"Não é uma boa notícia que Reyes, o homem com o qual falávamos e tínhamos contatos tenha sido morto", afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner. Governos da França e da Venezuela vinham negociando libertação de Ingrid Betancourt.
Redação - Carta Maior
O assassinato de Raúl Reyes, um dos principais comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), “não é uma boa notícia”, disse hoje o ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner. “Não é uma boa notícia que Reyes, o homem com o qual falávamos e tínhamos contatos tenha sido morto”, lamentou Kouchner. Ele defendeu que os esforços agora devem ser redobrados para a libertação dos reféns da guerrilha, em especial de Ingrid Betancourt.
Reyes foi morto no sábado por militares colombianos em território equatoriano, fato que gerou uma grave crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela. Os governos de Quito e Caracas ordenaram o envio de tropas para a fronteira colombiana e denunciaram a invasão do território equatoriano pelas forças armadas colombianas.
Em Havana, Fidel Castro também criticou a atitude do governo colombiano e alertou que as “trombetas da guerra” estão sendo ouvidas com força na América do Sul, responsabilizando o governos da Colômbia e dos EUA pelo aumento da tensão na região. “Nada é novo! Estava previsto”, disse Fidel em editorial publicado no jornal “Granma”. O presidente do Equador, Rafael Correa, deveria estar em Havana, nesta segunda-feira, para falar na abertura do “Encontro sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento”. Foi obrigado a cancelar a viagem em função da crise com a Colômbia.
Em Caracas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que o governo Álvaro Uribe representa uma séria ameaça à paz na região. “Forças militares norte-americanas e colombianas invadiram o Equador, assassinaram e levaram alguns cadáveres, violando não sei quantas leis internacionais e as próprias leis da Colômbia”, acusou Chávez.
O vice-presidente do Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), também condenou a postura do presidente colombiano Álvaro Uribe, afirmando que ela compromete a integração da América do Sul. “Quem invade o território de outros países e viola a sua soberania não é confiável para nenhum de seus vizinhos”, disse Dr. Rosinha. Para o parlamentar brasileiro, “esse tipo de postura compromete a integração sul-americana”.
”Esse ataque promovido pelo governo da Colômbia acontece num momento em que as Farc davam demonstrações concretas de diálogo e negociação. Além disso, está prevista para daqui a poucas semanas a reunião de cúpula da União Sul-Americana de Nações”, acrescentou." A reunião da Unasul está prevista para este mês de março, na cidade colombiana de Cartagena das Índias. A ação do governo colombiano pode inviabilizar a reunião.
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