo poder no RS. De que essa é a turma que aprovou a Lei Kandir, que é o pessoal que disse que não tinha jeito e que fazer diferente do que eles fazem é demagogia e totalitarismo. Dados os últimos acontecimentos, fica a dúvida se a única coisa a fazer é erguer o queixo de meia dúzia e deixar as seringas da bagaceirisse triunfante tirando o sangue que resta do estado dos setores de serviço que ainda restam.

Não, não é um problema moral. Sim, eu sou uma baita moralista, mas o problema aqui é a luta pelo poder. É político, é econômico e é histórico. É tão gravemente histórico, aliás, que comecei meu post de ontem buscando um tipo de reflexão sobre a história recente desse estado que dê conta da gravidade e da delinqüência política em que se encontra. Não, não tenho pretensões. Tenho compromisso e tico e teco bem nutridos, faceiros de cuspir em zeagá e de despejar minha rinite matinal por conta de sua tinta e sujeira, em cima das propagandas de sonegadores que grassam em suas páginas.

O problema é político. Essa turma não deve ser interditada apenas porque saqueia o estado. Sempre o fizeram, ora bolas. Devem ser interditados porque são ruinosos à democracia – e por isso sustentaram a ditadura, onde começou o enriquecimento -, ao interesse público, à distribuição de renda, à justiça, à história. Sim, à história. É uma turma bagaceirérrima, muito pouco afeita ao cultivo, ao compromisso teórico, e olha que já são bem nascidos, que já tiveram bibliotecas em casa. Ou alguém acha que a ilustrada e charmosa secretária de cultura leu a luz de velas? Não.

Neste momento em que escrevo Lasier Martins esbraveja porque há pessoas que “não oferecem risco e estão algemadas”. E depois tem gente a dizer que quem acusa o fascismo e denuncia a fragilidade do estado de direito é delirante.

Quem responde pelo que está acontecendo no Rio Grande do Sul? É Lula, de novo? A culpa é de Lula? Mas a turma tá no poder há mais de quarenta anos, com breves intervalos em que estiveram na Assembléia e sempre estiveram no Congresso! E onde estava a PF durante o governo FHC? Por que diabos não há palavras cruzadas sobre isso?

Qual preceito fiscalista dá conta de uma satisfação às pessoas que apostaram que essa chinelagem seria uma saída mais civilizatória, que iria resolver os problemas do estado “sem demagogia”, “totalitarismo”, “corrupção”?

E, mais importante: qual o preceito dessa turma do governo que ainda sobrevive a ponto de achar que pode bancar pacote de aumento de impostos, diante de um escândalo como esses? Onde está a autoridade dos governantes? Em que direção mira o queixo da governadora?

Próximo post: onde está wally, oops, a oposição?



Escrito por Katarina Peixoto às 23h46
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Chinelagem no RS, parte I

Estavam roubando lá no DETRAN. Não é, óbvio, de hoje nem de ontem. Aliás, as matérias dão conta disso. Faz tempo. Uma turma velha conhecida das colunas sociais e também das colunas políticas e, vejam bem, econômicas! Gente de sucesso, com direito a férias em Miami e a casa própria naquele prédio em oferta no encadernado de domingo de zeagá.

É escândalo desses de jornal nacional – ainda que este tenha estado calado, até agora. Escândalo mesmo. Algemas, falcatura, lobby, terceirização, privatização, modernização anos noventa uber alles! Ninguém acredita não é que não se sabia ou que a governadora e o ex-governador não sabiam, é claro. Ninguém pode acreditar é que essa turma privatizou estradas, energia, telefonia, Caixa Estadual assim, com base em preceitos religiosos, que uma turma delirante da Universidade de Chicago decidiu batizar de modernização e meia dúzia de bocós de periferia acreditaram. É claro que não é isso e olhem que eu não sou da turma liberalzinha que se acha esperta porque pensa que tudo é negócio privado.

Nem tudo é política, nem tudo é comércio privado de interesses umbilicais. Tem muito mais perversidade na luta pelo poder e tem muito mais apego ao poder do que pode imaginar uma Palestina do Espetáculo Triunfante.

Em primeiro lugar, essa turma presa, ou acusada ou indiciada, está no poder há tempos. Seja ele político ou econômico, no Estado. Em segundo, trata-se da turma que protagonizou o desmonte legalizado do estado. Não tem assaltante anônimo, ator principal do programa do Paulão. Tem gente com direito a entrevista em capa de zeagá para dizer que foi surpreendido com a PF na sua casa.

Talvez, aí vai uma coisa utópica, todos os detetives de polícia e todos os que pensam e fazem política devessem ler Edgar Alan Poe nas suas formações. A literatura está farta de exemplos em que os culpados nunca deixam de comunicar o seu ato culpável. Um olhar, um gesto, um silêncio, um desaparecimento inexplicável, o medo. É como precisassem se denunciar e eu realmente penso que isso talvez só seja explicável se um dia um wittgenstaniano ou um Montaigniano – existe isso? – erguessem uma variante de filosofia política. Mas é assim. Quem tem culpa diz isso no susto de um olhar.

A mentira, a enganação, a empulhação de seriedade anti-comunista não cai apenas em saunas gays a que católicos empedernidos conduzem suas pernas e outros órgãos. Cai não apenas para quem tem tico e teco em bom convívio e em processo de nutrição permamente – o que, lórreco, implica cuspir e escarrar em zeagá matinalmente. Cai como já caiu várias vezes e vai cair de novo.

Aprender com os erros é outra coisa. Sobre o que vou falar depois. Em tempo, se é que faz algum sentido: é óbvio que o RSUrgente é que está reportando o tamanho da chinelagem que acaba de vir à tona, até em zeagá. Trata-se de saber WHAT A HELL vai fazer a oposição e porque o pacote da governadora NÃO FAZ MAIS SENTIDO ALGUM, a essas alturas do campeonato. Opa, campeonato? Qual, mesmo? Vale a luta pelo poder?




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Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



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