Laerte Braga
Está marcada para março em Cartagena, na Colômbia, a Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasur). O presidente da Venezuela Hugo Chávez declarou que não vai participar de um show montado pelo “subimperialista mafioso” Álvaro Uribe depois dos acontecimentos de sábado, quando as forças armadas colombianas invadiram território equatoriano e assassinaram o chanceler das FARCs Raúl Reyes. Reyes estava participando de negociações para a libertação de prisioneiros de guerra, inclusive um equatoriano e a ex-senadora Ingrid Betancourt.
Monitorado por satélites militares dos EUA, que passaram a posição de Reyes e seus 17 companheiros, os militares colombianos criaram um estado de guerra envolvendo o Equador e a Venezuela, dentro dos objetivos norte-americanos de derrubar governos hostis a seus interesses (Chávez principalmente) e arrastam países como o Brasil ao centro do conflito. Miram num alvo e acertam ao mesmo tempo em vários outros.
Um estudo das Nações Unidas feito na década de 70 no século passado, alerta para os riscos de confrontos militares futuros na América do Sul por uma série de razões, todas elas ligadas a interesses das grandes potências (à época Estados Unidos e União Soviética). Esses confrontos visariam desde o controle da Amazônia (a maior parte está em território brasileiro), à posse do petróleo venezuelano e das reservas subterrâneas de água doce no Sul do Brasil, o Aquífero Guarani, o quinto maior do mundo.
Os cinquenta anos de guerra civil na Colômbia e o fim da União Soviética trouxeram para o centro do palco a absoluta hegemonia dos Estados Unidos numa região que consideram quintal, a América Latina.
A eleição de presidentes de esquerda e centro esquerda em países como o Brasil, o Uruguai, o Chile, a Bolívia e o Equador e independentes como Cristina Kirchner na Argentina, além da presença de Cuba transformaram a Colômbia em centro de operações dos EUA para neutralizar a crescente independência dos países da Região em relação a matriz.
Álvaro Uribe foi eleito presidente da Colômbia com apoio ostensivo do narcotráfico e de grupos paramilitares (ligados aos traficantes), reeleito e ao contrário do seu antecessor Pastraña que procurou negociar a paz com as duas forças guerrilheiras que operam no país (controlam mais de 51% do território da Colômbia), intensificou as operações militares, os assassinatos de adversários políticos e líderes sindicais de oposição na chamada esfera institucional, criando um clima de terror e violência e propiciando a lenta e constante ocupação do seu país por forças militares norte-americanas.
O presidente Bush, principal líder terrorista em ação no mundo, transformou a Colômbia em um dos centros das chamadas “operações sujas” (caso do Paquistão na Ásia e de Israel no Oriente Médio).
O ataque terrorista feito em território do Equador e que matou Reyes foi planejado e decidido em Washington como forma de criar um clima de tensão que justifique outras operações maiores, intensifique as ações contra o governo Chávez (a convicção dos EUA é que derrubando Chávez interrompem o ciclo de vitórias eleitorais das esquerdas nesta parte do mundo).
As declarações de figuras do governo da Colômbia que alguns computadores que estariam em poder dos guerrilheiros foram apreendidos e “comprovam” ligações do governo do Equador com a guerrilha, especificamente as FARCs, reproduzem um procedimento típico dos norte-americanos em outras situações análogas, a mais recente delas as tais armas químicas e biológicas e o arsenal nuclear que Saddam Hussein nunca teve, até porque, quando teve armas químicas e biológicas elas foram fornecidas pelos EUA para atacar o regime iraniano numa guerra insensata e que matou centenas de milhares de pessoas.
Há todo um teatro armado pelos governos dos Estados Unidos e da Colômbia e nessa medida a declaração do presidente do Brasil que é “hora da diplomacia” joga uma ducha de água fria nos ímpetos provocativos do presidente Uribe, fac totum de Bush e soa como “hora de esvaziar uma crise provocada de forma deliberada” e assim evitar o pior.
O Brasil é a peça mais importante nesse jogo estúpido e inconsequente de Uribe e Bush. Lula percebeu o alcance da manobra terrorista dos dois governantes.
A história dos computadores apreendidos comprova dois fatos irrespondíveis pelo governo narcotraficante da Colômbia. O primeiro deles que tropas colombianas em terra invadiram o território do Equador, logo após o bombardeio aéreo do local onde estavam Reyes e seus companheiros, para não deixar provas e evitar que os corpos fossem recuperados pelo governo equatoriano e não pudessem vir a ser apresentados como troféu em Bogotá. A segunda é que milagrosamente tudo foi destruído menos os computadores.
Uribe e Bush apressaram as práticas para forçar conflitos imediatos e criar condições de terror para a derrubada de Chávez, sabendo que a morte de Reyes é um duro golpe para a guerrilha, mas não muda a correlação de forças e nem diminui o poder de fogo desse exército rebelde, mesmo que todo o complexo de mídia a serviço do terrorismo, caso da GLOBO no Brasil, tente informar e criar a sensação que é assim, como desejam Washington e Bogotá.
As negociações para a paz e a disposição manifesta das FARCs e do ELN, as forças insurgentes na Colômbia, contrariam os interesses dos grupos terroristas que governam o País e fazem do narcotráfico e da violência o principal instrumento de ação e contrariam muito mais quando a libertação de prisioneiros de guerra vem pelas mãos do presidente da Venezuela Hugo Chávez.
O que complica para os terroristas da Casa Branca e de Bogotá é que governos europeus, o da França principalmente, estão pressionados pela opinião pública de seus países para dar apoio às negociações e obter a libertação de prisoneiros de guerra. A GLOBO não mostra, mas há uma constante mobilização de setores da sociedade francesa, passeatas e campanhas, a favor das conversações desenvolvidas por Chávez para libertar Ingrid Betancourt.
E hoje o alto comando (Secretariado) das FARCs já distribuiu nota oficial afirmando que a ação criminosa do governo central da Colômbia não vai afetar a disposição nem de paz e nem de luta e que a vontade de negociar a troca de prisioneiros vai continuar com ações unilaterais da guerrilha.
A movimentação de tropas do Equador e da Venezuela para suas respectivas fronteiras com a Colômbia é medida natural e necessária para garantir a soberania e a integridade de seus territórios diante do desvario terrorista de Uribe. Mesmo porque, seguindo suas tradicionais políticas de potência imperial e imperialista, o governo dos EUA tenta comprar generais e oficiais venezuelanos como fez com generais de Saddam e do Paquistão e em vários outros lugares, aqui mesmo, à época das ditaduras militares, com Pinochet, os generais argentinos e brasileiros, intervindo de forma descarada nesses países e impondo regimes à feição de seus interesses.
Se houver um mínimo de bom senso e lucidez em qualquer análise os fatos recentes no Brasil mostram que essa política de intervenção se torna cada vez mais agressiva. A ocupação da Amazônia por seitas religiosas montadas pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), cumplicidade com empresários e latifundiários brasileiros alojados em partidos políticos, no Congresso e no Judiciário (tucanos e DEMocratas principalmente). O roubo de informações sigilosas da PETROBRAS sobre as novas descobertas que tornam o Brasil um grande produtor mundial de petróleo, no nivel dos maiores produtores.
Toda uma série de falsas crises produzidas no epicentro das bases terroristas no Brasil (FIESP/DASLU/GLOBO/FOLHA DE SÃO PAULO/VEJA/PSDB) visando desestabilizar e enfraquecer o governo Lula, enfim, o que eles próprios procuram desacreditar com o rótulo de “teoria da conspiração”, mas que, curiosamente, os próprios norte-americanos, através de Hollywood provaram existir.
A história das intervenções norte-americanas em vários países do mundo, das guerras provocadas sob falsos pretextos para justificar ocupação e saque de países, como agora no Iraque, se repete sem variações maiores, sem a preocupação de disfarçar, apenas de massacrar.
