Estamos em Missão no Haiti há quase 6 meses, entre muitas coisas, que por aqui passamos, tanto pessoais, quanto coletivas, junto ao povo Haitiano, queremos registrar que a cada momento nos encontramos a pensar como nossa ação pode ir para além da ajuda técnica/material, para que se diferencie de tantas ajudas humanitárias que por aqui encontramos.
Sabemos que o MST e a Via Campesina tem resgatado o internacionalismo, por acretitar que a luta dos trabalhadores é internacional. Em nossas místicas ecoamos o grito:“Trabalhadores de todo o mundo uni – vos” de Marx, contudo sabemos que essa tarefa a cada dia se torna mais exigente, a partir do envolvimento concreto com realidades que move em nós muitos sentimentos. Primeiro sentimento de alegria por saber que somos capazes de compartilhar nossas vidas com esse povo historicamente massacrado e explorado, mas também por ser um povo historicamente resistente e lutador. O segundo sentimento é de profunda indignação por ver de perto a ação criminosa, desumana e brutal do imperialismo.
Esses sentimentos nos levam a perceber que é preciso aprofundar mais o sentido dessa tarefa internaciolista em sua essência, lembrando a referência marxista do trabalho voluntário que aparece nos contextos dos processos revolucionários, que sempre tentamos resgatar como os sábados comunistas da Revolução Russa, o trabalho voluntário da Revolução Cubana entre outros. Acreditamos que a luz dessas experiências, deve se fortalecer o trabalho voluntário desenvolvidos por nossas Brigadas Internacionalistas.
Vale destacar que o fato da brigada Dessalines está no Haiti já tem seus efeitos pedagógicos, que nossa presença pode causar. A Presença internacionalista, simbólica, apaixonada nas intencionalidades, não só de boca, mas com nossos corpos, nossa organicidade, disciplina e mística, tudo isso é por demais importante, mas no atual momento da luta de classes, em que o imperialismo com toda sua força vem dominando o mundo, sentimos que é preciso arrancar de nós uma ação revolucionária mais consequente, não somente no Haiti, mas onde nossa luta puder alcançar. Já temos a certeza que não é fácil, mas essa é uma coisa que deve ser construída e aprofundada em vista do socialismo que desejamos.
Em relação a nossa Brigada, percebemos que temos aprendido e amadurecido com essa experiência no Haiti, visto que boa parte da militância que veio é muito nova, alguns com pouca formação política, mas com muita força de vontade, todos(a) enfrentam as dificuldades aqui com muita disposição, dificuldades estas que inclui também não ter recebido até o momento, nenhuma ajuda de custo por menor que seja, mas isso não nos diminue o entusiasmo nem o compromisso na realização da tarefa.
Quanto ao que estamos fazendo, praticamente quase toda a militância já estão nas bases dos movimentos, mesmo tendo demorado muito a saída de alguns. Sobre o idioma, todos(a) já conseguem se comunicar bem, uns estão mais avançados que outros por conta que tiveram mais tempo nas bases. Vanderlei desde o início de maio está no movimento MPP, contribuindo numa oficina de móveis, e eu Socorro, atuando nos projetos, no centro da brigada que fica em outro departamento, somente a partir de julho, depois do seminário da Brigada, também estou na sede do MPP, onde além dos projetos da brigada vou contribuir em alguns projetos deste movimento. O MPP é um movimento bem estruturado, com boa equipe técnica e infra - estrutura e com uma história de 37 anos.
No Haiti já encontramos quase todas as pessoas que participaram dos cursos Latinos.
Na questão da saúde, Vanderlei pegou bactéria no intestino e logo depois uma Tifóide, que o fez perder um pouco das banhas que tinha em excesso.
Desejamos a toda Companheirada da ENFF a mesma força que move a luta dos povos em todo o mundo.
“Venceremos, venceremos
mil cadenas habra que romper
venceremos, venceremos,
la miseria sabrémos vencer!”
Seguimos Firmes!
Abraços camaradas
Socorro e Vanderlei
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