Não há um modelo capitalista ou socialista pronto para cada sociedade ou país, como se fosse uma receita de bolo. Cada uma tem suas características próprias: geopolíticas, histórica, costumes, desenvolvimento dos meios de produção diferenciados etc. No caso do capitalismo, que ganhou proporções mundiais e uma capacidade de se recriar espantosa, este sistema pode ser substituído por outro. Há contradições que podem provocar, em determinadas condições, aqui, ali ou acolá, revoltas e convulsões sociais que alterem os rumos e o modelo vigente, dependendo das classes sociais envolvidas. Estas mudanças podem alterar radicalmente as estruturas políticas e econômicas, ecológicas etc. Quanto ao socialismo, segue a mesma dinâmica. Pode haver retrocessos ou avanços, ambos sofrem a influência da capacidade hegemônica mundial vigente, sendo uma conjuntura com potenciais latentes de antagonismos e congruências.
Cientificamente, o ser-humano desde que se conhece homo sapiens, evoluiu de acordo com os avanços e retrocessos dos meios de produção. A sociedade caminha ao livre-arbítrio das classes historicamente em disputa. Ingênua e sem base teórico-prática é a idéia de que existe uma sociedade alternativa à capitalista e à socialista. O que há são matizes características a cada país geopoliticamente inserido. A história da ciência apontou este caminho, pois a visão empírica da realidade tende a cunhar seu um ponto de vista individual, pessoal, embarcando numa aventura através do contexto social complexo baseado na experiência. O que é insuficiente para apontar outros rumos. Essa visão geralmente é extraída de influências religiosas ou crenças esotéricas, como: tarô, numerologia, quiromancia ou espiritismo e da astrologia e seus desdobramentos metafísicos e pós-modernos, como o holismo, o ecletismo e a entropia da sociedade (“vale tudo” que banaliza a vida).
Portanto, é um ponto de vista fatalista e ingênuo, dado por uma concepção empírica e niilista da história. O maniqueísmo filosófico que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo, fundamenta tais possibilidades sem a reflexão necessária e o rigor da dialética, por isso sem métodos, sem historicidade e sem sustentabilidade científica. Configura-se uma concepção mecânica do meio humano de vida no planeta. A reprodução da vida na terra é uma condição materialista de relações que existem tanto na natureza como na história e no pensamento, implica movimento e transformação. O movimento das coisas constitui o elemento primário e as contradições geradas que se produzem nas idéias são apenas o reflexo do movimento real.
Porto Alegre, 30/08/2007
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