Não é diferente agora.
O criminólogo e psicólogo Nils Bejerot ajudou a Polícia de Estocolmo a resolver um assalto na capital sueca e cunhou ali a expressão “síndrome de Estocolmo”, que justifica a atração diante de condições de fragilidade de vítimas diante de algozes.
A expressão inicialmente se aplicava a pessoas sequestradas e ao longo dos anos foi ganhando um conceito mais amplo e adotada por psiquiatras, psicólogos em todo o mundo. Desenvolve-se tanto nas vítimas de sequestros, como em cenários de guerra, em sobreviventes de campos de concentração, pessoas submetidas a pressões familiares e externas (de trabalho – relação patrão/empregado), crianças submetidas a maus tratos, violência (nas suas várias formas) doméstica e familiar.
É parte do processo terrorista de criar e infundir o medo, o pânico e é isso que a mídia faz entre nós, nos países latino-americanos de um modo geral, vamos ficar por aqui. Tanto no aspecto coletivo como no individual. Um país inteiro fica acuado com as falsas informações deturpando a realidade, como um ser, uma pessoa, se deixa acuar pelo medo inexplicável de situações assim.
Você tanto pode ser prisioneiro desse medo em relação a um pandemônio internacional de barbárie como esse criado pelo governo terrorista da Colômbia, como pode ser rotulada com os piores epítetos possíveis e depois ir almoçar com seu algoz, seu carrasco, supondo que um simples gesto de carinho ou afeto modifiquem a situação, impliquem em sobreviver na triste realidade que lhe domina a partir do medo.
É o que fazem, além de assassinar adversários que contrariam seus interesses. Tanto apresentam Raúl Reyes como “terrorista”, ou matam e massacram palestinos indefesos, como transformam você em robô no terror do medo criado e implantado entre o estalar do chicote e a suposta bondade em luzes natalinas e cristãs.
Aí você começa a acreditar que Chávez é o demônio e o patrão ou chefe ao seu lado é o anjo. Não percebe que é apenas uma bola de jogo de sinuca aterrorizada no medo que não explica e nem justifica, só medo, de uma realidade que só existe porque é aceita.
Não dá para disfarçar. Uribe e Bush são terroristas no sentido lato e absoluto da palavra. O cara ao seu lado é apenas o seu algoz que acha que você é um ser objeto que pode ser manipulado ao bel prazer dele e faz assim.
A GLOBO e a grande mídia fazem isso e aplicam a fórmula ao que Bonner chamou de “Homer Simpson”.
Há quem faça e quem deixe fazer.
A hora é de luta. É de luta pela sobrevivência do mínimo de dignidade do ser e de nações inteiras ameçadas pela violência de um mundo irreal que transformam em real.
Um desafio. Veja os links abaixo e perceba que para gente como Bush, Uribe, os governantes de Israel eu, você, nossos filhos, todos somos apenas as vítimas desse terrorismo glamourizado por redes de tevê como a GLOBO, jornais como a FOLHA e revistas que dão a fórmula para se ter a bunda das cariocas ou o corpo malhado e atraente dos grandes conquistadores.
Vendem o modelo terrorista que nos transforma em objetos a serem encaçapados nas sedes suntuosas das arapucas onde o medo faz do ser um nada. Ou como no Japão – “robôs, do imaginário a realidade.”
Muitos dos vídeos foram feitos por amadores que presenciaram os fatos e estão todos disponíveis no Youtube.
É de fato quem faz e quem deixa.
Imagine by George Bush
http://video.google.com/videoplay?docid=-1269299404143213531
Torture - Many months after Saddam Hussein's government was toppled and its torture chambers unlocked, Iraqis are again being routinely beaten, hung by their wrists and shocked with electrical wires. This is why Iraqis hate US!!!
Esta sequencia de videos 9 os 5 abaixos) busquei no Orkut do amigo parceiro Euryale Galvão. Imperdiveis
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