Laerte Braga
O jornalista Sérgio Ripardo, editor de Ilustrada da FOLHA ON LINE, escreveu um artigo mostrando a real intenção da GLOBO com o programa BIG BROTHER BRASIL, oitava edição. Tece considerações sobre os critérios da rede para definir os participantes e o formato do bordel televisivo.
“A Globo evitou riscos na escalação dos 14 participantes da oitava edição do "Big Brother Brasil", que começa na próxima terça-feira. Com base na divulgação das imagens e dos dados sobre os escolhidos, será, mais uma vez, um programa voltado para o erotismo barato”.
O óbvio.
“Não é de se espantar a repetição do formato. A história da Globo mostra que, em momentos de crise no ibope, a baixaria é a fórmula mais adotada pelo canal para reagir, estimulando aquilo que os comunicólogos chamam de "cultura do grotesco".
Com um pouco mais de tato, William Bonner chamou os telespectadores do JORNAL NACIONAL de “Homer Simpson”. O idiota bondoso, crédulo e trabalhador, chefe da família Simpson, um dos mais famosos seriados da história da televisão.
O BBB-8 aposta na pornografia sugerida, na fantasia a gosto de cada telespectador e vende isso com a maior tranqüilidade.
“Em 2007, a Globo perdeu espaço para a Record, que também não é santa e vive injetando doses de erotismo em sua programação --cenas de sexo e violência enchem, por exemplo, as novelas do canal dos bispos”.
De olho na concorrência, a alma/arma do “negócio”. Mais ou menos como falar numa direção e agir noutra. A hipocrisia do moralismo democrático, cristão e burguês. É que nem D. Eugênio Salles é mais cardeal do Rio e nem Roberto Marinho é vivo. Do contrário não me espantaria se o dito cujo D. Eugênio aparecesse na “casa mais famosa do Brasil” para tentar converter os “impuros”.
Ia ser o pulo do gato.
“A seleção do "BBB 8" descartou os elementos que possam, na visão da Globo, atrapalhar o cenário para o onanismo eletrônico. Nada de gente feia, gorda nem pobre à beira da piscina, lembrando que o Brasil é uma terra de mestiços, assalariados e gente fora dos padrões de estética ditados pela publicidade”.
Parágrafo perfeito. Nada de pobres, de gente feia, gorda, todos moldados pelos personal trainers da vida, com tudo no lugar, não importam as cabeças ocas e as almas guardadas numa pasta global. Prevalece a publicidade, o que vale dizer, o dinheiro dos donos das mesas de sinuca. Fazem o que querem com as bolas que encaçapam a seu bel prazer e à hora que querem, todos travestidos de bons cidadãos.
Paulo Stak presidente da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), uma república dentro do País, é especialista em banguelas, mas para a pasta onde guarda senadores tipo Artur Virgílio, Álvaro Dias, Romeu Tuma, Eduardo Azeredo, etc. E o tal Antônio Carlos, que é Magalhães Júnior. Negócio de feudo.
Há uma proliferação de pastas e mesas de sinuca em todo o Brasil. O efeito cascata do tal “mundo real”. Personal Trainer então...
É preciso cinqüenta flexões, não sei quantos quilos levantados, ora com os braços, ora com as pernas, alguns quilômetros numa esteira e a visão de saúde, tudo no lugar, no desarranjo total da vida robotizada. Afonso Arinos dizia que “já vi gente morrer de fazer ginástica, de ler nunca”.
Isso há uns vinte anos atrás. Hoje diria que as academias do modelo cristão, ocidental e família, estão cheias de mortos vivos. Ou vivos mortos.
É o ganho do Zé Pastinha, por exemplo. Merreca para lá, merreca para cá, luzes coloridas colocadas por profissionais, golpes aqui, golpes ali, tudo com a cara de bondoso e generoso ajudador. Se auto definem. Mas, baixam os olhos quando encontram gente.
“Talvez, o "gênio" e diretor do programa Boninho --aquele que se deixa flagrar em vídeo confessando o esporte de jogar ovos em prostitutas-- merecesse uma resposta contundente do telespectador esclarecido. Desligue a TV”.
O final do artigo de Ripardo traz o conselho sensato: “desligue a TV”.
A GLOBO decidiu repetir o uso de detectores de mentiras nas entrevistas que o rufião Pedro Bial fará com os emparedados. Imagino se usassem o aparelho no JORNAL NACIONAL. Ia quebrar. Mentira em tempo integral.
Álvaro Uribe, dublê de traficante de drogas e presidente da Colômbia, preposto de Bush, na versão colombiana do programa (a praga existe no mundo inteiro, faz parte do processo de robotização do ser humano), foi à “casa mais famosa da Colômbia”.
Era o período eleitoral e lá foi o bandido cumprimentar os “aprisionados” e fazer um discurso.
Já cumprir um acordo para soltar reféns... Isso não. Pode custar o poder e claro, a grossa participação na “exportação” do pó mágico.
No final é tudo democracia. Bial, só para lembrar, é aquele da caravana da cidadania. Monte de mentiras que o JORNAL NACIONAL montou e editou para tentar dar a vitória a Geraldo Alckimin, nas eleições presidenciais do ano passado.
No dia da eleição tanto ele Bial, como Miriam Leitão, foram chamados de mentirosos por Roberto Requião, governador do Paraná, ao vivo e diante de câmeras e microfones. Engoliram e se desculparam. Não tinham como desmentir.
Nesse dia aconteceu um lance memorável. Quando Requião esculhambava um grupo padrão GLOBO de jornalismo, um jornalista desses que adoram puxar o saco do patrão levantou e tentou defendê-lo. Requião foi cortando: “assente-se, não adianta puxar o saco do seu patrão, ele é mentiroso sim”.
Começa na terça o esquema de “conspiração e traição”. Na GLOBO entendem disso como em nenhum outro lugar.
Ou, como disse Maria Cento e Dez, tamanho do traseiro que negocia toda noite para ganhar o pão de cada dia – “essa gente não tem um pingo de vergonha”. Estava lavando um monte de roupas para completar a renda.
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