(por Runildo Pinto - 13/02/2010)
O sonho buscou a morena distante
Ornamentada de si, corada, de cabelos negros.
Alerta dessa lua que cruza a boca em sabores,
Mar adentra num pranto entrecortado de soluços.
Em calda, o amor se derrama, em olhos-pele e suor,
Ganha à guerra e a paz, derruba a lua e Venus ri.
Enquanto gotas de luz percorrem teu ventre largo,
Enseada de sentidos sem fim, a termo não morre.
O grito final percorre as areias, explode nas ondas nuas,
Teu corpo desafia as trevas para um duelo.
Escarpa noite abarca bocas que se unem,
A delicada e trigueira desfalece.
Esforço da alma segura, sem vinco
Dá existência ao amor, atributo da afeição.
Das sombras dedilhas raios de sol,
Sem o libelo aparece sobre o horizonte, a liberdade.
Atrevida, a pureza subverte, exige tudo quanto existe,
Translucida, de noite e de dia, olha-se no espelho.
Enxerga o amor a sustentar-se desembaraçado,
A revelar o perfume dos frutos, da relva e do sangue.
Ecoam dos abismos a suplica dos rasos,
A fraqueza, a ira dos covardes.
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