(por
Runildo Pinto – 18/4/2016)
Estamos
no dia seguinte, depois da TV colocar, no domingo, a grande massa de
trabalhadores em letargia, sob a hipnose da hilária e trágica
votação no congresso brasileiro para descortinar o impedimento da
Presidente do Brasil.
Foram
para a rua protestar e acompanhar a votação, apenas os
comprometidos com a burguesia e com o PT, isto é: a pequena
burguesia por seu turno apoiando o impeachment, para os contrários
foram os Ptistas, com seus sindicatos e movimentos sociais atrelados
ao PT, simplesmente pelo governismo. A grande massa de trabalhadores
ficou em casa padecendo de uma indolência atroz para invadir às
ruas, o silêncio.
Pergunto:
a classe trabalhadora vai sair as ruas em defesa da democracia, pelo
menos? Não creio! Ato contínuo, se o impedimento for efetivado,
passaremos por outro período, agora de ressaca, uma anestesia geral
das massas trabalhadoras e dos pobres desse país: Temer assume com
Cunha na vice-presidência. Aí a bolsa de valores sobe e o dólar
cai, e se impõe o discurso cruel da esperança dissimulada.
Cabe
sublinhar, o golpe já estava em curso com apenas três meses da
posse da presidente, lembrem-se da pequena burguesia tomando conta da
paulista. A esperança, esta sim, pode se levantar do berço
esplêndido da ideologia dominante quando vier medidas intransigentes
gestadas no golpe jurídico-parlamentar, que se efetivou na votação
de ontem. Difícil esperar que alguma coisa mude no senado.
A saber,
espero que as massas trabalhadoras, mesmo, espontaneamente possam
romper com a apatia e vir às ruas resistir (a luta ensina e forja a
vanguarda) diante dos projetos dos golpistas que são pelo fim dos
direitos trabalhistas-, da CLT (Consolidação das Lei Trabalhistas)
e acabar com à estabilidade dos servidores públicos, se caem as
leis trabalhistas, abre espaço para a terceirização ampla, geral e
irrestrita e para as privatizações do que resta do patrimônio
público. A reforma da previdência que vai determinar o enterro do
SUS e de alguma possibilidade de melhorar uma concepção
interessante de saúde pública que sempre foi negligenciada pelos
governos através da história.
Os
anseios da burguesia, não param por ai, querem mais. As primeiras
medidas contra a classe trabalhadora visam aumentar os lucros dos
grandes empresários, das corporações nacionais e internacionais. A
grande sacada da burguesia subalterna ao capital internacional é a
entrega das riquezas do Brasil como o pré-sal, a Amazônia e o
aquífero guarani (combustível do futuro), e mais a exploração de
grandes jazidas de minérios e outros recursos naturais por empresas
transnacionais. Parece pouco?
A
desconstrução do país pelos golpistas a serviço da burguesia é
insaciável, na sua entrega das nossas riquezas naturais e da
comunicação-tecnologia da informação, aeroportos, portos, etc.
Quer dizer concretizar a rendição aos interesses do capital
internacional entregando o patrimônio estratégico e, por sua vez,
destruindo totalmente a soberania e a autodeterminação da nação
brasileira.
Os
golpistas discursaram, ontem, em nome da esperança, da honestidade,
de um Brasil novo, livre e pelo fim da corrupção. Alguém acredita
que isso vai acontecer? Pura hipocrisia! Tão parciais quanto o juiz
Moro, portanto uma postura de classe, da classe burguesa. Na
realidade o evento no domingo, 17 de abril de 2016, foi vergonhoso,
patético. Entorno de 60% dos parlamentares que votaram pelo “SIM”,
têm processos por corrupção e até por homicídio. Todos
comandados pelo chefe dos adulterados (viciar dolosamente), o venal,
Eduardo Cunha.
O que
efetivaram, no domingo, foi a institucionalização definitiva da
corrupção e a politicagem como modelo de gestão da mais rasa
classe dominante do Estado brasileiro, prevaleceu o simbolismo do
fascismo: o da família como clã conservador em nome de Deus, ao
"melhor" estilo da tradição, família e propriedade. Isso
é capitalismo! Nesse sentido, o caminho da mudança para o Brasil e
para a classe trabalhadora, não passa na luta pelo governismo ou por
antecipação das eleições ou em 2018, quando termina o mandato de
quem quer que fique ou assuma a presidência. A saída é pela
esquerda, a alternativa não passa por uma reforma política dentro
da ordem.
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