Os ataques israelenses estão deixando um saldo de mais de cem mortos toda semana. O alvo é a população civil, e quase metade dos atingidos, mortos, e mutilados que carregarão traumas psicológico incuráveis para o resto de suas vidas, são meras crianças. Desde 2000, em torno de 4000 palestinos foram assassinados pelas forças israelenses (metade eram crianças) e mais de 20.000 foram feridos. Em 2006, as forças israelenses assassinaram 660 cidadãos palestinos, triplicando o número em relação ao ano precedente. Na realidade, os ataques israelenses não cessaram desde que Israel invadiu o Líbano e a Faixa de Gaza, em julho de 2006, assassinando mais de 1000 libaneses em menos de um mês. Assim mesmo, teme-se que a invasão de julho de 2006 não tenha passado de um ensaio geral do que está por vir, como informa o jornal israelense de grande circulação, Haaretz, de 2 de março de 2008.
Quando vemos o próprio vice-ministro da Defesa israelense, Matan Vilnaï, ameaçar os palestinos com uma "shoah", usando o termo israelense para um massacre absoluto, sem distinção entre combatente e criança, mulher ou idoso, comparável ao que recaiu sobre os judeus da Europa durante a II Guerra Mundial, então não podemos mais dizer que "não sabíamos o que estava acontecendo". Esse crime não é só do Estado de Israel. Ele pesará sobre a consciência do mundo, porque sabemos o que está acontecendo e não fazemos nada.
Pior do que isso, o Mercosul acaba de assinar um Tratado de Livre Comércio com Israel, no momento em que Israel destrói o comércio, a infra-estrutura e as vidas humanas em Gaza e Cisjordânia. Tratado este que configura inclusive uma violação da lei internacional e da resolução, de julho de 2004, da Corte Internacional de Justiça, recomendando que todos os países signatários das Convenções de Genebra retirem o seu apoio ao regime ilegal de ocupação israelense dos Territórios Palestinos.
A população de Gaza não está passiva, ela luta pela sobrevivência. Os poucos e, em grande medida, inofensivos ataques dos foguetes Qassam de fabricação caseira, devem ser vistos pelo que de fato são: uma conseqüência inevitável da ocupação. A resistência palestina pode ser comparada à luta contra o nazismo ou contra o apartheid na África do Sul. Em 23 de janeiro, cerca de meio milhão de palestinos derrubaram a muralha do posto de fronteira de Rafah e entraram no Egito, em busca de mantimentos e bens de necessidade básica.
Tampouco a população israelense é toda ela conivente com o genocídio palestino. Em fevereiro, israelenses e palestinos mobilizaram-se dos dois lados da passagem de Erez (entre Israel e a Faixa da Gaza), exigindo, não um "cessar-fogo" -como se se tratasse de uma exigência "aos dois lados de um conflito"- mas o fim imediato do bloqueio israelense, demonstrando assim sua defesa incondicional do direito à resistência palestina contra a ocupação e o genocídio perpetrado pelo Estado de Israel.
Fim imediato do cerco a Gaza!
Não ratificação do Tratado de Livre Comércio Mercosul-Israel!
Fim imediato do Genocídio do Povo Árabe-Palestino!
Manifesto Comite de Solidariedade aos Povos Arabes
Instituto da Cultura Arabe
Dá-lhe Runildo!
ResponderExcluirMuito bom o teu blog. Avante.
Abç.
CF