quarta-feira, 16 de abril de 2008

Caso Isabela Nardoni - Quem julga? A mídia?











, por Runildo Pinto









Não há aqui nenhum intuito de julgamento. Cabe resgatarmos os princípios éticos e morais da investigação, não adotados pela mídia e pelos órgãos públicos policiais e jurídicos.




A espetaculosidade da imprensa, no caso da morte da menina Isabela Nardoni, demonstra o quanto a sociedade é vulnerável à ação da mídia. Há alguns jornalistas, até bem intencionados, que afirmam: a sociedade faz uma cooperação espontânea e deliberada com os abusos da mídia, principalmente, os órgãos da institucionalidade constituída. Mas esta é uma visão parcial e equívoca. Os meios de comunicação consideram-se acima do bem e do mal. Provocam tragédias ao custo de vidas humanas com o fim de ganhar pontos no IBOP. O veículos de informação estão nas mãos de “meia-dúzia de famílias”. Vendem cidadãos à anunciantes. A receita liberal, em nome da imprensa intocável, coloca a ética e a moral na lata do lixo, ao fazer da vida uma mercadoria notável.


Mas o problema, na sociedade contemporânea, pós-moderna e neoliberal, introspecta com a revolução tecnológica uma nova dinâmica no cotidiano das pessoas. O mundo deixou de ser visto pela TV, jornal ou internet; o mundo passou a ser o que estes meios veiculam. Esses tornaram-se os principais ideólogos da classe dominante mundial (ver globalização). Partidos políticos que eram a fonte de formação de opinião descaracterizam-se e recorrem ao marketing midiático. À mídia dá a "corruptos escolhidos" aparência de homens de bem, converte vítimas em bandidos e criminalizam a pobreza. Os fatos cotidianos apresentam os atores ideais para terem seu minuto de glória e fama, ao sabor da coisa produzida, tipo Big Brother Brasil, o “reality show”-, no afã do acontecimento. No caso especifico Isabela Nardoni: delegados, inspetores, juízes, promotores e autoridades afins apresentam dentro desse cenário, um enredo detalhado ao roteiro imposto pela mídia, fornecendo acesso a dados investigativos e periciais, completos ou incompletos, explicitando objetos de privacidade processual de forma prematura, irresponsável. Tudo isso pelo “espetáculo-espetacular”.


O meio humano vive na lei que lhes é comum, como a mídia engendrou, na subserviência das forças de interesse, tanto das pessoas envolvidas como das corporações empresariais, midiáticas ou não, instituições públicas constituídas, crime organizado, políticos ideologicamente comprometidos, todos inclusos no status quo: o de ser celebridade do fato, da informação cosmeticamente maquiada e da notícia, a pretexto de entretenimento, a qualquer custo.


O teatro desqualificado e a banalização da vida desembocam sempre no discurso em defesa da democracia. Mas que democracia é essa da realidade encoberta, onde o oportunismo de quem pode explora o fato, ou cria um fato, ou produz outro fato no fato. Essa é a desconstrução da sociedade, do indivíduo, do cidadão; essa é a democracia burguesa, uma estrutura do tipo orwelliana. A mídia é assim, sem caráter-perversa e inescrupulosa. Basta desse Show da morte!


Um comentário:

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



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  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
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  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

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  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
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  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
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  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
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  • Revolução Russa - L. Trotsky
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  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
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  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
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  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
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  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
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  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
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  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira