, por Raymundo Araujo Filho
São públicos os meus artigos criticando agudamente o Coordenador do MST João Pedro Stédile, no que tange a questão tática do não rompimento político dele com o (des)governo Lulla, colocando o MST nas ruas das cidades mais importantes, para urbanizar o debate sobre a Reforma Agrária, tirando o Movimento do isolamento que se encontra no interior do país.
No que tange às questões estratégicas sobre a Reforma Agrária, nunca tive divergências com a Direção do MST, pois a receita é simples e universal, para que os Assentamentos possam evoluir: Terra, Educação e Pequenas Agroindústrias, para @s pequen@s Agricultor@s.
Ontem, na entrevista concedida à equipe de jornalistas da BAND, capitaneada por Joelmir Betting, Fermando Mitre, Augusto Nunes e outro bobalhão que nem sei o nome, Stédile pode expor com exatidão várias questões colocadas como essenciais para o país, criticando o Neoliberalismo e as Transacionais e Grandes Oligopólios da Mineração e Agroindústrias.
E melhor, formulou críticas profundas e diretas ao (des)governo Lulla, à sua Política Econômica e à Paralização da Reforma Agrária. Este é o dado novo que começa a ser colocado de forma inequívoca e pública, mostrando que pode estar perto atitudes e posturas mais radicais de distanciamento deste (des)governo entreguista que temos.
Em que se pese a total distância em importância política entre o Coordenador do MST, de real importância e influência política, em relação a este que escreve (eu apenas penso), julgo que começa a se tornar fato possível uma tomada de posição de ruptura política com este (des)governo Lulla, o que, aí sim, poderia soar como palavra de ordem para que haja os embates políticos necessários para uma nova correlação de forças no país, e o desmascaramento desta política lesiva que sofremos, por aquele que foi eleito pra MUDANÇAS REAIS.
Um pequeno resumo das declarações do Stédile, nesta entrevista, nas palavras do próprio entrevistado (desminta-me quem puder, pois está gravado):
- O governo Lula não tem caráter popular, sequer de esquerda. É um governo de composição, onde setores conservadores e neoliberais são hegemônicos.
- O governo Lula tem de TOMAR VERGONHA NA CARA E PARAR DE MENTIR sobre a questão do número de assentados (e aí mostrou uma tabela do INCRA, onde diz que só em Santarém (PA) assentou 52 mil pessoas, entre outras DESLAVADAS mentiras.
- O Agronegócio é INCOMPATÍVEL com a Agricultura Familiar, pois vai na direção contrária desta, servindo apenas ao Capital Transacional, à Política Exportadora de Matérias Primas e à ocupação de grandes extensões de terras, com a expuldsão de gente do campo para as cidades.
- A solução para o Brasil é um tipo de desenvolvimento que privilegie o Mercado Interno e a distribuição de riquezas e dos meios de produção.
- As políticas compensatórias (Bolsa Família) agem como uma Anestesia, mas o principal problema que persiste é a TOTAL paralização da Reforma Agrária, deste governo.
- As hidrelétricas na Amazônia só servirão para gerar energia para mover as Siderúrgicas para exportarem matérias primas para os países ricos.
- Os biocombustíveis, notadamente o Etanol apenas ocuparão lugar da produção de alimentos, para facilitarem a exportação de combustíveis mais limpos para resolver parte dos problemas energéticos e de poluição do primeiro mundo, às custas da fome dos brasileiros.
- Quando arguído sobre a dispensa de uso de venenos pra o plantio de transgênicos, deu uma aula ao jornalista bobalhão que fez tal afirmação, mostrando que, ao contrário, estas sementes apenas existem para a aplicação casada dos venenos agrícolas das mesmas empresas.
- As OCUPAÇÕES (e não Invasões) de prédios públicos e áreas agrícolas sem função social, assim como área de grandes empreendimentos energéticos em desacordo com as Leis de Regulação Ambiental e Social existentes SÃO AMPARADAS POR LEI, EM SENTENÇA DEFINITIVA DO STF, com jurisprudência nacional e definitiva que ampara estas OCUPAÇÕES como LEGÍTIMAS. Impedindo assim, qualquer desocupação não negociada.
- Stédile disse: Sou completamente contra a presença de ONGs na Amazônia, por ocuparem a mando das empresas transacionais, os vácuos deixados pela ausência do Poder Público na Região. Que ponham lá o Exército e as Políticas Públicas necessárias para aquela gente.
- Os índígenas é que têm defendido as fronteiras brasileiras, e não o contrário. Não são eles a ameaça à integridade do território nacional.
(Neste momento exortou o Gen. Augusto Heleno a vir defender a Amazônia de seus reais predadores internacionais).
- A ocupação da Amazônia não se dará por via de invasão militar. Já está acontecendo pelo estabelecimento das empresas Transacionais e os Mega projetos excludentes da população pobre da região.
Estas, ao meu ver, foram as principais declarações do Stédile, pessoa insuspeita em suas reclamações, por estar até agora ao menos, em composição e não rompimento político com o governo federal.
Desminta-me quem puder! E não venham dizer que o Stédile está fazendo o jogo da direita .
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