Laerte Braga
Oliver Stone é um dos diretores mais famosos do cinema norte-americano. Entre outros filmes, “Nascido em 4 de julho”, “JFK, a pergunta que não quer calar” e “Wall Street, poder e cobiça.
No final da década de 50, início da de 60, um grupo de jornalistas venais montou uma revista com o título “ESCÂNDALO”. Especializada em moralismo barato, vendia para o público leitor a idéia de defensora da moral e dos bons costumes ao revelar o comportamento pessoal de famosos e vendia para pessoas famosas a proteção.
Pagando nada sairia. Não pagando, a tarde com a amante ou com o amante no hotel em Petrópolis sairia.
A grande mídia, GLOBO inclusive, fez referência ao fato do cineasta ter sido um dos observadores convidados pelo presidente Chávez para receber os reféns que seriam soltos pelas FARCs. A imagem de Stone aparecia falando algo, mas o som não.
A sugestão era a de os observadores internacionais estavam recriminando o presidente da Venezuela.
A tevê francesa, independente, mostrou a mesma imagem. Com som. Stone estava “dizendo cobras e lagartos de Bush e Uribe, culpando-os pelo fracasso da operação por não terem cumprido o acordo”.
É a diferença notada por Caia Fittipaldi, notada e anotada, entre a chamada grande mídia no Brasil, venal e a mídia de fato livre, porque não é comprada.
O ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, outro observador, indignou-se com o presidente da Colômbia e um dos assessores do argentino chamou o comportamento de Uribe de “cagada olímpica”. Está no jornal CLARIN, edição de hoje.
Um grupo de deputados e sindicalistas ingleses, o prefeito de Londres, Ken Livinsgtone, fez publicar nos jornais ingleses um apelo ao primeiro-ministro Gordon Brown para suspender toda e qualquer ajuda ao governo da Colômbia, acusado, na publicação, de responsável por assassinatos, seqüestros, narcotráfico e pelo fracasso da operação de entrega dos reféns por não ter cumprido o acordado com vários países do mundo. Bush é apontado, no pedido, como outro responsável.
É óbvio que a grande mídia brasileira não vai noticiar esses fatos. É paga para não fazê-lo. A liberdade de imprensa que a GLOBO briga é pelo direito de fabricar robôs em série e vender o peixe da violência e da barbárie dos interesses dos donos do mundo.
Pedro Bial aparece nos intervalos comerciais da programação convocando as pessoas a assistirem, a partir do dia oito de janeiro, as “emoções” do programa Big Brother Brasil – 8. Fala que todos vão poder dar uma espiadinha na “casa mais famosa do país” e assistir a “conspiração, traição...” É o modelo que vem diariamente.
É típico das casas que antigamente eram chamadas de tolerância. E olhe que comparar a GLOBO a um bordel antigo é um profundo desrespeito aos bordéis antigos.
O documento dos deputados, sindicalistas e do prefeito de Londres acusa as forças armadas da Colômbia, as forças ditas regulares, democráticas, de pelo menos quatro mil assassinatos de oposicionistas. Lideranças do Partido Trabalhista, que governa a Grã Bretanha, dentre eles o presidente Mike Griffiths, assinam o documento.
As reações ao comportamento do narcotraficante Álvaro Uribe e ao terrorista norte-americano George Bush acontecem em toda a Europa, repercutem na Colômbia e a todos os momentos são mostrados parentes dos reféns agradecendo aos esforços do presidente Chávez para libertar os reféns.
No Brasil não.
Mentem sem pudor algum.
Os jornalistas que editavam a revista ESCÂNDALO acabaram se dando mal. Mexeram com os poderosos à época.
A GLOBO não. É dos poderosos. Transforma a mentira em verdade no incrível monopólio que é a mídia no País.
Quer todo mundo dando uma espiadinha segundo o cafetão designado para o bordel BBB-8, Pedro Bial.
Há quem faça e há quem deixe.
Um monte de bolas que vão sendo encaçapadas nas tacadas dos donos de todos os andares, passeares e viveres, tudo no pressuposto de mundo real.
São, aparentemente, só aparentemente, seres humanos.
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