Por Runildo Pinto
Vemos a todo o instante muita gente criticando que "pobre de direita é uma merda". Inclusive a critica vem de pessoas que se consideram comunistas, outros militantes de esquerda e principalmente da esquerda reformista (complicado para quem faz conciliação de classes). Não enxergam que a pobreza, o pobre e a alienação são produtos do sistema capitalista explorador e excludente. A falta de compreensão da capacidade de coerção da classe burguesa no poder e da própria luta de classes é escandalosa. Beira ao analfabetismo político, movido por sentimentos e emoções de desejos conflitantes.
É infantil disseminar esse sentimento de repúdio aos trabalhadores, na realidade é um sentimento pequeno burguês e os impede de compreender o processo de dominação social, por exemplo, a figura do lumpemproletário como modelo mais perigoso da cooptação ideológica dos proletários pela classe dominante, e excluindo de qualquer processo de organização e de luta contra a burguesia.
Lembrem-se: a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante. O primeiro núcleo ideológico sistêmico é a família, incuti os primeiro laços com a ideologia burguesa através da religião e do clã familiar, sustentáculo do sentimento de propriedade privada.
É tarefa dos comunistas mostrarem, na luta, às contradições de classe. Mas para isso acontecer temos que fazer luta de classes. Façam uma reflexão sobre: o reformismo ao mesmo tempo que concilia, ameaça a burguesia emulando à desconfiança de setores radicalizados da burguesia, abrindo espaço para o crescimento e a ação da extrema direita. O resultado é um retrocesso brutal para a classe trabalhadora.
Portanto, não podemos alimentar e descartar um só proletário do rol de abrangência da exploração capitalista, isto é: temos que ver a classe trabalhadora na sua totalidade e ter a capacidade de repudiar os cacoetes pequeno-burgueses da classe média alta, extrato social, este sim, com vínculos discriminatórios vinculados a burguesia, são os repetidores da ideologia dominante. Tratemos de repudiar o reformismo conciliador, e os modelos semânticos criadores de armadilhas ideológicas que boicotam a luta de classes.
Consciência de classe não cai do céu. Se todo o pobre já nascesse de esquerda, comunista-, era só esperar a primeira geração crescer para a revolução socialista acontecer, melhor, iríamos direto para a construção da sociedade comunista. Isto é idealismo puro! Dizer que "pobre de direita é uma merda", é choro de reformista, conciliador de classes que só pensa no processo eleitoral da ordem burguesa.
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