HAVANA (AFP) — O presidente cubano Fidel Castro homenageou e expressou seu agradecimento ao revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara, no 40º aniversario de sua morte na Bolívia, em um artigo publicado no jornal oficial Granma.
"Faço uma pausa no combate diário para inclinar minha cabeça, com respeito e gratidão, ante o combatente excepcional que caiu em um 8 de outubro, há 40 anos", afirma Fidel, afastado do poder há 14 meses por uma grave crise de saúde.
No editorial com o título "O Che", o ditador cubano agradece a Guevara "pelo que tentou fazer e não pôde em seu país de nascimento, porque foi como uma flor arrancada prematuramente".
Fidel destacou o "exemplo" legado por Che à frente da coluna "que atravessou os terrenos pantanosos" em províncias do sudeste de Cuba quando lutou em Sierra Maestra e tmou a cidade central de Santa Clara.
"Cumpridor de honrosas missões políticas no exterior, mensageiro do internacionalismo militante no leste do Congo e na Bolívia, semeador de consciências em nossa América e no mundo", exaltou o líder cubano, de 81 anos.
O presidente provisório de Cuba, Raúl Castro, irmão de Fidel, por sua vez, participou do ato central em homenagem a Che Guevara na cidade de Santa Clara, a 300 km de Havana.
A cerimônia, que teve a presença da família Guevara e da cúpula militar e de governo, começou justamente com a leitura do artigo de Fidel Castro.
Os presentes também ouviram, pelos alto-falantes, a voz de Fidel Castro quando em 3 de outubro de 1965 leu a carta de despedida de Che, antes de partir para a guerrilha no Congo, e na qual o líder revolucionário escreveu a famosa frase "Hasta la victoria siempre" (Para a vitória sempre).
O ato aconteceu diante de uma gigantesca estátua de bronze de Che, no Memorial Ernesto Che Guevara, onde estão guardados os restos mortais do revolucionário, que chegaram a Cuba em julho de 1997, depois de serem encontrados em Vallegrande (Bolívia).
Ao chegar à praça, Raúl Castro, que substitui Fidel no poder desde 31 de julho de 2006, saudou a viúva de Guevara, Aleida March, que estava acompanhada dos filhos.
Santa Clara é o cenário das principais homenagens por ser a cidade que Che tomou, em dezembro de 1958, em uma batalha decisiva para o triunfo da Revolução Cubana.
Cuba e Bolívia encabeçam as homenagems em vários países da América Latina para recordar o lendário revolucionário capturado nas selvas bolivianas em 8 de outbro de 1967 e executado no dia seguinte por um soldado que cumpria ordens do governo.
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