Escrito por Tribuna Popular |
EDITORIAL, TRIBUNA POPULAR WEB.- |
Novamente um breve comunicado do Ministério do Poder Popular do Interior e Justiça (MPPIJ) informou que, no estado de Barinas, foi detido o cantor e combatente revolucionário, Guillermo Enrique Torres Cueter, conhecido por seu nome artístico como Julián Conrado. Mais uma vez, Conrado foi apresentado pelo organismo de Estado venezuelano como um criminoso solicitado pela Interpol e que seria entregue, outra vez, sem julgamento, ao governo terrorista da Colômbia. “(...) informaram as autoridades do Governo da República da Colômbia de que se iniciaram os trâmites correspondentes para colocá-lo à ordem da justiça desse país, segundo os procedimentos correspondentes”, assinala o comunicado do MPPIJ. No caso anterior, o do jornalista e diretor da ANNCOL, Joaquín Pérez Becerra, também acusado pelo governo da Colômbia e qualificado pelo governo da Venezuela como “terrorista”, o Presidente Chávez assumiu toda a responsabilidade, porém não deu a conhecer as razões, entregou-o à Colômbia de onde tinha saído há quase 20 anos, fugindo da repressão e da morte. É de conhecimento público que, durante estes quase 12 anos de Governo venezuelano do Presidente Chávez, que se define como revolucionário e bolivariano, outros casos similares permitiram que militantes de movimentos sociais e políticos de caráter revolucionário, tenham sido entregues aos governos que o perseguiam por seu compromisso e consciência revolucionária. Uma das características próprias de um Estado com governo revolucionário, com perspectiva socialista ou, menos ainda, só progressista, mas que enfrenta com dignidade e soberania o imperialismo, da mesma forma como o Governo da Venezuela vem demonstrado seu caráter antiimperialista, é a de solidarizar-se com as lutas assumidas por cada povo pela emancipação. Assim, seu território se converte em espaço de defesa da vida para os perseguidos políticos. No caso de Conrado, o presidente colombiano, celebrando a captura deste combatente, apontou outros detalhes preocupantes e reveladores. Durante a cerimônia de graduação de oficiais da Escola Militar de Cadetes ‘José María Córdova’, de Bogotá, o mandatário destacou que o operativo de prisão contou com a ajuda de autoridades colombianas. “Anteontem, numa operação realizada pelo Governo venezuelano com ajuda de autoridades colombianas – inteligência de nossa Polícia –, capturou-se 'Julian Conrado'", a quem qualifica como narco-terrorista. O revelador desta afirmação de Santos é que existiria um “acordo” entre o Presidente Chávez e Santos para a cooperação em termos de serviços de inteligências para a captura de combatentes colombianos que cheguem a nosso país para salvar suas vidas da perseguição e massacres cometidos pela oligarquia colombiana, como é de todos sabemos. Se já é de gravidade este acordo, o que é pior ainda e que é de todos conhecido, é a relação e ajuda em termos de serviços de inteligência e militar existente entre o Mossad israelense e a CIA norte-americana com o Governo e Estado colombiano. O objetivo é perseguir os chamados “terroristas” que, na verdade, militantes revolucionários de todo o mundo, que lutam por tornar realidade o lema de que “OUTRO MUNDO É POSSÍVEL”. Não é exagerado assinalar que com este “acordo” de cooperação entre serviços de inteligência da Colômbia e Venezuela, indiretamente e acreditamos que sem querer, se está fazendo o jogo e/ ou sendo parte da rede mundial do imperialismo para capturar quadros revolucionários de esquerda com o objetivo de destruir as lutas de nossos povos. O Partido Comunista da Venezuela (PCV), com o caso de Pérez Becerra, já advertiu sobre a necessidade de um debate nacional e internacional sobre a entrega de revolucionários ao governo narco-paramilitar da Colômbia. Também solicitou ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) um espaço para analisar esta situação que se criou. Porém, até o momento, esse espaço não foi obtido. Esta nova situação criada com a detenção de “Julián Conrado” e o compromisso de entrega imediata que o MPPIJ assinalou em seu comunicado, sem levar em conta as leis nacionais e internacionais e a própria Constituição Bolivariana da Venezuela, nos obriga, através do Tribuna Popular, enquanto aguardamos um comunicado oficial do PCV, advertir aos revolucionários e revolucionárias do mundo de que a Venezuela deixou de ser um lugar seguro para os lutadores populares. Por último, cabe assinalar que o Presidente Santos recordou, hoje, sobre a operação Fénix, na qual foi abatido 'Raúl Reyes', que, inicialmente, as autoridades colombianas acreditaram que um dos guerrilheiros dados como morto era, aliás, ‘Julián Conrado’, o que foi descartado ao se realizarem as investigações sobre o caso. “Hoje [ele] está em lugar seguro e o Presidente Chávez disse que nos entregará”, acrescentou o Presidente Santos ao celebrar a captura. Nós do Tribuna Popular expressamos toda a nossa solidariedade e compromisso revolucionário com o combatente Julián Conrado e serão em nossas páginas a expressão de solidariedade internacionalista e de combate por sua liberdade e a de todos os combatentes antiimperialistas do mundo. Exigimos a aplicação dos direitos que a Constituição Bolivariana da Venezuela assegura! Que seu caso seja submetido aos Tribunais de Justiça guardando, ao menos, o devido processo e respeito pelos direitos do combatente detido. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário